sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Marconi Perillo: uma equipe preparada!!





Política & Justiça

Marconi forma conselho de notáveis
Governador eleito define secretariado formado por nomes de expressão e com carreiras de sucesso em várias áreas

José Barbacena

O governador eleito Marconi Perillo (PSDB) cumpriu a promessa de definir toda sua equipe de governo antes do dia 31 e ontem, por volta de meio-dia, através de sua assessoria de imprensa, anunciou 49 nomes que vão formar o seu secretariado no próximo governo. Três nomes não apareceram na lista divulgada pela assessoria, pois ainda dependem de outros critérios. No caso da Emater, a empresa deve sofrer uma reestruturação jurídica. A Ceasa provavelmente será terceirizada e o futuro comandante da Goiás Fomento precisa ser aprovado pelo Banco Central, pois é uma agência financeira.

Exceto o nome de Thiago Peixoto (PMDB), o secretariado de Marconi não teve surpresas. Companheiros antigos do tucano como Giuseppe Vecci, Carlos Maranhão, Antônio Faleiros e Fernando Cunha estarão ao seu lado. Nomes com destaque no ramo empresarial e setor privado ganham espaço. Alexandre Baldy é empresário de sucesso assim como Jayme Rincón, que tem carreira sólida no setor de infraestrutura. O deputado federal eleito Armando Vergílio, que tem histórico de sucesso no setor de seguros, assume a pasta de Cidades. O deputado Daniel Goulart, que foi fiel escudeiro de Marconi na campanha, será responsável pelas Relações Institucionais. Outro empresário de sucesso é Jânio Darrot, que se elegeu deputado estadual nesta eleição.


Alexandre Baldy
Indústria e Comércio

Advogado graduado em Direito pela PUC de Goiás, começou sua carreira aos 18 anos como estagiário em um escritório de advocacia. Aos 19 abriu sua primeira empresa, um escritório de representações. Aos 24, empreendeu sua primeira indústria gráfica e, dois anos depois, a segunda. Juntas, elas empregam hoje cerca de 400 pessoas no Distrito Agroindustrial de Anápolis. Participa de movimentos jovens como Novos Líderes, AJE, Acieg Jovem e Lide.



Antenor Nogueira
Agrodefesa

Economista formado pela PUC-GO. Atualmente é presidente da Câmara Setorial da Carne Bovina do Brasil, membro da Comissão de Pecuária de Corte da Federação da Agricultura e Pecuária de Goiás, membro diretor Internacional Meat Association (IMS), presidente do Sindicato Nacional Permanente dos Pecuaristas de Gado de Corte e membro do Conselho Nacional de Pecuária de Corte.



Antonio Faleiros
Saúde

Graduado em Medicina pela Universidade Federal de Minas Gerais e especialista em Medicina do Trabalho, foi deputado estadual, deputado federal, secretário de Medicina Social do Inamps, secretário estadual de Saúde, superintendente do Inamps, diretor de Merenda Escolar da FAE, diretor administrativo da Celg, presidente da Metrobus, 1º suplente de senador e presidente regional do PSDB por cinco mandatos.



Antônio Flávio
Agricultura

Engenheiro agrônomo e produtor rural. É presidente do Fundo de Desenvolvimento da Agropecuária do Estado de Goiás e superintendente de Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar Goiás). É ligado ao deputado federal Luiz Bittencourt (PMDB) e foi indicado pela Federação da Agricultura do Estado de Goiás (Faeg).



Aparecido Sparapani
Goiás Turismo

Técnico em Hotelaria pela Faculdade Hotel Escola Senac, com experiência de 32 anos em Turismo e Hotelaria, foi presidente por oito anos da Fundação Caldas Novas Convention and Visitors Bureau e membro do Fórum Estadual de Turismo.



Armando Vergílio
Cidades

Empresário, foi presidente do Sindicato dos Corretores de Seguro, de Capitalização e de Previdência Privada no Estado de Goiás, presidente da Escola Nacional de Seguros, secretário de Estado de Governo e presidente da Superintendência de Seguros Privados (Susep) no governo Lula. É presidente do PMN, assim como da Federação Nacional dos Corretores de Seguros (Fenacor). Disputou este ano a sua primeira eleição e conquistou 103 mil votos.



Carlos Maranhão
Metrobus

Formado em Geologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, ocupou cargos no governo Henrique Santillo, na gestão de Darci Accorsi e Nion Albernaz à frente da prefeitura, presidente do Dergo e secretário de Infraestrutura nos governos de Marconi. Também foi coordenador de Marketing das campanhas de Marconi em 1988, 2002, 2006 e 2010.


Carlos Helbigen Jr.
Comando - Bombeiros

Coronel bombeiro militar, graduado pelo Curso de Formação de Oficiais da PM e em Direito, pela UniGoiás, fez cursos de Especialização em Direito Empresarial, Gestão em Segurança Pública, Direito Administrativo e Constitucional e Liderança e Gestão de Corporações. Participou de operações de combate a incêndios no Brasil e nos EUA, foi comandante do 4º Pelotão do 7º Batalhão PM, comandante da 2ª Seção do 2º Batalhão da PM, entre outros.



Daniel Goulart
Relações Institucionais

Deputado estadual no exercício do segundo mandato, foi presidente do Consórcio de Empresas de Radiodifusão e Notícias do Estado de Goiás (Cerne), órgão que deu origem à Agecom, durante o primeiro governo de Marconi Perillo. Abriu mão da reeleição para se dedicar com exclusividade à campanha de Marconi. Foi um dos mais contundentes defensores do governo tucano na Assembleia e atuou de forma intensa na montagem do secretariado.



Edemundo Dias
Dir. Polícia Civil

Formado em Direito pela PUC-GO, especialista em Direito Constitucional e Administrativo. Especialista em Políticas Públicas pela Universidade Federal de Goiás, especialista em Segurança Pública pela PUC e delegado da Polícia Civil de Goiás – Classe Especial.



Edilson de Brito
Agência Prisional

Delegado de Polícia de Goiás desde 1999, Bacharel em Direito pela UniAnhanguera e graduado no Curso de Formação de Oficiais da Polícia Militar do Estado de Goiás, concluiu em 2010 o Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidade do Museu Social Argentino. É assessor especial da Secretaria Nacional de Segurança Pública, do Ministério da Justiça, e superintendente do Sistema de Execução Penal da Secretaria de Segurança Pública do Estado.



Edivaldo Cardoso
Detran

Graduado em Direito pela Unip, com pós-graduação em Publicidade e Marketing e especialização em Direito Constitucional, foi executivo das empresas White Martins, AGA S/A e Xerox do Brasil. Foi também superintendente executivo da Secretaria de Justiça e diretor presidente da Centrais de Abastecimento do Estado (Ceasa). É diretor para as Regiões Sudeste e Centro-Oeste da Associação Brasileira de Centrais de Abastecimento.



Eliana França
Fapeg

Graduada em Pedagogia pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, é professora aposentada da Universidade Federal de Goiás, onde foi diretora do Departamento de Atividades Acadêmicas e pró-reitora de Graduação. Foi secretária de Estado de Educação nos dois governos de Marconi Perillo.



Eliane Pinheiro
Chefe de gabinete do governador

Formada em Gestão Pública pela UEG e cursando Direito pela Universo. Foi chefe de gabinete da Secretaria Institucional e Política de 2007 a 2010, durante a passagem do ex-deputado federal Fernando Cunha pelo cargo.



Evandro Habib
Goiás Parcerias

Graduado em Engenharia Elétrica pela Universidade de Brasília com pós-graduação em Gestão Empresarial pela FGV.



Fernando Cunha
Ações Estratégicas

Formado em Direito pela Faculdade Federal de Direito de Goiás, foi secretário de Articulação Institucional e Política de 2008 a 2010, secretário extraordinário em 2007, secretário de governo de 2003 a 2006 e deputado federal por cinco mandatos. Foi filiado ao PMDB e trocou o partido pelo PSDB na mesma época que o governador eleito Marconi Perillo. É natural de Anápolis, onde o governador conquistou uma de suas maiores votações proporcionais.



Francisco Oliveira
Gabinete de Gestão

Administrador de Empresas formado pela Faculdade Anhanguera, foi vereador em Goiânia por três mandatos, de 1992 a 2004, Presidente da Câmara Municipal de Goiânia duas vezes, de 1997 a 2004, e secretário extraordinário de Articulação Política do governo Marconi Perillo (PSDB).



Gastão Leite
Sec. do Entorno de Brasília

Bacharel em Direito pela Universidade de Brasília (UnB), foi diretor da Saneago em Luziânia, funcionário do Tribunal de Justiça de Goiás, presidente do Conselho Tutelar e juiz de Paz em Luziânia, onde também presidiu a Associação da Comunidade. Foi vereador por três mandatos, presidente da Câmara dos Vereadores duas vezes e prefeito, além de membro do Grupo de Apoio do Clube de Desbravadores Guerreiros da Verdade, da Igreja Adventista do Sétimo Dia.



Gilvane Felipe
Agepel

Licenciado em História pela UFG, mestre em História pela Université de La Sorbonne Nouvelle e doutorando em História pela École des Hautes Études en Sciences Sociales, em Paris, França, foi secretário de Estado de Ciência e Tecnologia e diretor superintendente do Sebrae em Goiás. No movimento estudantil, foi vice- presidente da União Nacional dos Estudantes e presidente da União Estadual dos Estudantes. Foi professor de História, Ciência Política e Filosofia.



Giuseppe Vecci
Planejamento e Gestão

Economista, professor, empresário e especialista em Planejamento Estratégico. Foi presidente do Conselho Regional de Economia, secretário adjunto da Seplan no governo Henrique Santillo (1986 a 1990), secretário de Planejamento e secretário da Fazenda no governo Marconi Perillo. É coordenador técnico da equipe de transição do governo. Integra, ao lado de José Carlos Siqueira e João Furtado, o núcleo duro do governo.



Gláucia Teodoro
Secretaria da Mulher

Graduada em Engenharia Agronômica pela UFG e em Direito pela PUC, é doutoranda em Direito pela Universidade Nacional de Buenos Aires e de Direito Constitucional da Faculdades Alves Faria. Foi coordenadora de Assentamento do Grupo Executivo de Reforma Agrária do Idago, assessora especial da Prefeitura de Goiânia, assessora jurídica da Presidência e diretora administrativa do Tribunal de Justiça do Estado.



Glória Miranda
Gabinete particular da Governadoria

Graduada em História e Secretariado Executivo Bilíngue pela Pontifícia Universidade Católica de Goiás, é, desde 1989, secretária particular do governador Marconi Perillo.



Henrique Arantes
Cidadania e Trabalho

Formado em História pela Universidade Federal de Goiás (UFG), começou sua militância política no PSDB Jovem. Nas eleições de 2008 foi eleito vereador em Goiânia e, em 2010, deputado estadual para a legislatura 2011 a 2014. Henrique é filho do deputado federal Jovair Arantes (PTB), e ocupa uma das três pastas da cota do PTB no governo. As outras duas são a Agência Goiana de Esporte e Lazer (Agel) e a Goiás Turismo, cujo titular foi indicado por Magda Mofatto.



Isanulfo Cordeiro
Gabinete de Imprensa

Graduado em Direito e em Jornalismo pela UFG. Trabalhou nos jornais Diário da Manhã e O Popular, na Assessoria de Imprensa do governo de Goiás de 1973 a 1982, em veículos de comunicação nos Estados Unidos, Alemanha, Inglaterra, Polônia, Itália, França, Japão, Rússia, Índia, África do Sul e China. Foi secretário no gabinete do senador Marconi Perillo e coordenou o Comitê de Imprensa na campanha de Marconi a governador.



Ivânia Fernandes
Gab. de Relação com Movimentos Sociais

Graduada em Administração Pública pela Universidade do Sul de Santa Catarina. Foi chefe da divisão de Saúde da Assembleia de Goiás, superintendente de Administração e Finanças da Secretaria das Cidades e prefeita de Matrinchã por dois mandatos.



Jânio Darrot
Sec. Desenvolvimento da Região Metropolitana

Médico veterinário, agropecuarista e empresário fundador da Empresa Nova Moda Ltda., cuja marca Jean Darrot reúne 16 lojas pelo Estado e emprega aproximadamente 1,5 mil colaboradores. Jânio disputou a Prefeitura de Trindade em 2008 e foi derrotado por Ricardo Fortunato (PMDB) em uma disputa muito apertada. De forma surpreendente, Jânio foi o segundo deputado mais bem votado dessa eleição.



Jayme Rincon
Agetop

É sócio-diretor da Rental Frota Distribuição e Logística, empresa nacional de médio porte responsável pela distribuição dos jornais O Popular, Jornal do Tocantins, A Tarde (Bahia) e Correio Braziliense (Distrito Federal), bem como pela logística de distribuição dos malotes da Federação Brasileira dos Bancos nestas regiões. Foi sócio-diretor da Repral Materiais Elétricos Ltda e presidente da Associação Brasileira dos Franqueados Hertz, que congrega todas as lojas.



José Carlos Siqueira
Controladoria Geral

Advogado e auditor aposentado do Tribunal de Contas dos Municípios (TCM), integra núcleo duro do governo. Nos dois mandatos do PSDB à frente do governo, ocupou as secretarias de Planejamento e Fazenda e chegou até a acumulá-las. Deixou a administração em função de desentendimentos com o ex-secretário da Fazenda Jorcelino Braga, já no governo Alcides. Trabalhou na Prefeitura de Goiânia na gestão Nion Albernaz.

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

Marconi Perillo: Equipe completa!





Política & Justiça


Marconi anuncia equipe de governo
A assessoria de imprensa do governador eleito Marconi Perillo (PSDB) anunciou ao meio-dia desta quinta-feira (30) os 52 nomes que vão compor a equipe de governo.


Veja a lista completa:


Agência Goiana de Comunicação: José Luiz Bittencourt Filho

Agência de Cultura: Gilvane Felipe (PPS)

Agência de Defesa Agropecuária: Antenor Nogueira

Agência de Habitação: Marcos Abrão Roriz Soares de Carvalho (PSDB)

Agência de Desenvolvimento Regional: Viter Campos Coelho

Agência de Esportes e Lazer: José Roberto de Athayde Filho

Agência Prisional: Edilson Divino de Brito

Agência de Transportes e Obras: Jayme Rincon

Fapeg: Eliana França



Empresas

Celg: José Eliton Júnior (DEM)

Ipasgo: José Taveira Rocha (PSDB)

Goiás Industrial: Ridoval Chiareloto

Detran: Edivaldo Cardoso (PT do B)

Goiás Parceerias: Evandro Arantes Habib

Goiás Turismo: Aparecido Sparapani (PTB)

Iquego: Olier Alves (PSDB)

Metrobus: Carlos Maranhão (PSDB)

Saneago: Nilson de Souza Freire



Secretarias


Secretaria de Agricultura: Antônio Flávio de Lima Filho

Secretário de Articulações Institucionais: Daniel Goulart (PSDB)

Casa Civil: Vilmar Rocha

Secretaria de Cidadania e Trabalho: Henrique Arantes (PTB)

Secretaria de Cidades: Armando Vergílio (PMN)

Secretaria de Ciência e Tecnologia: Mauro Fayad

Controladoria Geral: José Carlos Siqueira (PSDB)

Secretaria de Desenvolvimento da Região Metropolitana: Jânio Darrot Freire (PSDB)

Secretaria de Educação: Thiago Peixoto (PMDB)

Secretaria da Fazenda: Simão Cirineu Dias

Secretaria de Gestão e Planejamento: Giuseppe Vecci (PSDB)

Secretaria da Indústria e Comércio: Alexandre Baldy

Secretaria de Infraestrutura: Wilder Pedro Morais (DEM)

Secretaria de Meio Ambiente: Leonardo Vilela (PSDB)

Secretaria da Mulher: Gláucia Maria Teodoro Reis

Secretaria da Saúde: Antonio Faleiros (PSDB)

Secretaria de Segurança Pública e Justiça: João Furtado de Mendonça Neto

Secretaria Extraordinária para Ações Estratégicas: Fernando Cunha (PSDB)

Secretaria Extraordinária de Articulação Política: Sérgio Cardoso (PSDB)

Secretaria Extraordinária para o Entorno de Brasília: Gastão de Araújo Leite

Chefe de Gabinete da Governadoria: Eliane Gonçalves Pinheiro

Gabinete Particular da Governadoria: Glória Miranda Coelho

Gabinete de Gestão da Governadoria: Francisco Oliveira (PSDB)

Gabinete de Gestão de Representação em Brasília: Luiz Alberto de Oliveira

Gabinete de Imprensa: Isanulfo Cordeiro

Gabinete de Relação com Movimentos Sociais: Ivânia Alves Fernandes Pessoa

Diretoria Geral de Polícia Civil: Edemundo Dias Oliveira (PSDB)

Comando da Polícia Militar: Raimundo Nonato

Comando do Corpo de Bombeiros: Carlos Helbigen Jr.

Gabinete Militar: Mauro Teixeira Cândido

Procuradoria Geral do Estado: Ronald Cristian Alves

quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Thiago Peixoto: um novo PMDB!





Política & Justiça


Proponho um novo PMDB 
Novo secretário da Educação cobra respeito do partido às suas posições e afirma que Iris não é dono da legenda 

Deputado lembra que caciques se aproximaram com antigos rivais, como PT e PP, e nunca foram punidos  

Peemedebista alerta para risco de a sigla desidratar caso não dispute as prefeituras de Goiânia e Anápolis 

Alexandre Bittencourt 

O novo secretário estadual de Educação, Thiago Peixoto (PMDB), diz ter a exata noção da situação que provocou ao discutir a possibilidade de ocupar a pasta no governo Marconi Perillo, e mais ainda: aceitar o convite para integrar a equipe de auxiliares do tucano. Durante dias a fio, Thiago serviu de alvo para a ala reacionária e arcaica do PMDB, que não entendeu e não aceitou o seu movimento. Nesta entrevista ao Diário da Manhã, ele responde as críticas e lembra ao ex-governador Iris Rezende que o partido não é dele, e que a sua vontade não pode se sobrepor à vontade de todos os outros filiados. “Precisamos construir um novo PMDB. E é isso que eu proponho”, afirma. 


Diário da Manhã – O seu pai, o ex-ministro Flávio Peixoto, disse na segunda-feira que o convite de Marconi ao senhor pode gerar uma situação inédita, em que o diálogo entre PMDB e PSDB com vistas às eleições é possível. É esta a principal consequência do convite? 

Thiago – Eu acho que o PMDB abre opções. Que fique claro que eu não vou para o governo com essa missão. Talvez represente isso de forma simbólica, mas em nenhum momento o governador me disse ou manifestou que o projeto era de buscar peemedebistas. O projeto é para a Educação. Agora, eu acho que naturalmente, como eu sou uma figura do PMDB, a relação do governador com o PMDB tende a ser melhor. Os prefeitos do PMDB hoje passam a ter um interlocutor próximo ao governador para tratar de muitas demandas. O próprio relacionamento que eu vou ter com a equipe de governo vai fazer com que isso avance. Ou seja: a aproximação política entre PMDB e PSDB pode ocorrer de forma natural, mas não é o plano.


DM – Como o senhor gostaria que o PMDB interpretasse o seu gesto? 

Thiago – É preciso entender o seguinte: o que houve não foi apenas um rompimento. Fui convidado a ser um agente extremamente importante na educação e na vida de mais 500 mil crianças e jovens do Estado. Não é uma missão política, não é uma mera missão administrativa. É algo muito maior. Agora, em relação ao PMDB, penso o seguinte: dentre os muitos caminhos que o PMDB pode seguir, eu proponho um novo caminho. Proponho um novo PMDB. O partido precisa mostrar maturidade e  entender que o processo eleitoral passou. Temos a intenção de promover uma grande união para o Estado. Isso o governador repetiu diversas vezes. Ele quer governar acima das questões político-partidárias e nós vamos trabalhar para que esta grande união aconteça. E eu sou um sinal forte disso, nesse processo. Defendo que este novo PMDB aproveite a oportunidade para estabelecer um diálogo diferente com a sociedade. Porque o diálogo que nós temos hoje não está gerando os resultados que o partido esperava. A bancada de deputados federais nossa reduziu, a bancada de deputados estaduais reduziu, não ganhamos o governo, não elegemos nenhum senador. Quem sabe com esta proposta de união e trabalho pelo Estado possamos estabelecer uma relação melhor com o cidadão.


 DM – O ex-governador Iris Rezende interpretou o gesto como traição ao PMDB. 

Thiago – O estatuto permite que dentro do partido haja diversas linhas de pensamento. Se hoje tem uma linha de pensamento que sugere a oposição, eu vou defender a linha de união pelo Estado. Estou ciente de que houve uma ruptura grande. Uma mudança muito grande. E mudança incomoda. E o que eu percebo, depois de conversar com muita gente no PMDB, é que existe no PMDB hoje uma maioria silenciosa, que não tem condições de se posicionar agora, que percebe que este não é um projeto individual. É um projeto de muitos. Talvez até da maioria do partido.


DM – Por que esta maioria continua silenciosa? Quando ela vai se manifestar? Quando for iminente o seu risco de expulsão? 

Thiago – Eles vão se manifestar conforme as coisas forem acontecendo. Eu não vou cobrar isso deles. É um processo natural, quando eles considerarem importante se manifestar, eles virão. A ruptura está feita. A mudança chegou. 


DM – É possível dizer que a resistência à mudança concentra-se hoje na velha guarda do PMDB? 

Thiago – Eu não colocaria desta maneira. Têm membros tradicionais do partido que estão comigo nesse processo. Alguns já declarados, como o ex-deputado Luiz Soyer, que tem me dado um apoio fundamental, importante. E outros mais cautelosos, mas que estão comigo. Antes de eu aceitar o convite, eu ouvi muitas pessoas do PMDB. E sabe o que eu percebi? Que as pessoas gostaram muito de serem consultadas, de serem ouvidas sobre o processo. Porque no PMDB é muito comum as decisões serem definitivas e de uma voz só. Eu percebi que se você conversar, se você dialogar, até aqueles que são contra podem se tornar favoráveis. E eles estão se sentindo muito valorizados pelo fato de terem sido consultados. Não é uma prática do partido. 

DM – Falando em decisões de uma voz só, o que representou para você a presença inesperada do ex-governador Iris Rezende naquela reunião da Executiva do partido em que se discutia o seu processo de expulsão? 

Thiago – Eu entendo que é uma situação que mexe com o partido, confesso até que mexeu mais do que eu imaginava. Então era natural que o Iris, que tem uma história no partido, se manifestasse, se posicionasse. Este episódio mexeu com o partido que ele entende ser dele. Agora, eu tenho todo respeito. Tenho todo cuidado, tenho admiração. Eu vi as declarações dele e lamento o que ele disse. Lamento e acredito que ele disse tudo aquilo no calor do momento. Eu não vou levar a discussão para aquele nível de forma alguma. Estou no meu direito, de defender uma linha dentro do PMDB, um novo caminho para o partido. Lamento o tom e as palavras usadas pelo ex-governador. Ele é muito maior do que a forma como ele conduziu este processo. 


DM – Ele é muito maior do que a forma como conduziu o processo, porém menor que o PMDB. É isso? 

Thiago – Exatamente. É isso que precisa ficar claro. O PMDB é um partido que precisa ter um projeto coletivo, que não pode ficar preso a diferenças pessoais. Eu vou citar um exemplo: Em 2004, nós disputamos uma eleição pela Prefeitura de Goiânia contra Pedro Wilson (PT). Eleição dura. Quatro anos depois, nós fizemos uma aliança com o PT e o Paulo Garcia, que era o coordenador geral da campanha do Pedro Wilson, hoje é o prefeito de Goiânia graças a essa aliança. Tivemos condições de superar todas estas divergências e construir uma aliança. Alguns anos depois, agora em 2010, o Pedro Wilson estava de mãos dadas com o Iris no palanque. Em 2006, nós lutamos contra o governador Alcides, que era aliado do Marconi na época. Quatro anos depois, o mesmo governador Alcides, que nos derrotou, estava ao lado de Iris no segundo turno pedindo voto para ele. E desde o primeiro dia do governo Alcides, a relação do Iris e do Maguito com o pepista foi muito positiva. Então, pode ser amigo do PT, pode ser amigo do PP, do Pedro Wilson, do Paulo Garcia, mas não pode fazer aliança com Marconi por quê? 


DM – Por que Iris não quer? 

Thiago – É. Então fica, no meu ponto de vista, parecendo uma decisão passional. E individual. Eu entendo que o partido tem que ser maior que isso. O PMDB é maior que isso. 


DM – Se o senhor estivesse no partido nas eleições presidenciais de 1990, quando Iris ignorou a candidatura de Ulysses Guimarães (PMDB) para apoiar Fernando Collor (PRN), teria pedido a expulsão dele? 

Thiago – Não acho que tenha que expulsar ninguém, mas tem que ser coerente. Vou te dar mais um exemplo: em janeiro de 2007, o PMDB fez uma nota oficial, assinada por toda a Executiva, pelo presidente do partido na época, Maguito Vilela, afirmando que seria oposição ao governador Alcides. Posição oficial do partido, votada de forma unânime no diretório. Alguns dias depois disso, o Iris já declarou que Poder Executivo não faz oposição a Poder Executivo e que a prefeitura deveria ter uma boa relação com o governador. E manteve a boa relação. Passados alguns dias, Maguito faz uma visita a Alcides no Palácio das Esmeraldas. Dois meses depois de perder a eleição para o mesmo Alcides. Qual é a diferença? Qual é a diferença, a não ser que o agente era Alcides, agora é o Marconi? Eu não tenho condições de lidar com esse tipo de raciocínio. Quer mais um exemplo? O Iris foi ministro do Fernando Henrique Cardoso, do PSDB. O Fernando Henrique, por sinal, disse uma frase muito sábia quando soube que o Henrique Meirelles havia sido convidado para ser presidente do Banco Central, e que Meirelles teria que sair do PSDB por exigência da lei. FHC disse: Meirelles não está indo servir o PT de Lula, ele está indo servir a nação. Está indo servir o País. Eu vou servir o meu Estado. Qual é o problema de um agente político que quer e entende que pode colaborar com a Educação de Goiás, servir o seu Estado da forma como ele achar melhor?


DM – O seu projeto político, de agora em diante, passa necessariamente pelo grupo de Marconi? 

Thiago –  A partir do dia 1º de janeiro, me torno um auxiliar do governo Marconi. E eu passo a fazer parte do seu projeto administrativo e, lógico, do seu projeto político. Não tem como a gente separar as coisas. Agora, o governador me deu a liberdade de continuar dando respaldo aos meus companheiros políticos até porque ele quer fazer um governo acima de questões partidárias. Eu estou discutindo política aqui hoje, mas eu quero assumir um compromisso: daqui a poucos dias, vou discutir Educação 24 horas por dia, todos os dias da semana. Vou dedicar todo o meu tempo a isso. Tenho que me entregar de corpo e alma a este projeto, que me causa muito entusiasmo mas, ao mesmo tempo, sei que ele é muito difícil. As minhas energias, então, estarão voltadas à Educação do Estado de Goiás. 


DM – Existe o entendimento de que o PMDB corre o risco de reduzir drasticamente nas eleições de 2012 sem o governo nas mãos e sem um candidato à Prefeitura de Goiânia. O senhor concorda? Seria o caso de repensar a aliança com o PT em 2012? 

Thiago – Olha, eu concordo que, dada a crise pós-eleição que o PMDB vive hoje, a crise de falta  de discussão, projetos e diálogo, limitam os horizontes do partido. Isso me preocupa. E o fato de não disputar eleição em Goiânia e Anápolis (as duas cidades são administradas por prefeitos do PT candidatos à reeleição) pode atrapalhar muito o PMDB daqui a alguns anos. Eu vi, de forma muito clara, os deputados Luis Cesar Bueno e Rubens Otoni, dizendo que o PT tem candidato a governador em 2014. Se o PT tem candidato a governador em 2014, como fica o PMDB nesse processo? Fica de aliado, fica de vice, fica como?  

DM – Vira satélite. 

Thiago – É. Então este é um momento em que, por mais que o relacionamento seja bom com os prefeitos de Goiânia e de Anápolis, nós temos que, politicamente, analisar se a aliança é o melhor caminho.


DM – O melhor caminho para o PMDB é ter candidato próprio nestas cidades? 

Thiago – Eu não vou afirmar isso. Acho que o melhor caminho é o novo PMDB, que vai mostrar maturidade e que é capaz de superar divergências políticas em nome do bem do Estado.


DM – Existe algum risco, ainda que mínimo, de o senhor tentar ser candidato a prefeito de Goiânia pelo PMDB? 

Thiago – Risco zero. Zero, zero, zero. Olha o tamanho do desafio que eu vou enfrentar. Se eu não me planejar para quatro anos, que é o período de duração do governo, eu já vou começar errado. Em nenhum momento me passa pela cabeça a ideia de disputar a eleição daqui dois anos. Todo esse risco que eu estou correndo, o rompimento que está sendo provocado, tem um rumo: educação de qualidade. A Educação vale qualquer risco, qualquer rompimento. A Educação vale todo o desgaste que estamos vivendo.


DM – O senhor tem noção exata da situação política que provocou? 

Thiago – Tenho. Como eu te disse, a mudança incomoda. E eu acho que a mudança é importante porque, a partir dela, as coisas passam a acontecer.  


DM – A bancada de deputados estaduais eleitos pelo PMDB manifestou apoio praticamente unânime à sua decisão de assumir a secretaria. A exceção foram os deputados estaduais Daniel Vilela e Waguinho Siqueira. De que forma o senhor interpretou este movimento dos dois colegas? 

Thiago – Legítimo. São pessoas com quem eu tenho uma ótima relação. Tanto o deputado Daniel quanto Waguinho são meus amigos e eu entendo que, no fundo, no fundo eles estão torcendo pelo sucesso da Educação em Goiás e pelo sucesso dessa nova missão que eu estou encarando. A resposta que eu vou dar a eles é trabalhando bem, é fazendo um trabalho bonito e melhorando a administração do Estado.

DM – Daniel e o pai dele, Maguito, se posicionaram de formas totalmente diferentes a respeito do episódio que te envolveu. Enquanto Daniel fez severas críticas, Maguito considerou o convite “honroso”. Considera normal que esta divergência ocorra neste momento? Pode ser uma estratégia política? 

Thiago – Não. Eles são pai e filho, mas eles têm personalidades próprias. Cada um toma suas decisões da forma que entende ser a melhor. Eu convivo com os dois e sei disso. E é muito bom que seja. O Maguito, como uma figura mais experiente, que sabe que vai precisar manter uma boa relação com o governo estadual, teve um tom. E Daniel, que está querendo defender a oposição de forma mais veemente, tem outro tom. Eu sei separar as coisas.

Thiago Peixoto: Educação com profissionalismo!





Política & Justiça

Vou para dentro da escola
Novo secretário de Educação diz que pretende visitar, sem aviso, todas as unidades de ensino da rede estadual

Novo governo deve adotar 14º salário para estimular os profissionais a buscar o aprendizado do aluno

Thiago revela planos de instituir um sistema de avaliação regional de ensino e eliminar focos de desperdício

Alexandre Bittencourt

Responsável pelo maior cataclisma político registrado em Goiás desde muito tempo, o futuro secretário de Educação do governo Marconi Perillo (PSDB) e deputado federal eleito Thiago Peixoto (PMDB) pretende levar à cabo algumas de suas ousadas propostas para área – detalhadas na coletânea de artigos publicada por ele em 2010 com o título “O Desafio de Mudar”. Entre elas consta a adoção da meritocracia e a instituição do 14º salário, atrelado ao desempenho dos alunos da rede pública. Outra é a criação de um sistema de avaliação do ensino nos moldes do Enem e do Ideb, a ser aplicado com exclusividade em Goiás. Mas nenhum de seus projetos é mais ousado e mais louvável do que o perfil de gestão que ele pretende adotar à frente da pasta. “Vou para dentro da escola. Faço questão de visitar as mais de mil escolas que nós temos em Goiás. Vou visitar elas com os dados, com equipe, e quero conhecer uma a uma, saber as dificuldades.”

Filho do ex-ministro Flávio Peixoto e principal representante da nova geração de políticos do Estado, Thiago surpreendeu a todos com a notícia de que havia aceitado o convite de Marconi para participar do secretariado. Nesta entrevista ao Diário da Manhã, ele conta suas impressões a respeito da polêmica que criou e de seus planos para pasta.


Diário da Manhã – O senhor costuma dizer que a estipulação de metas é o melhor caminho para fazer a Educação pública avançar. O senhor já estipulou essas metas em conversas com o governador eleito? Quais são?

Thiago Peixoto – Olha, no que diz respeito à Educação, eu acho que faltam ao poder público dados e diagnósticos para saber onde você está e aonde quer ir. Se não existem dados, o agente público vai viver a situação presente e não vai ter como medir avanços ou regressões. Daí você investe, investe, investe, mas será que está dando certo? É difícil fazer este tipo de avaliação. Se a gente não estabelecer essas medidas, essas avaliações, dificilmente a gente vai seguir pelo caminho correto. Particularmente, penso que nós podemos nos pautar pelas 20 metas do Plano Nacional de Educação, divulgado recentemente, para desenvolver um projeto de profissionalização da educação aqui em Goiás. E tem outras metas. Sugeri ao governador que o governo assinasse um termo de compromisso com o movimento Todos Pela Educação, que tem cinco metas. E essas cinco metas eles mesmos acompanham, fazem a medida, o diagnóstico, e colaboram com o seu cumprimento. A gente tem que trabalhar de forma profissional. 


DM – Em seus artigos, o senhor reclama da ausência de um sistema de avaliação do ensino realizado pelo próprio Estado, que nos obriga a trabalhar apenas com os levantamentos realizados pelo governo federal, como Enem e Ideb. É de seu interesse criar essa avaliação de imediato?

Thiago – O governador falou muito em melhorar os índices da educação em Goiás. Para você melhorar esses índices, você precisa tê-los de forma mais detalhada, de forma minuciosa. Para “quebrar” esses índices, vai ser necessário que a gente tenha o nosso índice regional. Um índice estadual muitos Estados já têm, como São Paulo, Pernambuco, Minas Gerais e diversos outros. É algo que já está acontecendo no Brasil, e por quê? Porque o índice nacional que mede a educação básica (Ideb) é realizado apenas de dois em dois anos. Então o governo federal faz o índice agora para ser divulgado no ano que vem. Nós precisamos de algo mais urgente. Em um mandato de quatro anos, nós precisamos avaliar de ano a ano ou, se possível, semestralmente. Mas ano a ano é o normal. É uma proposta que defendo, mas eu não conversei com o governador especificamente sobre este assunto. Mas se quisermos melhorar os nossos índices, é fundamental criar esse sistema.


DM – Já que o mandato é de quatro anos, pressupõe-se que a criação do índice regional vá ocorrer de imediato. Certo?

Thiago – Em um primeiro momento, dá para trabalhar com o Plano Nacional da Educação. Mas eu entendo que logo, logo nós vamos ter que criar o nosso índice estadual. Qual é a vantagem de se trabalhar com dados regionais? É você que pode “quebrar” as informações ao máximo até chegar nos alunos, cujo aprendizado é a nossa principal finalidade. Por exemplo: você tem um dado de uma cidade X. Aí, você “quebra” esse dado por região. Aí você “quebra” ele por escola, depois sala de aula. E por fim, em cada sala de aula a gente vai ver quais são os dois ou três alunos que estão com dificuldades.


DM – As suas propostas pressupõem um aumento no valor investido pelo Estado em Educação. Existe um percentual de 25% do Orçamento que, por lei, deveria ser aplicado na área, mas nunca foi respeitado. Se os 25% forem repassados pelo futuro governo já será possível fazer tudo que o senhor pretende?

Thiago – Eu acredito que sim. Em Educação, agora, nós temos que trabalhar com um binômio muito claro: pedagogia, que é o ensino em si, e gestão. Em uma máquina tão grande quanto a Educação, existe muito desperdício. Existe muito recurso que não chega na ponta da forma adequada. Nós temos condições de buscar ferramentas de gestão que venham a otimizar o investimento no aluno. E, a partir daí, reunir mais recursos para executar os nossos projetos. E outra: priorizar. O próprio recurso previsto por lei já é algo viável e existe muito repasse do governo federal. Claro que a gente tem que estar preparado para ter uma boa relação com o Ministério da Educação para, a partir daí, participar dos muitos programas que existem, e que podem dar apoio aos projetos locais. Se puder ter ainda mais recursos, melhor. Mas eu entendo que existe uma margem grande para a gente trabalhar hoje, corrigindo a “não-eficiência”.


DM – Onde existe “não-eficiência” no nosso sistema educacional?

Thiago – Em todo lugar, acho que existem vários ralos pequenos. Eu não sei te falar onde especificamente existem os furos que provocam desperdício, mas eu sei que existem. Isso se corrige com métodos de gestão. Eu conversei com o governador e ele falou o seguinte: transformar a Educação em um dos carros-chefe da intervenção que o Movimento Brasil Competitivo (MBC) e o Instituto Nacional de Desenvolvimento Gerencial (INDG) estão fazendo em Goiás. O MBC e o INDG são formados por gestores qualificadíssimos, que estão ajudando Marconi a montar um governo enxuto, moderno. Normalmente, o MBC e o INDG trabalham da seguinte forma: eles entram primeiro nas Finanças, na Secretaria da Fazenda, e escolhem uma ou duas áreas de atuação mais rápidas. Finanças e Segurança Pública, por exemplo, ou Finanças e Educação. Aí, quem vai decidir quais áreas é o governador. Eu pedi a ele – e ele concordou – que uma das áreas que a gente vai mexer será a Educação.


DM – O senhor já discutiu com Marconi a criação do 14º salário para profissionais da Educação?

Thiago – Já. São duas coisas importantes que eu já discuti com o governador. Uma delas foi a questão da gestão, que a gente acabou de falar. A outra foi o seguinte: eu falei que a qualidade da educação nunca vai superar a qualidade dos professores. Isso eu falo sempre. Então, nós temos que ter um professor valorizado, bem remunerado e bem capacitado para a sala de aula. E o 14º salário é muito importante nesse sentido. Mas mais importante ainda, antes de chegar no 14º salário, é nos adequarmos ao piso nacional. E quando eu conversei com o governador, ele disse: “Eu tenho, como compromisso de campanha, a determinação de pagar um piso maior do que o piso nacional em Goiás.” É lógico que este não é um processo a ser executado já no dia 1º de janeiro, mas a gente vai fazer todo um planejamento, todo um projeto, para chegar a um piso salarial que seja mais alto que o piso nacional. Isso é valorizar a base da educação, que é o professor. O projeto que cria o 14º salário em todo o País foi apresentado pelo senador Cristovam Buarque (PDT-DF) e relatado por Marconi. O que é o 14º salário? É um bônus por desempenho com base na evolução do aluno. E quem ganha o 14º salário não é só o professor. É a escola, é o corpo da escola. Tem-se o entendimento que quem colabora com a Educação é toda a escola. E por ser um projeto que Marconi foi relator, que ele participou, ele tem interesse que seja implantado aqui em Goiás.


DM – Em relação ao piso salarial a ser pago em Goiás, já dá para falar em valores?

Thiago – Acho que é precipitado eu falar isso. Melhor eu chegar, assumir a secretaria e trabalhar com planejamento para chegar nisso. Nós temos que fazer essa gestão eficiente para sobrar recursos e para promover este tipo de ação.


DM – Nos Estados que implantaram o 14º salário, qual foi o impacto médio na folha salarial, em termos percentuais? Há um estudo sobre isso?

Thiago – Eu não sei te dar esse percentual. Mas eu sei que é algo possível, tanto é que tem muitos Estados fazendo isso. É algo viável.


DM – Dentre as suas propostas iniciais para a Secretaria de Educação, alguma sofreu veto do governador em função das dificuldades financeiras do Estado?

Thiago – Tudo foi colocado em um trabalho de quatro anos. Nada foi colocado de forma imediata. Tudo foi pensado e elaborado pensando em prazos a serem cumpridos no futuro. Todos os compromissos feitos tem um período de quatro anos para serem cumpridos. Alguns serão executados de forma mais rápida, outros de forma mais lenta, mas só vamos ter condições de criar este cronograma quando estivermos lá.


DM – Durante a campanha, em 2006, o governador Alcides Rodrigues disse que ao final de seu mandato todas as escolas funcionariam em tempo integral. No entanto, logo que assumiu, a secretária Milca Severino disse que o compromisso era inviável. O senhor é capaz de assumir para si este objetivo? É possível transformar todas as escolas de Goiás em escolas de tempo integral?

Thiago – Eu entendo que é um desafio e que nós vamos trabalhar para isso. Sim, é possível, mas nós temos que trabalhar para isso. E nós temos que discutir a escola de tempo integral que nós queremos. Não do ponto de vista físico, mas do ponto de vista pedagógico e de apoio. Porque não adianta você construir ou reformar escola para funcionar em tempo integral se você não tem o conteúdo adequado, o método adequado para implantar. Aluno tem que aprender. Então, eu diria que é possível, mas nós temos que repensar qual escola nós queremos oferecer aqui em Goiás. A que eu conheço e que me chama mais atenção é o Ginásio Pernambucano, no Recife, que combinou pedagogia e gestão e tem um trabalho junto à sociedade civil organizada e também junto à iniciativa privada.


DM – No que diz respeito a Educação, o que o governador Alcides Rodrigues deixa como herança positiva, se é que deixa alguma?

Thiago – Eu entendo que, em Educação, você tem que estar alguns passos à frente. Na minha opinião, o governo Alcides paralisou o ritmo que existia na evolução do sistema educacional de Goiás. Agora, teve avanços. O que estou contestando é o ritmo do avanço. Nós vamos ter que recuperar este ritmo e mantê-lo acelerado durante quatro anos.


DM – O senhor diz, em um dos seus artigos, que é inquestionável a relação entre avanço da economia e avanço da educação. No entanto, em Goiás a economia cresceu a 8% em 2010, apesar do avanço lento na educação. Como explicar este fenômeno?

Thiago – Hoje, nós temos uma mão de obra que teve acesso à educação anos atrás. A mão de obra utilizada hoje em Goiás foi formada há muito tempo, e não atualmente. Então, o crescimento econômico é reflexo do que foi feito no passado. Não só no ponto de vista de Educação, mas também de infraestrutura, de incentivos fiscais, e por aí vai. Aquilo que foi feito dez anos atrás tá surtindo resultado agora. Economia é assim. Poucas são as medidas que surtem efeito a curto prazo, da mesma forma que a educação. O que eu percebo é que nós talvez enfrentaremos dificuldades no futuro, para manter um ritmo de crescimento de 8% ao ano, já que nos últimos anos a educação não acompanhou o ritmo do Estado. Esse é um grande desafio.


DM – Este fenômeno não tem a ver com a vocação de Goiás para a economia primária?

Thiago – Acho que tem a ver, e acho que nós temos que respeitar e valorizar o setor primário. Mas no século XXI, nós temos que priorizar o conhecimento, a tecnologia, a pesquisa. O Estado vai viver sua maior evolução se estas áreas se desenvolverem. E a educação é o grande ponto de convergência de tudo isso. E eu entendo que o governo Marconi pode representar o início deste novo momento, com maciços investimentos e visão adequada a respeito do que o conhecimento pode fazer em Goiás.


DM – As prefeituras enfrentam grande dificuldade para atender a demanda de alunos de até seis anos por vagas na rede fundamental de ensino. Aparecida, por exemplo, supre apenas 10% da demanda. O Estado pode fazer alguma coisa para ajudar esses prefeitos?

Thiago – É algo a ser estudado. Como nós queremos a melhor educação, quanto antes a criança estiver na escola, maiores serão os avanços que ela pode conquistar. Agora, eu não sei ainda se o Estado tem como colaborar nesse sentido. A Prefeitura de Goiânia, desde a gestão do prefeito Pedro Wilson (2001 a 2004), passando por Iris Rezende (2005 a 2010) e chegando em Paulo Garcia (atual prefeito) vem construindo Centros Municipais de Ensino Infantil (Cmeis) de forma intensa, mas ainda existe um déficit muito grande. Do ponto de vista de qualidade os Cmeis são referência, mas faltam unidades. Eu ainda preciso entender melhor como ajudar. Isso seria importante.


DM – Do ponto de vista pedagógico, as escolas carecem de mudanças?

Thiago – Olha, tudo tem que ser discutido, e a sala de aula é o centro disso. Se você não tiver conteúdo, metodologia e abordagem adequados, além de tecnologia dentro da sala, dificilmente vamos atingir os resultados que buscamos.


DM – Já há esboço de projetos que visem a profissionalização dos servidores da Educação?

Thiago – Existe uma ideia que ainda precisa ser discutida com o governador. Tem uma figura muito importante nessa história toda que é o diretor da escola. É sensível a diferença entre visitar uma escola que tem um líder forte, competente, e visitar outra que não tem, inseridas na mesma realidade social. Vou citar um exemplo prático: aqui na Vila Mutirão nós temos a Escola Edmundo Rocha, que vem buscando avanços porque tem um líder lá dentro, um diretor muito competente, especializado em gestão, que buscou uma parceria com a iniciativa privada para ajudar a escola. A alguns metros dali nós temos outras escolas, entre elas a Escola Jaime Câmara, que vive a mesma realidade social, mas não tem a mesma qualidade educacional e nem a mesma estrutura. Por quê? Porque não tem liderança. Então nós temos que criar um centro de liderança, de diretores para a gestão dessas escolas.


DM – Estes diretores serão fundamentais no seu projeto de descentralização administrativa das escolas.

Thiago – Sim, desde que estejam preparados. Hoje, já existe uma grande autonomia, mas eu entendo que o gestor precisa estar mais preparado para lidar com isso. Temos que corrigir isso através deste centro de liderança.


DM – O senhor já está pensando no modelo de gestão compartilhada de escolas que vai propor à iniciativa privada?

Thiago – Existe um programa em funcionamento em Goiás chamado Parceiros da Educação. Aqui em Goiás, ele é formado por um grupo, do qual eu faço parte, que se chama Novos Líderes. São empresas privadas que, de certa forma, adotam escolas. Mas elas não repassam os recursos para escolas simplesmente, não. Elas repassam de acordo com o desempenho da escola, discutindo bem os avanços que a escola tem que ter antes de investir. Nós temos que ampliar isso, mas como? Hoje, as empresas não tem nenhum tipo de incentivo para investir. A minha sugestão é que a sociedade civil organizada, liderada pelos Novos Líderes e por outras entidades empresariais criem uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip). Essa Oscip vai ter condições de receber recursos de empresas e investir em escolas. O que a empresa tem de vantagem? Como é um programa de Oscip, ela pode deduzir isso do seu imposto de renda. Então, a ideia é criar uma grande rede da iniciativa privada que colabore com as escolas. Mas sempre amarrado a metas e objetivos.


DM – A secretaria de Educação consegue se comunicar bem com as escolas?

Thiago – Eu não conheço bem essa estrutura, agora vou adotar um estilo próprio. Eu vou para dentro da escola. Eu faço questão de visitar as mais de mil escolas que nós temos em Goiás. Vou visitar elas com os dados, com equipe, e quero conhecer uma a uma, saber as dificuldades. E vamos chegar à sala de aula preparados, com o Ideb dela, discutir com o professor, discutir com o diretor e discutir dificuldades físicas pessoalmente. Quero criar uma forma de gestão em que eu possa ter, diariamente, contato com as escolas. 


DM – Sem avisar.

Thiago – Sem avisar. E já fica avisado (risos).

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Dilma Rousseff: Ministros confirmados!





Política & Justiça



Depois de um mês, Dilma conclui novo ministério

Agencia Estado - Andrea Jubé Vianna

Um mês após o anúncio dos integrantes da equipe econômica e às vésperas do Natal, a presidente eleita, Dilma Rousseff, concluiu a formação de seu ministério. Nesse período, Dilma optou pela discrição, com futuros ministros sendo anunciados por meio de notas oficiais, divulgadas pela equipe de transição. Foram oito notas para anunciar os 37 ministros.

Os primeiros nomes confirmados foram a petista Miriam Belchior no Ministério do Planejamento, Alexandre Tombini na presidência do Banco Central (BC) e a permanência de Guido Mantega no Ministério da Fazenda. Os três foram os únicos a conceder entrevista à imprensa após confirmados no futuro governo.

Quase a metade da Esplanada - 17 ministérios - vai ficar com o PT. O partido terá sob seu comando os ministérios mais importantes, como Fazenda, Casa Civil e Planejamento. A legenda também controlará os dois maiores orçamentos livres, da Educação e Saúde. O maior orçamento obrigatório é o da Previdência Social, pasta confiada ao PMDB. 

Partido do presidente da Câmara e vice-presidente eleito, Michel Temer (SP), o PMDB ficará com seis pastas. No entanto, a sigla perdeu ministérios de peso, como Integração Nacional e Comunicação Social. O PSB conseguiu duas pastas, embora pleiteasse três. Os demais aliados - PCdoB, PR, PP e PDT - ficaram com um ministério cada um. Por fim, Dilma cumpriu a promessa de ampliar a participação de mulheres na Esplanada. Ela triplicou o número de ministras: eram três, agora são nove. 


Confira abaixo a relação completa dos ministros do governo Dilma Rousseff


PT

Ministério da Fazenda, Guido Mantega

Casa Civil, Antonio Palocci

Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho

Ministério da Justiça, José Eduardo Cardozo

Ministério das Relações Institucionais, Luiz Sérgio

Ministério da Educação, Fernando Haddad

Ministério da Saúde, Alexandre Padilha 

Ciência e Tecnologia, Aloizio Mercadante 

Ministério das Comunicações, Paulo Bernardo 

Ministério do Desenvolvimento Social, Tereza Campello 

Ministério do Desenvolvimento Agrário, Afonso Florence 

Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC), Fernando Pimentel 

Ministério do Planejamento, Miriam Belchior

Ministério da Pesca, Ideli Salvatti 

Secretaria Especial de Direitos Humanos, Maria do Rosário 

Secretaria Especial de Promoção da Igualdade Racial (Sepir), Luiza Bairros 

Secretaria Especial de Políticas para Mulheres, Iriny Lopes 


PMDB

Ministério da Agricultura, Wagner Rossi

Ministério do Turismo, Pedro Novais

Ministério da Previdência Social, Garibaldi Alves 

Ministério de Minas e Energia, Edison Lobão 

Secretaria de Assuntos Estratégicos, Moreira Franco 

Ministério da Defesa, Nelson Jobim 


PSB

Ministério da Integração Nacional, Fernando Bezerra Coelho

Secretaria de Portos, Leônidas Cristiano 


PDT

Ministério do Trabalho, Carlos Lupi


PC do B

Ministério dos Esportes, Orlando Silva


PR

Ministério dos Transportes, Alfredo Nascimento 


PP

Ministério das Cidades, Mário Negromonte


Sem filiação partidária

Banco Central, Alexandre Tombini

Ministério das Relações Exteriores, Antonio Patriota

Secretaria de Comunicação Social, Helena Chagas

Ministério do Meio Ambiente, Izabella Teixeira

Ministério da Cultura, Ana de Hollanda

Advocacia Geral da União, Luís Inácio Lucena Adams 

Controladoria Geral da União, Jorge Hage 

Gabinete da Segurança Institucional, José Elito Carvalho Siqueira