segunda-feira, 29 de novembro de 2010

Adhemar Santillo: PMDB perde parte da sua história!!

 
 
 
 
Reportagens

PMDB
                           Fernando Leite/Jornal Opção
Adhemar Santillo, ex-presidente do PMDB: “Pedimos votos
para Iris e para Dilma e não recebemos nem um telefonema de
agradecimento depois” 
 
Baluartes do partido, Adhemar e Onaide saem e levam mais 70
Ex-prefeito reclama que Iris não defendeu a sigla das críticas de Antônio Gomide; vereador Wesley Silva faz pouco caso e diz que quem tem voto continua 
 
Cezar Santos
 
Uma saída mais do que anunciada. Na semana passada, o ex-prefeito Adhemar Santillo e sua mulher, a ex-deputada Onaide Santillo, se desligaram oficialmente do PMDB anapolino. São perdas significativas, considerando que Adhemar e Onaide são os dois políticos mais conhecidos da sigla e talvez de Anápolis. Adhemar, por sinal, era o presidente do PMDB, responsável pela organização e, pode-se dizer, coesão interna do partido na última década. Mas a campanha eleitoral que terminou no dia 31 de outubro evidenciou por demais a situação muito difícil do partido em Anápolis, que vem impondo duríssimas derrotas aos peemedebistas.
 
“Nós nos desligamos oficialmente na tarde segunda-feira, 22, quando entregamos a renúncia”, explica Adhemar Santillo. Mas o casal não saiu sozinho. “Fomos acompanhados por 72 companheiros, que seguiram o mesmo caminho nosso. Desses, 53 pertencem ao diretório. Dos 45 membros oficiais do diretório, saíram 29, além de 13 dos 15 suplentes”, contabiliza.
 
Teria sido uma desfiliação em massa? Adhemar diz que não: “Nós não fizemos desfiliação em massa do partido, fizemos só a desfiliação dos membros do diretório. Os filiados comuns vão ter outra oportunidade de migrar para onde nós formos. Então ficou a minoria. Mas isso agora é uma questão interna corporis do PMDB de Anápolis.”
 
Ao falar de seu rompimento com a sigla, o tom de voz de Adhemar trai certa mágoa, mas ele não menospreza seu ex-partido. “Esperamos que aqueles que ficaram, até por imposição legal, já que quem tem mandato não pode sair, façam o trabalho deles. Eu vou fazer a política que sempre fiz. Espero entrar num partido onde eu possa pelo menos ter condição de dialogar de igual para igual com seus integrantes.”
 
E para onde iriam Adhemar, Onaide e companhia? Segundo e ex-prefeito, não falta destino. “Posso dizer que desde o partido comandante da política goiana hoje, do qual Marconi Perillo é o maior líder, que é o PSDB, até os outros aliados, qualquer um pode ser nossa opção. Resolvemos sair, em primeiro lugar, e agora vamos começar a discutir nosso destino.”
 
 
Sem pressa
 
Adhemar Santillo diz que não há pressa em procurar abrigo partidário neste momento. “Não temos muita pressa para isso, porque vários dos companheiros que nos acompanharam querem ser candidatos em 2012, mas o prazo para estar filiado a um partido é até outubro de 2011, para poder disputar a eleição em 2012. Então até janeiro estaremos dialogando para escolher o melhor caminho a seguir.”
 
O ex-prefeito e ex-presidente do PMDB de Anápolis informa que os dissidentes anapolinos já foram procurados por várias siglas partidárias. “Temos alguns convites. Vários partidos nos procuraram, mas tenho dito aos companheiros que qualquer decisão só será tomada depois que tivermos uma conversa com o governador eleito Marconi Perillo, a quem apoiamos no segundo turno da eleição.”
 
Uma coisa é certa, Adhemar e Onaide Santillo devem ter a companhia de peemedebistas ilustres de outros municípios na nova sigla que vierem a escolher. Ele informa que já conversou com Juarez Magalhães Júnior, ex-prefeito de Cristianópolis (1997-2000 e 2001-2004), e com Ney Moura Teles. “Só não falei ainda com o Luiz Bittencourt, mas a tendência é que eles tomem uma posição em conjunto, idêntica à que vamos tomar em Anápolis.”
 
Segundo o ex-prefeito, o momento é de dialogar. “Vamos conversar muito não só com partidos, mas também com esses companheiros, para seguir um mesmo rumo. Aliás, várias lideranças do PMDB no Estado estão apenas esperando a nossa decisão para também se manifestar. Não temos feito nenhum proselitismo nesse sentido, mas sabemos que há essa tendência. Vamos trabalhar entre nós e escolher em conjunto aquela que for a média do pensamento do pessoal, para definirmos um partido.”
 
 
Apoio a Marconi já no segundo turno
 
Peemedebistas históricos, Adhemar e Onaide Santillo, que tinha sido candidata a deputada, aderiram ao tucano Marconi Perillo, que disputava com Iris Rezende, da coligação PT-PMDB. E por que o apoio ao adversário do PMDB? “Apoiamos Marconi em função das divergências que tivemos pelo comportamento de Iris Rezende. Na campanha ficou claro que Iris tem a síndrome da velhice. Ele faz novas amizades e simplesmente descarta os antigos companheiros, foi o que aconteceu em Anápolis.”
 
Adhemar reclama do que considera ingratidão de Iris Rezende. “Demos um duro danado na campanha, fomos a cada lugar pedindo voto para Iris e para Dilma Rousseff. E passado o primeiro turno ele nem sequer nos deu um telefonema para agradecer pelo menos o trabalho que a candidata a deputada Onaide fez por ele, que o diretório fez.”
 
O ex-presidente deplora o comportamento do comando do PMDB estadual, que segundo ele se juntou a Antônio Gomide numa campanha insidiosa feita pelo prefeito e por outros petistas, de que o PT teria sido prejudicado porque o PMDB de Anápolis está desgastado. “Não, o PMDB de Anápolis está desgastado pelo desgaste a nível estadual e federal. Ninguém fala aqui que nós fechamos Caixego ou que participamos de rolo com o BEG, que vendemos Cachoeira Dourada. Não tem nada disso contra nós de Anápolis, vem tudo de cima para baixo e atinge a nós todos.”
 
Outro motivo de mágoa para Adhemar foram as contas feitas por Antônio Gomide e companhia depois do desastre eleitoral do primeiro turno, quando a vitória de Marconi foi acachapante. “O PT ainda veio alegar que os votos que Iris teve no primeiro turno foram votos do PT. Ora, o PMDB desde 1998 tem 22% dos votos em Anápolis, e foi isso que Iris teve no primeiro turno. Isso fez com que nós tomássemos um posicionamento coerente de sair. Não estávamos pedindo cargos, só queríamos respeito por parte dele.”
 
 
Estigma
 
O ex-prefeito de Anápolis faz um breve histórico para justificar seus motivos em romper com o PMDB. “A derrota do partido em 1998 para Marconi foi natural, qualquer um pode ganhar ou perder. Mas acompanhadas da derrota vieram à tona denúncias que estigmatizaram o partido no Estado todo. Se são verdadeiras ou não, isso fica para a Justiça. Aquelas questões de Caixego, BEG, que foram tão exploradas pela imprensa, tudo aconteceu em função do PMDB ter perdido o poder. Então pior do que a derrota foi o estigma jogado sobre o partido.”
 
E continua: "E o comportamento do PMDB a nível nacional, hoje muito mais um partido de aluguel do que propriamente que visa chegar ao poder, piorou tudo. O PMDB hoje está satisfeito com os cargos que tem e vai continuar apoiando quem lhe der cargos. É uma política diferente da que aprendi a fazer. Fui formado na oposição, de combate à ditadura. Esperávamos que a democracia nos levasse ao poder e que colocaríamos o poder em função do povo. Infelizmente, a nível nacional não aconteceu. Tudo isso afetou Anápolis, que era o polo da resistência democrática, do qual eu fiz parte, com Fernando Cunha, Henrique Santillo, essa turma toda.”
 
Adhemar diz que hoje, com essa imagem do PMDB, o partido está fadado a inúmeros insucessos em Anápolis. "Mas nós resistimos, estivemos na trincheira o tempo todo. Eu, por exemplo, cheguei a me distanciar do meu irmão Henrique Santillo, com quem fiz política todos os dias no melhor da minha vida, para ficar ao lado de Iris Rezende e do PMDB. Eu achei que Henrique estava equivocado ao romper. Ele tinha os motivos dele, mas eu não via motivo para afastamento. Mas agora não dá mais, tivemos de sair.”
 
O alinhamento com o tucano Marconi Perillo é líquido e certo, segundo Adhemar. “Vou conversar com Marconi e procurar um partido da base aliada dele para continuarmos fazendo política em Anápolis. Com já disse, temos um leque de opções. Nos encontramos quando ele veio visitar o túmulo de Henrique Santillo, não tivemos tempo de conversar. Depois ele viajou, eu também. Creio que depois que ele passar pelo burburinho da formação de sua equipe, vai sobrar tempo para que possamos trocar uma ideia sobre a questão partidária e política.” (Cezar Santos)
 
 
 
“Quem disputa voto continua no PMDB”
 
O vereador Wesley Silva afirma que não o PMDB não deve se ressentir da saída do ex-prefeito Adhemar Santillo, da ex-deputada Onaide Santillo e demais pessoas que os acompanharam. Segundo Wesley, o partido é forte em Anápolis e terá em Air Ganzaroli, agora presidente da sigla, um bom comando. “Eu sou vice-presidente do PMDB, conversei com o agora presidente Air Ganzaroli, que é um empresário conhecido, político experiente, e vai fazer um bom trabalho à frente do PMDB. Temos filiados importantes, como Henrique Meirelles. Aliás, vamos fazer um convite a Meirelles para que ele assuma pelo menos a presidência da honra do PMDB de Anápolis.”
 
Segundo Wesley, o PMDB tem mais de 2 mil filiados na cidade. “Adhemar e Onaide puxaram só 29 membros do diretório e mais 15 suplentes. E muitos que saíram são da família deles, parentes, não são pessoas que disputavam voto. Quem disputa voto no PMDB não os acompanhou.”
 
Mas o vereador reclama do timing da saída do casal. “Só achei ruim eles saírem do jeito que saíram. Poderiam ter saído antes, em maio ou julho, ou depois do segundo turno. Mas desistiram no decorrer da eleição. Adhemar disse que ia ficar neutro e foi apoiar Marconi. Mas, enfim saíram. Ao projeto deles não interessa a parceria que o PT e o PMDB fazem em Anápolis.” Segundo Wesley, a desfiliação do casal se deu puramente pelo resultado da eleição de outubro. “A saída foi só em função do resultado da eleição que qualquer outra coisa. Eles escolheram sair, acharam que o PMDB estava esgotado para eles e querem outra sigla para atuar na política de Anápolis.”
 
O vereador diz reconhecer a importância do casal Santillo. “Adhemar foi prefeito duas vezes, Onaide exerceu dois mandatos e meio de deputada. Eles foram importantes num período. Exerceram papel relevante, com história maravilhosa na resistência democrática. Mas estão fora do poder há muito tempo. Qual foi a última eleição que eles deram ao PMDB? Tem mais de 15 anos.”
 
 
Pragmatismo
 
E sobre o argumento de que Iris não defendeu o partido quando Gomide criticou o PMDB? Wesley dá uma resposta que denota nítida opção pelo pragmatismo e que para muitos carece de coerência. “Não era necessário Iris defender o partido. Iris é um político inteligente, experiente, estava em campanha numa aliança e não tinha sentido ele atacar o PT em Anápolis, com quem era coligado.”
 
Mas o vereador até concorda com Adhemar ao discordar da tese de desgaste do PMDB em Anápolis. “Eu não concordo com esse argumento de desgaste do PMDB. Aliás, discordo tanto do argumento do Antônio Gomide e do Rubens Otoni, de desgaste do PMDB, quando de Adhemar e Onaide, de que Iris tinha que defender o PMDB anapolino. A derrota de Iris aqui foi em função da força de Marconi, nada mais que isso.”
 
Conforme Wesley, vai demorar muito para os adversários superarem o tucano na cidade. “Marconi aqui é considerado um semideus. O PT e o PMDB vão ter de trabalhar muito para se fortalecerem e superarem a força de Marconi, nem é a força do PSDB, é o Marconi pessoalmente. E o pior é que Anápolis causa influência em todo o Estado. Então a votação pífia de Iris aqui foi muito ruim para nós.” (Cezar Santos)
 
 
 
Mosquito da dengue preocupa 
Prefeitura firma convênio com Estado para dar combate ao vetor da doença; campanha já teve início com várias ações 
 
A Prefeitura vai intensificar o combate ao mosquito transmissor da dengue. Na semana passada o prefeito Antônio Gomide recebeu a secretária estadual de Saúde, Irani Ribeiro, com quem firmou uma parceria para intensificar as ações de combate à doença no município.
 
Segundo Gomide, o trabalho começaria pela intensificação das ações de divulgação junto à comunidade, mostrando a necessidade de uma mudança de comportamento para melhorar a prevenção da doença. Outra ação é a contratação de mais 60 agentes de saúde. “A Secretaria Municipal de Saúde vai treinar esses profissionais que, no máximo em 15 dias, já vão estar nas ruas conscientizando a população. Com essa contratação teremos no total 170 agentes de saúde.”
 
A secretária Irani Ribeiro disse que é preciso ter uma gestão solidária e, principalmente, contar com o apoio da população para combater a dengue. O Estado disponibilizou mais equipamentos para a Prefeitura e vai realizar uma capacitação com os novos agentes, além de promover o treinamento para os técnicos da Vigilância Epidemiológica. “Com essas ações acreditamos que o município vai conseguir controlar os casos de dengue. Quem ganha com essa parceria é a população. São novas ferramentas de combate à dengue sendo incorporadas na saúde.”
 
 
Ações
 
A campanha de combate à dengue tem o slogan “Venha fazer parte do nosso exército em defesa da saúde”, numa ação voltada para a união entre população e poder público no combate ao transmissor da doença. O objetivo é intensificar ainda mais o trabalho feito pela Secretaria Municipal de Saúde (Semusa).
 
Mensalmente, são feitas reuniões de avaliação e controle da dengue. Dentre as ações de intensificação e erradicação da doença, definiu-se que todo dia 8 de cada mês sejam executadas atividades de combate a criadouros do mosquito transmissor.
 
De acordo com a Gerência de Vigilância Epidemiológica, medidas como arrastões com delimitação de focos da doença e manejo ambiental em bairros com maior incidência já estão sendo tomadas. A Semusa também está promovendo atividades educativas junto às escolas da rede municipal, estadual, conveniadas e particulares.
 
Nos setores com o maior índice de casos de dengue, a secretaria está fazendo o bloqueio. É feita a aplicação de fumacê nas ruas e costais dentro das residências. Também estão sendo realizados nos bairros arrastões de limpeza com recolhimento de lixo e limpeza das bocas de lobo, bem como ações educativas nas escolas.

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