segunda-feira, 21 de junho de 2010

BASTIDORES






Prefeitos ajudam, mas podem não ser decisivos na disputa executiva

Parece estranho, e é, mas é possível dizer que os prefeitos ajudam muito mais os candidatos a deputado federal e estadual do que os candidatos a governador. Por incrível que possa parecer, o voto para deputado ainda é meio de cabresto, ou, se o eleitor preferir, uma espécie de voto distrital não-oficial.

Entretanto, para governador, embora possam contribuir, os prefeitos não são decisivos. Claro que se muito bem avaliados, os gestores municipais podem contribuir para a campanha majoritária. Alguns exemplos: o prefeito de Jataí, Humberto Machado, é peemedebista e está “puxando” votos para Iris Rezende. O prefeito de Aparecida, Maguito Vilela, também canaliza votos para o peemedebista. Em Trindade, como está desgastado, o prefeito Ricardo Fortunato não está transferindo votos para o candidato do PMDB. Os votos são de Iris. Em Itumbiara, Zé Gomes da Rocha, do PP, transfere votos para Marconi Perillo, assim como o de Rio Verde, Juraci Martins, do DEM.

Mas o fato objetivo é que, em termos majoritários, os eleitores não seguem tanto a recomendação dos prefeitos. Os eleitores, cada vez mais emancipados, observam detidamente os candidatos a governador e votam naqueles que apresentam propostas que julgam mais avançadas.

Por que, então, a guerra dos candidatos para amealhar apoios dos prefeitos? Porque aquele que tem apoio de muitos prefeitos cria mais expectativa de poder. Se for verdadeiro que a maioria dos prefeitos do PP fechou com Marconi cria-se a sensação de que a candidatura de Vanderlan Vieira Cardoso está esvaziada.

Em 1998, Marconi Perillo foi eleito governador com o apoio de poucos prefeitos. A maioria absoluta estava com o então senador Iris Rezende. Em alguns casos, por falta de recursos ou por fazer uma administração mal avaliada, alguns prefeitos fazem mal à “saúde” dos candidatos ao Executivo estadual.


Rio Verde corre risco de ficar sem deputado federal

Rio Verde tem sobrando: dinheiro, porque é o maior polo econômico do Sudoeste, e candidatos a deputado. Possível resultado da inflação de postulantes: o município provavelmente continuará sem representantes na Câmara dos Deputados e com apenas um ou dois deputados estaduais.

Para deputado federal, depois do lançamento de Wagner Guimarães, Heuler Cruvinel e Karlos Kabral, apareceu mais um nome — o de Alessandro “Caixotinho” Mendonça Cabral. Com menos de 100 mil eleitores, Rio Verde não consegue eleger um deputado federal. Resulado: os quatro correm risco de ficar sem mandato.

Para deputado estadual, Rio Verde deve bancar 7 candidatos: Demilson Lima, Paulo Eustáquio, Luis Cesinha, Padre Ferreira, Elecir Casagrande, Paulo Martins e Idelson Mendes.

Segundo round se dará em Goiânia

Poucos analistas estão prestando atenção na guerra que está ocorrendo nos bastidores da disputa para deputado federal. A guerra é virulenta, mas, como a mídia está de olho nas eleições majoritárias, é pouco dissecada. Não se trata de um batalha ideológica. Mas de uma guerra mortal, com candidatos consagrados lutando para não serem rebaixados para a divisão dos derrotados. Cristãos-novos, mas bem articulados, buscam ocupar seus espaços. O caso mais interessante ocorre no PSDB.

Sabe-se que, em 2012, o prefeito de Goiânia, Paulo Garcia, do PT, vai disputar as eleições, possivelmente com um vice do PMDB, que tanto pode ser Bruno Peixoto (que está se revelando um vereador atuante e aguerrido — tanto que também pode disputar a prefeitura) quanto Francisco Vale Júnior ou Thiago Peixoto. Na verdade, Thiago quer ser prefeito de Goiânia, mas, por conta da aliança com o PT, tende a esperar um pouco mais.

A guerra mais acirrada é no PSDB. Se eleito governador, Marconi Perillo vai trabalhar para eleger o prefeito de Goiânia, porque avalia que dinamitará a oposição. Os dois nomes cotados são Valdivino Oliveira e Armando Vergílio. Eleitos deputados federais, ninguém segura os dois.

O alto tucanato avalia que o bispo Fábio de Sousa, que teria o veto de algumas igrejas evangélicas, não tem chance alguma. “É carta fora do baralho”, admite um tucano próximo do senador Marconi Perillo.


Heineken compra Coca-cola em GO

O mercado goiano está aquecido. A Pfizer comprou o Laboratório Teuto, mas o empresário Walterci Melo mantém participação na empresa. A Hipermarcas comprou o Laboratório Neoquímica. O objetivo é manter a fabricação de vários medicamentos genéricos, mas sobretudo o genérico do Viagra, que deverá custar na faixa de 30 reais a cartela com 4 comprimidos.

A Hyundai vai ampliar a produção em Anápolis e a Suzuki deve começar a funcionar até o final do ano. A Cervejaria Heineken, da Holanda, comprou a Coca-cola de José Alves. O objetivo é ampliar as vendas de cerveja no Centro-Oeste e associar-se a um nome “famoso” e “vencedor”.

A Heineken renegociou as dívidas da Coca-cola. Fez o Refis junto ao governo estadual e, de cara, o governo do Estado vai receber R$ 120 milhões.

Marconi não descansa nunca

Líder nas pesquisas de intenção de voto, o senador Marconi Perillo, quando aconselhado a desacelerar o ritmo de viagens e articulações — quase não dorme (é como Leonardo da Vinci: dorme alguns minutos e já está descansado para nova maratona de viagens e contatos) —, diz que não. Só vai tirar “folga” após as eleições. Articula para ganhar a eleição no 1º turno, daí o esforço concentrado dos últimos dias. Procura ampliar a aliança, com partidos menores e partidos mais consolidados, como o DEM.

Conquistado o DEM, Marconi, no lugar de parar, vai procurar ampliar sua faixa de apoio no PP e no PR. Mais prefeitos planejam apoiá-lo a partir de agosto.


Senador

Se depender de Vanderlan Vieira Cardoso, o deputado federal Sandes Júnior será candidato ao Senado. O pepista, por enquanto, prefere disputar a reeleição, mas está empolgado com sua popularidade para o Senado. Barbosa Neto negociou com o PMDB, mas, se Demóstenes Torres ficar com Marconi Perillo, pode ser o companheiro de Sandes na chapa para o Senado.


“DEM deve indicar vice de José Serra”

O deputado federal Ronaldo Caiado (DEM) disse ao Jornal Opção que, nesta semana, o candidato do PSDB a presidente da República, José Serra (agora, Zé Serra), vai conversar com o presidente nacional do DEM, Rodrigo Maia, sobre a questão da vice. “O partido apoiava o tucano Aécio Neves para vice porque a chapa majoritária teria nomes dos dois Estados com maior peso eleitoral do país. Entretanto, como o político mineiro optou por disputar mandato de senador, o DEM pretende lançar o vice de Serra.”

Entre os nomes que o DEM vai apresentar a Serra estão Valéria Pires Franco (do Pará), vice-presidente nacional do partido, José Agripino Maia, senador, e José Carlos Aleluia, deputado federal. “Agripino é o número um, mas o senador avisou ao partido que articulou uma chapa para disputar o governo do Rio Grande do Norte — ele disputará o Senado, junto como o peemedebista Garibaldi Alves — e, como fiel da balança e ‘avalista’, não tem como participar de um projeto nacional. Mas, se quiser concorrer, tem o apoio de 100% do partido no Senado e na Câmara dos Deputados. Valéria e Aleluia são excelentes quadros do partido. São articulados e hábeis politicamente.” O PP do senador Francisco Dornelles (primo de Aécio) não indicará o vice, porque, avalia Caiado, está praticamente fechado com a candidata do PT, Dilma Rousseff. “O PP controla o Ministério das Cidades e, como Dilma cresceu nas pesquisas, tende a permanecer na aliança do governo Lula.” O democrata goiano acredita num afunilamento completo, em termos nacionais, entre PSDB e DEM.

O presidente Lula da Silva é criticado duramente por Caiado. “Nenhum presidente brasileiro viciou tanto o processo eleitoral quanto o petista. O presidente virou cabo eleitoral e não parece incomodado por, desrespeitando a legislação eleitoral, ter sido multado cinco vezes. O líder petista está fazendo campanha explícita, desrespeitando o próprio cargo que exerce, e não tem nenhuma cerimônia no uso da máquina pública, como se fosse privatizada ou partidarizada.” Na opinião de Caiado, Zé Serra segue as regras democráticas. “Lula, pelo contrário, faz campanha seguindo as regras das centrais sindicais.”

Em termos de Goiás, Caiado diz que “o DEM não se sente, até o momento, confortável em nenhuma das coligações. Estamos examinando as possibilidades, o quadro político, e vamos decidir na hora que os companheiros do partido julgarem apropriada. Hoje, ao conversar com os correligionários, não se pode falar em uma tendência. Estamos seguindo a ‘teoria nordestina’: ‘Quem tem prazo não tem pressa’ [risos]. Em política, 12 dias é uma eternidade”.

Caiado frisa que a coligação nacional não influencia necessariamente a coligação estadual. “Goiás não é vulnerável a uma ação nacional. As pessoas sabem do meu caráter, de minha coerência. Sou homem de partido.”

Como o DEM pode se coligar com Vanderlan Vieira, do PR, Iris Rezende, do PMDB, ou Marconi Perillo, do PSDB — não necessariamente nesta ordem —, o Jornal Opção pergunta para o deputado: “As várias coligações estão sendo discutidas pelos líderes e militantes do DEM?” A resposta de Caiado: “A coligação x, y ou z não foi discutida pelo DEM. Porque ainda não foi pautada. Mas o DEM está atento, mobilizado, acompanhando o desenrolar das ações políticas”. Perguntado se tinha alguma preferência pessoal por alguma aliança, Caiado disse, tão-somente: “Existem três tendências”.

Lacônico, Caiado acrescentou: “Muita coisa vai acontecer”. Inquirido se poderia disputar o Senado, em vez da reeleição, o deputado frisou: “A dureza de meus discursos complica um pouco alguns projetos”.

Um dos objetivos de Caiado e do DEM é a construção de uma aliança sólida que seja capaz de eleger o governador, senadores e uma bancada ampla de deputados federais e estaduais.


Os criadores do marketing dos candidatos ao governo

Como os programas de televisão e rádio são decisivos, o marketing político é peça chave. Por isso, os marqueteiros estão sendo contratados a peso de ouro.

O candidato do PR a governador, Vanderlan Cardoso, tem no marqueteiro Ademir Lima a grande inspiração. O Mago criou o “Vem”, uma resposta ao “Volta” de Marconi Perillo. O publicitário nega que tenha “brigado” com Jorcelino Braga para ter o controle do marketing. Braga, que terá função mais ampla do que a de marqueteiro, porque articula política e empresarialmente, dá pitacos. Sugere que o mote da campanha seja “Goiás no rumo certo”.

O PMDB de Iris Rezende sonda Duda Mendonça, fechou com Hamilton Carneiro e quase fechou com Renato Monteiro, da Cantagalo. O PSDB terá Carlos Maranhão como coordenador geral do marketing político e o publicitário Paulo de Tarso, com o apoio de um grupo de jornalistas e marqueteiros, como responsável pela criação do programa de tevê e rádio.

Num de seus livros, Elio Gaspari chama o presidente Ernesto Geisel de “sacerdote” e o general Golbery Costa e Silva, a eminência parda de três governos militares, de “feiticeiro”. Nos bastidores da campanha de Vanderlan, Ademir é chamado de Mago e Braga de “Bruxo”, no sentido de criador, de ter boas ideias e de saber executá-las.

O Entorno pode bancar dois vices

Em conversa reservada com dois líderes políticos goianos, depois de ter falado com Agnelo Queiroz, candidato do PT a governador do Distrito Federal, o presidente Lula da Silva sugeriu que o PR de Vanderlan Cardoso e o PMDB de Iris Rezende lancem dois vices do Entorno do DF. Tese de Lula: o Entorno é a região onde Marconi é mais forte. Com dois vices da região, perderia força no Estado. Acredita-se que Iris e Vanderlan poderiam crescer, juntos, 20%.


Balestra quer ser vice de Marconi

O deputado federal Roberto Balestra é moderado. Mas quer ser vice do candidato do PSDB ao governo, Marconi Perillo. Mas isto significa que pode liderar uma rebelião na convenção do PP? Pode até ser, mas não será fácil. Os prefeitos não votam na convenção e os presidentes dos diretórios são controlados pelo governador Alcides Rodrigues e pelo presidente do PP, Sérgio Caiado. Felisberto Jácomo, Sérgio Lucas e alguns prefeitos podem ensaiar uma rebeldia.



Três pesquisadores tucanos fizeram um levantamento sobre o que o PT disse do ex-governador Iris Rezende de 1982 a 2004. Eles dizem que ficaram “horrorizados” com a pancadaria.

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Wagner Aidar pode desistir de disputar mandato de deputado estadual por Anápolis. O pepista pode bancar o ex-prefeito Wolney Martins.
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O único problema é que Wolney Martins não ganha eleições na cidade há anos. O PP anapolino não renova. Quando não lança Martins, banca Atair Pio.

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De um pepista: “Felisberto Jácomo não sai na porta de sua casa sem antes ligar para Roberto Balestra e pedir permissão”. Eles são cunhados.
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Sérgio Lucas vai ser inquirido pela Comissão de Ética sobre as críticas que fez ao presidente do PP, Sérgio Caiado. Jovenny Cândido mandou intimá-lo.
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Mas o governador Alcides Rodrigues não vai aceitar a expulsão de Sérgio Lucas. Os dois conversaram na semana passada. Alcides só pediu moderação ao secretário-geral do PP.
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Fernando Cunha pediu para deixar o cargo de secretário de Governo de Alcides Rodrigues. Por dois motivos: cansou de ser “secretário do ócio” e foi convidado para ser um dos coordenadores da campanha de Marconi.
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O governador Alcides disse a aliados que tem o maior respeito por Cunha, que não saiu atirando.
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Na semana passada, era dada como certa a saída de Bráulio Morais do Detran. Mas o governador Alcides Rodrigues, mesmo pressionado, relutava em demiti-lo.
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Com problemas financeiros, Barbosa Neto chegou a estudar a possibilidade de voltar para o governo Alcides. Queria o cargo de Eurípedes Pankão, mas ninguém levou seus rogos a sério.
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Barbosa Neto radicalizou e teria elaborado uma lista pedindo a dispensa de tucanos do governo.
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Um poderoso auxiliar do presidente Lula avisa: “A negociação da Celg não sai antes das convenções partidárias”.
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Veja como são as coisas. Iris Rezende geriu a Prefeitura de Goiânia durante cinco anos sem grandes atritos com os funcionários, sobretudo professores.
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Paulo Garcia assumiu a prefeitura em abril e está enfrentando uma duríssima greve de professores. Chegaram a fazer piquete na porta de sua residência. Por quê? Porque Paulo é do PT e tem uma mentalidade democrática.
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O publicitário Paulo de Tarso está elaborando o marketing político do candidato ao governo do Tocantins pelo PMDB, Carlos Gaguim.
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O publicitário Renato Monteiro está se preparando para fazer campanha política no Tocantins e em Brasília.
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Criativo e inteligente, Renato Monteiro é cobiçado por vários candidatos. Marconi Perillo também está na sua cola. Mas políticos jovens do PMDB o querem na campanha de Iris Rezende.
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O PSC é um partido tri: um grupo apoia Iris Rezende e o outro grupo apoia Vanderlan Vieira Cardoso. Há até aqueles que apoiam Marconi Perillo.
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Embora ligado ao deputado federal Rubens Otoni, o presidente do PHS, Eduardo Machado, não quer saber do petismo e já está na campanha de Marconi Perillo.
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É uma pena ver um partido tido como socialista, o PSB, se transformar num balcão de negócios.
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Barbosa Neto socialista? Nem na China. O líder do PSB agora só falta negociar com o candidato do PSOL, Washington Fraga, que certamente dirá: “Não tenho dinheiro, não tenho dinheiro, não tenho dinheiro”.
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Pesquisas feitas em Trindade revelam que Jânio Freire, se as eleições fossem realizadas hoje, seria o candidato a deputado estadual mais bem votado.
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A população de Trindade começa a reclamar do prefeito Ricardo Fortunato. O asfalto, feito recentemente, está derretendo e ainda não começaram as chuvas.
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O jornalista e escritor Iúri Rincon lança na terça-feira, 22, às 20 horas, na sede da Fieg (Avenida Araguaia), a biografia “Imune à Tempestade — A Conturbada Vida do Primeiro Prefeito de Goiânia, Venerando de Freitas Borges”. É um livro do balacobaco, com revelações sensacionais e várias fotos inéditas.
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O marqueteiro-mor do país, Duda Mendonça, visitou Goiânia na semana passada, e conversou com alguns políticos. Teria pedido R$ 13,5 milhões para fazer uma campanha.

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Duda Mendonça enfrenta problemas com Siqueira Campos no Tocantins. O tucano contesta todas as suas ideias.
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O advogado Eduardo Scartezini foi eleito ouvidor-geral da OAB-Goiás.
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O atuante Djalma Rezende, depois de ter disputado vaga no Conselho Federal pela chapa Renovação, assumiu a presidência da Comissão de Direito Ambiental da OAB.
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O presidente da OAB local, o competente Henrique Tibúrcio, está compondo com as várias forças dos advogados. Por seu espírito conciliador, Tibúrcio está sendo chamado de o “Tancredo Neves da advocacia goiana”.
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Não será surpresa se Ricardo Dias jogar a toalha e passar a apoiar Henrique Tibúrcio. Ele está cansado de perder eleição com candidato fraco, que fala em renovação, mas não abre espaço para novos nomes.

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A diretoria eleita da subseção de Rio Verde renunciou, por incompatibilidade com a direção estadual.

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