terça-feira, 12 de outubro de 2010

Marconi Perillo: com José Serra pra valer!




 
POLÍTICA


Serra: “Vamos tirar as coisas do papel”
Tucano promete finalizar obras como as do aeroporto durante ato  de campanha  em Goiânia 
 
Núbia Lôbo 
 
De olho na votação de 1,2 milhão de eleitores goianos, conquistada no primeiro turno, o presidenciável José Serra (PSDB) realizou ontem a maior mobilização pública das quatro vezes que veio a Goiânia nestas eleições. O que era para ser uma caminhada se transformou em um desfile nas ruas do Centro da cidade, com Serra em um trio elétrico puxando uma militância de cerca de 5 mil pessoas, segundo a Polícia Militar. Em discurso improvisado na Rua 7, o tucano prometeu: "Vamos tirar as coisas do papel", referindo-se a obras como um novo aeroporto e metrô para a capital. 
 
Serra estava acompanhado do candidato a governador de Goiás, Marconi Perillo (PSDB), dos senadores reeleitos Demóstenes Torres (DEM) e Lúcia Vânia (PSDB), além de deputados federais e estaduais da coligação. Para Goiás, o presidenciável reforçou as promessas que incluiu no seu plano de governo. 
 
Além do aeroporto e do metrô, o tucano falou em duplicar a BR-060, construir o anel viário de Goiânia, estender a Ferrovia Norte-Sul até São Paulo, de onde a produção goiana poderia ser escoada até os portos brasileiros. 
 
"Goiás é o ponto ligado ao futuro do País. (O Estado) é um sério candidato a ser a locomotiva do Brasil", destacou o presidenciável, com ênfase ao estímulo da exportação de produtos goianos. 
 
Ontem foi a segunda vez que aliados em Goiás tentaram fazer caminhada com Serra. Da primeira vez, o tucano andou um quarteirão na Rua 4 e finalizou a atividade. Desta vez, o candidato subiu no trio elétrico e estendeu o trajeto inicialmente previsto. 
 
Serra começou a mobilização na Avenida Anhanguera, na Praça do Bandeirante, subiu a Avenida Tocantins, entrou na Rua 3 e terminou quase na Avenida Araguaia. O padre Genésio Lamunier Ramos, da Paróquia São Francisco de Assis, de Anápolis, acompanhou a mobilização de cima do trio elétrico. 
 
Do alto dos prédios, algumas pessoas acenaram da janela. Muitas lojas estavam fechadas, mas o comércio que funcionava garantiu plateia para o desfile. Alguns trabalhadores elogiaram o ato, outros criticaram o que entenderam por tumulto. 
 
Ataques
 

Em diversos momentos do discurso e em entrevistas Serra alfinetou o governo e foi para o contra-ataque de temas levantados pela presidenciável do PT, Dilma Rousseff, no debate de domingo à noite na TV Bandeirantes. Sem citar o nome do presidente Lula, Serra afirmou que "presidente tem de saber como se comportar numa eleição", numa referência às manifestações de Lula em favor de Dilma.
 
 
Serra citou o governador Alberto Goldman, de São Paulo, como exemplo de postura: "O governador do meu Estado teve decoro. É um homem engajado na sua luta política, mas nunca usou a máquina do Estado". Entretanto, em julho deste ano, Goldman foi flagrado promovendo o nome de Serra em eventos oficiais do governo. 
 
Em outro momento, Serra acusou Lula de ingratidão. "Quando vou para o governo, não fico xingando, não sou ingrato como esse governo é ingrato com Fernando Henrique Cardoso", disse o tucano, citando realizações do ex-presidente como o combate à inflação e o Plano Real. 
 
Em outro momento, Serra fez uma referência ao discurso que defendeu no primeiro turno, de que o PT dividiu o Brasil entre pobres e ricos. Desta vez, usou a polêmica sobre divisão dos royalties da cama do pré-sal. "Não vamos dividir o Brasil em uma região contra outra, como foi feito também com o pré-sal." 
 
Dos seus projetos para o Brasil, Serra destacou novamente a criação do Ministério da Segurança e disse que vai acabar com os ‘cocadutos’ que existem entre países fronteiriços e o Brasil. 
 
"Nossas fronteiras estão desprotegidas e nossa ação diplomática não se volta a inibir os países que concentram a exportação de drogas para o Brasil. Vamos fazer clínica de recuperação e muitas outras cosias, mas temos de fechar esses canais, esses verdadeiros ‘cocadutos’ que vêm para o Brasil com a maior facilidade", criticou. 
 
 
PT cria factóides para a imprensa, diz tucano 
 
Pressionado a responder os ataques da adversária Dilma Rousseff (PT) em relação à suposta privatização da exploração da camada do pré-sal, que estaria sendo planejada pelo PSDB, e de corrupção dentro da campanha tucana, o candidato a presidente José Serra (PSDB) usou ontem, em Goiânia, a estratégia de atacar para se defender. O tucano falou em "privatização política" dos Correios e acusou o PT de criar "factóides" para serem repercutidos pela imprensa. 
 
O fato criado pelos adversários, segundo Serra, foi a acusação de Dilma de que um assessor da campanha tucana teria sumido com R$ 4 milhões. Esse assessor seria Paulo Vieira de Souza, mais conhecido por Paulo Preto, que foi diretor de uma estatal paulista de obras rodoviárias, a Dersa, durante a gestão tucana no Estado. 
 
O presidenciável afirmou desconhecer quem é Paulo Preto. "Isso é pauta petista. Eu nunca ouvi falar", disse. 
 
Depois que um repórter insistiu "aquele da campanha, que teria sumido com o dinheiro", Serra reforçou: "Nunca ouvi falar disso. Eles falam isso para que vocês (a imprensa) perguntem". 
 
Em seguida, o tucano acusou Dilma de ter falado coisas ininteligíveis no debate da TV Bandeirantes. "Primeiro, que não é fácil entender o que ela estava dizendo. Segundo, não vou gastar horas com coisas que não tenho a menor ideia e que são bobagens", disse. 
 
Serra criticou Dilma por ter citado no debate sua mulher, Mônica Serra. "Foi uma surpresa que volte a atacar minha família. Campanha eleitoral é para discutir propostas, é para comparar os candidatos, para apresentar o que fizeram." A petista citou que foi acusada por Mônica de ser a favor "da morte de criancinhas". 
 
Sobre o tom mais agressivo da adversária, Serra disse que era uma hipótese já considerada. "Acho mesmo que a Dilma foi treinada para produzir declarações que possam ser usadas no programa de TV", afirmou Serra. Todas as polêmicas levantadas pela petista foram usadas ontem mesmo no horário eleitoral gratuito. 
 
Sobre o suposto plano de privatizar o pré-sal, Serra classificou a declaração de "coisa eleitoral" e partiu para a exploração dos escândalos recentes de corrupção que envolveram os Correios. 
 
"O PT é o partido mais privatizante que existe", acusou. Serra repetiu que vai "reestatizar" os Correios e outras empresas que estariam sendo usadas pelo governo para ações políticas.
"Como é o caso dos Correios e Telégrafos, que funcionam como empresa privada do ponto de vista político. Vou fortalecer as empresas estatais, que estão consumidas pela corrupção, pelo empreguismo e pelos negócios", ressaltou.  

O presidenciável falou ainda de lisura e eficiência na administração pública e se comprometeu a fortalecer também a Caixa Econômica Federal, a Petrobras, o Banco do Brasil e o BNDES: "Vou estatizá-las, funcionam como se seus donos fossem privados, mas o dono é o povo brasileiro". 

Marconi ressalta qualidades de presidenciável e fala de parcerias 

Com ênfase na parceria entre governos federal e estadual, o candidato a governador Marconi Perillo (PSDB) acompanhou ontem a agenda do presidenciável José Serra em Goiânia e pediu voto para ambos neste segundo turno. A campanha casada ficou mais visível nesta última visita, quando até o jingle tocado no trio elétrico foi o do presidencial em quase todo o trajeto. 
 
Pela segunda vez, Marconi se atrasou e deixou Serra esperando por ele no hangar do táxi aéreo. A justificativa foi que Serra adiantou sua agenda em meia hora. 
 
Em discurso, Marconi ressaltou qualidades de Serra e fomentou a polêmica da campanha presidencial sobre o aborto e a crença em Deus. "Estamos com você, Serra, porque você acredita em Deus e é a favor da vida", bradou. 
 
Sobre a campanha em Goiás, Marconi foi questionado se está trabalhando pelo apoio do governador Alcides Rodrigues (PP) e respondeu que "essa questão não foi discutida pela nossa base". 
 
O tucano também falou sobre o casal Adhemar e Onaide Santillo, lideranças do PMDB de Anápolis que saíram da campanha de Iris Rezende (PMDB). Marconi afirmou não que tem apoio acertado com os Santillo, mas também não descartou aliança futura: "Vou continuar indo a Anápolis e conversando com todo mundo que quiser conversar conosco".

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