quinta-feira, 17 de setembro de 2009

Marconi conquista apoio!


Diário da Manhã

Política e Justiça

Larissa Bittar

Friboi decide: apoia Marconi
Empresário declara intenção de fazer parte do projeto político do senador tucano como candidato a vice-governador

Depois de participar da Conferência Internacional dos Confinadores (InterConf), realizada ontem à noite, em Goiânia, o empresário José Batista Júnior, o Júnior do Friboi – proprietário do maior frigorífico da América Latina –, reafirmou disposição em participar das eleições do ano que vem e disse que está decidido a fazer parte do projeto do senador Marconi Perillo (PSDB), possível candidato ao governo.

No que diz respeito a partidos, Friboi esconde o jogo. Não diz onde vai se filiar. Mas alimenta a pretensão de dividir as atenções do meio político goiano com o presidente do Banco Central, Henrique Meirelles. “Não vou entrar na disputa para perder”, garante o empresário.

Friboi afirma que discutiu o seu futuro político com Marconi, e que o senador o convidou a fazer parte da “festa”. “Vamos juntos. A gente só entra em uma festa quando é convidado, e ele (Marconi) me convidou.” O Fio Direto de hoje, assinado pelo jornalista Ivan Mendonça, revela que ele terá almoço com o senador hoje, para discutir o assunto.

O empresário foi filiado ao PSDB, mas deixou o partido depois de ser preterido pela base aliada nas eleições para governador de 2006 em favor de Alcides Rodrigues (PP), que acabou eleito. Além dele, o PSDB propunha à base a candidatura do deputado federal Leonardo Vilela. Hoje, Friboi está sem legenda, mas diz que a escolha do partido importa menos que a decisão de fazer parte da ala marconista.

O empresário sonha ser vice do senador e até arrisca uma provocação contra os demais políticos que cobiçam a vaga. “Não entro para perder. Para mim, o partido não está importando nada. Tem que ser da base do Marconi. Mas o que importa é que, se vamos entrar nesse negócio, vamos entrar para ganhar.” Ele não aceita a possibilidade de concorrer a um mandato de deputado estadual, federal ou senador e diz que já expôs esta decisão a Marconi.

“Falei para ele que não tenho como ser candidato a senador ou deputado; não tenho como me ausentar totalmente da empresa. Propus entrar na chapa majoritária. Não sei de que forma Marconi vai montar isso.”

MEIRELLES

Questionado sobre uma possível candidatura do presidente do Banco Central ao governo do Estado, Friboi responde de forma elegante, valendo-se de uma metáfora. “Eu penso assim: todo candidato é uma joia. Você dá uma polida, vê quem brilha mais, aí, ele vai lá e ganha.”

O empresário classificou o interesse de Meirelles em concorrer ao cargo como “legítimo”. Lembrou que são conterrâneos e frisou: “Não tenho nada contra ele.”

O empresário arrisca dizer quais serão os fatores decisivos na eleição do ano que vem. Para ele, vence o candidato que melhor souber explorar a imagem de político experiente, que já fez muito por Goiás, com propostas que respondam aos anseios da população. Na sua opinião, a campanha vitoriosa do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, deve servir de exemplo.

“Quem vai trazer mais esperança para Goiás? Porque o Obama levou para os Estados Unidos e venceu. Quem vai ser um fato novo? Quem fará mais? Quem já fez mais pelo Estado?”

Os jornalistas presentes ao evento ontem devolveram a pergunta: quem fez mais pelo Estado? “Não vou responder. Todo mundo fala que fez. Então, vamos pegar de agora para frente e esquecer o passado. O que já foi feito não ‘pertence’ mais.”

JOGO DUPLO

No começo de maio, em entrevista publicada no DM, Júnior havia dito que queria participar do processo, seja como for: candidato a governador, vice ou qualquer outro papel de razoável destaque. Mesmo que insista que “não entra na disputa a qualquer custo”, Júnior, pouco acostumado às nuances do léxico político, logo se entrega. Elogia gregos e troianos, ressalta o bom relacionamento com Marconi, com o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), enfatiza o brilhantismo técnico de Meirelles e aplaude Lula. De fora ficaram, talvez por lapso de memória, alguns poucos políticos e partidos de destaque.

“Se eu for convocado um dia para servir ao Estado, poderia perfeitamente me licenciar dos meus negócios. Vejo que há bons candidatos já colocados. Sempre deixei o meu nome à disposição, mas não é a qualquer custo que quero governar Goiás. Apenas se houver consenso, que inclua PSDB, PMDB e PP. Aí, sim, estaria disposto a servir ao meu Estado, a fazer o que eu puder.”
Perfil que lembra Meirelles

Nascido em Anápolis, Júnior tem participado, nos bastidores, do processo eleitoral em Goiás. Em 2006, sua empresa foi a campeã em doações às campanhas dos deputados eleitos pela base aliada. Sua saída de trás das cortinas e inserção ao centro da disputa representam uma carta importante do PSDB para enfrentar Meirelles, caso ele de fato seja candidato a governador. Além do apoio financeiro, os tucanos também teriam alguém para levantar a bandeira do “goiano que elevou o nome do Estado no exterior”.

Júnior ressalta que tem estado bastante ocupado e ainda não decidiu ao certo o que fazer até dia 3 de outubro – prazo final para filiação. Mas já aderiu ao discurso comum entre os políticos. “Daqui para o dia 30 de setembro, definirei o que vou fazer e de que forma vamos organizar isso. Não estou fazendo isso porque quero ser político. Gostaria de ajudar meu Estado.” Morando nos Estados Unidos, o empresário diz que se licenciaria da direção do frigorífico para ocupar a vaga de vice.

"Não estou fazendo isso porque quero ser político. Gostaria de ajudar meu Estado”
Júnior do Friboi, empresário

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