segunda-feira, 3 de março de 2008

Destroços de um povo

Historiadores avaliam que quando o Brasil foi “descoberto”, viviam aqui cerca de cinco milhões de índios, divididos em etnias espalhadas por todo o território da futura colônia portuguesa. Qualquer leigo há de imaginar que eles viviam com suas crenças e seus rituais, sem incorrerem nas penas previstas no código religioso dos “descobridores”. Os jesuítas e seus sucessores católicos, depois reforçados pelos protestantes, levaram aos indígenas a noção de pecado e culpa, destruindo seus deuses e praticamente obrigando-os a vestir roupas, aceitar uma moral “civilizada” e a cultuar o deus cristão.
Se fossem só as doenças e paranóias que os religiosos levaram e levam, já era muito, mas atrás dessa sanha evangelizadora, há o objetivo econômico, pois a noção capitalista está fazendo com as tribos negociem com cientistas e empresários nacionais e estrangeiros, que exploram as riquezas das áreas e deixam um monte de bugigangas nas aldeias, para substituir os espelhinhos.
O governo brasileiro precisa perder esse matiz religioso e tratar as reservas indígenas como unidades autônomas e com direito a autodeterminação e, ao mesmo, restringir o acesso a esses povos, que por “ingenuidade” estão deixando de ser nações para se tornarem escravos de conceitos.

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