quinta-feira, 28 de maio de 2009

Leréia bate forte

BASE DIVIDIDA

Tucano pede investigação de Braga e reforça ataques

Munido de uma ação de indenização contra secretário da Fazenda, Carlos Alberto Lereia o acusa de tentar desagregar a base aliada

Erika Lettry

O tom de acusação ao governador Alcides Rodrigues (PP) e ao secretário da Fazenda, Jorcelino Braga, foi reforçado ontem pelo deputado federal Carlos Alberto Lereia (PSDB) em entrevista coletiva na Assembleia Legislativa.
Munido de uma ação de indenização contra Jorcelino Braga por danos morais – ao ter se referido ao deputado como “cachorro vira-lata” – e com cinco documentos de pedidos de investigação protocolados junto ao Ministério Público (MP) de Goiás, Tribunais de Contas do Estado (TCE) e dos Municípios (TCM), Lereia disparou acusações e reclamou de “ingratidão e traição”. “Se Marconi Perillo (PSDB) deixou um déficit em Goiás, esse déficit tem nome e sobrenome: Alcides Rodrigues. Ele trouxe Braga.”
O secretário da Fazenda foi alvo da maioria dos ataques, a quem Lereia culpa de tentar desagregar a base aliada deste que assumiu a função na Sefaz. Lereia iniciou a coletiva dizendo que Braga havia mentido “descaradamente” ao negar que a empresa Kanal Vídeo, de propriedade do filho de Braga, teria negócios com prefeituras do PMDB.
O tucano acusa Braga de exercer concorrência desleal – “qual empresa tem um secretário da Fazenda para inseri-la no serviço público?” – e de ter assumido irregularmente a função na Sefaz. Segundo o tucano, Braga não teria se desvinculado da empresa da qual era proprietário na época que assumiu o cargo, em abril de 2007. “Ele diz que se desvinculou, mas tenho uma certidão da empresa que mestra ele como administrador nomeado em julho de 2007”.
Ele também respondeu à provocação de Braga ao dizer que “cachorro vira-lata quando late, é porque o dono mandou”. Lereia retrucou: “Cachorro tem uma vantagem. Raposa morre de medo dele”, provocou.
AlcidesO governador também não escapou dos comentários do deputado. Ele disse que Alcides Rodrigues beneficiou Santa Helena, cidade administrada pela primeira-dama Raquel Rodrigues (PP), no pagamento da dívida da Celg à prefeitura, relativa à cobrança indevida de ICMS.
Conforme o deputado, várias cidades teriam pleiteado na Justiça o pagamento desta dívida pela Celg, mas apenas Santa Helena teria recebido o pagamento integral (sem desconto de dívidas da prefeitura com a Celg) e logo após a posse de Raquel, em 2007.
O valor da dívida paga integralmente, segundo Lereia, seria entre R$ 14 milhões e R$ 22 milhões. “Isso é gravíssimo do ponto de vista da relação do Estado com os municípios goianos, que estão hoje vivendo uma verdadeira calamidade.” Lereia pediu ao MP que investigue se houve violação do princípio constitucional de isonomia neste caso.
O tucano considera ainda que o governador possa estar sendo influenciado por Braga, “este sim maldoso, perverso, daninho”.

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