sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Que vergonha, PT!!

Diário da Manhã

Política e Justiça

Poder desfigura PT

Mercadante ameaça deixar cargo de líder no Senado l A exemplo de Marina, senador Flávio Arns (PR) abandona partido l Dirceu critica colega. Lula minimiza efeito de desfiliações

21/08/2009

Cúmplice do esforço do Palácio do Planalto para salvar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o PT sofreu ontem mais duas baixas. O senador Flávio Arns (PR) anunciou que vai se desfiliar do partido por se sentir “envergonhado” com as novas bandeiras do partido. E, pelo mesmo motivo, o senador Aloízio Mercadante (SP) avisou ao presidente Lula que deixará o cargo de líder do partido no Senado. João Pedro (AM) é cotado para substituí-lo.
“Ele (Mercadante) disse que acha que os rumos não estão certos. Ele pretende tomar essa atitude como militante do PT”, disse Arns, que pela manhã conversou com o líder do partido.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que o senador avaliou que, apesar dos apelos da bancada para permanecer no cargo, não se sente bem em continuar no comando do partido no Senado. “Externei a ele junto com outros senadores para que ficasse no cargo, mas ele disse que refletiu bem e tomou a sua decisão”, afirmou Suplicy.
Mercadante saiu desgastado da votação do Conselho de Ética do Senado, que arquivou ontem as 11 denúncias e representações contra Sarney. O líder manteve no conselho os senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e Ideli Salvatti (PT-SC), que não queriam votar em favor de Sarney.
Arns, por sua vez, disse que fará uma consulta à Justiça Eleitoral para não correr o risco de perder o mandato. “Eu não fiquei aborrecido, fiquei envergonhado. Foram bandeiras rasgadas, jogadas no lixo. Buscarei na Justiça a possibilidade de sair do partido, não só para manter o mandato, mas para que a Justiça diga que o partido deve ser fiel ao parlamentar, que deve manter as bandeiras”.

BAIXAS
A bancada do PT perdeu quatro senadores desde a eleição de 2002, quando foram eleitos os senadores cujos mandatos terminam em 2011. No momento em que a Justiça Eleitoral confirmar as duas desistências, o PT contará com apenas 10 senadores.
Em 2005, durante o escândalo do Mensalão, o senador Cristovam Buarque (DF), hoje filiado ao PDT e principal referência em discussões relacionadas a Educação no Congresso, também desembarcou do partido, a exemplo do que decidiram fazer Marina Silva – que levou consigo um séquito de ambientalistas – e Flávio Arns, representante de setores da igreja católica. Na mesma época, a ex-senadora Heloísa Helena (AL), atualmente vereadora pelo PSol, deixou o partido. Ela, entretanto, havia sido eleita em 1998 (legislatura que acabou em 2006). Outra baixa ocorreu em 2006, quando Ana Júlia Carepa foi eleita governadora do Pará e deixou a vaga no Senado para o suplente, José Nery (PSol).
As perdas, entretanto, foram compensadas com a indicação de Alfredo Nascimento (PR) para assumir o Ministério dos Transportes, quando o suplente do PT, João Pedro (AM), assumiu a cadeira do Senado em seu lugar. Augusto Botelho também ajudou a aumentar a bancada petista ao ingressar na legenda após ter sido eleito senador pelo PDT em 2006. Apesar das baixas, o PT continua tendo a quarta maior bancada, atrás do PMDB (19 senadores), DEM (14 senadores) e PSDB (12).



Dirceu: Arns tem comportamento “patético”

Em seu blog na internet, o ex-ministro José Dirceu disse que o senador Flávio Arns (PT-PR) tem um comportamento patético. Arns anunciou a decisão de sair do PT depois de o partido votar pelo arquivamento das denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética da Casa.
Arns disse que se sentia envergonhado de permanecer no partido depois da forma como a bancada agiu no Conselho de Ética. Em seu blog, Dirceu questiona o fato de Arns não ter dito que se envergonhava do arquivamento das denúncias contra o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM).
“Mas não se envergonha do arquivamento das denúncias contra o líder da bancada do PSDB, senador Artur Virgílio (AM)! Pelo contrário, em suas declarações elevou o senador tucano a modelo de ética e de homem público’’, diz Dirceu.
O ex-ministro afirma ainda que “Arns foi filiado ao PSDB’’. “Conviveu em seu Estado – o Paraná – e no Brasil com a aliança tucana, com o PMDB e com o PFL. Ele foi eleito senador pelo PT em 2002, depois de se desfiliar do PSDB. E elegeu-se com apoio do presidente Lula – e por causa desse apoio.’’
“(Arns) deve lembrar-se que sempre defendemos as investigações e a punição para os responsáveis e por elas e que todos os petistas sempre defenderam e apoiaram desde o inicio da crise as mudanças implantadas na Casa. Daí ser patético que nos condene com tal violência verbal e eleve Artur Virgílio a modelo de homem público.’’



PSol recorre contra arquivamento de ações

O PSol recorreu ontem da decisão do Conselho de Ética do Senado de arquivar representações contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). O partido pediu à Mesa Diretora a reabertura de cinco processos contra o peemedebista, dos 11 que foram arquivados pelo colegiado.
O PSol conseguiu o apoio de 12 senadores ao recurso, apesar de haver dúvidas regimentais sobre a possibilidade de questionar a decisão do conselho. O documento não deve encontrar dificuldades para ser arquivado pela Mesa, uma vez que Sarney é aliado da maioria dos seus integrantes -inclusive do primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), que evitou votar no colegiado contra Sarney por se sentir desconfortável, já que integra a Mesa ao lado de Sarney.
Além do líder do PSol na Casa, José Nery (PA), assinaram o recurso os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Kátia Abreu (DEM-TO), Renato Casagrande (PSB-ES), Jefferson Praia (PDT-AM), Demóstenes Torres (DEM-GO), Marina Silva (sem partido-AC), Flavio Arns (PT-PR), Pedro Simon (PMDB-RS) e Álvaro Dias (PSDB-PR).
No requerimento, os senadores afirmam que "os fatos, objeto das representações, são relevantes, publicamente conhecidos, graves e ofensivos à imagem do Senado e com indícios fortes de serem contrários à ética e ao decoro parlamentar".
Segundo Nery, o regimento do Conselho de Ética é omisso quanto à possibilidade de recorrer contra decisões do colegiado. Portanto, a oposição foi alertada pelos consultores a argumentar que neste caso valem as regras do regimento do Senado para as comissões.



Cristovam Buarque quer ser candidato a presidente

Apesar de o senador Cristovam Buarque (PDT-SP) ter sido cortejado por membros do PV para ser lançado a vice em uma eventual candidatura de Marina Silva ao Palácio do Planalto em 2010, o pedetista afirmou que seu desejo é encabeçar uma chapa à Presidência da República pelo PDT, como fez em 2006. “Tem me animado bastante a hipótese de ser candidato à sucessão”, disse o pedetista.
Antes avesso à ideia de sair como cabeça de chapa em uma disputa à sucessão do presidente Lula, o pedetista mudou de ideia nos últimos dias. Os escândalos recentes no Senado Federal, que têm como pivô o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), fizeram com que Cristovam reavaliasse a possibilidade de lançar seu nome pelo PDT à disputa pelo Planalto em 2010. “Não me sinto mais estimulado em ser senador. A Casa tem vivido momentos que reforçam a imagem de um Brasil tomado pela velha corrupção”.
Cristovam teme, no entanto, que o anúncio da participação da ex-ministra do Meio Ambiente na disputa eleitoral dificulte a construção de leque de apoios à sua candidatura.



Lula nega crise interna e diz que PT continua forte

O presidente Lula negou ontem que a saída de senadores do PT possa enfraquecer o partido. Lula disse que sua relação com a senadora Marina Silva (sem partido-AC) não mudará com sua saída do PT. “A minha relação com a Marina não muda absolutamente nada. Mas se ela quis fazer uma opção e não me procurou para conversar é porque ela estava com a opção feita. E acho que da mesma forma que ela veio para o PT, ela pode sair do PT”, disse ele em entrevista a rádios do Nordeste.
Com relação ao senador Flávio Arns (PR), que deixou o PT por se sentir envergonhado com o partido, Lula disse que o considera “senador de primeiro mandato” no PT. “O Flávio Arns é um senador no primeiro mandato, é um companheiro que tem os seus valores, mas sempre foi muito encrencado com o PT. Bom, se quiser sair, também... Quem entra, sai. Mas o PT continua forte e continua com muitas possibilidades."
Questionado sobre o fim da corrupção, Lula afirmou que as denúncias aparecem porque são investigadas. “[...] Quando você combate a corrupção, você tem esse problema, ou seja, a corrupção só aparece na imprensa se você estiver combatendo”, disse ele.
Lula pediu cuidado para não haver condenações precipitadas. “Não se pode cometer o erro de se fazer pré-julgamento das pessoas: uma pessoa é condenada por uma manchete. No dia seguinte essa pessoa é absolvida e ninguém fala mais no assunto. É preciso que a gente tenha responsabilidade. Não quero para o meu inimigo o que eu não quero para mim.”

Oposição
Lula fez críticas a oposição, que comparou a uma doença sem cura. “Oposição, quando não tem argumento para fazer oposição, é pior do que doença que não tem cura. Porque eles ficam inventando qualquer coisa, e vale qualquer coisa para fazer ataque às pessoas”, afirmou.



PV confirma filiação de senadora dia 30

O vice-presidente da Executiva Nacional do PV, vereador Alfredo Sirkis (RJ) informou por meio de nota, no site do partido, que “o cenário” para o ingresso da senadora Marina Silva, no PV, já está montado. Em reunião ocorrida na última terça-feira em São Paulo, segundo Sirkis, ficou definido que o ingresso de Marina no PV será no dia 30 de agosto, domingo, também em São Paulo, durante convenção nacional do partido.
A nota ressalta que a decisão de Marina de se candidatar à presidência da República pelo PV não é automática à filiação e será tomada em “momento posterior”.



"Oposição, quando não tem argumento para fazer oposição, é pior do que doença sem cura”
Presidente Lula, ontem



"Eu não fiquei aborrecido, fiquei envergonhado. (com apoio do PT a Sarney). Foram bandeiras rasgadas, jogadas no lixo”
Flávio Arns, senador (PT-RS)



"(Arns) deve lembrar-se que sempre defendemos as investigações e a punição para os responsáveis. Daí ser patético que nos condene com tal violência verbal"
José Dirceu, ex-ministro, em seu blog



"Não se pode cometer o erro de se fazer prejulgamento das pessoas: uma pessoa é condenada por uma manchete. No dia seguinte é absolvida e ninguém fala mais no assunto"
Presidente Lula, ontem, sobre corrupção



"É preciso que a gente tenha responsabilidade. Não quero para o meu inimigo o que eu não quero para mim"
Presidente Lula, também sobre corrupção

Fonte: da agência estado, de brasília

Nenhum comentário:

Postar um comentário