segunda-feira, 18 de outubro de 2010

José Serra: debatendo o futuro do Brail!

 
 
 
 
POLÍTICA
 
Dilma e Serra evitam temas polêmicos
Presidenciáveis partem para o ataque, mas se esquivam de agressões e não tratam de questões como aborto
 
Carlos Eduardo Reche e Erika Lettry
 
Os presidenciáveis Dilma Rousseff (PT) e José Serra (PSDB) novamente partiram para o ataque ontem, em debate promovido em parceria pela Rede TV! e pelo jornal Folha de S.Paulo, mas diferentemente do primeiro debate do segundo turno da disputa, foram mais prudentes na escolha dos temas para o confronto. Ao mesmo tempo, o tucano e a petista procuraram se esquivar das respostas a temas mais espinhosos e, por diversas vezes, voltaram a abordar temas explorados em perguntas feitas anteriormente.
 
Ao contrário do debate da semana passada, realizado pela Band, Dilma e Serra não partiram para o ataque logo nos primeiros blocos e não tocaram em questões como a do aborto - citado no confronto anterior - ou união civil de pessoas do mesmo sexo - que pautou a campanha pelo País na semana passada.
 
Os embates mais quentes entre Dilma e Serra ocorreram na discussão sobre privatizações e políticas de saúde para dependentes químicos. Dilma voltou a explorar a associação entre Serra ao ex-presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB, 1995- 2002) para afirmar que o candidato é favorável às privatizações, de novo dizendo que ele não deixa claro se vai ou não privatizar o pré-sal. Serra rebateu afirmando, também novamente, que o PT e Dilma retomam a questão sobre a privatização não em função da validade do tema, mas por ocasião eleitoral.
 
Nos ataques, Dilma também lançou mão de críticas aos governos tucanos no Estado de São Paulo. Entre outras afirmações, ela disse que é preciso livrar o Estado do PCC e que os paulistas enfrentam o abandono na área de segurança pública. Serra rebateu afirmando que Dilma "não gosta" do Estado.
 
 
Evasivas
 

Os candidatos reclamaram em alguns momentos que não obtiveram respostas adequadas às suas perguntas e tiveram de retomá-las. No primeiro bloco Serra questionou Dilma sobre a diminuição de recursos ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT), programa voltado à capacitação profissional. Na resposta, Dilma falou sobre a ampliação das escolas técnicas em todo País. "A pergunta não foi respondida. Perguntei da utilização dos fundos do FAT para a qualificação do trabalhador", disse o tucano. "O governo atual, da Dilma, investiu sete vezes menos no FAT. E esses dados de ensino técnico são sempre virtuais. Os números são sempre apresentados na versão da fantasia".

 
Dilma por sua vez preferiu bater na tecla da privatização repetidas vezes, assim como vem fazendo em seus programas eleitorais. Ela questionou a negociação da Gás Brasiliano em São Paulo, que está sendo disputada por empresas privadas e pela Petrobras.
 
A petista afirmou que a compra pela Petrobras estaria sendo vetada pela agência reguladora de São Paulo, apesar de a estatal ter oferecido um preço melhor. Serra voltou à questão do FAT na réplica e não conseguiu responder esse pergunta num primeiro momento, deixando para respondê-la ao final. Dilma reclamou e voltou à pergunta. "Todos os órgãos aprovaram essa venda. Agora eu soube que o governo entrou no Cade contra a venda para a Petrobras. Por que será que a agência reguladora não quer que a Petrobras compre essa empresa?", questionou Dilma.
 
Ao responder, Serra disse que o assunto não era competência do governo de São Paulo e que as decisões são tomadas pela agência reguladora: "A gente respeita autonomia das agências, não faz como o governo federal que faz loteamento". Em seguida, o candidato acusou a campanha adversária de "mentir o tempo todo" sobre seu projeto de governo, especialmente em relação ao tema da privatização.
 
O enfrentamento sobre as drogas também entrou na pauta do debate, quando Serra afirmou que há fraqueza em relação ao assunto. Dilma usou obras do governo para compará-las com as gestões passadas, afirmando que foi investido o dobro em segurança pública e que a Polícia Federal foi melhor aparelhada para combater as drogas. Pouco depois Dilma questionou sobre privatizações, mas Serra retomou o assunto das drogas e lembrou que o dinheiro do Fundo Nacional de Combate às Drogas não está sendo integralmente usado.
 
O tucano reclamou durante o debate que Dilma teria partido para a ofensa ao afirmar que ele não conhecia a infraestrutura do País. A reclamação veio pouco depois da pergunta dele, quando afirmou que o País passa por problemas sérios no transporte.
 
Dilma afirmou que achava estranha a pergunta, já que o PSDB tem feito "listagem das obras do PAC em seus programas" e prometendo dar continuidade a elas. Em seguida ela o acusou de interromper obras e de desconhecer a infraestrutura do Brasil. "Entendo que o senhor não saiba disso porque seu conhecimento da infraestrutura não é profundo", disse.

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