quinta-feira, 28 de maio de 2009

Notícias dos jornais

Diário da Manhã

POLÍTICA E JUSTIÇA

Deputado reforça críticas contra secretário

Leréia reúne imprensa na Assembleia e atira até contra governador. Braga diz que, para ele, caso já está encerrado
28/05/2009
O deputado federal Carlos Leréia (PSDB) reforçou ontem as acusações contra o secretário estadual da Fazenda, Jorcelino Braga. Sob olhares de dezenas de repórteres, fotógrafos e cinegrafistas, na coletiva que deu à imprensa à tarde, na Assembleia Legislativa, Leréia também criticou o governador Alcides Rodrigues (PP). Durante quase uma hora, teve postura dura contra os dois, mas se esquivou das perguntas sobre rompimento da base, afirmando que fala apenas por ele, e não a mando do senador Marconi Perillo (PSDB).
A entrevista foi concedida um dia após a coletiva dada por Jorcelino Braga para responder ao deputado, que o acusou de estar a serviço do PMDB. Leréia mostrou uma série de acusações escritas aos repórteres, dentre as quais ação que corre na Justiça estadual contra o secretário por ter chamado ele (Leréia) de cachorro. “As acusações estão protocoladas no Ministério Público e também no Tribunal de Contas.”
O tucano questionou aos presentes quem é o verdadeiro governador de Goiás, Braga ou Alcides. Alcides ainda foi alvo certeiro. Leréia ateu-se à Prefeitura de Santa Helena e às vantagens que a cidade teria recebido em relação aos outros municípios. “O governador foi eleito para ser governador de todos os municípios goianos. Se tivesse que dar tratamento desses, teria que dar a todos os municípios.”
O deputado reafirmou que não estava falando a mando do senador Marconi e não deixou em nenhum momento de destacar a estagnação de Goiás no atual governo Alcides e o apoio que Marconi deu a Alcides ainda em seu governo. “Não farei nenhum reparo à ação do PP, partido. Porque o PP sempre teve por parte, especialmente do senador Marconi, uma deferência especialíssima nos seus dois governos. Não é costumeiro o governador eleito colocar o vice-governador em posição que normalmente tenha conflito. O que o Marconi fez no primeiro dia da posse dele em 1999? Chamou Alcides para ser o secretário mais forte do Estado. Porque eram três secretarias em uma só, Habitação, Recursos Hídricos e Meio Ambiente. Deu a ele total respaldo. Depois ele teve até um sucessor dentro dessa secretaria, foi o companheiro dele, ex-deputado pepista, presidente da Celg, Carlos Silva. Quando houve o pedido político para intervir em Anápolis, principal cidade goiana. Marconi teve apoio de pessoas expressivas em Anápolis. Quem o Marconi convidou para ser interventor em Anápolis? E não botou só no papel não. Botou dinheiro porque estava quebrada a cidade, repassou dinheiro, doutor Alcides Rodrigues”.
De acordo com o tucano, todos os expressivos secretários do governo Alcides já dependeram de Marconi em águas passadas (Sérgio Caiado, Roberto Balestra e Carlos Silva). “Marconi teve no governo dele o presidente do PP, Sérgio Caiado, como presidente da Agenciarural, e Roberto Balestra como secretário de Agricultura. Eles tinham prestígio, poder total na secretaria. O tratamento com o PP sempre foi por parte do Marconi em relação ao doutor Alcides o mais respeitoso.”
Braga disse que não comentaria as novas declarações de Leréia porque o caso está encerrado.

Goulart defende Marconi
O deputado estadual e vice-presidente regional do PSDB, Daniel Goulart, assistiu com olhos atentos a entrevista de Leréia e disse que vai defender no encontro regional do partido rompimento definitivo da base. “Não vou aceitar uma vírgula que venha atentar contra o senador Marconi, que quando assumiu o governo tinha nas mãos o Estado mais endividado do País”. Revelou que Alcides Rodrigues defendia na época que Marconi tinha tudo para ser até presidente da República. “A coisa funciona assim: em ano de eleição, os governos gastam mesmo, e as obras que Marconi começou não podiam ser interrompidas. Sempre sobram deficits para serem quitados pelos próximos governadores, ocorre em todos os Estados. Agora eles alegam que o Estado estava absurdamente quebrado com a quantia de R$ 100 milhões. O senador recebeu deficit de R$ 600 milhões quando chegou ao poder.”
O tucano disse que Jorcelino Braga é um grande marqueteiro político, e que faz sim política. “Braga quer sair como o salvador da pátria, só que ele não tem as mínimas condições de continuar na Sefaz. Aliás, ele deveria vir na Assembleia dar explicações sobre as denúncias gravíssimas que o deputado Leréia revelou”. Sobre o convite do governador aos deputados peemedebistas para conversa no Palácio das Esmeraldas, segunda-feira, Goulart disse ter acabado o clima de vez porque “o PMDB é adversário histórico”. Ontem à tarde foi a vez de os deputados da base se alojarem no Palácio Pedro Ludovico.
Diário da Manhã

POLÍTICA E JUSTIÇA
Balestra tenta conter incêndio

Secretário de articulação política defende aliança com tucanos e diz que governador quer manter apoio na Assembleia

28/05/2009
Deputado federal pelo PP, licenciado e secretário extraordinário do governo Alcides Rodrigues (PP), Roberto Balestra, em entrevista aos jornalistas Ivan Mendonça e Jerônimo Rodrigues, da rádio Mil FM, ontem pela manhã, pediu calma aos colegas da base aliada. “A posição do governador direcionou muito bem o rumo que devemos tomar. Paciência, calma, ninguém de forma ... dar resposta a isso ou aquilo. Temos responsabilidade com o Estado e com a sociedade.”
Balestra também comentou sobre a coerência do comportamento do governador após as críticas do deputado federal Carlos Alberto Leréia (PSDB). “Fundamental é o comportamento coerente do governador. Desde que ele assumiu interinamente, vem tentando colocar o Estado numa condição de exequibilidade, dentro daquilo que entende como sendo fundamental. Fez questão de manter, indistintamente, todos os programas que o governo já tinha.”

Na opinião do senhor, como o governo deve se comportar diante das críticas do deputado Carlos Alberto Leréia (PSDB)?
Roberto Balestra – Fundamental é o comportamento coerente do governador. Desde que ele assumiu interinamente, vem tentando colocar o Estado numa condição de exequibilidade, dentro daquilo que entende como sendo fundamental. Fez questão de manter, indistintamente, todos os programas que o governo já tinha. E corrigir as distorções no que diz respeito a determinados subsídios que eram dados e que traziam certa dificuldade ao Tesouro. Conseguiu fazer com que houvesse recursos necessários para pagar o funcionalismo em dia, dentro do mês trabalhado. Mantivesse todos os programas ativos, um programa de recuperação de estradas ativo, de construção de novas estradas. Alcides está fazendo o possível, dentro da discrição que lhe é peculiar. E agora fez questão de continuar tudo aquilo que era projeto do tempo novo. Não vejo nenhum problema ou como sinal de falta de criatividade o fato de não ter criado um programa com nome próprio, porque todos os programas que estão em funcionamento são programas que o povo aceitou. O volume de recursos que tem sido investido é muito alto. O governador aplicou alguns milhões no ano passado – o que é mais que o dobro do que outros governos haviam aplicados. As coisas estão acontecendo. Agora, eu fico preocupado porque todos estavam acostumados com propagandas, em mostrar aquilo que o governo faz de forma tão intensa... e eu vejo ele fazendo isso tudo sem aparição.

A base aliada caminha para o rompimento ou reconciliação?
Balestra – Depois da tempestade, vem a calmaria. A posição do governador direcionou muito bem o rumo que devemos tomar. Paciência, calma, ninguém de forma ... dar resposta a isso ou aquilo. Temos responsabilidade com o Estado e com a sociedade. Uma divergência incontrolada dentro do governo provoca a pior repercussão possível, é a desestabilização de tudo. E nós estamos vivendo um momento muito bom, os índices estão mostrando que nós somos o Estado que mais criou empregos. Temos que olhar para o lado positivo. Se o positivo é tão difícil de alcançar, para que ficar perdendo tempo com o negativo?

A tensão na base aliada é fruto da antecipação do debate eleitoral?
Balestra – Não sei responder. Sei que lamento profundamente. E acredito que todos que têm bom senso estão lamentando. Inclusive o governador. Todos estão sendo atendidos, todos os programas em execução. Obras em realização. O governador tem dado atenção aos parlamentares. Todas as obrigações do Estado com Goiânia estão sendo cumpridas, coisa que não vinha acontecendo. Lamento toda essa dificuldade que estamos vivendo. E fico até com vergonha do eleitor, porque essa discussão é inócua quando é pública.

Quem está fomentando essa briga? É gente sem voto?
Balestra – A dificuldade é justamente essa. Quem tem dificuldade pra sobreviver politicamente... E, quando uma coisa dessa acontece, é porque não teve a obrigação do político de saber o que a sociedade quer, como ajudá-la.

Leréia acusou Alcides de traidor. Disse que o governador não sabe reconhecer os companheiros que o elegeram.
Balestra – Lamento, é um termo muito pesado, e o governador nunca mereceu. Espero que tenha sido uma “força de expressão” do deputado e que a humildade bata no seu peito. Porque a grandeza do homem não está na acusação, e sim no reconhecimento dos erros que cometeu.

A resposta do secretário da Fazenda, Jorcelino Braga, ao deputado Leréia, na terça-feira, colocou mais lenha na fogueira?
Balestra – Ele apenas repetiu o que já havia dito. Acredito que essa é uma discussão inócua. O governo precisa cumprir sua obrigação com o povo.

O silêncio do senador Marconi Perillo também está ajudando?
Balestra – Eu acho que todos temos obrigação de colaborar, porque todos temos responsabilidades com o Estado, sobretudo nós, que somos eleitos. Então, cada um da sua maneira deve colaborar. O Estado e o povo não podem pagar por essas divergências.

A bancada do PSDB está de prontidão na Assembleia Legislativa. Acredita que o PSDB vá continuar apoiando Alcides?
Balestra – A política é dinâmica, e uma das características do político é rever suas posições. O governo não quer perder a companhia de ninguém. Todos os deputados estão atendidos.

Como avalia a reunião de ontem da bancada do PMDB com o governador no Palácio?
Balestra – Eu sempre entendi que eleição é uma fase, e exercício do mandato é outra fase. No exercício do mandato, não pode haver disputa eleitoral para tratar com os dirigentes. O governador entende que, terminada a eleição, ele é governador de todos goianos e municípios. Logicamente, é governador de todos os deputados, e PP e PMDB tiveram essa compreensão. Na Assembleia não há oposição radical ao governador, porque ele é leal a todos os parlamentares.

O eleitor de Alcides e Marconi, do Tempo Novo, entende essa presença do PMDB no Palácio?
Balestra – Desde o segundo mandato do presidente Lula, isso ficou mais claro, porque o PT era o único partido de oposição radical no País. O Lula, no primeiro mandato, quis manter aquela independência política e deu com os burros n’água. Imediatamente reviu sua posição e passou a compor seu governo com quase todos os partidos, com exceção do DEM e do PSDB.
Política então vai ser só em 2010?
Balestra – Só. Esse episódio deve acabar logo e o governo continuar trabalhando.

Na sua opinião, a base estará unida em 2010?
Balestra – Todo o trabalho será feito. Continuaremos assistindo a todos os parlamentares. Se algum achar que deve ficar fora das ações de governo, lamentaremos. Porque o governador não aceita falar em 2010? Porque ele está em um momento de trabalho. Hoje ele tem um conceito de bom administrador, mas ele precisa ter um conceito de um bom político, alegre e comunicativo.

O senhor acha que ele vai ser candidato?
Balestra – Não, ele, até hoje, disse que não. Imagino que ele terá uma responsabilidade maior no processo de continuar no governo. Tem dito que ficará até o final, mas é uma decisão dele.

Dizem que o estopim da bomba que explodiu na base foram os últimos encontros de Henrique Meirelles e Alcides. Meirelles será candidato pelo PP?
Balestra – Primeiro, ele não é filiado no partido. Todos os partidos correm atrás dele. Eu não sei se ele irá se filiar. Ele até agora tem tido um comportamento técnico. Se até o final do ano, ou até na época das convenções, ele tiver uma base política que o dê sustentação, quem sou eu pra dizer que ele não será candidato?

Alguma mensagem à base aliada?
Balestra – Precisamos de duas coisas: humildade e desprendimento. Com essas duas coisas, seremos capazes de respeitar o próximo, de transigir, de reconhecer e de entender que um ente político não é dono de si. Com humildade e desprendimento, teremos orgulho de fazer parte desse governo, de servir o povo de Goiás, de ter ajudado um Estado que está sendo reconhecido.

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