segunda-feira, 21 de setembro de 2009

Marconi contra aumento de impostos!

Diário da Manhã

Opinião

Marconi Perillo

Contra o novo imposto do cheque

O governo Lula está fazendo pressão para que o Congresso Nacional vote um novo imposto do cheque, agora rebatizado com o pomposo nome de Contribuição Social para a Saúde (CSS). Se aprovada, a CSS vai esvaziar o bolso do contribuinte em mais de R$ 12 bilhões. E, provavelmente, nada vai acrescentar em termos de solução para o descalabro em que o governo federal atirou a saúde pública no Brasil, hoje em dia.
É óbvio que ninguém acredita mais nas boas intenções. A CPMF não vinha resolvendo os problemas de caixa da Saúde, mesmo porque o dinheiro arrecadado era desviado para outras finalidades. Por isso, foi extinta numa votação histórica no Senado Federal, onde vencemos o governo por 45 votos a 34 e fizemos valer a vontade da sociedade brasileira, que consome 147 dias de trabalho no ano somente para pagar impostos e arcar com uma das cargas tributárias mais altas do mundo. 
Agora, o governo Lula joga pesado para recriar a CPMF e sacrificar ainda mais a população. Todos nós sabemos que mais dinheiro nas mãos do governo significa aumento dos gastos da máquina pública, mais desperdício e mais corrupção. Os senadores que votaram contra a prorrogação da CPMF, como eu e os demais integrantes da bancada do PSDB, apenas cumpriram com o seu dever cívico. O grande mérito foi do próprio povo brasileiro, que se manifestou nas ruas e exigiu o fim desse tributo inoportuno, injusto e equivocado.
Na verdade, não passa de balela o sofrível discurso da falta de recursos que o governo entabula para justificar a cobrança de um novo imposto do cheque. Os cofres públicos nunca estiveram tão abarrotados de recursos. No ano passado, a arrecadação federal bateu recorde, e isso mesmo com o fim da CPMF. Houve dinheiro para o cumprimento da meta fiscal e também para o governo crescer a folha de salários e engordar as verbas da publicidade oficial. Portanto, há recursos, sim, para a Saúde. O que falta é competência. Basta que o presidente Lula defina uma escala de prioridades e desenvolva ações sérias e consequentes para resolver os problemas existentes na área. 
Quando fui governador, implantei uma política de redução de impostos que, ao longo de oito anos, produziu resultados extraordinários, inclusive com um notável incremento na arrecadação. O setor produtivo respondeu positivamente e Goiás cresceu acima da média nacional. O governo do Estado tornou-se parceiro da produção e os avanços econômicos logo puderam ser materializados em conquistas sociais. Geramos mais empregos e melhoramos a distribuição da renda. Com menos impostos, Goiás deu um exemplo ao Brasil de que é possível governar sem tirania fiscal. 
Com a tentativa de recriação da CPMF, o governo Lula mostra mais uma vez que está na contramão da história e se revela insensível diante da realidade brasileira.


Marconi Perillo é senador por Goiás



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