sábado, 23 de outubro de 2010

Marconi Perillo: adversários jogam sujo!





Política & Justiça
 
PSDB denuncia esquema milionário de compra de votos na campanha de Iris
Coligação do PSDB teve acesso a várias provas, inclusive um bilhete manuscrito com detalhes sobre esquema que envolveria mais de R$ 88 milhões, valor quase cinco vezes superior ao limite de gastos liberado para as eleições  
 
Da redação 
 
O PSDB já reuniu provas materiais e testemunhais e vai denunciar ao Ministério Público e à Polícia Federal, nas próximas horas, esquema de compra de votos em favor do candidato do PMDB ao governo de Goiás, Iris Rezende, que implicaria em gastos ilícitos de mais R$ 88 milhões. O ex-secretário da Fazenda Jorcelino Braga, homem forte do governo de Alcides Rodrigues (PP) e marqueteiro de Iris, teria participado diretamente da elaboração dessa manobra. O montante que seria gasto para cooptação de eleitores na última semana de campanha corresponderia a quase cinco vezes o valor do limite máximo de gastos declarado pela campanha peemedebista (R$ 19,8 milhões), o que evidencia o uso de caixa dois. 
 
Como o valor é também muito superior a todo o patrimônio de Iris Rezende – que, segundo a própria declaração dele à Justiça Eleitoral seria de R$ 14,63 milhões – e o peemedebista conta com o apoio irrestrito de máquinas poderosas como as prefeituras de Goiânia e Anápolis, o governo estadual e federal – não é difícil supor que a dinheirama para o esquema de corrupção sairia dos cofres públicos. 
 
O Diário da Manhã teve acesso a um bilhete manuscrito, com dados mais que reveladores sobre o esquema, que teria a mesma estrutura das famosas “pirâmides” financeiras, que já resultaram em muito prejuízo e quebradeira para investidores ingênuos. A diferença, neste caso, é que todos saíram “ganhando”, e quem arcaria com o rombo seria, justamente, o erário.
Estrategicamente, o esquemão criminoso seria implantado justamente na próxima semana, na reta finalíssima da campanha. Todo o golpe eleitoral giraria em torno de mil coordenadores de campanha, selecionados a dedo, que receberiam por uma única semana de trabalho a bagatela de R$ 1,5 mil, mais ajuda de custo de R$ 1 mil para contratação de carros de som, e R$ 500 para combustíveis. 
 
Com o topo da pirâmide com os bolsos bem abastecidos, começaria o trabalho de cooptação em cascata. Cada um desses coordenadores ficaria encarregado de contratar 100 veículos. Seus proprietários, em troca de R$ 100 em dinheiro, rodariam por aí com adesivos do candidato que conta com o apoio do governo federal e do governador Alcides Rodrigues. 
 
A legislação em vigor é muito clara quanto à proibição de remuneração para o eleitor que queira afixar um adesivo em seus veículos. A prática, na verdade, configura compra indireta de votos. 
 
Outra missão dos coordenadores seria contratar 300 pessoas que atuariam como “cabos eleitorais”, em troca de outros R$ 100. Nessa brincadeira seriam gastos nada menos que R$ 30 milhões. Como o valor é pequeno e, dificilmente, seriam necessários tantos cabos eleitorais para uma única campanha – nada menos que 300 mil – fica bem evidente que o único objetivo do “agrado” seria justamente a cooptação de votos. 
 
Outro dado curioso é que 300 mil é um valor muito próximo da diferença entre a votação de Marconi Perillo, candidato da coligação Goiás Quer Mais, e Iris. Como no submundo da política corre a máxima de que a cada 100 votos comprados, menos de 30 se confirmariam nas urnas, a pirâmide criminosa desceria mais um degrau, para garantir alguma segurança para a candidatura irista. 
 
Cada um dos 300 “cabos eleitorais” contratados coordenadores poderia contratar outros 5 amigos que, em troca do seu trabalho no dia da eleição, receberia módicos R$ 30. 
 
A esses absurdos R$ 88 milhões gastos em um esquema de corrupção sem precedentes na história de Goiás, somariam-se os gastos mais prosaicos de campanha como programa de TV, material gráfico, combustível, transporte, comitês etc. 
 
Segundo parecer da assessoria jurídica do PSDB, a materialização do estratagema criminoso resultaria em, pelo menos, 3 crimes eleitorais: abuso do poder econômico, captação ilícita de votos e captação ilícita de recursos de campanha. As punições previstas são a cassação do registro de candidatura ou do diploma, multa e inelegibilidade dos envolvidos por um período de 8 anos. 
 
“Trata-se de um crime sem precedentes na história política de Goiás. Um crime contra a democracia, um atentado à inteligência do nosso eleitor. Tentar desvirtuar a vontade do eleitor dessa maneira é criminoso e lamentável”, comentou o presidente regional do PSDB, deputado estadual Daniel Goulart.

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