Rolo compressor!
João Aquino
Com uma atuação de bastidores das mais estranhas que já se viu em Goiás, o governo conseguiu, baseado em promessas variadas, fazer com que o PP se dobrasse aos caprichos da cúpula. O PP histórico foi massacrado por gente que nunca militou no partido e que usurpou o poder sem ter nenhum voto em sua trajetória política. Se a decisão fosse tão favorável ao governo, como se apurou ao final, não seria necessário tanto alvoroço e tanta articulação dos governistas, que chegaram a sair do local da convenção e até a ir a Brasília para garantir suas teses, custando o que custasse.
Teve até uma situação deprimente, quando tentaram impedir o acesso de um oficial de Justiça ao recinto, e uma porta foi quebrada. O governador se isolou em um pequeno recinto, apenas com o celular e disparou, durante mais de quatro horas, telefonemas para todo lado.
As autoridades da Justiça Eleitoral de Goiás e o Ministério Público precisam ficar atentos para movimentação financeira de algumas pessoas e verificar até que ponto a máquina pública foi usada em favor de um grupo político, que teria até viajado em avião do Estado para fazer articulações de última hora.
Agora não adianta mais lamentar pelo lamaçal que escorreu na convenção do PP. As bases estão enojadas e, certamente, seguirão o caminho mais óbvio para quem está indignado com a compra de consciências: trabalhar dobrado pelo projeto vitorioso nas últimas três eleições e não aceitar traição como única alternativa.
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