terça-feira, 2 de junho de 2009

Quanto prestígio!! Mais uma obra pode ser paralisada em Goiás!

O Popular

Goiânia, 02 de junho de 2009



Empreiteiras ameaçam paralisar obras da Norte-Sul

Sob a alegação de sobrepreço em contratos de ferrovia, TCU retém parte dos pagamentos das licitações

Núbia Lôbo

Com cerca de R$ 5 milhões retidos pelo Tribunal de Contas da União (TCU) nos repasses dos últimos seis meses, empresas contratadas pela Valec Engenharia para a construção da Ferrovia Norte Sul nos Estados de Goiás e Tocantins ameaçam paralisar as obras. A retenção de recursos é justificada com indícios de sobrepreço e outras irregularidades apontadas por vistorias realizadas em novembro de 2008.

Cerca de 10% do total dos repasses devidos às empresas estão sendo retidos e vão continuar até que o relatório com as supostas irregularidades seja julgado pelo TCU. Como o julgamento não tem data para acontecer, as obras em alguns trechos da ferrovia já tiveram o ritmo reduzido e há o risco iminente de paralisação.

“Temos até o mês de junho (para normalizar os repasses) para não prejudicar o andamento das obras. Chegou num ponto que tem de resolver”, afirmou ontem José Francisco das Neves, o Juquinha, presidente da Valec.

Nos canteiros de Jaraguá e Rianápolis, é grande o receio de paralisação dos serviços entre os operários. No entanto, Juquinha diz que as obras naquela região vão continuar normalmente e que a situação é mais tensa no Tocantins, em trechos das construtoras Andrade Gutierrez e Odebrecht.

Retenção
A medida de retenção cautelar calculou o valor bloqueado em 40% do que a Secretaria de Controle Externo (Secex) do TCU em Goiás identificou de sobrepreço nos contratos da Norte Sul.

“Imagina isso para uma empresa cujo lucro líquido fica no máximo em 7% do que recebe”, pondera André Luiz Oliveira, superintendente da Valec. “Essa obra exige mão de obra qualificada, maquinário pesado e o que está sendo retido é significativo para as construtoras”, acrescenta.

Andamento
As duas fases mais volumosas da construção de uma ferrovia são a terraplanagem e a produção de concreto – fabricação de dormentes (peças que sustentam o trilho) e de lastro (brita que cobre a ferrovia). Segundo André Luiz, a produção de concreto está em ritmo normal, ao contrário da terraplanagem, que foi desacelerada também por causa do período chuvoso.

“Enquanto esperam a solução do impasse, as empresas fazem as obras localizadas, como bueiros, pontes e túneis”, explica o superintendente.

André Luiz diz que, atualmente, os trechos da Norte Sul em Goiás e Tocantins contam com 14 frentes de trabalho. São 1,2 mil quilômetros em construção. “Já chegamos no quilômetro 571, em Guaraí. O governo de José Sarney (1991-1994) entregou no quilômetro 120 e Fernando Henrique Cardoso (1995 - 2002), no 213. O governo (Luiz Inácio) Lula (da Silva) avançou muito nessa ferrovia”, afirma.

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