sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Marconi Perillo: delineando equipe!

 POLÍTICA


Marconi acelera conversações sobre escolha de auxiliares
Previsão é de que secretários da chamada cota pessoal, que comporão o núcleo principal do 3º governo, sejam definidos e anunciados até dia 20. Depois saem indicações políticas 

O Popular 

Carlos Eduardo Reche e Núbia Lôbo 

O governador eleito Marconi Perillo (PSDB) intensificou as conversações em torno da formação da equipe do primeiro mandato e dedicou o dia de ontem às reuniões com aliados. A previsão é de até dia 20 sejam anunciados os auxiliares mais importantes do governo, que o tucano tem definido como de sua cota pessoal: Fazenda, Planejamento e Gestão, Saúde, Educação, Segurança Pública e Celg. 

As conversações sobre a formação do governo começaram na segunda-feira, logo depois do retorno do governador eleito do exterior. Após a escolha dos auxiliares da cota pessoal, Marconi chamará os partidos para a composição política do governo. O tucano conduz as conversações sob absoluta reserva para evitar as pressões partidárias. Ainda assim, aqui e ali têm surgido focos de insatisfação, sobretudo em função do apetite do PTB do deputado federal Jovair Arantes. 

O governador eleito pediu "sigilo absoluto" aos aliados mais próximos sobre os nomes e o teor das conversas de ontem. Ele retornou a Goiânia no final da manhã e recebeu parlamentares e colaboradores da campanha em sua casa, no Alphaville. Os titulares das outras pastas devem ser anunciados entre os dias 25 e 31. Marconi disse aos aliados que fará uma posse coletiva no dia 1º, ao lado de todos os auxiliares do terceiro governo. 

Entre os nomes da cota pessoal, é considerada certa a escolha de Giuseppe Vecci, José Carlos Siqueira e João Furtado Neto - todos do PSDB - para três das seis pastas. Os três integram a equipe de transição, que nesta semana reuniu os presidentes dos partidos para reafirmar a aliança e a repassar a mensagem do governador eleito de que todos serão co-partícipes da gestão. 

"O governador eleito está ouvindo todas as lideranças partidárias que o apoiaram e agora está aprofundando essas conversações", disse Jaime Rincon, que integra a equipe de transição. "A decisão sobre as escolhas cabe ao governador eleito", frisou Antonio Faleiros, que também compõe a comissão. 

Segundo aliados, mesmo no caso dos secretários indicados pelo partido, a intenção de Marconi é escolher nomes com perfil administrativo. Essa será a principal característica do que o tucano tem denominado como perfil técnico. "A escolha dos nomes será criteriosa, porque Marconi será comparado com ele mesmo, então terá de fazer um governo melhor ainda", definiu um aliado do tucano. 


Transição


Depois de muita reclamação sobre morosidade do governo Alcides Rodrigues (PP), a equipe de transição tucana recebeu ontem boa parte dos documentos solicitados aos auxiliares do pepista. A maioria das informações saiu da Secretaria da Fazenda, segundo o vice-governador eleito José Eliton (DEM), e trata da situação financeira do Estado.
 

Dos 15 itens solicitados, a equipe de transição do futuro governo recebeu documentação sobre oito, segundo Eliton. O restante, segundo o vice-governador eleito, deve ser passado ainda hoje. O material está sendo avaliado e na próxima semana os aliados de Marconi devem divulgar um diagnóstico sobre as finanças do governo. 

"Estamos fazendo uma avaliação setorial, identificando a situação da saúde, educação, ciência e tecnologia, entre outras pastas", afirma Eliton. Alguns contratos referentes à Celg foram repassados, mas outros que foram solicitados devem ser entregues somente na semana que vem. 


Celg: 1ª parcela prevista para terça 

Bruno Rocha Lima 

A Procuradoria-Geral do Estado protocolou na quarta-feira, no Tribunal Regional Federal, pedido de suspensão da liminar que bloqueia a primeira parcela do empréstimo da Celg. A expectativa do governo estadual é de que o aporte, de R$ 1,2 bilhão, seja depositado até terça-feira, dia 7. 

Até lá o Palácio das Esmeraldas espera conseguir a anulação da liminar, deferida pela juíza-substituta Luciana Gheller, da 4º Vara da Justiça Federal, que determinou o depósito da parcela em uma conta judicial. O pedido de suspensão do contrato foi feito procurador da República Cláudio Drewes. 

O governo mantém a estratégia de pouco falar sobre o empréstimo, mas, segundo aliados, voltou o clima de otimismo quanto à concretização da operação. A expectativa é de que o pedido de suspensão da liminar seja julgado ainda hoje. O valor total da operação entre o Estado e a União é de R$ 3,7 bilhões, divididos em três parcelas. 

Em entrevista à Rádio 730 ontem, o secretário da Fazenda, Célio Campos, estabeleceu a próxima terça-feira como data provável para que a Caixa Econômica Federal faça o depósito. Ele disse também que ainda faltam entraves burocráticos para que a Celg contraia o chamado empréstimo-ponte, no valor de R$ 700 milhões, para que a companhia quite dívida de ICMS com o Estado. 

Esse valor ajudaria o governo estadual a cumprir as metas do Plano de Ajuste Fiscal (PAF). Sem atender os quesitos estabelecidos no PAF, o Estado não poderá contrair novos empréstimos no próximo ano. 

No pedido de suspensão da liminar, a PGE alega que o bloqueio do valor pode causar "grave repercussão na ordem e economia públicas do Estado" por afetar a prestação de um serviço essencial como a distribuição de energia elétrica. 

O recurso contesta a proibição do Estado contrair empréstimo no último quadrimestre do mandato, alegando que essa resolução do Senado foi alterada em 2006 e passou a vedar operações de crédito apenas nos últimos 120 dias de governo. 


Nem salário extra atrai deputados 

Núbia Lôbo 

Com quórum reduzido desde a pré-campanha eleitoral, a Assembleia Legislativa conseguiu apenas dois dias de presença parlamentar suficiente para apreciar projetos em plenário. Nem mesmo as sessões extraordinárias estão atraindo os deputados, que deixaram de comparecer nas convocações dos dois últimos dias. 

Indignado com a falta de andamento dos trabalhos na Casa, o deputado Humberto Aidar (PT) contou que ontem havia apenas 15 deputados para a sessão extra. "Tem cinco meses que não conseguimos um ritmo normal de trabalho. Isso é falta de compromisso dos colegas", atacou. 

Segundo o petista, alguns deputados que não foram reeleitos deixaram de frequentar a Assembleia. Soma-se a isso, a bancada marconista que atualmente dita as regras na Casa e que está manobrando contra o atual governo. 

"Se o governador eleito convocar a Assembleia em janeiro, tenho certeza de que os 41 deputados vão comparecer. Isso porque será o Marconi a convocar e também pelo salário extra", prevê Aidar. 

Humberto diz que nunca participou de uma legislatura tão faltosa como a atual. "E não é só nesse ano, não. Aqui tem dois deputados que, se a mesa diretora tomasse providências, já teriam perdido o mandato porque não chegaram perto dos 30% de frequência obrigatória", diz o petista, sem citar nomes. 

Já o presidente da Casa, Helder Valin (PSDB), afirma não ver problema na frequência dos parlamentares. O tucano argumenta que os projetos estão sendo apreciados nas comissões técnicas e prevê que, na próxima semana, o plenário funcionará normalmente. 

Valin justifica que a falta de quórum é um instrumento usado por deputados para adiar a apreciação de projetos. "Vou tomar alguma medida (contra os faltosos) se eu sentir que haverá prejuízo do trabalho no parlamento. Mas a minha previsão é de votar 100% das matérias que tramitam na Casa até dia 15 de dezembro", diz o presidente.

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