segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Marconi faz história!

Diário da Manhã

Opinião

José Wilson B. Borges

Pedro Ludovico, Mauro Borges e Marconi Perillo


Três marcos divisores assinalam a história de Goiás nos últimos 60 anos, mostrando com clareza os momentos em que se iniciou, cresceu e se consolidou o processo de desenvolvimento e modernização do Estado. Historiadores concordam hoje com a tese de que os avanços mais significativos que transformaram a realidade regional aconteceram na década de 30, com a fundação de Goiânia por Pedro Ludovico e a transferência da Capital, a implantação do Plano MB, no governo Mauro Borges, que trouxe o desenvolvimentismo para Goiás, a chegada do Tempo Novo, com a vitória de Marconi Perillo nas eleições de 1998, e o início da modernização definitiva do Estado.



A mudança da Capital, com a construção de Goiânia, através da ação revolucionária de Pedro Ludovico, abriu a possibilidade de superar o isolamento e trazer a integração com o resto do Brasil. A implantação de uma cidade moderna para simbolizar o dinamismo almejado por Goiás tornou realidade a atração de empreendimentos industriais, bancários e comerciais, sinais pioneiros, enfim, da modernização.


Nas palavras do economista Luiz Estevam, que tem livros publicados sobre a história econômica do Estado, “Goiânia representou uma aposta arrojada no desenvolvimento do Estado”. A nova capital lançou os germes da transformação das estruturas tradicionais, atraindo correntes migratórias que se tornaram mais fortes ainda com a subsequente construção de Brasília. Sem dúvida, estava dado o passo inicial para um salto de qualidade, mesmo porque se viabilizava em definitivo a interiorização do processo de geração de riquezas até então concentrado no litoral.


Construída e consolidada a nova Capital como referência de uma emergente ordem estrutural em Goiás, o segundo marco histórico de importância foi o governo Mauro Borges, no começo da década de 60. Até então, o aparato administrativo do Estado ainda se submetia aos velhos padrões de organização, sem conseguir acompanhar e, muito menos, apoiar a velocidade do processo de desenvolvimento regional. Mauro Borges fez uma reforma radical, introduziu a valorização do mérito na hierarquia funcional e criou empresas públicas e autarquias que supriram a falta de capital privado para a exploração das riquezas naturais de Goiás.


As novidades do governo Mauro Borges, guardadas as devidas proporções, até hoje balizam a administração pública estadual. O chamado Plano MB voou alto ao destacar a visão de longo prazo como elemento principal para o planejamento econômico e social, encerrando uma era de improvisações e de decisões oriundas apenas da motivação pessoal dos governantes. Produtividade da agricultura, aproveitamento dos recursos minerais e industrialização passaram a ser pensadas como objetivos prioritários pela planificação das atividades governamentais, levando Goiás a chamar a atenção do Brasil pela sua criatividade e originalidade dos seus projetos econômicos e sociais.


Finalmente, a terceira onda modernizadora na trajetória histórica do Estado é o governo Marconi Perillo, deflagrando um processo de renovação sem precedentes, a partir da virada nas urnas de 1998, quando Iris Rezende foi derrotado e o mandonismo do PMDB expurgado do governo. Com 35 anos, sem nunca ter ocupado cargo executivo anteriormente, Marconi recebeu mais de 50% dos votos, vencendo um adversário cantado em prosa e verso como administrador experiente. Depois dos seus dois mandatos, que mereceram a mais alta taxa de aprovação popular que um governador já alcançou em Goiás, na altura dos 94%, o mínimo que se pode dizer é que o destino, na eleição de 1998, conspirou a favor do Estado.


Marconi fez uma administração que varreu a péssima imagem que o Estado adquiriu nos anos do PMDB no poder, marcada pelos escândalos de corrupção e pela falta de soluções para os seus principais problemas. Goiás passou a ter um serviço público profissionalizado, sem burocracia, com concursos públicos e procedimentos licitatórios eficientes e impessoais. Sobretudo para o atendimento à população, não há melhor exemplo que os Vapts Vupts. E tudo isso sem falar nos aumentos salariais que valorizaram o funcionalismo, além do pagamento do salário dentro do mês, eliminando o atraso institucionalizado no passado.


Na Educação, Marconi garantiu oportunidades para o aperfeiçoamento de todos os professores das redes estaduais e municipais. Criou o Salário-Escola para mais de 70 mil famílias e alfabetizou milhares de pessoas em todos os cantos do Estado. Novas escolas foram construídas e outras reformadas com a aquisição de mais de um milhão de livros para as bibliotecas escolares. Mas o grande símbolo da política educacional do Estado foi a criação da UEG, que já é a segunda maior universidade pública do Brasil, com uma capilaridade nunca imaginada, levando o ensino superior às comunidades interioranas. De resto, Marconi implantou a Bolsa Universitária, copiada até por São Paulo, beneficiando milhares de alunos do curso superior em todo o Estado. O setor cultural entrou em efervescência, cujo ícone maior é o Centro Cultural Oscar Niemeyer, um dos mais bonitos do Brasil.


Na área econômica, Marconi levou o PIB do Estado a um crescimento chinês, triplicando os números em sete anos e meio. O governo do Tempo Novo também reduziu os impostos, uma novidade em um Estado acostumado com o estilo do PMDB de sempre aumentar a carga tributária. Ao contrário do que os pessimistas apregoavam, a arrecadação subiu ainda mais. Marconi atraiu investimentos industriais que, somados, são iguais a tudo o que veio para Goiás até o início do Tempo Novo. No momento em que apenas recursos naturais como as terras férteis, o clima favorável e os mananciais abundantes já não supriam mais a demanda pelo desenvolvimento sustentável, Marconi convocou o empresariado para formular uma política de articulação de forças que alavancou a competitividade do Estado em relação às outras unidades da federação brasileira, com respeito à natureza e ao equilíbrio ambiental.


Em resumo, Marconi Perillo instituiu um modelo completo de governo, sem privilegiar determinadas áreas em detrimento de outras, dando atenção ao conjunto de responsabilidades e objetivos da máquina pública em Goiás.

 

José Wilson B. Borges é economista, administrador de empresas e professor da Economia da UEG






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