terça-feira, 15 de junho de 2010

Promessas não resolvem problemas!







DA REDAÇÃO






Armando Acioli

A dama das promessas

Quando esteve em Goiânia no dia 2 (uma quarta-feira), a pré-candidata do Partido dos Trabalhadores à Presidência da República, Dilma Rousseff, cumpriu ampla agenda política na capital goiana e a primeira delas foi um debate no Fórum Empresarial do Estado, promovido pela Federação das Indústrias de Goiás (Fieg).

A exemplo do que adotou com o pré-candidato do PSDB, José Serra, O POPULAR, em sua longa trajetória de bem informar, acompanhou todos os passos da ex-ministra da Casa Civil do governo do presidente Lula da Silva.

Em meio ao percurso à sede da Federação das Indústrias, a candidata petista foi surpreendida por grevistas da rede municipal de ensino, que lutam por salários decentes. Destacadas para a cobertura dos acontecimentos, as jornalistas Fabiana Pulcineli e Núbia Lôbo reportaram que os seguranças da senhora Dilma Rousseff agiram com violência contra os professores, inclusive com agressões físicas.

A aguerrida combatente de outrora, à semelhança do patrono de sua candidatura, não sabia do que se passava a seu redor naquele momento? Logo ela, que já foi vítima de violências, não se informou da ação arbitrária de seus seguranças? Os fatos indicam que o morde e sopra são a marca registrada do atual governo. Maquiavel faz escola.

Em sua passagem por Goiânia, as incoerências da pré-candidata do PT não pararam por aí. Senão vejamos. No decorrer do encontro com os empresários na sede da Fieg, a assessoria da defensora da liberdade de imprensa proibiu o acesso dos jornalistas à sala da reunião, obrigando-os a assistir aos debates através de um telão. Diante do constrangimento por que passaram, os jornalistas classificaram de "curral" a sala onde a ex-ministra era ouvida pelos empresários. Também desconheceu que sua assessoria barrou a presença da imprensa?

Na reunião com os empresários goianos, a pré-candidata petista foi pródiga em promessas: vai concluir as obras do aeroporto de Goiânia, dará solução ao acordo da Celg com a Petrobras, a Ferrovia Norte-Sul terá prioridade, assim como rodovias e hidrovias. Também prometeu priorizar a reforma tributária e reduzir os juros. Para afagar os professores em greve da rede municipal, pouco antes agredidos por seus seguranças, falou de seu empenho com a educação e melhores salários.

Quanto à promessa de reforma tributária, há pouco a Associação Comercial de São Paulo, ao instalar um painel em sua sede, mostrou o montante de impostos pagos pela população. Segundo o painel, o valor já atingiu, este ano, a assombrosa quantia de R$ 500 bilhões pagos inclusive pelos estratos sociais mais pobres do País! A ilustre dama nada falou sobre o sufoco tributário. A perversa carga de impostos atenta contra a ordem econômica nacional.

A propósito do enxame de promessas da economista Dilma Rousseff no encontro com os empresários goianos, o presidente da Federação das Indústrias do Estado de Goiás, Paulo Afonso Ferreira, a questionou com franqueza, afirmando: "As demandas sobre Goiás no campo da infraestrutura estão empacadas nas promessas". Diante da objetiva e oportuna pergunta do presidente da Fieg, a pré-candidata foi reticente na resposta e resvalou para evasivas.

Por outro turno, ao responder a uma série de perguntas de leitores no Face a Face do POPULAR ( entrevista coordenada pela editora-executiva, jornalista Cileide Alves), a ex-ministra da Casa Civil, com algumas variantes, praticamente repetiu as promessas do Fórum Empresarial na Fieg.

Enfocou as drogas, sobretudo os malefícios do crack, mas não se referiu à raiz do problema: combater o narcotráfico interno, que se associa ao tráfico internacional. O usuário é uma questão clínica, enquanto o traficante, que inferniza famílias e o País, deve ser caçado a todo instante por forças policiais especializadas. Também foi omissa sobre a relevância de se refazer a segurança pública nacional, que exige planejamento técnico, científico e material.

Antes de deixar Goiânia visitou a sede da Organização Jaime Câmara, onde foi recebida pelo presidente Jaime Câmara Júnior e diretores.

A dedicada "Mãe do PAC" para o presidente Lula (apenas 40% das obras foram concluídas), faz suas andanças como a dama das promessas.


Armando Acioli é jornalista

Nenhum comentário:

Postar um comentário