terça-feira, 27 de outubro de 2009

Bases querem a união!


                   O presidente da Câmara Municipal de Barro Alto, José Adão de Deus (PP),

Diário do Norte

Política

TRECHOS DA ENTREVISTA DE JOSÉ ADÃO DE DEUS


No plano estadual, ele rechaçou uma eventual candidatura do secretário da Fazenda, Jorcelino Braga, seu colega de partido, para suceder o governador Alcides Rodrigues, a partir de janeiro de 2011. Presidente do PP em Barro Alto, Adão de Deus também defendeu a candidatura do senador Marconi Perillo (PSDB) nas próximas eleições. "Hoje, três ou quatro cabeças-duras, que existem dentro do PP e do PSDB, estão destruindo o Tempo Novo por uma questão meramente pessoal", alfinetou.

Leia trechos da entrevista

Deixaram que as razões pessoais interferissem numa história bonita e produtiva para Goiás, através do Tempo Novo
 
Diário do Norte - O secretário da Fazenda, Jorcelino Braga, filiou-se ao PP atendendo a um pedido do governador Alcides Rodrigues. A candidatura de Jorcelino, seu colega de partido, para suceder Alcides, é viável na avaliação do senhor?
 
Adão - Honestamente falando, acho que não. Até pelo fato de que o PP é um partido que compôs o Tempo Novo, da base aliada, com o DEM e com o PSDB. O PP deveria pensar e ouvir mais antes de lançar qualquer nome, porque houve um desconforto entre o PSDB e o PP. E um dos pivôs disso foi justamente o Jorcelino. Então, o que deveria ser feito é uma reciclagem política lá em cima, ver o que é melhor para o partido, ao invés de colocar em jogo situações pessoais. Poderia se discutir, ouvindo as bases, uma candidatura do PP ou uma composição do PP com qualquer outro segmento partidário. Mas não lançar um candidato garganta abaixo do interior (dos diretórios do PP, no caso), porque ele (Jorcelino) não vai passar. Nota-se um desmanche na base do governo, com a saída do Nédio (Leite, ex-prefeito de Jaraguá) do PP para o PSDB; e com a saída do (deputado federal) Roberto Balestra de uma das secretarias de Alcides. Eles são pessoas que devem ser ouvidas para uma eventual decisão (do PP, em lançar candidato próprio ou não).
 
DN - PP e PSDB poderão estar juntos na eleição de 2010 e reeditar o Tempo Novo no próximo pleito? Ou a base aliada efetivamente já rachou?
 
Adão - Houve muitas pessoalidades na discussão em nível de Estado. Deixaram (Adão não citou nomes) que as razões pessoais interferissem numa história bonita e produtiva para Goiás, através do Tempo Novo. Está mais do que na hora das pessoas que causaram esse desastre político botarem a mão na consciência, recuarem, pensarem e dar um passo atrás. Não serão cinco ou seis pessoas dentro de Goiânia que vão decidir o destino do Estado de Goiás. O Tempo Novo deu passos dolorosos, traçou metas políticas difíceis de serem alcançadas e conseguiu isso, revertendo quadros que seriam impossíveis politicamente. Hoje, por dois, três ou quatro cabeças-duras que existem dentro do PP e do PSDB, estão destruindo o Tempo Novo, por uma questão meramente pessoal.
 
DN - O senhor é marconista ou alcidista?
 
Adão - Eu sou Tempo Novo.
 
DN - Como o senhor avalia a eventual candidatura do senador Marconi Perillo ao governo, nas próximas eleições?
 
Adão - O quadro político, através de pesquisas, o favorece, naturalmente. É uma pessoa com muito dinamismo político, que foi um bom governador, que está sendo um bom senador. O momento é do Marconi Perillo, que tem chances reais de vencer a eleição. Ele seria o candidato natural, mas não descarto a chance do nosso partido, o PP, também lançar um candidato, já que eu defendo essa união. Mas sou um simples presidente de partido no interior. Se me ouvirem, o que eu acho que não vai acontecer, o candidato da base seria Marconi Perillo. Mas sou partidário, sou pepista. Irei analisar a decisão que o PP tomar e, se possível, acompanhar o meu partido.
 
DN - Mesmo se o ungido pelo PP for Jorcelino Braga?
 
Adão - Eu acho que a candidatura precisa ser inteligente.
 
DN - E na oposição? As chances são maiores para Iris Rezende ou para o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, recém-filiado ao PMDB?
 
Adão - O Iris seria o homem para representar o PMDB como candidato ao governo do Estado. O Meirelles brincou, de certa forma, com os interesses do PP. E, no meu conceito, acho que ele (o presidente do BC) se enfraqueceu com isso, para ser candidato. O PP desiludiu-se com Meirelles por ele ter alimentado esperanças de ser o candidato do nosso partido e ele, no final das contas, acabou se filiando ao PMDB. Por isso acho que o Iris é o favorito, por força das circunstâncias criadas por Henrique Meirelles.
 
Euclides Oliveira

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