segunda-feira, 31 de agosto de 2009

Marconi articula mais e melhor!!


Diário da Manhã

Política e Justiça

Warlem Sabino

Contagem regressiva para filiações esquenta debate
A onze meses da eleição, pelo menos onze pré-candidatos seguem no páreo

A apenas um mês do fim do prazo de filiações para quem vai concorrer nas eleições de 2010, o noticiário político em Goiás gira em torno de apenas um assunto hoje: a disputa do próximo ano. A cadeira executiva mais cobiçada do Estado, que fica no 10º andar do Palácio Pedro Ludovico Teixeira, tem ao menos onze pretendentes. São ex-governadores, prefeitos, senadores, deputados, empresários e sindicalistas que desde já tentam convencer o eleitor de suas vantagens.

Faltando pouco mais de um ano para o pleito, a política esquenta em setembro porque é o último mês para que os pré-candidatos se filiem a partidos políticos. Um dos principais concorrentes, o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ainda não se filiou. Porém, já disse que anuncia o partido até o final do mês – deve aportar no PP do governador Alcides Rodrigues.

Meirelles, inclusive, é o grande nome das apostas hoje. Aliás, apostas estas que não são sobre sua capacidade de bater o senador Marconi Perillo (PSDB) ou o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB). Mas sim se ele realmente sairá candidato. Em Nova Iorque, onde o executivo está, ele anunciou que se filiará, mas não deu garantias que deixar o BC para disputar o governo de Goiás.

O goiano de Anápolis, que se formou em Engenharia Civil, mas ganhou destaque com uma brilhante carreira nas finanças, depende de a economia do País não desandar. Se o Brasil continuar crescendo, o presidente Luiz Inácio Inácio Lula da Silva (PT) deve avalisar sua candidatura. Caso contrário, é possível que Meirelles fique no BC até o final de 2010, quando se encerra o mandato de Lula.

Enquanto Meirelles tem o perfil de executivo de sucesso, que ajudou a consertar a economia do País, seus principais concorrentes são eminentementes políticos. Marconi Perillo e Iris Rezende possuem carreiras brilhantes na gestão pública. Marconi foi um deputado federal atuante e duas vezes governador de Goiás (1999-2006). Hoje é senador e 1º vice-presidente do Senado.

Marconi, inclusive, lidera as últimas pesquisas de intenção de votos realizadas em Goiás. Segundo o Ecope/DM do último dia 26, o tucano tem 49,4% da preferência no Estado, contra 37,1% de Iris. Em Goiânia, de acordo com o Ecope/DM, a situação se inverte. Iris, que é prefeito da Capital, está na frente, com 45,6%, seguido de perto por Marconi, com 40,2%.

Marconi tem como trunfos os oito anos bem avaliados de seu governo, o que fez com que recebesse mais de dois milhões de votos para o Senado – maior votação proporcional da história de Goiás. O tucano fez mudanças históricas no Estado. Criou o Vapt Vupt, que facilitou a vida de quem precisa de serviços públicos, estabeleceu o pagamento do servidor público no mês trabalhado e valorizou professores e policiais militares, com aumentos salariais acima da inflação, dentre outros benefícios.

Iris Rezende também tem história de bons serviços prestados a Goiás. Foi duas vezes governador de Goiás (1983-1986 e 1991-1994), duas vezes ministro do governo federal (da Agricultura e Justiça) e tentou até ser candidato à presidência da República, em 1989 – foi derrotado na convenção do partido por Ulysses Guimarães.

No comando da Prefeitura de Goiânia, o peemedebista literalmente atropelou os adversários na eleição do ano passado, quando foi reeleito no primeiro turno com 74% dos votos, deixando bem trás o segundo concorrente, o deputado federal Sandes Júnior (PP), que teve 15,75% dos votos. O resultado é reflexo de sua ousada administração. Iris asfaltou todas as ruas urbanas de Goiânia e inaugurou centenas de praças.

Caso a eleição venha a se polarizar entre Marconi e Iris, 2010 pode repetir o embate de 1998, quando o tucano desafiou o então senador e ex-governador por duas vezes e tirou o PMDB do governo – eram 16 anos de administrações consecutivas.

 Marconi, Iris e Meirelles despontam

O senador Marconi Perillo (PSDB), o prefeito Iris Rezende (PMDB) e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, são hoje os pré-candidatos mais cotados a vencer a disputa pelo governo em 2010. Em qualquer pesquisa de opinião, o nome do trio é o mais lembrado, de longe. Mas tem mais gente na briga. Ao menos outros oito postulantes também sonham em morar no Palácio das Esmeraldas.

Os deputados federais Ronaldo Caiado (DEM), Rubens Otoni (PT), Sandes Júnior (PP), Sandro Mabel (PR), o presidente regional do PMDB, Adib Elias, o secretário de Segurança Pública, Ernesto Roller (PP), o empresário Júnior da Friboi e o sindicalista e servidor público Washington Fraga (PSol), também estão no páreo.

De todos os postulantes que “correm por fora”, Caiado é o mais articulado. Líder do DEM na Câmara Federal, ele falou recentemente que não entra no jogo para ser “reserva”, ou seja, só vai disputar se tiver condições de ganhar. Desde dezembro do ano passado ele bate na tecla de se ter uma terceira via, a qual ele poderia encabeçar a disputa.

Mas Caiado precisa ter musculatura. Na eleição passada para o governo, o DEM saiu sozinho, apostando em Demóstenes Torres. O partido naufragou nas urnas e fez um único deputado federal (o próprio Caiado) e dois estaduais (Nilo Resende e Helio de Sousa). Para tanto, ele peregrina em busca de apoio e reunir siglas em torno de seu nome.

Experiente, Caiado já chegou a disputar a Presidência da República em 1989, quando foi derrotado por Collor. Mesmo com o poder de articulação, precisa convencer a cúpula do DEM em deixar que se lance em Goiás, pois, nacionalmente, o partido deve se coligar com o PSDB.

 Candidaturas incertas dependem de acertos

Rubens Otoni (PT), Adib Elias (PMDB), Sandro Mabel (PR), Sandes Júnior (PP), Ernesto Roller (PP), Júnior da Friboi e Washington Fraga (PSol) dependem de outras articulações e desconversam quando falam de pré-candidatura, mas Júnior da Friboi e Fraga já se lançaram na disputa. O empresário, no entanto, precisa de um partido para concorrer, enquanto o sindicalista sai pelo PSol.

Principal articular do presidente Lula em Goiás, Otoni espera pela definição da filiação de Meirelles e uma possível desistência de Iris para sair candidato. Situação complicada, pois o PMDB não abre mão de ter candidato próprio.

Adib também espera por Iris. Caso o prefeito abra mão da disputa, ele pode se lançar. Sandes Júnior e Ernesto Roller padecem na mesma situação. Precisam que Meirelles não venha disputar e que o governador Alcides Rodrigues (PP) aposte suas fichas em um dos dois. Por enquanto, os dois ficam no banco, aguardando uma vaga no time titular.

Já Mabel está numa situação diferente. Há pouco mais de dois meses ele havia lançado a pré-candidatura do vice-governador Ademir Menezes (PR). No entanto, Ademir anunciou há pouco mais de uma semana que será candidato a deputado federal em 2010. Mabel, então, poderia ser candidato, caso os republicanos apostassem em um vôo solo. Mas o mais provável é que o PR caminhe com o PP.

Marconi larga na frente!

Diário da Manhã

Opinião

Afonso Lopes

Pesquisa Ecope/DM: desse jeito, Marconi ganha no 1º turno

31/08/2009

A pesquisa Ecope/DM, publicada quarta-feira, 26, mostra claramente que o senador Marconi Perillo, do PSDB, já reúne viabilidade técnica do ponto de vista estatístico para vencer as eleições do ano que vem no 1º turno. Não houve qualquer surpresa nessa informação. Apenas confirmou-se o que é possível perceber no ar: existe toda uma forma de conspiração popular neste momento favorável a Marconi. Aliás, isso nem é de agora. Vem desde o dia em que ele deixou o Palácio das Esmeraldas para se candidatar ao Senado Federal.

Isso significa que as eleições do ano que vem estão previamente definidas? Longe disso. O que a primeira grande pesquisa Ecope/DM revelou de forma inquestionável é que o trabalho a ser desenvolvido por cada pretendente deverá ter formatações diferentes. Marconi, por exemplo, deve objetivar a manutenção de sua situação. Em tese, ele não precisa de mais nenhuma intenção de voto nova para ganhar no 1º turno. Quanto aos demais, especialmente o prefeito Iris Rezende Machado e o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, será necessário fazer com que a água corra morro acima.

O prefeito está vivendo um período de instabilidade administrativa extremamente perigosa. Seu governo vem caindo pelas tabelas desde a reeleição, no final do ano passado. Isso foi captado por outra pesquisa Ecope/DM destacando apenas o universo eleitoral de Goiânia, publicada no dia 21 – o que, aliás, só reforça a boa imagem que esse instituto tem em pesquisas eleitorais no Estado. Iris perdeu o apoio de 4% do eleitorado que admitia votar nele. Aparentemente, é um índice baixo. Na realidade, é coisa demais. Esses 4 pontos percentuais representam quase 10% de todos os eleitores pró-Iris, que soma agora, em Goiânia, 43,7% de intenções de voto. E o que deve incomodar a candidatura de Iris é que ele perde eleitores dentro de seu principal território. Pior do que isso: ele cai antes de deixar o cargo. É uma soma de fatores explosivos e negativos.

Há razões para essa desilusão de parte do eleitorado de Iris tão precocemente? Há. O Iris deste segundo mandato nem de longe se parece com o primeiro. Desde o início deste ano, inúmeras notícias ruins vêm pontuando o governo de Goiânia. A última é essa carnificina que se observa no Jardim Zoológico. Isso parece ser uma coisa banal, que não incomoda o dia a dia do goianiense. Não é banal. É claro que a população está muito mais preocupada com a expansão da gripe A, que assusta cada vez mais pela sua (sempre desmentida pelas autoridades sanitárias) agressividade, mas é óbvio que todos percebem que há algo muito errado numa administração municipal que não consegue sequer manter vivos os animais do zoo. Mais do que isso, até: é assustador o fato de que nenhuma medida de impacto foi adotada para mudar esse circo de horrores.

Igualmente pesa de maneira muito negativa o abandono das políticas de proteção social de crianças de rua e em situação de rua. Não há muito o que se discutir sobre a decisão administrativa que acabou com a ONG Cidadão 2000. O que se questiona é o sintoma visível nas ruas de que as estruturas imaginadas para substituí-la simplesmente não deram o resultado esperado.

Talvez o grande problema da Prefeitura seja a falta de dinheiro, que anda mais curto por inúmeras razões. Mas pode ser que a perda de ritmo seja algo muito mais sério e profundo, como a abertura administrativa resultante da coligação eleitoral de 2008. Iris pode ter perdido o controle rigoroso que mantinha sobre toda a máquina administrativa. Se for esse o motivo, então ele terá enormes dificuldades para remar tudo de novo e recuperar terreno entre os eleitores.

Já o presidente do BC, Henrique Meirelles, não tem muito o que fazer para mudar uma situação francamente desfavorável. Seus 5 pontos de intenção de voto representam menos da metade do universo que diz rejeitá-lo para o governo de Goiás, 11,1%. Meirelles teria que contar com anabolizantes eleitorais que não lhe pertencem para, quem sabe, aumentar mais um pouco seu limite atual. Aparentemente, ele pretende ser candidato com o apoio do Palácio das Esmeraldas. Se for isso mesmo, coitado, suas chances vão continuar do mesmo tamanho. Atualmente, o Palácio mal consegue se manter com a cabeça acima da linha d’água.

Marconi Perillo só precisa manter a imagem que construiu em seus sete anos de governo. E, quanto a isso, não parece ser uma tarefa tão dura. Depois de apanhar feio de peemedebistas e dos palacianos durante quase 3 anos, sua rejeição apontada pela pesquisa Ecope/DM é de 8,3%, a menor entre todos os concorrentes. E sua aprovação está acima dos 50% das intenções de voto válidas. Melhorar o que neste caso?


Afonso Lopes é jornalista

quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Marconi com Aécio Neves


Diário da Manhã

Política e Justiça

Marconi se encontra com Aécio em Brasília
Em conversa reservada de uma hora, senador e governador discutem cenário político nacional e nos dois Estados

27/08/2009

Em mais um dia de concorrida agenda, o senador Marconi Perillo (PSDB) se encontrou ontem à tarde com o governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), no Escritório de Representação do Governo de Minas, no Setor Comercial. Em pauta, o cenário político nacional e dos dois Estados, em conversa reservada de uma hora.

Um pouco antes, Marconi recebeu, em seu gabinete no Senado, caravanas de políticos e líderes comunitários goianos, que passaram pelo gabinete para uma visita de cortesia. Apesar de os encontros estarem fora da agenda prevista para a quarta-feira, o senador atendeu a todos, sempre se dividindo entre os trabalhos nas comissões pela manhã e as votações em plenário.

Entre os visitantes, estavam os prefeitos de Uruana, Divan Rezende, de Cabeceiras de Goiás, Nadir de Paiva, de Cristianópolis, Iris Aurélio, além de vereadores e líderes comunitários de Fazenda Nova, Santo Antônio do Descoberto, Lagoa Santa e Rio Verde. Também os pastores da Assembleia de Deus estiveram com Marconi, acompanhados do missionário sueco Bertil Vingren, filho de um dos pioneiros da Igreja no Brasil.

Pesquisa

Marconi se mostrou satisfeito com o resultado da pesquisa Ecope/DM, a qual ele lidera a corrida pelo Palácio das Esmeraldas em 2010. Segundo a mostra, o tucano tem 49,4% das intenções de voto, enquanto o prefeito Iris Rezende (PMDB) tem 37,1% e Henrique Meirelles, presidente do Banco Central, tem 5%. A pesquisa foi divulgada ontem pelo DM.

“O processo sucessório de 2010 não se iniciou ainda. Não está sequer nas preliminares, não há ainda nenhuma candidatura posta de forma concreta. Apesar disso, recebi com humildade e satisfação pessoal tantas manifestações de apreço ao meu nome. Agradeço a todos os que se lembraram de mim, reafirmando minha disposição em continuar atuando com responsabilidade, seriedade, ética e muito trabalho na função de senador, representando com altivez e dignidade o nosso Estado”, falou.

Marconi, que na terça-feira participou da festa de encerramento das comemorações dos 61 anos de emancipação política de Porangatu, foi bastante assediado por populares no evento. Convidado especial do prefeito José Osvaldo (PSDB), o senador fez um breve discurso enfatizando as realizações dos seus dois governos, com ênfase para a consolidação da cidade como o principal polo cultural do Norte de Goiás.

Depois de falar aos presentes, Marconi dirigiu-se à multidão. Populares formaram fila para tirar fotografias ao lado do senador e alguns deles aproveitaram para trocar rápidas palavras com Marconi, a maioria de incentivo ao trabalho do tucano.

Acompanharam Marconi na visita a Porangatu os deputados federais Jovair Arantes (PTB) e Carlos Leréia (PSDB), os estaduais Daniel Goulart e Júlio da Retífica (ambos do PSDB), este ex-prefeito da cidade.

Presença em Porangatu

A festa em Porangatu teve início com um tradicional desfile cívico na Avenida Adelino Américo de Azevedo Neto, onde se reuniram mais de 1.500 pessoas, de 14 instituições, abordando temas como paz no trânsito, ética e cidadania, esporte e meio ambiente, entre outros. O grupo de teatro Kuase Normais animou o público. O desfile foi acompanhado pela Banda Municipal Maestro Sílvio de Brito, que se encarregou da alvorada festiva, com o tradicional “parabéns pra você”.

Também fizeram parte da programação apresentações teatrais, corrida de gaiolas e motocross, inaugurações de reformas e ampliações, homenagens aos pioneiros da cidade e inauguração de asfalto e de campo de futebol no povoado de Linda Vista.

Segundo o senador Marconi Perillo, é importante ressaltar que Porangatu é hoje uma das mais importantes cidades do Estado, principalmente com a implantação da indústria de biodiesel, a chegada dos trilhos da Ferrovia Norte-Sul e a consolidação do polo regional de educação superior, com a instalação da Universidade Estadual de Goiás, que oferece dez cursos, além das instituições particulares. No setor de serviços, conta com mais de 1.500 empresas, além de manter a agropecuária e indústria em condições de competitividade. “Com mais de 40 mil habitantes, Porangatu é a cidade mais populosa do Norte Goiano.”

Fonte: Da Redação

quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Seminário em Anápolis

Diário da Manhã


Política e Justiça

Warlem Sabino


Anápolis recebe primeiro Intercâmaras 


O presidente da Assembleia Legislativa, Helder Valin (PSDB), preside em 2 de setembro, a partir das 8 horas, o 1º Seminário de Aperfeiçoamento do Poder Legislativo, que será realizado em Anápolis. O encontro vai reunir vereadores e lideranças da cidade e municípios vizinhos, além de deputados estaduais, federais e senadores goianos.

Valin diz que as expectativas são as melhores possíveis. “As pessoas estão redescobrindo o significado da palavra cidadania. Fazem questão de cobrar transparência, de acompanhar o mandato dos seus representantes. Todos os agentes políticos têm de estar preparados para esta nova realidade. Acreditamos que, com o Intercâmaras, todos nós vamos poder prestar um trabalho muito melhor à sociedade.”

 O evento é parte do Programa de Apoio, Desenvolvimento e Integração do Poder Legislativo (Intercâmaras), iniciativa da Assembleia que conta com o apoio do Senado e da Câmara dos Deputados. O objetivo é promover cooperação técnica entre as câmaras municipais e o Legislativo estadual.

 Entre outras ações, o programa vai disponibilizar cursos de aperfeiçoamento do trabalho parlamentar voltados para vereadores e assessores, nas modalidades presencial e on-line. Outra iniciativa é disponibilizar portal na internet em que os legislativos municipais poderão hospedar os sites gratuitamente. As câmaras também terão suporte técnico, sem qualquer custo, para construir suas páginas.

Existem pesquisas e Pesquisas!!

Diário da Manhã

Política e Justiça

Warlem Sabino

Marconi e Serra saem na frente em Goiás
26/08/2009



O senador Marconi Perillo (PSDB) arrancou na frente para a corrida sucessória em Goiás, com números que mostram a polarização da disputa e até a possibilidade de definição em turno único. Os dados são da pesquisa Ecope/DM de agosto, com levantamento estatístico em 33 municípios goianos, nos quais foram ouvidos 5.550 eleitores. O governador paulista José Serra (PSDB), pré-candidato à sucessão de Lula, também poderia ser eleito pelos goianos na primeira votação. Como a disputa ainda não tem candidatos oficiais, foram sugeridos os nomes mais cotados pelos partidos políticos, cujas candidaturas já foram lançadas extraoficialmente ou admitidas em público pelos próprios pretendentes.

Com 49,4% dos votos, Marconi é o primeiro colocado, seguido pelo prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), com 37,1%. Ambos se distanciam dos demais postulantes, que, juntos, não ameaçam a polarização da disputa e até abrem possibilidade de definição no primeiro turno.
A um ano e meio das eleições, o nível de indecisão é relativamente pequeno, mas pode representar um eleitorado que migra de acordo com o posicionamento dos líderes. Dos entrevistados, 6,9% ainda não sabem em quem votar, e 2,8% declaram que não votariam em nenhum dos nomes colocados na pesquisa estimulada pelo Ecope.

Caso essa mesma proporção de preferência recaia sobre os eleitores indecisos, e ainda desconsiderando os votos que seriam anulados, Marconi receberia 54,4% dos votos válidos, e Iris, 39,6%. A pesquisa testou essa polarização, colocando somente os dois nomes em uma cartela estimulada. Apresentados dessa maneira, Marconi subiu para 57,1% e Iris ficou com 42,9%.

 Como a corrida está apenas no começo, ganha importância o peso (ou a rejeição) que cada candidato tem que carregar para conseguir um crescimento na disputa. O mais pesado deles é Ronaldo Caiado (DEM), que é o campeão de rejeição do eleitorado. Ele recebeu 3,5% de aprovação, contra 21,9% que declararam jamais dar seu voto ao deputado. Acima de Caiado está Henrique Meirelles, que aparece com 5% das intenções de voto e o dobro de rejeição (11,1%). Rubens Otoni, que vem sendo sugerido por correntes do PT, foi o preferido de 3% dos eleitores, mas recebe o triplo disso como índice de rejeição (9,7%). O vice-governador Ademir Menezes (PR) também foi sugerido na pesquisa estimulada e recebeu 1,6% da preferência do eleitorado e cinco vezes este índice como rejeição do mesmo público (10%). O último colocado entre os nomes apresentados foi Washington Fraga, do PSol, com 0,4%, mas rejeitado por 9,9% do eleitorado.

Entre os preferidos do eleitorado, Iris carrega o maior fardo, com 12,6% de rejeição. O menos rejeitado, com 8,3%, é Marconi, que, por este critério, mostra-se mais leve para a disputa. Como o caminho ainda é longo, a combinação entre a vantagem da preferência e o fantasma da rejeição pode definir quem tem fôlego para chegar à reta final.

Primeiro turno

A possibilidade de definição em votação única pode ser reforçada pela desistência de alguns pré-candidatos apresentados na pesquisa. Ademir, por exemplo, já anunciou campanha para deputado federal, e Caiado vem declarando que não aceita ficar “no banco de reservas”, dificultando aliança com os demais partidos. Com menos candidatos, a disputa entre Marconi e Iris poderia (com os números de hoje) se encerrar no primeiro embate, conforme a pesquisa Ecope/DM.

 Recurso petista ajuda PSDB

Se os números em Goiás são favoráveis a Marconi Perillo, serão muito mais se ele utilizar em campanha o argumento disseminado pelo PT na última eleição municipal, segundo o qual “seria melhor para todos eleger um amigo do presidente”. Isto porque o governador tucano José Serra vem na dianteira da preferência dos goianos na disputa presidencial. Pelos números do Ecope/DM, o calejado governador paulista está isolado na preferência dos goianos, com 41,1% dos votos. O segundo colocado em Goiás seria Ciro Gomes (que ainda não se declarou candidato), com 16,9%, e somente então aparece a candidata oficial de Lula, Dilma Rousseff, empatada em 10,3% com o eleitorado ainda indeciso. A ex-petista Heloísa Helena (provável candidata pelo PV) já aparece com 8,3% da preferência, seguida pelo governador de Minas, Aécio Neves, com 6,7%.

O fato de aparecerem dois nomes do PSDB na disputa dá a Serra a possibilidade de escolha em turno único entre os eleitores goianos. Sem Aécio no páreo, o governador paulista ultrapassaria em 50% os votos, principalmente se conquistasse 40% dos votos indecisos.

Pulverização favorece tucano

Se as candidaturas se pulverizarem em Goiás, a possibilidade de segundo turno também seria favorável ao tucano Marconi Perillo em 2010. A dianteira de Marconi sobre o prefeito Iris Rezende (PMDB) foi facilitada pela dança dos números em Goiânia, onde a dianteira de Iris teve queda nos últimos meses. De acordo com pesquisa Ecope/DM divulgada na semana passada, de maio a agosto, Marconi subiu 5,5% (de 33,0% para 38,5% da preferência em Goiânia), enquanto o prefeito Iris teve queda de 4% (de 47,7% para 43,7% das intenções de voto).

terça-feira, 25 de agosto de 2009

Marconi ouve a comunidade

Diário da Manhã

Política e Justiça

Marconi ouve comunidade para sintonizar mandato

Senador vai a reunião na Vila Isaura e destaca importância do diálogo


"Gosto de ouvir, de aprender, de dialogar”, disse o senador Marconi Perillo ao convidar as centenas de presentes à reunião comunitária que realizou ontem na Vila Isaura, em Goiânia, com líderes e populares deste e de bairros vizinhos. Ao abrir o encontro, Marconi pediu que apresentassem suas críticas, propostas e outras observações. Relatou que conheceu esse formato de audiência popular ainda jovem e que aprendeu sua importância quando, na condição de assessor, acompanhava o governador Henrique Santillo. “Goiânia e outras cidades conquistaram muitos benefícios desta forma e, depois, Nion Albernaz, o melhor prefeito que Goiânia já teve, deu continuidade a esse tipo de trabalho”, conta.
Na reunião, entre os pedidos e sugestões feitas pelos líderes de bairros, Hélio José Ramos, do 8º Conseg, queixou-se que os conselhos comunitários de Segurança estão passando dificuldades e precisam ser revitalizados. “Você se lembra das providências que eu tomava em favor dos conselhos de Segurança, e eu adianto agora que farei um pronunciamento sobre o assunto, pedindo total atenção para os conselhos”, respondeu o senador.
O testemunho que outro morador deu na reunião foi muito aplaudido. Washington Bernardes tomou a iniciativa de relatar que seu pai, músico da Orquestra de Violeiros, preocupou-se com a possibilidade de vir a ser demitido quando Marconi foi eleito governador pela primeira vez. “Como a orquestra havia sido formada no governo anterior, havia o risco de Marconi, eleito pela oposição, demitir meu pai. Mas o novo governador, ao contrário, promoveu meu pai e, mais ainda, dobrou o seu salário”, disse, emocionado. Marconi agradeceu o testemunho e acrescentou que em suas duas administrações como governador fez questão de dar total apoio ao desenvolvimento dos assuntos culturais.
A continuidade das obras do Aeroporto Santa Genoveva, assim como do Centro de Excelência, sugerida por Altair Gonçalves, também foi alvo de comentário do senador. “Conheço muitos aeroportos e sei que o terminal de Goiânia é um dos piores do País”, disse, para acrescentar que tem colaborado para resolver o problema, ao cobrar das autoridades competentes e, também, através de emendas parlamentares.
Ao final da reunião, iniciada às 19h30 e encerrada às 20h40, o senador avisou que se coloca à disposição de todos em seu gabinete, que pode ser contatado por telefone, por e-mail ou pessoalmente por qualquer cidadão ou cidadã. Participaram da reunião comunitária, na Igreja Pentecostal Libertadores de Sião, entre outras autoridades, o deputado federal Leonardo Vilela (PSDB), os estaduais Túlio Isaac (PSDB) e Cláudio Meirelles (PR), vereadores Richard Nixon (PRTB), Geovani Antonio (PSDB) e Pedro Azulinho (PPS), o presidente regional do PPS, Gilvane Felipe, a pastora Zélia Maria, e coordenadores do evento, Sebastião da Paz, Fábio Porfírio e Maria Helena.
 
Sindicalistas
À tarde, Marconi participou de encontro com sindicalistas na sede da Federação dos Trabalhadores no Comércio Varejista de Goiás, em Goiânia, no Setor Leste Universitário. A mesa diretora dos trabalhos foi coordenada pelo dirigente da Força Sindical em Goiás, Rodrigo Carvelo.
Representando 31 sindicatos de trabalhadores de um total de nove categorias, os sindicalistas fizeram apelo no sentido de que apoiem no Congresso a medida que reduz para 40 horas semanais a carga horária dos trabalhadores. Marconi anunciou que solicitaria do PSDB que tomasse posição única, no Congresso, a favor das 40 horas.

Fonte: Da Redação








José Serra no Twitter

Diário da Manhã

Política e Justiça

José Serra
"Quero ter um milhão de amigos no Twitter"
Político mais popular da rede relacionamentos, governador revela que entrou na internet somente aos 60 anos
Passa de 2 horas da madrugada. O governador de São Paulo, José Serra, deixa de lado um calhamaço de notícias de jornal, liga o aparelho de som e espera o sono vir ao som dos Beatles. A cena da intimidade do governador foi registrada em menos de 140 caracteres, pelo próprio governador, em sua página pessoal na rede de microblogs Twitter. “Vim dormir. Ia ler o clipping da imprensa da semana, mas desisti. Preferi ouvir o Abbey Road inteiro dos Beatles e zapear na TV sem som”, escreveu Serra na noite de 13 de julho.

O governador paulista é hoje o mais popular político da rede de microblogs, com 71 mil seguidores que acompanham em tempo real seus passos, já que é o nome forte do PSDB para concorrer à Presidência da República em 2010. Aos 67 anos, Serra entrou para a turma dos internautas depois dos 60 anos e para a dos “twitteiros” há pouco mais de três meses, em 19 de maio.

Agência Estado – Na opinião do senhor, qual será o papel da internet nas eleições presidenciais de 2010?

José Serra – Nas eleições de 2010, no Brasil, nenhum candidato poderá prescindir da internet na campanha, é evidente, mas a influência será muito menor do que nos Estados Unidos, porque somos muito menos conectados, nossa legislação eleitoral é mais restritiva, nossa campanha é muito mais curta do que a deles – que dura quase dois anos, contando com as primárias para a indicação do candidato do partido. Aqui, legalmente a campanha só pode começar na segunda metade de julho, e a eleição é em outubro. A internet envolve a criação de hábito, o que exige, por sua vez, mais tempo para atrair e fidelizar internautas a um site, a um blog, para formar público virtual e criar massa crítica nas redes sociais.

AE – Qual será o grande desafio das campanhas na web?

Serra – O grande desafio de campanhas na internet, que a de Obama (presidente dos Estados Unidos, Barack Obama) venceu com louvor, é transportar o ativismo e a militância do mundo virtual para o mundo real, para ações de visibilidade, para as ruas. Tenho dúvidas de que conseguiremos fazer já em 2010 essa passagem do virtual para o real.

AE – Como foi o seu primeiro contato com a internet?

Serra – Aprendi na marra a usar a internet em 2003, quando passei uma temporada nos Estados Unidos, no Instituto de Estudos Avançados de Princeton, depois de perder as eleições presidenciais de 2002. Fui obrigado a me conectar para conversar com a família, com os amigos, para me manter em dia com as notícias do Brasil e do mundo, para não ficar isolado. Primeiro, aprendi a receber e a mandar e-mail; em seguida, a navegar pelo noticiário on-line. Agora, sou o governador twitteiro e já ganhei até diploma de “especialização em relações twitteiras”, concedido pelo programa CQC da TV Bandeirantes.

AE – Para quais atividades o senhor utiliza a internet?

Serra – Até 2002, no Ministério da Saúde, costumava mandar bilhetinhos escritos a mão para a equipe, perguntando sobre esse ou aquele programa de governo, tirando dúvidas, cobrando essa ou aquela providência. Escrevia à noite e, de manhã, minhas secretárias recebiam uma caixa de papéis para redistribuir. Hoje, envio e-mail para os secretários e assessores. Muito mais rápido e eficiente. Também leio notícias nos principais portais e em alguns blogs, pesquiso no Google, escrevo artigos, discursos. Nunca consegui datilografar artigos. Fazia sempre a mão. O computador mudou-me: praticamente só escrevo textos no Word. Troco e-mails com meus filhos, com os amigos – todo mundo tem meu e-mail – e uso para lazer, navego no YouTube para ver clipes de músicas, procurar trechos de filmes. Sou um dependente da internet. Resisti muito a entrar, porque sabia que iria me viciar. Fraquejei, entrei e me viciei. No bom sentido, claro.

AE – O senhor é o político mais popular do Twitter, com mais de 71 mil seguidores. O que tem achado dessa experiência?

Serra – Fui para o Twitter meio por acaso e por curiosidade. Uso muito a internet. Comecei a ver reportagens sobre “o fenômeno do Twitter” e as pessoas mais próximas me diziam que eu devia entrar lá. Nem sabia direito o que era, como funcionava, para que servia, quando abri a minha conta. Esta, aliás, foi a primeira dificuldade: descobri que meu nome e quase todas as variações possíveis já estavam registrados no Twitter, com a minha foto e tudo. Eram muitos perfis fakes. Então, a melhor saída foi usar o meu nome com aquele underline no final: joseserra_. Entrei sem fazer alarde, sem contar para ninguém a não ser para o pessoal mais próximo do gabinete. Habituado a escrever artigos e textos mais longos, no início achei que não conseguiria dizer nada em 140 caracteres, que é o limite do Twitter. Aos poucos, estou aprendendo a ser sintético.

AE – Como o Twitter tem ajudado o trabalho como governador?

Serra – Eles (internautas) me dão dicas, fazem sugestões, apoiam medidas do governo, elogiam, mas também criticam, cobram, reclamam de coisas que não estão funcionando direito. Repasso para todas as áreas do governo, cobro dos secretários, tiro dúvidas com eles, vejo se as reclamações procedem etc. Os mais acionados pelos meus seguidores e por mim são o Barradas (secretário da Saúde), o Paulo Renato (secretário da Educação), as áreas de segurança e de transportes. É aí que a internet é fantástica. Poupa tempo, aumenta a eficácia, abre um canal direto entre o governo e o cidadão, para o governante ouvi-lo, prestar contas em tempo real e até para corrigir medidas. Meus seguidores me deixam mais bem informado, sabendo das coisas do ponto de vista deles, dos cidadãos, e isso para um governante não tem preço.

AE – O senhor também faz comentários pessoais...

Serra – Há o lado lúdico também. Quando disse lá no Twitter que gosto de cinema e de trabalhar ouvindo música, muitos seguidores passaram a me mandar dicas e links de canções, cantores, bandas, trechos de filmes. E posto lá links de músicas que estou ouvindo naquele momento e trechos de filmes que curto, que me marcaram. Também fazem muitas perguntas sobre a minha vida, o governo, o que eu acho disso e daquilo. Claro que não consigo responder tudo e fico até aflito, às vezes, por causa disso, mas sempre dá para conversar um pouco com eles. De que outro jeito isso seria possível? Só no Twitter mesmo.

AE – O que o senhor acha dos seus seguidores?

Serra – Os twitteiros têm uma característica notável: com mais de 70 mil seguidores, são raríssimos os que vão lá para me xingar, insultar. Baixaria não faz sucesso no Twitter, como se vê muito em certos blogs, por exemplo. E isso animou muita gente, muito político e o pessoal do governo a ir para lá também, depois que eu entrei e vi que era legal. Twitteiros são cordiais, gentis, sociáveis, divertidos, bem-humorados, informais, não têm preconceito de idade, de geração, de nada. São abertos, querem mesmo é conversar, ouvir e ser ouvidos. Se a gente não interagir com eles, não funciona, não tem graça. Sou muito mais informal lá, me divirto, brinco com eles, fico totalmente à vontade e eles também. Adoram ensinar novatos como eu a usar melhor o Twitter, a baixar programas, a twittar pelo celular. Quando tenho dúvida, pergunto lá e imediatamente dezenas me mandam dicas. Aprendo a twittar com eles. Quando escrevo três posts sobre o mesmo assunto, me puxam a orelha: “Ô, Serra, se quiser escrever mais, crie um blog.” Não tenho tempo para manter blog. Descobri que minha praia é o Twitter. E estou igual ao Roberto Carlos: quero ter um milhão de amigos lá.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Marconi não para!!

Diário da Manhã

Fio Direto

Rodrigo Vieira

Leonardo adianta formação de alianças pelo interior


O senador Marconi Perillo continua o périplo pelo interior e, com ele, não faltam aliados em volta. Dois deles, sempre presentes nas agendas do vice-presidente do Senado: Leonardo Vilela e Jardel Sebba. O presidente regional do PSDB acompanhou o senador por Uruaçu e Crixás neste domingo: “Foi um sucesso. A sociedade e o meio político querem abraçar o senador”, tuitou.

Já em Rio Verde, revelou conversas políticas adiantadas nos diretórios municipais. “A conversa foi muito boa com as lideranças do PSDB e do PPS”, escreveu, mais uma vez, direto do microblog na internet.

Cora Coralina é homenageada por Marconi

Diário da Manhã

Opinião

Marconi Perillo

120 anos de Cora Coralina

Como goiano que ama e valoriza a cultura da nossa terra, fiz questão se subir à tribuna do Senado Federal para prestar a minha homenagem pessoal aos 120 anos de nascimento da poetisa Cora Coralina, nascida Ana Lins dos Guimarães Peixoto Bretas e hoje reconhecida como um dos grandes nomes da literatura brasileira.

Autora de Poemas de Becos de Goiás e Outras Histórias Mais, seu primeiro livro, publicado em 1965, Cora Coralina representa não somente a tradição, mas sobretudo o talento, a coragem, a determinação e a ousadia de um povo que sempre lutou pela conquista de um lugar ao sol no cenário nacional.

Cora Coralina é símbolo para os goianos. Da sua janela na antiga Vila Boa, cidade patrimônio da humanidade que ela cantou nos seus textos carregados de lirismo e sentimento, essa mulher extraordinária reinventou o tempo e transcendeu as suas alegrias e tristezas, fazendo versos em que falava dos pobres e oprimidos.

Ela deixou para todos nós um comovente legado onde luta e paixão se misturam como argamassa, matéria-prima que ela usou para levantar trincheiras poéticas e enfrentar os preconceitos e as limitações da sua época.

Nascida no dia 20 de agosto de 1889, Cora Coralina amou e viveu intensamente. Nunca se quedou diante das dificuldades. Como escreveu num de seus poemas, "o que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada / caminhando e semeando, nos fim terás o que colher."

Por isso mesmo, ela mereceu o aplauso do grande poeta Carlos Drummond de Andrade, que se impressionou com os poemas do livro Vintém de Cobre, volume por ele classificado como moeda de ouro, de um ouro que não sofre as oscilações do mercado porque é moldado pela sensibilidade e pela riqueza da experiência humana.

Tenho por Cora Coralina uma admiração especial. Além da consistência da obra literária, nela enxergo as virtudes da generosidade e da perseverança que distinguem a mulher goiana e que aprendi a admirar no convívio da minha querida mãe e da minha eterna companheira Valéria.

Deixo aqui registrada, portanto, a minha reverência à memória da poetisa Cora Coralina, a inesquecível Aninha da velha casa da ponte, exemplo de um Goiás que não teme voar alto para alçar as grandes alturas.



Marconi Perillo é senador (PSDB)

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Goiânia é Marconi!!

Diário da Manhã

Coluna Giro

Ivan Mendonça

Iris, 45; Marconi, 40

No Ecope de agosto, Iris Rezende aparece com 45,6% dos votos válidos em Goiânia. Já Marconi Perillo está no calcanhar do prefeito, com 40,2%, seguido de Henique Meirelles, com 13,2%.



Sobe-e-desce

Marconi Perillo subiu 10 pontos em comparação com a pesquisa de maio, enquanto Iris Rezende perdeu 4 pontos, que foram ganhos por Meirelles.



Marconi x Lula

De Marconi Perillo, no twitter: sei que Lula diz que não gosta de mim. Isso porque eu denunciei o Mensalão, que virou escândalo.” O senador tucano diz mais: “O PSDB vai entrar com ação no TSE para coibir gastos do governo federal com propaganda eleitoral.”
Diário da Manhã

Coluna Giro

Ivan Mendonça

Dissidente vê traição do PT ao PMDB e sugere aliança de Iris com Marconi

Ex-tesoureiro do PMDB, o dissidente Juarez Magalhães Júnior sentiu-se ontem de alma lavada e enxaguada. E justifica: “Sempre alertamos que o PT não era o parceiro ideal para o PMDB e que, mais cedo ou mais tarde, iria trair Iris Rezende. E não deu outra: primeiro, no lançamento da candidatura de Henrique Meirelles, patrocinado por Lula, e, segundo, pelo mal-estar da audiência do prefeito com o presidente.”

Juarez Magalhães mostra-se convencido de que o PT só quer ocupar a Prefeitura de Goiânia, daí a criação do movimento dissidente do PMDB. “Os fatos estão comprovando que estávamos com a razão; o PT mostrou suas garras e trocou Iris Rezende pelo governador Alcides Rodrigues antes mesmo de assumir o Paço Municipal. Cabe agora ao PMDB buscar nova alternativa para o governo”, disse ele, antecipando sugestão: “O melhor é aliar-se ao PSDB, que também está sendo traído pelo governador.”

Que vergonha, PT!!

Diário da Manhã

Política e Justiça

Poder desfigura PT

Mercadante ameaça deixar cargo de líder no Senado l A exemplo de Marina, senador Flávio Arns (PR) abandona partido l Dirceu critica colega. Lula minimiza efeito de desfiliações

21/08/2009

Cúmplice do esforço do Palácio do Planalto para salvar o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), o PT sofreu ontem mais duas baixas. O senador Flávio Arns (PR) anunciou que vai se desfiliar do partido por se sentir “envergonhado” com as novas bandeiras do partido. E, pelo mesmo motivo, o senador Aloízio Mercadante (SP) avisou ao presidente Lula que deixará o cargo de líder do partido no Senado. João Pedro (AM) é cotado para substituí-lo.
“Ele (Mercadante) disse que acha que os rumos não estão certos. Ele pretende tomar essa atitude como militante do PT”, disse Arns, que pela manhã conversou com o líder do partido.
O senador Eduardo Suplicy (PT-SP) disse que o senador avaliou que, apesar dos apelos da bancada para permanecer no cargo, não se sente bem em continuar no comando do partido no Senado. “Externei a ele junto com outros senadores para que ficasse no cargo, mas ele disse que refletiu bem e tomou a sua decisão”, afirmou Suplicy.
Mercadante saiu desgastado da votação do Conselho de Ética do Senado, que arquivou ontem as 11 denúncias e representações contra Sarney. O líder manteve no conselho os senadores Delcídio Amaral (PT-MS) e Ideli Salvatti (PT-SC), que não queriam votar em favor de Sarney.
Arns, por sua vez, disse que fará uma consulta à Justiça Eleitoral para não correr o risco de perder o mandato. “Eu não fiquei aborrecido, fiquei envergonhado. Foram bandeiras rasgadas, jogadas no lixo. Buscarei na Justiça a possibilidade de sair do partido, não só para manter o mandato, mas para que a Justiça diga que o partido deve ser fiel ao parlamentar, que deve manter as bandeiras”.

BAIXAS
A bancada do PT perdeu quatro senadores desde a eleição de 2002, quando foram eleitos os senadores cujos mandatos terminam em 2011. No momento em que a Justiça Eleitoral confirmar as duas desistências, o PT contará com apenas 10 senadores.
Em 2005, durante o escândalo do Mensalão, o senador Cristovam Buarque (DF), hoje filiado ao PDT e principal referência em discussões relacionadas a Educação no Congresso, também desembarcou do partido, a exemplo do que decidiram fazer Marina Silva – que levou consigo um séquito de ambientalistas – e Flávio Arns, representante de setores da igreja católica. Na mesma época, a ex-senadora Heloísa Helena (AL), atualmente vereadora pelo PSol, deixou o partido. Ela, entretanto, havia sido eleita em 1998 (legislatura que acabou em 2006). Outra baixa ocorreu em 2006, quando Ana Júlia Carepa foi eleita governadora do Pará e deixou a vaga no Senado para o suplente, José Nery (PSol).
As perdas, entretanto, foram compensadas com a indicação de Alfredo Nascimento (PR) para assumir o Ministério dos Transportes, quando o suplente do PT, João Pedro (AM), assumiu a cadeira do Senado em seu lugar. Augusto Botelho também ajudou a aumentar a bancada petista ao ingressar na legenda após ter sido eleito senador pelo PDT em 2006. Apesar das baixas, o PT continua tendo a quarta maior bancada, atrás do PMDB (19 senadores), DEM (14 senadores) e PSDB (12).



Dirceu: Arns tem comportamento “patético”

Em seu blog na internet, o ex-ministro José Dirceu disse que o senador Flávio Arns (PT-PR) tem um comportamento patético. Arns anunciou a decisão de sair do PT depois de o partido votar pelo arquivamento das denúncias contra o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP), no Conselho de Ética da Casa.
Arns disse que se sentia envergonhado de permanecer no partido depois da forma como a bancada agiu no Conselho de Ética. Em seu blog, Dirceu questiona o fato de Arns não ter dito que se envergonhava do arquivamento das denúncias contra o senador Arthur Virgílio (PSDB-AM).
“Mas não se envergonha do arquivamento das denúncias contra o líder da bancada do PSDB, senador Artur Virgílio (AM)! Pelo contrário, em suas declarações elevou o senador tucano a modelo de ética e de homem público’’, diz Dirceu.
O ex-ministro afirma ainda que “Arns foi filiado ao PSDB’’. “Conviveu em seu Estado – o Paraná – e no Brasil com a aliança tucana, com o PMDB e com o PFL. Ele foi eleito senador pelo PT em 2002, depois de se desfiliar do PSDB. E elegeu-se com apoio do presidente Lula – e por causa desse apoio.’’
“(Arns) deve lembrar-se que sempre defendemos as investigações e a punição para os responsáveis e por elas e que todos os petistas sempre defenderam e apoiaram desde o inicio da crise as mudanças implantadas na Casa. Daí ser patético que nos condene com tal violência verbal e eleve Artur Virgílio a modelo de homem público.’’



PSol recorre contra arquivamento de ações

O PSol recorreu ontem da decisão do Conselho de Ética do Senado de arquivar representações contra o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP). O partido pediu à Mesa Diretora a reabertura de cinco processos contra o peemedebista, dos 11 que foram arquivados pelo colegiado.
O PSol conseguiu o apoio de 12 senadores ao recurso, apesar de haver dúvidas regimentais sobre a possibilidade de questionar a decisão do conselho. O documento não deve encontrar dificuldades para ser arquivado pela Mesa, uma vez que Sarney é aliado da maioria dos seus integrantes -inclusive do primeiro-secretário do Senado, Heráclito Fortes (DEM-PI), que evitou votar no colegiado contra Sarney por se sentir desconfortável, já que integra a Mesa ao lado de Sarney.
Além do líder do PSol na Casa, José Nery (PA), assinaram o recurso os senadores Cristovam Buarque (PDT-DF), Jarbas Vasconcelos (PMDB-PE), Kátia Abreu (DEM-TO), Renato Casagrande (PSB-ES), Jefferson Praia (PDT-AM), Demóstenes Torres (DEM-GO), Marina Silva (sem partido-AC), Flavio Arns (PT-PR), Pedro Simon (PMDB-RS) e Álvaro Dias (PSDB-PR).
No requerimento, os senadores afirmam que "os fatos, objeto das representações, são relevantes, publicamente conhecidos, graves e ofensivos à imagem do Senado e com indícios fortes de serem contrários à ética e ao decoro parlamentar".
Segundo Nery, o regimento do Conselho de Ética é omisso quanto à possibilidade de recorrer contra decisões do colegiado. Portanto, a oposição foi alertada pelos consultores a argumentar que neste caso valem as regras do regimento do Senado para as comissões.



Cristovam Buarque quer ser candidato a presidente

Apesar de o senador Cristovam Buarque (PDT-SP) ter sido cortejado por membros do PV para ser lançado a vice em uma eventual candidatura de Marina Silva ao Palácio do Planalto em 2010, o pedetista afirmou que seu desejo é encabeçar uma chapa à Presidência da República pelo PDT, como fez em 2006. “Tem me animado bastante a hipótese de ser candidato à sucessão”, disse o pedetista.
Antes avesso à ideia de sair como cabeça de chapa em uma disputa à sucessão do presidente Lula, o pedetista mudou de ideia nos últimos dias. Os escândalos recentes no Senado Federal, que têm como pivô o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), fizeram com que Cristovam reavaliasse a possibilidade de lançar seu nome pelo PDT à disputa pelo Planalto em 2010. “Não me sinto mais estimulado em ser senador. A Casa tem vivido momentos que reforçam a imagem de um Brasil tomado pela velha corrupção”.
Cristovam teme, no entanto, que o anúncio da participação da ex-ministra do Meio Ambiente na disputa eleitoral dificulte a construção de leque de apoios à sua candidatura.



Lula nega crise interna e diz que PT continua forte

O presidente Lula negou ontem que a saída de senadores do PT possa enfraquecer o partido. Lula disse que sua relação com a senadora Marina Silva (sem partido-AC) não mudará com sua saída do PT. “A minha relação com a Marina não muda absolutamente nada. Mas se ela quis fazer uma opção e não me procurou para conversar é porque ela estava com a opção feita. E acho que da mesma forma que ela veio para o PT, ela pode sair do PT”, disse ele em entrevista a rádios do Nordeste.
Com relação ao senador Flávio Arns (PR), que deixou o PT por se sentir envergonhado com o partido, Lula disse que o considera “senador de primeiro mandato” no PT. “O Flávio Arns é um senador no primeiro mandato, é um companheiro que tem os seus valores, mas sempre foi muito encrencado com o PT. Bom, se quiser sair, também... Quem entra, sai. Mas o PT continua forte e continua com muitas possibilidades."
Questionado sobre o fim da corrupção, Lula afirmou que as denúncias aparecem porque são investigadas. “[...] Quando você combate a corrupção, você tem esse problema, ou seja, a corrupção só aparece na imprensa se você estiver combatendo”, disse ele.
Lula pediu cuidado para não haver condenações precipitadas. “Não se pode cometer o erro de se fazer pré-julgamento das pessoas: uma pessoa é condenada por uma manchete. No dia seguinte essa pessoa é absolvida e ninguém fala mais no assunto. É preciso que a gente tenha responsabilidade. Não quero para o meu inimigo o que eu não quero para mim.”

Oposição
Lula fez críticas a oposição, que comparou a uma doença sem cura. “Oposição, quando não tem argumento para fazer oposição, é pior do que doença que não tem cura. Porque eles ficam inventando qualquer coisa, e vale qualquer coisa para fazer ataque às pessoas”, afirmou.



PV confirma filiação de senadora dia 30

O vice-presidente da Executiva Nacional do PV, vereador Alfredo Sirkis (RJ) informou por meio de nota, no site do partido, que “o cenário” para o ingresso da senadora Marina Silva, no PV, já está montado. Em reunião ocorrida na última terça-feira em São Paulo, segundo Sirkis, ficou definido que o ingresso de Marina no PV será no dia 30 de agosto, domingo, também em São Paulo, durante convenção nacional do partido.
A nota ressalta que a decisão de Marina de se candidatar à presidência da República pelo PV não é automática à filiação e será tomada em “momento posterior”.



"Oposição, quando não tem argumento para fazer oposição, é pior do que doença sem cura”
Presidente Lula, ontem



"Eu não fiquei aborrecido, fiquei envergonhado. (com apoio do PT a Sarney). Foram bandeiras rasgadas, jogadas no lixo”
Flávio Arns, senador (PT-RS)



"(Arns) deve lembrar-se que sempre defendemos as investigações e a punição para os responsáveis. Daí ser patético que nos condene com tal violência verbal"
José Dirceu, ex-ministro, em seu blog



"Não se pode cometer o erro de se fazer prejulgamento das pessoas: uma pessoa é condenada por uma manchete. No dia seguinte é absolvida e ninguém fala mais no assunto"
Presidente Lula, ontem, sobre corrupção



"É preciso que a gente tenha responsabilidade. Não quero para o meu inimigo o que eu não quero para mim"
Presidente Lula, também sobre corrupção

Fonte: da agência estado, de brasília

segunda-feira, 17 de agosto de 2009

Lula mostra a cara aos goianos!

Diário da Manhã

Opinião

Afonso Lopes

Uma agressão a todos os goianos

17/08/2009

Não teve jeito: o presidente Luiz Inácio Lula da Silva veio, viu a festa, falou pelos cotovelos e renovou as velhas promessas. Nada de novo, portanto, na sua populista passagem por estas bandas. Isso é o que ele sempre faz aqui: promete melhorias e benefícios que não saem da retórica.

Ele não tomou realmente nenhuma atitude para mudar o marasmo das obras federais importantes para Goiás. O Aeroporto Santa Genoveva é o grande exemplo do descaso do presidente para com os goianos. São dois anos com as obras completamente paradas. O que há do novo aeroporto é somente uma bela maquete e um descampado que já consumiu, conforme dados oficiais, nada menos que 30% do valor inicialmente calculado. O pior é que até o pouco que foi feito e o muito que já se gastou estão se perdendo dia após dia.

A culpa, segundo o próprio, não é do governo dele, Lula. O mordomo das obras paralisadas é o TCU, Tribunal de Contas da União, que descobriu que a licitação do aeroporto de Goiânia apresentava ralos para roubalheira de dinheiro público, e mandou suspender os pagamentos e, consequentemente, as obras. Em Goiânia, Lula explicou como resolver o problema: dentro de dois meses, a Infraero, da esfera do governo federal, vai anular a concorrência fraudada e realizar outra, que permitirá a retomada das obras. O presidente precisou de dois anos inteiros para descobrir que bastava fazer isso, anular a falcatrua licitatória. Se isso não é embromação, é algo muito pior: é incompetência aliada ao desprezo pelos interesses do Estado de Goiás. E ainda resta a dúvida se a nova promessa, com prazo de dois meses, será cumprida. Isso se verá depois.

A Ferrovia Norte-Sul, que vai sendo construída num ritmo que, em projeções futuras baseadas no andamento atual das obras, consumirá 50 anos para ser concluída, também tem o mordomo TCU como culpado. O presidente deveria ter incluído a Polícia Federal, que descobriu um esquema de roubalheira inusitado: além de superfaturamento até nas britas usadas na sua construção, diminuíram o número de dormentes assentados, de 1.600 por quilômetro para 1.500. É como se uma estrada de 1 km tivesse somente 900 metros. E o TCU é o culpado.

O presidente Lula não deixou de renovar a promessa embromatória sobre a Celg. Disse que em dois meses chegará o dinheiro para resolver os gravíssimos problemas imediatos da empresa que sempre foi vital para o desenvolvimento de Goiás. Mas ele também ampliou as exigências: avisou que a Eletrobrás terá participação na Celg. Qual o tamanho dessa participação ele não disse, mas explicou que isso seria uma espécie de garantia contra desmandos administrativos no futuro. Nesse aspecto, o presidente simplesmente endoideceu. Quem disse que participação do governo federal em alguma empresa é garantia contra corrupção?

Não é, ao contrário. Os dois exemplos aqui citados anteriormente deixam isso muitíssimo claro. O mais incrível é que essa frase do Lula passou em branco. Ora, o que a afirmativa do fazedor de promessa enseja é gravíssima e agride a honra de todos os goianos. Em outras palavras, Lula disse que o governo federal manda o dinheiro necessário desde que um fiscal do governo dele vigie a empresa para que não a roubem. Como se todos os goianos que porventura forem destacados para dirigir a Celg, incluindo os que lá estão hoje e que foram colocados pelo governador Alcides Rodrigues, precisem ser vigiados de perto, e não fiscalizados normalmente como integrantes de uma grande empresa pública.

Não tenho absolutamente nada contra a participação da Eletrobrás no quadro de comando da Celg. Até pela óbvia razão de que quem é dono tem mais é que interferir e participar das decisões que dizem respeito ao patrimônio que lhe pertence. Creio até que isso será muito bom, mas não pelo motivo canalha apresentado pelo presidente. Que há problemas de gestão na empresa, ninguém contesta. Que aconteceram decisões absolutamente prejudiciais às finanças da Celg, também estamos de acordo. Agora, creditar todos os problemas atuais somente a esses fatores é, acima de tudo, primarizar a discussão, além de revelar que Lula não conhece a Celg e sua história.

Ele não tem a menor noção de que a Celg é uma das raras exceções do mundo das elétricas que não se dedicou tão somente à energização do Estado. Enquanto empresa energética, a Celg foi o grande agente fomentador do crescimento econômico da história de Goiás. Mais até do que instituições criadas com esse objetivo, como o velho BD, Banco de Desenvolvimento.

Então, que numa próxima vez Lula venha, e continuará sendo bem recebido, mas como pagador de promessas. De embromação e discurso de palanque, Goiás e os goianos já se fartaram. E que seja, enquanto presidente da República, mais respeitoso. Será que ele falaria em “bolso da bunda” para os quatrocentões de São Paulo ou no plenário da ONU? Creio que não. Que ele seja avisado de que a plateia daqui é tão nobre quanto aquelas de lá.

Banho de água fria

Diário da Manhã

Opinião

Joãomar Carvalho de Brito Neto

Lula desautoriza aliados e zera o jogo em Goiás

17/08/2009

O presidente Lula não economizou em maldades, na sua visita a Goiás, no último dia 13 de agosto: desprestigiou deselegantemente o prefeito de Goiânia, Iris Rezende, desautorizou a direção do PT goiano favorável à construção de um único palanque para a sua candidata, a ministra Dilma Rousseff, e continuou enrolando o governador Alcides Rodrigues com as velhas e recorrentes promessas de resolver os problemas da Celg, gargalo financeiro da sua administração. Desinformado sobre a origem das dívidas da estatal goiana – venda de Corumbá I (Iris Rezende) e Cachoeira Dourada (Maguito Vilela), principalmente –, o presidente quis jogar toda culpa no senador Marconi Perillo (PSDB), que ele não perdoa, porque este o teria alertado sobre o mensalão e reafirmado isto publicamente. Até claque contra o senador goiano foi organizado para fazer o jogo de auditório que o presidente da República tanto aprecia.

Ao longo dos últimos meses temos insistido numa hipótese de trabalho: se o presidente apostar em Meirelles, atraindo o governador Alcides Rodrigues, ele tromba de frente com o prefeito Iris Rezende e seu PMDB, nacionalmente nas mãos da deputada Iris Araújo, em concluio com Michel Temer. Até então o presidente vinha sinalizando em direção a um único palanque para Dilma Rousseff em Goiás, capitaneado por Iris Rezende. Vamos ver a escalada das maldades do presidente em Goiás.

As maldades lulistas começaram em Anápolis, onde o presidente começou a disparar sua artilharia de descortesias pessoais e políticas, ao desconhecer a trabalheira do deputado federal Rubens Otoni (PT), que sequer foi mencionado no discurso do presidente. Este preferiu, ao colocar o jabuti (Henrique Meirelles) no galho mais alto do árvore da sucessão em Goiás, e elogiar o adversário interno do Otoni, o federal Pedro Wilson, amigo pessoal do presidente do Banco Central e líder de uma tendência minoritária do PT goiano.

Em Goiânia, o presidente fechou seu ciclo de maldades políticas e pessoais, ao desconhecer politicamente o prefeito de Goiânia, que armou todo o circo para receber em grande estilo o presidente da República. O prefeito ainda contou com a ajuda do governador Alcides Rodrigues neste processo que, necessitando da ajuda de Iris Rezende, na hora dos palanques só conseguiu expor obras do seu governo que nem mesmo ele consegue ver. Além disso, o presidente carregou a mão nas gafes e deselegâncias distribuídas, aí sim, contra adversários (Marconi à frente) e aliados não mais tão interessantes (Iris Rezende e seu PMDB).

A análise de tudo isto nos leva às seguintes considerações:

1. O presidente desautorizou a ala majoritária do seu partido (PT), liderada pelo deputado Rubens Otoni que, desde muito tempo, vem defendendo uma aliança preferencial com o PMDB e, em especial, com Iris Rezende. Se o prefeito sai candidato ao governo, o PT ganha a prefeitura de mão beijada, assumindo o vice Paulo Garcia, porque hoje não tem mais votos suficientes para tanto.

2. O presidente desprestigiou uma das maiores lideranças do PMDB no País. Não lhe deu sequer um refresco no comício de Goiânia, marcado por gafes imperdoáveis pelo cargo que ocupa. Até agora, o prefeito tem se mantido em silêncio, mas sabe-se que ele não vai engolir o desaforo, o que é uma marca de sua personalidade: duro e intransigente com quem lhe pisa no pé. Na quinta-feira louca, ele levou, na realidade, um tapa na cara.

3. O prefeito também foi pisoteado pelo governador do Estado, que nunca conseguiu imprimir uma marca para sua administração. Na realidade, Iris Rezende apostou errado numa aliança com Alcides Rodrigues, um político sem prestígio pessoal e sem coisa alguma para mostrar como executivo. Colou em Lula e virou as costas para Iris Rezende, o aliado de ontem.

4. Iris Rezende está a cavaleiro para congelar a aliança com o PT: vai levá-la em banho-maria até quando lhe interessar. Como sabemos, na hora oportuna, ele dará o troco à descortesia pessoal e política do presidente da República, que não sabe em que cipoal se meteu. Ele nunca foi de desconsiderar este tipo de atitude, até porque os militantes do PMDB no interior nunca engoliram a aliança com o PT.

5. O prefeito, por sua vez, sabe que precisa olhar para sua cozinha, onde velhos aliados, como Juarez Magalhães Junior, entre tantos outros, estão sendo expulsos pela pequena porta. O tapa na cara do presidente da República explicitou as razões dos chamados rebeldes que, à luz dos interesses do PMDB, precisam ser chamados novamente de companheiros, sem disfarçar o constrangimento.

6. Marconi Perillo, eleito pelo presidente como o inimigo daquela estranha aliança, sobrou soberano deste episódio patrocinado pelo presidente da República: respondeu elegantemente às provocações, apontando o dedo para as mazelas da atual administração estadual e revelando, mais uma vez, as origens sabidas da crise da Celg.

Para um presidente que não tem o hábito de respeitar a própria palavra empenhada, o episódio de 13 de agosto revela mais das angústias de quem, como ele, nem pôde apresentar sua candidata aos goianos, porque está envolvida em mais um caso de suposta mentira, revelada pela ex-diretora da Receita Federal. Diante deste imbróglio, a sucessão em Goiás ficou zerada e precisa ser reinventada, em meio a justificadas desconfianças na base do governo federal, enquanto a oposição caminha solta para construir seu projeto. Ah!, o novo candidato de Lula em Goiás: Meirelles revelou, nos dias seguintes, que ainda não sabe o que fazer de sua vida: se casa (com a candidatura) ou se compra uma bicicleta.....

Joãomar Carvalho de Brito Neto é jornalista e professor universitário (joaomarbrito@gmail.com)

Campanha na web

O Popular

POLÍTICA

Polêmica na campanha pela web

Projeto já aprovado na Câmara sobre propaganda na internet causa preocupação a especialistas

Erika Lettry

Instrumento de comunicação cada vez mais usado na política, a internet deverá ter regras específicas no que se refere à propaganda eleitoral. Projeto de lei aprovado na Câmara dos Deputados e que tramita agora no Senado prevê mudanças que incluem a liberação de sites de relacionamentos para a propaganda do candidato, mas também limitações e penalidades semelhantes às já previstas na legislação eleitoral para rádio e TV. A proposta preocupa especialistas da área de comunicação, que alertam para possíveis falhas na aplicação das regras e esvaziamento do debate. Para eles, o texto não leva em consideração as especificidades da rede mundial.

O projeto de lei estabelece a liberação da rede virtual para propaganda de candidatos e partidos a partir de 5 de julho do ano das eleições e a captação de recursos para campanha por meio de cartão de crédito. A utilização de vídeos na internet deverá seguir as mesmas regras da televisão, como a proibição de montagens que ridicularizem a imagem dos candidatos.

A Justiça Eleitoral também poderá determinar a suspensão, pelo prazo de 24 horas, do acesso às páginas da internet que descumpram a lei. As novas regras precisam ser votadas até 30 de setembro e sancionadas pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva até 3 de outubro, para que possam ter validade nas eleições do ano que vem.

Para o professor da Faculdade de Comunicação da UFG e mestre em Filosofia Política, Daniel Christino, a proposta de regulamentação é importante por resguardar os valores da disputa eleitoral, que na internet são mais difíceis de ser controlados. Mas ele critica o conteúdo do projeto e diz que as soluções apresentadas ainda são insuficientes e não levam em consideração a vastidão do universo da internet.

Como exemplo dessa falta de percepção das diferenças ele cita a exigência de que o endereço da página eletrônica do candidato seja comunicado à Justiça Eleitoral e que seja hospedado em provedor da internet estabelecido no Brasil. “A Justiça não vai conseguir fazer o controle disso, na internet essas questões se perdem. A falta de fronteiras não é levada em consideração no projeto”, acredita.

Como reflexo das limitações impostas pela legislação em estudo, Daniel Christino avalia que pode ocorrer inclusive o esvaziamento do debate político por parte dos internautas, que passarão a temer penalidades ao terem suas opiniões interpretadas como abuso ou propaganda eleitoral fora da época permitida. “As pessoas vão ficar inibidas e com medo de serem processadas. Pode até acontecer o pior: alguém querer opinar e cair na malha fina, porque a legislação é omissa e confusa”, afirma.

Pesquisador do Departamento de Comunicação Social da UFMG, Francisco Paulo Jamil também acredita que a limitação do uso eleitoral da internet traz pontos negativos, como limitar as diferentes potencialidades da web no debate. Para ele, o projeto de lei reflete conservadorismo político e temor de que partidos menores possam emergir na rede mundial e modificar o quadro das eleições. “Há um temor de não se poder controlar o fluxo de informações. Fica mais difícil administrar a imagem pública. Na internet o político pode ter de responder a questionamentos difíceis ou pode ser que uma informação fuja do controle”, afirma.

Sobre a equiparação da internet à TV e rádio, Francisco Jamil diz que impossível se fazer o mesmo controle na web que se consegue nas outras mídias. “Ano passado o Tribunal Superior Eleitoral decidiu que a internet não podia ser usada para campanha, mas depois descobriu que isso não tem como ser controlado”, explica.

Coordenando na UFG a pesquisa Democracia e Boa Governança Via Websites dos Governos Estaduais, a professora de Ciências Sociais Heloísa Dias considera que a regulamentação da propaganda eleitoral na internet é uma forma de evitar abusos.

Um dos temas abordados no projeto de lei, por exemplo, é o direito de resposta na rede, que deverá ocupar o dobro do tempo da ofensa. “Às vezes as campanhas optam por ataques, mas toda opção de campanha gera custo”, ressalta. “As campanhas acabam se adequando à legislação eleitoral”, observa Heloísa Dias.

Principais pontos do projeto que regula a campanha eleitoral pela internet

- Determina que, a partir do dia 5 de julho do ano em que se realizarem as eleições, os candidatos poderão fazer campanha pela internet. A liberação inclui blogs e redes de relacionamento como Orkut e Twitter.

- Permite que a rede mundial de computadores seja utilizada para captação de recursos para a campanha, por meio de cartão de crédito.

- O endereço da página eletrônica (URL) deverá ser comunicado à Justiça Eleitoral e a página terá de ser hospedada em provedor de internet estabelecido no Brasil. Não poderão estar nas páginas de empresas, entidades da administração pública, federais, estaduais ou municipais. A multa para quem descumprir essa determinação será de R$ 5 mil a R$ 30 mil.

- À mesma multa está sujeito quem vender cadastros de endereços eletrônicos.

- Liberada a propaganda por meio de mensagens eletrônicas. Essas mensagens deverão dispor de mecanismo que permita seu descadastramento pelo destinatário, que deverá ser feito em, no máximo, 48 horas. Caso contrário, será cobrada multa de 100 reais por mensagem.

- Fica proibida a veiculação de propaganda paga na internet.

- A utilização de vídeos na internet deverá se sujeitar às mesmas normas já aplicadas à propaganda política na TV e rádio, como a proibição de montagens que ridicularizem a imagem de outro candidato ou partido.

- Provedores de internet poderão realizar debates entre os candidatos, cujas regras deverão ser aprovadas por pelo menos dois terços dos candidatos às eleições majoritárias ou dois terços dos partidos ou candidatos às eleições proporcionais.

- A Justiça Eleitoral poderá determinar a suspensão, por 24 horas, do acesso às páginas da internet que descumpram a lei, a partir de reclamação de candidato, partido ou coligação. A cada reiteração de conduta, será duplicado o período de suspensão. Durante a suspensão, a página deverá informar que se encontra temporariamente inoperante por desrespeito à legislação eleitoral.

- Caso seja concedido o direito de resposta pela internet pela Justiça Eleitoral, este deverá ocupar o mesmo espaço, horário e tamanho da peça considerada ofensiva, por pelo menos o dobro do tempo em que esta esteve disponível.


Lideranças goianas elogiam proposta

Lideranças políticas goiana ouvidas pela reportagem fazem poucas ressalvas ao projeto de lei que trata da propaganda eleitoral na internet. O presidente da Câmara de Goiânia, Franscisco Vale Júnior (PMDB), ressalta que a lei deve democratizar mais as campanhas. “Antigamente o candidato só podia ter site oficial e com data para terminar. Agora vão ter outras ferramentas. É preciso liberar o máximo possível, porque a internet pode ser usada por quem tem condições financeiras e por quem não tem.”

Para o vereador, a previsão de direito de resposta na web pelo novo projeto é um dos avanços na regulamentação. “O direito de resposta é democrático, mas sei que na internet ele se complica, pois ela é muito dinâmica. Mas é preciso tentar regular”, diz.

O deputado estadual Mauro Rubem (PT), a exemplo do vereador peemedebista, também destaca o aspecto democrático do projeto que tramita no Senado. “A internet é um recurso mais barato, que dá equilíbrio para a disputa eleitoral. As eleições ainda não dão condições iguais”, cita, lembrando que no rádio e na TV o tempo de exposição dos candidatos não é igual para todos os partidos.

O deputado federal Sandro Mabel (PR) lembra que o projeto é alvo de críticas, mas acredita que ele já é um avanço nas discussões sobre o tema. “É difícil controlar o que é divulgado na internet, mas começar a se criar alguns critérios é bom. É melhor do que ficar sem nada.”

A senadora Lúcia Vânia (PSDB) – que participou de audiência pública em comissões do Senado para debater o tema – também considera que o projeto ainda é superficial e precisa ser melhor avaliado antes de ir para votação. “O projeto é um avanço dentro das regras para eleição. Melhor ele, que não é completo, do que nenhum. Utilizando este meio é que vamos ver onde há abusos.”

Repercussão da visita de Lula

Jornal Opção - 16 de agosto de 2009

Afonso Lopes
afonsolopes@uol.com.br


PRE­SI­DEN­TE LU­LA

En­tre dois amo­res

No balanço da visita presidencial a Goiás não se sabe ainda qual é o nome preferido de Lula para disputar com Marconi

Mui­to di­fí­cil con­clu­ir al­gum ba­lan­ço po­lí­ti­co so­bre a vi­si­ta do pre­si­den­te Lu­iz Iná­cio Lu­la da Sil­va em re­la­ção ao can­di­da­to pre­fe­ri­do por ele pa­ra en­fren­tar Mar­co­ni Pe­ril­lo no ano que vem na dis­pu­ta pe­lo go­ver­no do Es­ta­do. Fo­ram du­as as opor­tu­ni­da­des pa­ra ele dar al­gu­ma di­ca so­bre seu un­gi­do. A pri­mei­ra, em Aná­po­lis, ele en­cheu a bo­la do pre­si­den­te do Ban­co Cen­tral, Hen­ri­que Mei­rel­les, es­pe­ci­al­men­te quan­to à sua ad­mi­nis­tra­ção à fren­te do BC. A se­gun­da, na Pra­ça Cí­vi­ca. E ali o jo­go ter­mi­nou ze­ro a ze­ro. O pre­si­den­te não apon­tou seu co­bi­ça­dís­si­mo de­do nem pa­ra o pre­fei­to Iris Re­zen­de e nem pa­ra Mei­rel­les.

Com­pre­en­sí­vel o co­me­di­men­to do pre­si­den­te so­bre os tais can­di­da­tos ao go­ver­no? Tal­vez sim, tal­vez não. Por um la­do, Lu­la sa­be de cor e sal­te­a­do que o pre­fei­to Iris Re­zen­de Ma­cha­do é ho­je mui­to mais can­di­da­to, e com mui­to mai­or po­ten­ci­al, do que Hen­ri­que Mei­rel­les. Mas ele sa­be igual­men­te que se apo­i­ar Iris de for­ma ata­ba­lho­a­da, tra­to­ran­do quem es­ti­ver pe­la fren­te, mui­to pro­va­vel­men­te es­ma­ga­rá tam­bém qual­quer chan­ce de so­mar o PP, do go­ver­na­dor Al­ci­des Ro­dri­gues, pa­ra a gran­de co­li­ga­ção que ele pre­ten­de pa­tro­ci­nar em Go­i­ás. E o pre­si­den­te tam­bém não po­de sim­ples­men­te des­tro­nar Iris de sua pre­fe­rên­cia e op­tar por Mei­rel­les, por­que aí fa­ria exa­ta­men­te o opos­to em di­re­ção con­trá­ria, dei­xan­do o PMDB go­i­a­no pe­ri­go­sa­men­te des­con­ten­te.

Ou se­ja, Lu­la pas­sou des­cal­ço sob o bra­sei­ro po­lí­ti­co de sua ba­se e fez tu­do o que era pos­sí­vel pa­ra não tor­rar os pés e nem tro­cá-los pe­las mãos. Não se de­cla­rou por Iris Re­zen­de por­que co­nhe­ce as di­fi­cul­da­des que o PP te­ria de apo­i­ar o pe­e­me­de­bis­ta de ba­te-pron­to. Não in­di­cou Mei­rel­les por­que cau­sa­ria um de­sar­ran­jo to­tal nas re­la­ções po­lí­ti­cas com os pe­e­me­de­bis­tas. O úni­co si­nal que ele emi­tiu foi que pre­fe­re uma só cha­pa re­u­nin­do to­dos os par­ti­dos de sua ba­se.

Par­tin­do do pon­to de vis­ta do pre­fei­to Iris Re­zen­de, que se mo­bi­li­zou pes­so­al­men­te pa­ra dar sub­stân­cia hu­ma­na ao gran­de co­mí­cio da Pra­ça Cí­vi­ca, a vi­si­ta de Lu­la po­de ter si­do um bo­ca­do frus­tran­te. Até por um de­ta­lhe que pra­ti­ca­men­te pas­sou em bran­co du­ran­te os dis­cur­sos. Iris elo­gi­ou Lu­la e Al­ci­des, que elo­gi­ou so­men­te Lu­la. E não de­ve ter si­do me­ra trai­ção da me­mó­ria, mas al­go de­li­be­ra­da­men­te in­ten­ci­o­nal.

A gran­de ques­tão que fi­ca ca­da vez mais for­te den­tro da ba­se lu­lis­ta em Go­i­ás de­ve­rá ga­nhar mais for­ça nos de­ba­tes in­ter­nos de­pois des­sa vi­si­ta do pre­si­den­te: com quem se­rá que o Lu­la vai fi­car? Ele dei­xou mui­to cla­ro que vi­ve es­sa du­a­li­da­de nos amo­res de uma só can­di­da­tu­ra.

O pro­ble­ma é quem nem a ma­te­má­ti­ca po­lí­ti­co-elei­to­ral me­lho­ra a equa­ção. Em te­se, a can­di­da­tu­ra do pre­fei­to Iris Re­zen­de Ma­cha­do é uma mão-na-ro­da pa­ra o pre­si­den­te Lu­la. Pri­mei­ro por­que for­ma­ria de ime­di­a­to um for­te pa­lan­que pa­ra a mi­nis­tra Dil­ma Rous­sef — ou pa­ra qual­quer ou­tro can­di­da­to ca­so ela saia do pro­ces­so. Em se­gun­do lu­gar, o po­ten­ci­al de Iris elei­to­ral­men­te é mui­to mai­or do que o de Mei­rel­les. Sem fa­lar no fa­to de que um sa­be exa­ta­men­te co­mo pe­dir vo­tos, en­quan­to o ou­tro te­ria que co­me­çar do ze­ro, apren­den­do passo a pas­so ca­da mo­vi­men­to da ar­te de ser um can­di­da­to re­al­men­te com­pe­ti­ti­vo.

Olhan­do des­sa for­ma, se­ria mui­to na­tu­ral que Lu­la op­tas­se ime­di­a­ta­men­te pe­la can­di­da­tu­ra do pre­fei­to e, mais do que is­so, co­lo­cas­se sua tro­pa de cho­que à dis­po­si­ção do PMDB. Por que, en­tão, ele não faz is­so? Sim­ples­men­te, por­que mes­mo sen­do uma op­ção pa­ra lá de ra­zo­á­vel, e até na­tu­ral, Lu­la não de­fi­ne o qua­dro lo­go pa­ra ten­tar até o úl­ti­mo mo­men­to man­ter o PP nas pro­xi­mi­da­des.

Even­tual can­di­da­tu­ra de Mei­rel­les sem o ex­plí­ci­to apoio de Lu­la, o que im­pli­ca­ria u­ma co­li­ga­ção que abran­ges­se o seu PT, es­ta­ria pré-con­de­na­da a mor­rer no meio do oce­a­no elei­to­ral, sem se­quer avis­tar a praia. E, nes­se sen­ti­do, há que se en­ten­der um cla­ro re­ca­do do pre­si­den­te du­ran­te en­tre­vis­ta pa­ra emis­so­ra de rá­dio de Aná­po­lis, a São Fran­cis­co-FM, de que Mei­rel­les só não po­de­rá ser can­di­da­to “pa­ra per­der”. Ou se­ja, se ele en­trar na dis­pu­ta, te­rá que con­tar com to­dos os exér­ci­tos exis­ten­tes, o que, en­tão, in­clu­i­ria tam­bém o PMDB. Lu­la per­ce­be que so­men­te o apoio do PP do go­ver­na­dor Al­ci­des Ro­dri­gues, con­tra as can­di­da­tu­ras de Mar­co­ni Pe­ril­lo e Iris Re­zen­de, é le­var Hen­ri­que Mei­rel­les a se trans­for­mar num náu­fra­go.

Tu­do is­so im­pli­ca ou­tras con­se­quên­cias po­lí­ti­co-par­ti­dá­ri­as. Sem a can­di­da­tu­ra de Mei­rel­les com apoio de Lu­la, o PP pa­la­cia­no te­rá mui­tís­si­mas di­fi­cul­da­des pa­ra evi­tar que as ba­ses pe­pis­tas se unam em tor­no da te­se de no­va co­li­ga­ção com o PSDB. Va­le lem­brar que o Pa­lá­cio já es­ta­rá na re­ta fi­nal de man­da­to, e que en­tão a pers­pec­ti­va de po­der pas­sa a ter mui­to mais va­lor den­tro da vi­da par­ti­dá­ria.

To­das es­sas com­pli­ca­das al­ter­na­ti­vas mos­tram que a si­tu­a­ção atu­al do se­na­dor Mar­co­ni Pe­ril­lo é mui­to boa. Ele tem um for­te re­call jun­to à po­pu­la­ção de Go­i­ás, o que sig­ni­fi­ca que, lo­go nas pri­mei­ras pes­qui­sas que se fi­zer so­bre as elei­ções, seu no­me es­ta­rá mui­to bem si­tu­a­do, se não na li­de­ran­ça ab­so­lu­ta. Sua co­li­ga­ção mí­ni­ma es­tá con­so­li­da­da, com PSDB, PTB e PPS, o que já lhe ga­ran­te pe­lo me­nos um quin­to do tem­po de cam­pa­nha ele­trô­ni­ca, no rá­dio e na te­vê. Além dis­so, seu no­me é dis­pa­ra­da­men­te o pre­fe­ri­do den­tro das ba­ses do DEM e do pró­prio PP, o que não fe­cha com­ple­ta­men­te a pos­si­bi­li­da­de de re­bel­di­as con­tra im­po­si­ções das cú­pu­las pa­ra co­li­ga­ções es­drú­xu­las. E ca­so con­si­ga so­men­te o apoio do DEM, seu tem­po de te­vê co­bri­rá en­tão um ter­ço do to­tal, con­si­de­ra­do por qual­quer es­pe­cia­lis­ta co­mo su­fi­ci­en­te pa­ra fa­zer uma cam­pa­nha ade­qua­da e até com al­gu­ma so­bra.

No fi­nal das con­tas, a vi­si­ta do pre­si­den­te Lu­la a Go­i­ás não pas­sou em bran­co, mas tam­bém não foi o cha­ma­do dia D. Ele cum­priu o fi­gu­ri­no de sem­pre, pro­me­ten­do fi­na­li­zar obras que es­tão pa­ra­das há mui­to tem­po, co­mo a do ae­ro­por­to San­ta Ge­no­ve­va, e até anun­ci­an­do ou­tras, co­mo a du­pli­ca­ção da BR-060. Nes­se sen­ti­do, Lu­la foi so­men­te pro­to­co­lar. Co­mo não ti­nha o que inau­gu­rar, além de me­nos da me­ta­de de um pro­gra­ma de 5 mil ca­sas po­pu­la­res, cur­tiu a fes­ta e foi-se em­bo­ra, dei­xan­do pa­ra sua ba­se em Go­i­ás as mes­mas dú­vi­das que exis­ti­am an­tes.