quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Marconi: Tudo azul!

Tribuna do Planalto

Política

Marconi em céu de brigadeiro


Lis Lemos
Estagiária Convênio Tribuna/UFG

Na novela que teve Henrique Meirelles como personagem principal de uma trama cheia de indefinições, quem tem se saído bem é o senador Marconi Perillo. Alheio à problemas de filiação ou de qual candidato o partido deve indicar, Marconi segue sozinho na corrida para as eleições de 2010. Sem oposição dentro do PSDB, o senador não precisa se desgastar internamente na disputa pelo pleito e nem se preocupar com prazos de desincompatibilização. Enquanto seus adversários amargam esses problemas, Marconi só precisa esperar até as convenções do partido para entrar oficialmente na corrida pela sucessão e consolidar alianças para fazer uma coligação de peso.

Em sua primeira disputa para governador, em 1998, Marconi se apresentou como o tempo novo de uma era marcada por governos peemedebistas. A estratégia de campanha agradou tanto que ele foi reeleito em 2002 ainda no primeiro turno. Marconi se elegeu senador em 2006, contabilizando mais de dois milhões de votos. Para sair candidato, deixou o governo com o vice e atual governador de Goiás, Alcides Rodrigues (PP). Numa eleição em que a vitória do adversário Maguito Vilela era dada como certa, a força política de Marconi ajudou a alavancar a vitória de Alcides.

No entanto, assim que ambos assumiram seus respectivos cargos, o racha entre o PP e o PSDB foi tomando corpo. Marconi Perillo se afastava cada vez mais de Alcides Rodrigues, dando mostras de que voltaria para a disputa do governo de Goiás. Apesar de ambos não se pronunciarem sobre o assunto, as trocas de farpas entre o ex-prefeito tucano Nion Albernaz e o secretário alcidista Jorcelino Braga foram públicas, além dos desentendimentos entre Braga e outras lideranças tucanas.

Como estratégia para não ter que voltar atrás na decisão de não apoiar o senador na sucessão 2010, a cúpula do PP investiu suas fichas na filiação de Henrique Meirelles. Do outro lado, Iris Rezende recuava, demonstrando que poderia não ser o adversário de Marconi. Depois da filiação do presidente do Banco Central no PMDB, na quarta-feira, 30, o PSDB tem agido para não ficar de fora da mídia e tentar criar fatos políticos. O primeiro deles foi questionar a permanência de Meirelles, agora partidário, na presidência do Banco Central.

Enquanto todos discutem apoios, alianças e tentativas de isolar o PSDB, Marconi tem seguido uma agenda de campanha. Além de mostrar os pontos fracos dos adversários, sua estratégia inclui o comparecimento a diversos eventos e a inúmeras reuniões em municípios goianos. A região do Entorno de Brasília, onde tucano tem grande vantagem sobre seus adversários, tem recebido atenção especial do ex-governador. Na quarta-feira, 23, o senador se reuniu com prefeitos das cidades da região para fechar apoios. No mesmo dia, em seu gabinete, recebeu quase 40 prefeitos e vereadores de todo o Estado. Assim, o caminho vai se tornando mais difícil para seus opositores, quaisquer que sejam eles.

Capital

Mas, não é só no interior que o tucano tem dado seus voos. Enquanto Iris se desdobrava nas negociações para garantir Meirelles no PMDB, Marconi fazia festa em seu quintal. Com uma agenda intensa também em Goiânia e região metropolitana, Marconi participou de várias reuniões em bairros da periferia, com moradores, lideranças comunitárias e religiosas numa tentativa de melhorar seus índices de aceitação. Até em um casamento ele compareceu no Setor Finsocial.

Para esta semana, as atividades de Marconi Perillo não devem sair da sua rotina de campanha. Na sexta-feira, 2, penúltimo dia para o encerramento das filiações, 30 pastores evangélicos passaram a integrar os quadros do PSDB. A estrela da festa tucana foi o ex-vice-prefeito de Goiânia, Valdivino de Oliveira. No sábado, recebeu mais uma homenagem, dessa vez em Inhumas, cujo prefeito, Abelardo Vaz, é correligionário de Alcides Rodrigues. A cidade é a nona comandada por pepistas que rendem títulos, comendas ou homenagens a Marconi. Na próxima sexta-feira, 9, Marconi desembarca em Goiânia para mais reuniões com líderes comunitários.

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