sexta-feira, 18 de junho de 2010

Anápolis: transito e soluções!







FACE A FACE


Problema de trânsito não é só de Anápolis’

Trânsito em Anápolis - Ruas estreitas, excesso de veículos e má-formação de motoristas foram algumas das perguntas feitas pelos leitores do POPULAR ao tenente Edson Peres Dourado, diretor da Companhia Municipal de Trânsito e Transportes do município.

Paulo Nunes Gonçalves, de Anápolis

PERFIL:



Edson Peres dourado,
46 anos
Tenente da Polícia Militar. Tem experiência na área de trânsito, o que levou à sua indicação para o cargo.


Com uma frota caminhando para 170 mil veículos, o trânsito de Anápolis continua como um grande desafio para administração municipal. É uma das áreas que mais geram reclamações, tanto pela fluidez, que é lenta, quanto em relação aos gargalos, como da Avenida Barão do Rio Branco, na qual não se pode estacionar; na confluência das Avenidas Universitária, Presidente Kennedy e Contorno ou nas regiões em que a cidade é cortadas pelas BR-153 e 060.

Sobre os problemas e soluções para o trânsito da cidade, o diretor da Companhia Municipal de Trânsito e Transportes, tenente Edson Peres Dourado, responde as perguntas feitas pelos anapolinos no Face a Face do POPULAR.

Segundo ele, Anápolis terá um novo modelo no seu transporte coletivo. No cruzamento das Avenidas Universitária, Presidente Kennedy e Contorno será construída uma elevatória para evitar os constantes acidentes que ocorrem no local. O diretor disse que os novos agentes ainda não estão lavrando multas e que as campanhas de educação de trânsito vão continuar pelos próximos 30 dias.

(Hebert Melo) - Anápolis passa por alguns transtornos no trânsito. Há dois pontos onde o tráfego é constante em horas de rush: um deles é o trevo do Daia. Impasses do Dnit à parte, a CMTT tem possibilidade de estudar uma solução enquanto a obra do viaduto não sai do papel ?

No início desta administração implementamos orientação naquele local. A CMTT, por ser municipal, tem apenas um convênio com Polícia Militar e Detran. Naquela área, que está na jurisdição da Polícia Rodoviária Federal, poderíamos orientar, mas sem punir. Em virtude disso, foi retirado o serviço, mesmo porque já havia iniciado a licitação da obra lá. Agora, por problemas legais, houve a intervenção (da obra). Mas o próprio o Estado, com a prefeitura, já iniciou um anel viário, que vai cortar da BR-153, antes do Posto Presidente, passando por trás do Daia e saindo pela Caoa/Hyundai, retornando à BR. 153. É um paliativo.

(Rafael Martins) - O trânsito no Centro é congestionado e a maior culpa é dos ônibus. Anápolis conta hoje com dois corredores exclusivos para ônibus, o da Avenida Brasil Sul e o da Travessa João Buta. Por que não criar corredores preferenciais no Centro, como forma de dar fluidez ao trânsito?

O transporte coletivo tem de ser privilegiado. Não concordamos que os ônibus atrapalham o trânsito. Na verdade, um ônibus transporta de 45 a 60 pessoas e faz o que 10 veículos pequenos fariam. Entendemos a necessidade desses corredores. Já existe um estudo adiantado para que isso possa ser proposto. Temos também um desafio, que é o corredor Leste-Oeste, nas Avenidas Goiás e Barão do Rio Branco. Temos estudos para que isso possa ser contemplado no novo modelo do transporte coletivo de Anápolis.

(Elaine de Freitas) - O trânsito de Anápolis é pior que o de Goiânia. A falta de educação impera. Eu mesmo conheço muita gente que comprou a carteira de habilitação na cidade. Até onde sei, nada é feito para acabar com a venda de carteiras. O senhor pode me dizer o que está sendo feito?

O problema de trânsito não é uma prerrogativa de Anápolis, mas do Brasil, porque houve crescimento econômico e com ele a facilidade de aquisição de veículos. Goiânia, Anápolis, Brasília, nas principais capitais, onde tenho ido para ver modelos de trânsito, existe esse problema. Anápolis já fez grandes investimentos em relação ao trânsito. Trocamos todos os semáforos, na Avenida Goiás estamos em conclusão. É um novo modelo de semáforo eletrônico, que possibilitará sincronismo nos horários de picos, em locais tem maior tráfego. Temos a trincheira do Anápolis City para o Bairro de Lourdes, o da Jaiara e outro indo para Interlândia, antes do Mosteiro. Essas três trincheiras são propostas pela administração atual. Temos também uma trincheira a ser feita na confluência das Avenidas Universitária e Presidente Kennedy, que é um gargalo que tem que ser resolvido. Foram contratados mais 50 agentes de trânsito. Com relação às carteiras de habilitação, é uma denúncia, de certa forma grave, nós não temos conhecimento de que há carteiras sendo vendidas. Com relação a isso, o órgão de trânsito municipal não tem condições de interferir. Nossa questão é fiscalizar e detectando uma carteira que possa ser falsa haverá um encaminhamento para a polícia.

(Waldivino Gomes) - Por que não é feita uma fiscalização mais rigorosa aos motociclistas, a fim de que eles cumpram as leis de trânsito?

Ano passado nós tivemos três grandes campanhas voltadas somente para os motociclistas, com mais de 12 mil pessoas sendo alcançadas. Nossos dados estatísticos mostram que a maioria dos acidentes de trânsito com gravidade acontecem com motociclistas. Portanto, temos feito ações de educação de trânsito e de fiscalização, tanto que, no pátio onde ficam recolhidas as motos, a maioria dos veículos é dos que não obedecem a legislação de trânsito. Ações têm sido feitas e intensificaremos mais ainda em julho, quando teremos um mês inteiro de campanha.

(Elinton Garcia) - Reconheço que o trânsito da rua Barão do Rio Branco melhorou. Mas, por conta disso, o comércio está acabando, porque os clientes não têm onde estacionar. Entendo que o ideal seria uma fiscalização rígida na Área Azul. Por que não tem fiscalização no horário de pico, como às 18 horas, quando tem muitos carros estacionados na Barão do Rio Branco?

Na Barão do Branco foi feita uma pesquisa na administração anterior para implementar a proibição de estacionamento. Quando nós assumimos, já havia a proibição. Mas entendemos que a retirada do estacionamento trouxe maior fluidez ao trânsito. Nós temos o problema do corredor Leste-Oeste, para o qual só temos a Avenida Goiás e a Barão do Rio Branco. Na Goiás não houve a proibição total, só de um dos lados, porque, pela sua largura, é possível ter sido feito dessa forma. Já a Barão do Rio Branco tem de 7 metros de largura, ela é muito estreita e não permite nem mesmo um lado de estacionamento. Com a frota que temos em Anápolis, de 170 mil veículos, é impossível permitir estacionamento ali sem travar o trânsito. O fato de muita gente estar estacionando às 18 horas, talvez nossos agentes não tenham percebido. Já percebemos que, de meio-dia às 13 horas, as pessoas tendem a estacionar ali porque sabem que estamos fazendo a transferência de horário de serviço. Vamos mudar a escala, para que tenhamos ali pessoas no horário de almoço e também das 18 às 19 horas.

(Michelle Ambrósio) - Sou motociclista, mas sempre tenho dúvida em como me posicionar nas vias enquanto espero pela abertura do semáforo. Minha insegurança acontece porque ao ocupar o espaço central da pista, como um carro, logo vêm outros motociclistas e ficam na faixa lateral. Assim o carro que está atrás de mim buzina, como se eu estivesse atrapalhando o trânsito. Qual é a posição correta para eu me posicionar, sobretudo em Anápolis, onde as ruas são estreitas. Tenho de dar preferência aos carros?

O motociclista tem de se posicionar como um veículo normal. Se o carro que está na frente para, ele deve parar atrás. Existe essa discussão para a proibição para as motocicletas transitarem entre os carros. Está tramitando um projeto de lei no Congresso que pode estabelecer essa proibição. Mas há um entendimento de que a motocicleta é concebida com a possibilidade de trafegabilidade com maior rapidez, daí então não haveria essa proibição. A orientação é que o trânsito entre dois veículos seja feito com segurança de, no mínimo, um metro de um lado e um metro de outro para que se possa transitar relativamente seguro entre os veículos. É fato que em Anápolis, dependendo do lugar, não sugerimos isso, até porque nossas ruas são estreitas, tornando quase impossível que as pessoas transitem nesses locais sem correr o risco de alguém abrir uma porta ou mudar de faixa bruscamente, e isso acontece, e ela ser atingida. O ideal é que a moto ande atrás de um veículo normal, seja um automóvel ou um caminhão, e em avenida onde haja a possibilidade de ficar com um espaço de um metro do lado direito e outro do esquerdo dos outros veículos. Não podendo fazer isso, deve-se andar como um veículo normal.

(Jocélio Dias Padilha) - Por que não está sendo cumprida a lei 2408/96, que proíbe a circulação de mototáxi na cidade, enquanto os taxistas pagam impostos? Neste ano ainda fomos submetidos a tirar certidão negativa criminal, enquanto os mototaxistas circulam normalmente, sem qualquer documentação?

A questão dos mototáxis não é algo de Anápolis, mas do Brasil. Ao assumir a administração, tivemos uma conversa com os mototaxistas. Mas em julho, o presidente Lula sancionou uma lei que legalizava a profissão de condutor de mototáxis e motofrete. Mas deu um prazo até julho deste ano para que os municípios possam regulamentar a aplicação da lei. A lei diz que o Contran, que é o órgão que regulamenta o trânsito, editaria uma resolução que orientava em como fazer o curso que hoje os taxistas e os condutores de vans escolares têm de fazer. E o Contran até hoje não editou essa resolução. Esperamos que o Contran esteja fazendo isso, para que nós possamos pensar no serviço de mototáxis em Anápolis com todos os quesitos legais, exigindo deles o mesmo que é cobrado do taxista ou do transporte escolar.

(Amilton Batista) - Tendo em vista que o município não promoveu o funcionamento da Escola Pública de Trânsito, prevista no artigo 74 parágrafo 2º do Código de Trânsito Brasileiro, o senhor acha que a contratação de novos agentes municipais implicará em mais educação para o trânsito ou em aumento de multas?

A escola municipal que é prevista no Código de Trânsito, não só em Anápolis mas em grande parte das cidades, não foi implementada. O fato é que nós já temos um trabalho de educação de trânsito nas escolas municipais, com o nosso departamento de educação de trânsito. Vamos às escolas municipais, nas empresas, Base Aérea e na Polícia Militar. Ao invés dessa estrutura ser montada nos órgãos de trânsito, nós temos uma estrutura de educação de trânsito em que todo domingo estamos em um bairro com a nossa equipe, envolvendo as crianças na educação de trânsito. Tudo isso, além do trabalho que é feito nas escolas, não só quando somos solicitados, mas também por iniciativa do órgão de trânsito. Vamos também nas empresas em que há demanda. Temos um grande número de solicitação de visitas e nós temos atendido a todas. As empresas do Daia, por exemplo, nós visitamos todas. Ao invés de fazer um gasto para trazer as pessoas para dentro da sala de aula, nós vamos até as empresas. Nós alcançamos, no ano passado, mais de 30 mil pessoas e agora queremos dobrar essa número ou pelo menos mais 50% disso. Em relação aos agentes de trânsito, não há que se dizer que eles vão fazer com que aumentem as multas, até porque não temos interesse de fazer com que a arrecadação venha trazer manutenção para o órgão. Pelo contrário, exemplo disso é a mudança da velocidade máxima na Brasil Norte, de 40 para 60 quilômetros, praticamente zerou as multas ali aplicadas. Diminuimos também o número de lombadas eletrônicas. Se tivéssemos preocupação em arrecadar não teríamos reduzido o número de lombadas porque só uma lombada dá a arrecadação de um município pequeno. Os agentes recém-contratados estão há quase 60 dias nas ruas e não têm bloco de multas. Trabalham só com orientação e educação de trânsito.


Comandante da PM participa do Face a Face’

Até as 14 horas de hoje é possível participar da entrevista com o comandante-geral da Polícia Militar (PM), coronel Carlos Antônio Elias. O tema segurança passou a ser o assunto da semana no Face a Face do POPULAR, depois que o diretor do Parque Zoológico, Rafael Cupertino, cancelou a participação, por motivos de doença - hérnia de disco.

Um dos responsáveis pela aplicação da política estadual de segurança, o comandante da PM vai falar sobre o combate à violência, mudanças que estejam previstas, sem deixar de lado também os casos de violência praticada por policiais militares contra cidadãos comuns, como o caso do estupro de uma jovem de 19 anos por um soldado da PM, em Aparecida de Goiânia.

Carlos Antônio Elias poderá comentar qual efetivo tem hoje cuidando somente do policiamento em Goiás e Goiânia, entre outras questões. As perguntas que forem feitas serão respondidas pelo comandante na edição de amanhã do jornal.

O POPULAR no Facebook - Você faz a Pergunta!

PARTICIPE!
Para seguir O POPULAR no Facebook basta clicar no endereço www.popface.com.br. Nele você encontrará notícias em tempo real, participará de discussões e poderá interagir com a redação.


Nenhum comentário:

Postar um comentário