segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Marconi articula mais e melhor!!


Diário da Manhã

Política e Justiça

Warlem Sabino

Contagem regressiva para filiações esquenta debate
A onze meses da eleição, pelo menos onze pré-candidatos seguem no páreo

A apenas um mês do fim do prazo de filiações para quem vai concorrer nas eleições de 2010, o noticiário político em Goiás gira em torno de apenas um assunto hoje: a disputa do próximo ano. A cadeira executiva mais cobiçada do Estado, que fica no 10º andar do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, tem ao menos onze pretendentes. São ex-governadores, prefeitos, senadores, deputados, empresários e sindicalistas que desde já tentam convencer o eleitor de suas vantagens.

Faltando pouco mais de um ano para o pleito, a política esquenta em setembro porque é o último mês para que os pré-candidatos se filiem a partidos políticos. Um dos principais concorrentes, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ainda não se filiou. Porém, já disse que anuncia o partido até o final do mês – deve aportar no PP do governador Alcides Rodrigues.

Meirelles, inclusive, é o grande nome das apostas hoje. Aliás, apostas estas que não são sobre sua capacidade de bater o senador Marconi Perillo (PSDB) ou o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB). Mas sim se ele realmente sairá candidato. Em Nova Iorque, onde o executivo está, ele anunciou que se filiará, mas não deu garantias que deixar o BC para disputar o governo de Goiás.

O goiano de Anápolis, que se formou em Engenharia Civil, mas ganhou destaque com uma brilhante carreira nas finanças, depende de a economia do País não desandar. Se o Brasil continuar crescendo, o presidente Luiz Inácio Inácio Lula da Silva (PT) deve avalisar sua candidatura. Caso contrário, é possível que Meirelles fique no BC até o final de 2010, quando se encerra o mandato de Lula.

Enquanto Meirelles tem o perfil de executivo de sucesso, que ajudou a consertar a economia do País, seus principais concorrentes são eminentementes políticos. Marconi Perillo e Iris Rezende possuem carreiras brilhantes na gestão pública. Marconi foi um deputado federal atuante e duas vezes governador de Goiás (1999-2006). Hoje é senador e 1º vice-presidente do Senado.

Marconi, inclusive, lidera as últimas pesquisas de intenção de votos realizadas em Goiás. Segundo o Ecope/DM do último dia 26, o tucano tem 49,4% da preferência no Estado, contra 37,1% de Iris. Em Goiânia, de acordo com o Ecope/DM, a situação se inverte. Iris, que é prefeito da Capital, está na frente, com 45,6%, seguido de perto por Marconi, com 40,2%.

Marconi tem como trunfos os oito anos bem avaliados de seu governo, o que fez com que recebesse mais de dois milhões de votos para o Senado – maior votação proporcional da história de Goiás. O tucano fez mudanças históricas no Estado. Criou o Vapt Vupt, que facilitou a vida de quem precisa de serviços públicos, estabeleceu o pagamento do servidor público no mês trabalhado e valorizou professores e policiais militares, com aumentos salariais acima da inflação, dentre outros benefícios.

Iris Rezende também tem história de bons serviços prestados a Goiás. Foi duas vezes governador de Goiás (1983-1986 e 1991-1994), duas vezes ministro do governo federal (da Agricultura e Justiça) e tentou até ser candidato à presidência da República, em 1989 – foi derrotado na convenção do partido por Ulysses Guimarães.

No comando da Prefeitura de Goiânia, o peemedebista literalmente atropelou os adversários na eleição do ano passado, quando foi reeleito no primeiro turno com 74% dos votos, deixando bem trás o segundo concorrente, o deputado federal Sandes Júnior (PP), que teve 15,75% dos votos. O resultado é reflexo de sua ousada administração. Iris asfaltou todas as ruas urbanas de Goiânia e inaugurou centenas de praças.

Caso a eleição venha a se polarizar entre Marconi e Iris, 2010 pode repetir o embate de 1998, quando o tucano desafiou o então senador e ex-governador por duas vezes e tirou o PMDB do governo – eram 16 anos de administrações consecutivas.

 Marconi, Iris e Meirelles despontam

O senador Marconi Perillo (PSDB), o prefeito Iris Rezende (PMDB) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, são hoje os pré-candidatos mais cotados a vencer a disputa pelo governo em 2010. Em qualquer pesquisa de opinião, o nome do trio é o mais lembrado, de longe. Mas tem mais gente na briga. Ao menos outros oito postulantes também sonham em morar no Palácio das Esmeraldas.

Os deputados federais Ronaldo Caiado (DEM), Rubens Otoni (PT), Sandes Júnior (PP), Sandro Mabel (PR), o presidente regional do PMDB, Adib Elias, o secretário de Segurança Pública, Ernesto Roller (PP), o empresário Júnior da Friboi e o sindicalista e servidor público Washington Fraga (PSol), também estão no páreo.

De todos os postulantes que “correm por fora”, Caiado é o mais articulado. Líder do DEM na Câmara Federal, ele falou recentemente que não entra no jogo para ser “reserva”, ou seja, só vai disputar se tiver condições de ganhar. Desde dezembro do ano passado ele bate na tecla de se ter uma terceira via, a qual ele poderia encabeçar a disputa.

Mas Caiado precisa ter musculatura. Na eleição passada para o governo, o DEM saiu sozinho, apostando em Demóstenes Torres. O partido naufragou nas urnas e fez um único deputado federal (o próprio Caiado) e dois estaduais (Nilo Resende e Helio de Sousa). Para tanto, ele peregrina em busca de apoio e reunir siglas em torno de seu nome.

Experiente, Caiado já chegou a disputar a Presidência da República em 1989, quando foi derrotado por Collor. Mesmo com o poder de articulação, precisa convencer a cúpula do DEM em deixar que se lance em Goiás, pois, nacionalmente, o partido deve se coligar com o PSDB.

 Candidaturas incertas dependem de acertos

Rubens Otoni (PT), Adib Elias (PMDB), Sandro Mabel (PR), Sandes Júnior (PP), Ernesto Roller (PP), Júnior da Friboi e Washington Fraga (PSol) dependem de outras articulações e desconversam quando falam de pré-candidatura, mas Júnior da Friboi e Fraga já se lançaram na disputa. O empresário, no entanto, precisa de um partido para concorrer, enquanto o sindicalista sai pelo PSol.

Principal articular do presidente Lula em Goiás, Otoni espera pela definição da filiação de Meirelles e uma possível desistência de Iris para sair candidato. Situação complicada, pois o PMDB não abre mão de ter candidato próprio.

Adib também espera por Iris. Caso o prefeito abra mão da disputa, ele pode se lançar. Sandes Júnior e Ernesto Roller padecem na mesma situação. Precisam que Meirelles não venha disputar e que o governador Alcides Rodrigues (PP) aposte suas fichas em um dos dois. Por enquanto, os dois ficam no banco, aguardando uma vaga no time titular.

Já Mabel está numa situação diferente. Há pouco mais de dois meses ele havia lançado a pré-candidatura do vice-governador Ademir Menezes (PR). No entanto, Ademir anunciou há pouco mais de uma semana que será candidato a deputado federal em 2010. Mabel, então, poderia ser candidato, caso os republicanos apostassem em um vôo solo. Mas o mais provável é que o PR caminhe com o PP.

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