domingo, 17 de outubro de 2010

Marconi Perillo: com as bases!!





Reportagens 

2º turno 


Bases ficam com Marconi, cúpulas fecham com Iris 
Na divisão das forças que estão fora do 2º turno, grupo de Alcides Rodrigues fica com Iris Rezende, mas Marconi Perillo herda as bases 

No jogo bruto que se seguiu ao final do primeiro turno, o senador Marconi Perillo (PSDB) precisou correr atrás de apoio para atrair as chamadas bases partidárias que não chegam ao segundo turno. Já Iris Rezende (PMDB) contou com o decisivo apoio dos seus aliados federais, o governo Lula, para receber de portas abertas o governador Alcides Rodrigues (PP) e o candidato derrotado Vanderlan Cardoso, do PR. Numericamente, há um empate, com vitória dos dois lados. Marconi ficou com o maior número de lideranças e políticos eleitos, Iris conseguiu a relação maior dos partidos políticos. 

O apoio de Alcides a Iris foi um parto a fórceps. Só foi anunciado um dia depois que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva promoveu ato para a assinatura, em Brasília, do empréstimo de R$ 3,7 bilhões para o Estado e de outros R$ 700 milhões para a Celg. O governador jura que foi somente uma coincidência, mas é impossível não associar as duas coisas. 

Já a Marconi restou usar “pés de coelho” logo que as urnas mostraram a realização de segundo turno em Goiás. Ele foi rápido aos contatos e nas conversações com os muitos grupos das bases partidárias que no primeiro turno trabalharam pela coligação palaciana. Conseguiu o apoio da maioria. Teve sua tarefa facilitada pelos “marconistas” que já o apoiavam desde sempre, como é o caso do deputado federal reeleito Roberto Balestra, do PP. E a colheita foi farta. Com Balestra, vieram prefeitos pepistas, como o de Inhumas, Abelardo Vaz, coordenador da campanha de Vanderlan Cardoso no primeiro turno, vereadores e lideranças municipais. No PR, Marconi contabilizou oficialmente o apoio de candidatos vitoriosos, como o vice-governador e deputado estadual eleito Ademir Menezes e do deputado estadual reeleito Álvaro Guimarães. 

Os dois lados cantaram vitória, como era de se esperar. A coligação PMDB-PT agora tem também, formalmente, o apoio do PP e do PR, além dos partidos menores, como o PDT e o PSB. O time de Marconi não acrescentou nenhum partido no segundo turno, mas aumentou bastante sua base municipal com a chegada dos prefeitos e vereadores republicanos e pepistas. 


Dificuldade
 
Não foi fácil para o governador levar o PP à aliança com o PMDB. Os dois partidos são antagônicos na política estadual desde sempre, e até antes dessas denominações atuais. O próprio Alcides Rodrigues classificou, para desespero de muitos pepistas de origem, que a formalização do apoio a Iris Rezende no segundo turno era um momento histórico, pois unia PSD à UDN, partidos já extintos e que representam o início das muitas disputas que ainda hoje orientam a política goiana. 

Quando se debruça o olhar sobre essas disputas entre PP e PMDB entende-se um pouco melhor o nível das dificuldades da união. Em Inhumas, de Abelardo Vaz, ou na própria Santa Helena, do governador Alcides, as eleições locais são concentradas no confronto entre pepistas e peemedebistas. O mesmo ocorre em Aparecida de Goiânia, terra do vice-governador Ademir Menezes, e em inúmeras outras cidades do interior do Estado. 

Mesmo com a formalização do apoio nas cúpulas, não há nenhuma garantia de que haverá tanto empenho assim na eleição de Iris Rezende. Nesse aspecto, Marconi Perillo leva vantagem clara: seus apoios foram muito mais naturais, até pelas disputas que irão acontecer em nível municipal nas eleições de 2012. Para citar apenas dois desses confrontos, em Santa Helena o herdeiro natural do PP é Ney Nogueira, enquanto o PMDB deverá apostar em Cristian Gomes. Ambos foram candidatos a deputado estadual e não conseguiram ser eleitos, mas os votos na cidade foram duramente disputados. O peemedebista ficou em vantagem. Se Iris conseguir ser eleito governador, Cristian ganhará reforço extra em 2012. Também é assim em Aparecida. O grupo do vice-governador Ademir Menezes deverá enfrentar o processo de reeleição do prefeito Maguito Vilela, do PMDB. 

Em relação ao segundo turno, a vantagem permanece com Marconi Perillo. No comitê de Iris Rezende, comentou-se durante a semana que a diferença estaria em cinco pontos porcentuais. Entre os marconistas, assegura-se que o resultado do primeiro turno, com vantagem de dez pontos, vem sendo mantida, e até haveria uma tendência de aumento. Como nenhum instituto conseguiu ser tão preciso no primeiro turno, é difícil saber como está realmente a diferença entre os dois candidatos, mas ninguém duvida que Marconi permanece na dianteira. 

Entre os marconistas, além dos apoios das bases dos partidos que apoiaram Vanderlan Cardoso no primeiro turno, há muita euforia com o rápido crescimento da candidatura do tucano José Serra diante da queda da petista Dilma Roussef. O tucano, conforme as pesquisas nacionais, conseguiu virar a eleição em quase todas as regiões do País, e ainda diminuiu a diferença para Dilma no Nordeste, onde está a esmagadora maioria dos eleitores da petista. Para os marconistas, esse fato seria muito positivo porque acabou com a chamada “onda vermelha”, que causou certa apreensão na reta final do primeiro turno. A onda agora é azul.

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