terça-feira, 2 de novembro de 2010

Marconi Perillo: união e trabalho!





ELEIÇÕES 2010

Marconi: Centro Cultural é prioridade
Em visita aos veículos da OJC, tucano afirma que vai ligar para os adversários políticos nos próximos dias
 
Núbia Lôbo
 
Com a voz restabelecida e a imagem mais tranquila, o governador eleito Marconi Perillo (PSDB) dividiu o dia de ontem entre o descanso e diversos contatos já articulando seu terceiro mandato à frente do Estado. Sua primeira ação no governo será reabrir o Centro Cultural Oscar Niemeyer, cuja obra ficou paralisada desde que o tucano deixou o cargo, em 2006, e serviu de alicerce para críticas de adversários nas eleições deste ano. O tucano fará a transmissão de cargo no local, provavelmente na primeira hora do dia 1º de janeiro, e colocará o monumento à disposição da sociedade e do segmento cultural já no dia 2 de janeiro.
 
Em visita aos veículos da Organização Jaime Câmara, Marconi disse ao POPULAR que também dará prioridade à conclusão do viaduto que construiu entre os setores Madre Germana I e II, que quer entregar ainda no primeiro mês de governo, e à construção do Centro de Excelência do Esporte. Ambas as obras foram paralisadas no atual governo.
 
Na lista de prioridades, do que deve ser implementado logo no início do próximo ano, Marconi acrescentou as promessas de Bolsa Futuro - 50 reais para pessoas carentes que buscarem capacitação profissional, com limite de 450 reais por família - e isenção de IPVA para mototaxistas, taxistas e carros populares.
 
As grandes obras como o Hospital da Mulher e o Hospital da Região Noroeste de Goiânia não devem sair do papel em 2011, já que o tucano prometeu colocar para funcionar - com qualidade - as estruturas já existentes na rede de saúde pública para depois iniciar novas construções. Concursos públicos realizados pelo governador Alcides Rodrigues (PP), e cujo cronograma de convocação avança pela terceira gestão de Marconi, serão avaliados.
 
"Não dá para fazer concurso e aprovar 10 mil pessoas, sendo que só há 2 mil vagas. Então, vamos observar o edital e respeitar rigorosamente o que diz a lei. Inclusive, uma preocupação que sempre tive foi com a segurança jurídica do Estado. Todos os contratos feitos serão respeitados, não serão quebrados", garantiu o governador eleito.
 
 
UNIÃO
 

A união a que se referiu Marconi no seu discurso da vitória, no domingo, na Praça Cívica, deve ser colocada em prática já nos próximos dias. O tucano disse que vai ligar para os prefeitos de Goiânia, Aparecida e Anápolis - cidades administradas pela oposição - e vai procurar também a presidente eleita Dilma Rousseff (PT) para buscar unidade "pelo bem do povo goiano".
 
A todo momento, Marconi ressalta que não vê dificuldades de governar com oposição e deixa claro o que pretende ter de volta de Dilma - parceria administrativa, sem contaminação das rivalidades político-partidárias. "Estou convencido de que ela terá muito mais equilíbrio e maturidade do que o atual presidente."
 
Marconi não conversou com o adversário Iris Rezende (PMDB) após o resultado das eleições, mas afirmou que vai procurá-lo, destacando respeito e reconhecendo valores do peemedebista. Entre os contatos que fez ontem, um que trouxe grande entusiasmo para Marconi foi com o governador eleito do Distrito Federal, Agnelo Queiroz (PT), com quem o tucano diz já ter estabelecido uma aliança para melhorar a qualidade de vida do Entorno de Brasília.
 
Sobre a eleição, Marconi diz que sai sem rancor algum, ressaltou o bom nível do programa eleitoral de TV do adversário peemedebista, mas deixou um recado: "Quando lideranças tão díspares e com origens tão distintas se unem, acabam não tendo o resultado esperado", referindo-se a Iris e Alcides.
 
 
AÇÕES
 

A implementação do governo de Marconi deve começar a ser pensada a partir de hoje, em reunião com Giuseppe Vecci (ex-secretário de Fazenda e de Planejamento dos governos tucanos) para definir uma agenda de prioridades e sua execução a partir de janeiro. A equipe de transição será anunciada na próxima semana: "Será enxuta, com no máximo quatro pessoas", diz.
 
O tucano garante que ainda não pensou sobre eleições para presidente da Assembleia Legislativa e da Câmara de Goiânia. Ao contrário do que se espera, o tucano diz que não quer interferir nas duas disputas.
 
Em meio a tantas ações que pretende fazer antes da posse, Marconi planeja uma viagem para depois do dia 15 próximo, provavelmente com destino a Jerusalém.
 
 
ENTREVISTA/MARCONI PERILLO
 
"Dilma certamente terá relação respeitosa com todos"
 
Nesta semana, quais as definições podemos esperar em relação implementação do novo governo?

 
A partir de amanhã (hoje), vou conversar com a equipe de planejamento para iniciarmos a definição das prioridades que serão desenvolvidas a partir de 1º de janeiro. Na semana que vem, pretendo definir a equipe de transição.
 
A transmissão de cargo será no Centro Cultural Oscar Niemeyer?

 
Sim. Caso o governador queira fazer a transmissão, vou dizer que quero fazer lá no Centro Cultural. Até porque vamos abrir o Centro Cultural no primeiro dia de governo. Vou buscar um ajustamento de conduta antes, com o Tribunal de Contas do Estado, com o Ministério Público, essas coisas a gente tem de fazer com antecedência.
 
Mas não precisa de obras antes de reabri-lo?

 
Muito pouco. Claro que, quando digo que vou reabrir, vou reabrir aquilo que já está pronto. O museu, por exemplo, está pronto. Pode fazer exposição. O Palácio da Música talvez precise de algum retoque para trazer show e peças teatrais. Outra questão que também vou fazer com rapidez será buscar uma solução com relação ao Centro de Excelência. Tem uma obra entre o Madre Germana I e II que há cinco anos está paralisada, falta só fazer o asfalto embaixo. Também será uma obra que vou fazer com muita rapidez, quero ver se no primeiro mês entregamos.

 
 
Podemos esperar que os coordenadores de sua campanha sejam também, em boa parte, o secretariado de seu governo?

 
Ainda é muito cedo para falar disso, mas vou conversar com cada um deles e discutir onde é que eles podem ser mais úteis. Isso eu farei com cada um deles porque tenho profundo respeito, estou muito agradecido pelo empenho ao longo de meses, de cada um dos coordenadores.

 
Em relação à presidente eleita Dilma Rousseff (PT), o senhor acha que vai ter alguma dificuldade de relacionamento?

 
Creio que não. Elegemos oito governadores de Estados importantes pelo PSDB, o DEM elegeu mais dois. A presidente certamente terá uma relação equilibrada e respeitosa com todos. Quando fui governador e ela ministra de Minas e Energia, tínhamos uma relação muito boa. Tenho convicção de que esta relação terá também desdobramentos muito positivos. E estou convencido de que ela terá muito mais equilíbrio e maturidade do que o atual presidente.

 
O prefeito de Goiânia Paulo Garcia (PT) pode ser um meio de aproximação entre o senhor e Dilma Rousseff?
 

Devo telefonar para o Paulo Garcia hoje (ontem) ou amanhã (hoje). Vou falar com ele, com o prefeito de Aparecida, o Maguito (Vilela - PMDB), com o prefeito de Anápolis (Antônio Gomide - PT), vou falar com todos os outros prefeitos. Nosso governo será de unidade. Tem uma frase do prefeito de Jataí, o Humberto (Machado - PMDB), que eu gosto muito. Ele dizia: ‘Governo não faz oposição a governo’. Nós temos de levar em consideração os interesses maiores do povo, da sociedade.
 
Quanto à presidente,
 temos hoje uma força significativa em Goiás, são 3 senadores do nosso lado, vamos ter o apoio de mais 12 deputados federais, além do relacionamento muito bom que tenho com o governador e vice-governador eleitos de Brasília. E tenho uma relação muito boa com o ex-ministro (Antônio) Palocci (PT), com várias pessoas que cercam a presidente. Então, não vejo em princípio qualquer tipo de dificuldade. E nós, governadores de oposição, estaremos muito unidos. Quero ir a São Paulo, na quarta ou na quinta, encontrar-me com o governador eleito Geraldo Alckmin (PSDB) e ver se a gente programa uma reunião de governadores eleitos do PSDB e DEM, antes mesmo da posse. Dentro da questão do plano de governo, também vou procurar o governador (Antônio) Anastasia (PSDB), pedir a ele que me empreste algumas pessoas da sua equipe para que possamos montar toda a estratégia do choque de gestão que queremos imprimir no Estado.

 
Haverá caça às bruxas nas ações do atual governo, procurando erros e falhas?

 
Essas coisas, quando existem, elas aparecem. Não há necessidade de fazer caça às bruxas. Não que isso tenha de partir de mim. Vou procurar fazer um governo decente. Em relação à desoneração tributária, acho que não terá muitos segredos. Para taxistas, mototaxistas, carros populares, vamos implementar rapidamente essas políticas. Nosso programa Bolsa Futuro também será rapidamente implementado, até porque na minha opinião ele significará um grande avanço no Brasil com relação à porta de saída dos programas sociais.

 
O senhor conversou com Iris Rezende?

 
Não conversei. Mas vou ligar para o Iris, vou só esperar um pouco a poeira baixar. Queria registrar que nos programas de televisão, a campanha dele foi respeitosa em relação a minha pessoa, a minha família e aos meus governos. Claro que no rádio houve um pouco de baixo nível, também panfletos apócrifos, uso um pouco indevido da internet. Mas isso já passou e quero reconhecer os méritos de Iris Rezende.

 
Quando o senhor renuncia ao mandato de senador?
 
Deve ser em meados de dezembro. Continuo com a intenção de apresentar um projeto sobre pesquisas de intenção de voto. É muito sério o que tem acontecido no Brasil. Temos verdadeiras fábricas de pesquisas com interesses escusos. Lamentavelmente, é
 forçoso reconhecer isso. Acho que não deveriam ser publicadas pesquisas nos 15 dias antes das eleições.

 
Mal terminou a apuração das urnas, já se começou a falar na eleição para presidente da Assembleia. Como será a sua atuação nessa disputa?

 
Sinceramente, não pensei nisso ainda. Nós temos parlamentares muito experientes na Assembleia e acho que esses líderes vão, no tempo certo, conversar entre eles. Não quero ter qualquer tipo de interferência na escolha de presidente da Assembleia ou da Câmara de Goiânia.

 
Em Goiânia, o senhor ficou 10 pontos porcentuais atrás de Iris em votos neste segundo turno. Como o senhor entendeu esse recado?

 
O prefeito ficou quase 6 anos na Prefeitura e na mídia. Vejo com naturalidade. Eu me esforcei muito para virar em Goiânia e Aparecida, mas não posso reclamar nada. Goiânia me deu, para senador, 76% dos votos. Perdi para um concorrente forte e também para máquinas muito fortes. O presidente da República tem muito prestigio, principalmente na periferia, por causa do bolsa família, e todo mundo sabe como foi o comportamento dele aqui no Estado. Tenho convicção de que ações do nosso governo vão deixar muito claras as nossas melhores intenções.


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