quarta-feira, 13 de outubro de 2010

Marconi Perillo: Apoio de Ademir Menezes!





Política & Justiça


“Fui cativado pelo projeto de Marconi”
Deputado eleito pelo PR e vice-governador do Estado anuncia hoje apoio ao candidato do PSDB ao governo

José Cácio Júnior 

Eleito deputado estadual, o vice-governador Ademir Menezes (PR) disse que foi “cativado” pelo projeto de Marconi Perillo (PSDB) para Aparecida de Goiânia. Por isso ele irá apoiar o tucano no segundo turno. Em entrevista exclusiva concedida ao Diário da Manhã na manhã de segunda-feira (11), Ademir explicou que, além do plano de governo de Marconi para Aparecida, também pesou na sua escolha a ligação histórica que possui com o Senado. O anúncio oficial do apoio será realizado hoje, às 9h30, no escritório político de Ademir, em Aparecida. Questionado se já pensa em ser candidato à Prefeitura de Aparecida em 2012, Ademir disse que no momento quer trabalhar para eleger Marconi e a decisão de ser candidato em 2012 precisa ser discutida internamente no PR.


Diário da Manhã – Por que o senhor decidiu apoiar o Marconi?

Ademir Menezes – Eu vejo nas propostas do senador Marconi que ele procurou interagir mais com Aparecida, conhecer melhor as demandas da cidade. Ele assegura no seu plano de governo investimentos na industrialização da cidade de Aparecida, investimentos na educação, na formação e na qualificação da mão de obra da nossa população. Então estes são dois pontos que historicamente, no exercício de todos os mandatos que eu fui eleito, eu e minha equipe priorizamos como metas principais.


DM – Quais foram essas metas?

Ademir – Primeiro é a questão da educação. Aparecida era até um passado muito próximo uma cidade que não oferecia estrutura educacional para as pessoas que moravam no município. A única porta de saída para o verdadeiro exercício da cidadania é a educação. E, felizmente, Marconi contempla esse benefício que eu vejo como prioridade para a cidade. E também a oportunidade de trabalho, de industrialização da cidade, geração de emprego e de renda.


DM – Chegou a fazer algum pedido especial para o Marconi? Alguma proposta que não estivesse no plano de governo?

Ademir – Nós pedimos que ele pudesse fazer valer o que já está colocado no seu plano de governo. Que ele pudesse abrir espaço no governo para que pessoas de Aparecida pudessem representar nossa cidade. Outra proposta dele que me agradou é a questão da Bolsa Universitária. É muito grande o número de pessoas que nós temos na cidade que não têm condições de bancar a mensalidade de uma faculdade particular. E nós só vamos disputar de igual para igual a partir do momento que a população da nossa cidade estiver qualificada para o mercado de trabalho. Outro ponto que me cativou no plano de governo dele foi a proposta de levar empresas para a cidade. Ele faz o compromisso com a nossa cidade, no plano de governo, de que as três primeiras grandes indústrias que fizerem opção de se instalar no Estado de Goiás serão encaminhadas para Aparecida. Isso me cativou de forma muito direta, porque ele vem somar àquelas ações que ao longo de toda história eu procurei defender e fazer valer.


DM – E como o senhor vai trabalhar para o Marconi no segundo turno? Seu principal objetivo é fazer com que ele tenha uma melhor votação na cidade?

Ademir – Este é um trabalho que será compartilhado com todos os nossos companheiros que no primeiro turno estavam com o nosso candidato a governador Vanderlan. Felizmente nós não estamos tendo nenhuma resistência. Eu percebo que 99% daqueles companheiros que estavam conosco no primeiro turno fazendo força e levando o nome do Vanderlan estão receptivos, aceitando de uma forma extraordinária a compor com essa nova força, com o 45 de Marconi.


DM – O Marconi fez algum pedido particular para o senhor?

Ademir – Assim que encerrou a eleição, ele me ligou no dia 3 ainda, por volta das 22 horas, já pedindo para que a gente já começasse uma avaliação no sentido de apoiá-lo. E como em política, mais do que em qualquer atividade, a gente não deve decidir sozinho, eu procurei decidir de forma colegiada com meu partido. Nós convidamos todos os companheiros que estavam comigo quando eu busquei meu mandato para deputado estadual, e a maioria aceitou esse novo desafio, que é eleger Marconi.


DM – E como vai ficar sua relação com o governador Alcides. O senhor já comunicou-o de sua decisão?

Ademir – Já comuniquei sim, eu não poderia tomar uma decisão dessas sem primeiramente comunicar o presidente do meu partido e o governador Alcides. Como eu falei, eu não poderia tomar essa decisão sozinho, ela foi discutida com o grupo que caminhou comigo no primeiro turno.


DM – E como que o Mabel e o Alcides reagiram à sua decisão?

Ademir – Eles foram muitos tranquilos. O Mabel entende perfeitamente a relação política aqui dentro de Aparecida, o nosso histórico com o Marconi. E por respeito ao partido e por entender que o PR, ao lançar um candidato a governador, que teve mais de meio milhão de votos, se fortaleceu, o Mabel não colocou nenhum obstáculo, porque ele sabe que o PR é adversário político do PMDB em Aparecida. Eu também conversei com Vanderlan sobre minha decisão, e ele soube entender de forma bem tranquila, que deveríamos seguir esse caminho. Então não houve nenhuma resistência por parte do Vanderlan, assim como não houve, graças a Deus, do governador Alcides. Ele entendeu, que eu, na posição de vice-governador e deputado estadual eleito, tinha que tomar uma posição. E, além disso, o governador conhece a disputa que o PR tem com o PMDB em Aparecida.


DM – O governador Alcides e o Mabel confirmaram para o senhor que irão apoiar o Iris?

Ademir – Não. Mas eu percebi um certo sentimento de caminhar com o Iris nesse segundo turno. Eles não me afirmaram isso, mas é decisão pessoal de cada um deles, do presidente do nosso partido, que também fez um trabalho para que o PR pudesse crescer e de forma rápida. Mas temos que aguardar a decisão dele, do governador Alcides e do Vanderlan. Mesmo assim eu pude perceber o sentimento, a tendência de aliança com o Iris no segundo turno.


DM – O senhor foi o único deputado eleito de Aparecida, e o prefeito da cidade, Maguito Vilela (PMDB), é oposição ao seu partido. Como o senhor vai trabalhar isso nesse mandato?

Ademir – Estou feliz porque fui eleito deputado estadual mais votado do partido em Goiás e em Aparecida. Mas pelo contrário, longe de fazer oposição, eu estarei trabalhando e defendendo tudo aquilo que for bom para Aparecida. Estarei somando a todos os projetos que forem importantes para a população, como geração de emprego e renda. Mas é lógico que nós na cidade, na condição de oposição, teremos que continuar cobrando aqueles compromissos que foram feitos pelas autoridades.


DM – Como analisou as críticas do vereador Daniel Vilela (PMDB), que disse que o senhor não fez nada por Aparecida?

Ademir – Eu até entendo a posição do vereador Daniel. Ele não conhece a cidade de Aparecida. Quando eu comecei a trabalhar na cidade, eu tinha 16 anos. Meu primeiro emprego, formal, de carteira assinada, foi aqui em Aparecida. Eu comecei a fazer que o município fosse independente durante meus dois mandatos como prefeito. Independente economicamente, gerando emprego, pois antes Aparecida era vista como cidade dormitório. Então quando eu falo de Aparecida, eu falo com conhecimento. Eu acredito que aqueles que nunca assentaram um tijolo na cidade não têm a legitimidade de criticar as pessoas que ao longo das suas vidas trabalharam pela cidade. E não falo só por mim. Nós temos no município Sebastião Viana (PPS), Norberto Teixeira (PSDB), José Macedo (PR), todos foram prefeitos e tiveram ao seu tempo, seus tijolos assentados na cidade. Agora eu não posso defender aqueles que tiveram no poder ao longo de todas as suas vidas e que não contribuíram para a cidade de Aparecida à altura.


DM – O Maguito já disse que um dos problemas é a arrecadação. É o segundo maior município do Estado, mas sexto em arrecadação. Qual será seu trabalho para melhorar isso?

Ademir – Esse é um dos meus principais compromissos. Se a cidade hoje convive com esse problema, é bom para que essas pessoas possam refletir o que era a cidade em 1º de janeiro de 1997. A cidade tinha por volta de 200 mil habitantes e uma arrecadação média de R$ 2 milhões por mês. Era um verdadeiro caos. Passados 14 anos, a cidade tem uma arrecadação que aproxima dos R$ 40 milhões. Então houve um avanço, uma melhoria. E tudo isso porque à época, no meu mandato, eu procurei destinar boa parte dos recursos da cidade para o projeto de industrialização de Aparecida.


DM – As conversas para a eleição de 2012 já começaram e o nome do senhor é apontado como um candidato para a Prefeitura de Aparecida?

Ademir – Olha, a minha preocupação nesse momento é eleger Marconi. A partir daí, é que vou começar a pensar nos projetos futuros. Aí sim nós vamos discutir, conversar e avaliar. Eu nunca fui candidato de mim mesmo, eu sempre procurei ser instrumento da maioria. Não é tempo ainda, mas esse projeto para prefeitura de 2012 tem que ser avaliado por todo o partido.


DM – O Alcides foi a Brasília na sexta-feira (8) conversar com o presidente Lula e ele disse que o acordo da Celg deve sair essa semana. O governador passou algum detalhe para o senhor?

Ademir – Nós trabalhamos muito para que esse momento pudesse chegar, do empréstimo ser liberado para resolver de uma vez por todas essa questão da Celg. Também precisamos avaliar o que será do Estado caso o empréstimo não seja liberado. Infelizmente a Celg vem se definhando. Algo que foi mortal para a empresa foi a venda de Cachoeira Dourada. Se a Celg tivesse a energia e a renda de Cachoeira Dourada ela não teria chegado ao fundo do poço. E se não for tomada essa decisão que foi defendida e preparada pelo governador Alcides, juntamente com todos os auxiliares do nosso governo, o que será do nosso Estado amanhã? Se o governo federal assumir a Celg e deixar o Estado com mais de R$ 7 bilhões de passivo, o governo do Estado terá que começar a renegociar toda essa dívida no dia seguinte.


DM – Nos bastidores circula a informação de que o presidente Lula estaria esperando o Alcides declarar apoio ao Iris para liberar o empréstimo. O senhor acredita que existe essa possibilidade?

Ademir – O presidente é um democrata que defende o crescimento do País. Eu não creio nisso. Embora não tenha participado de nenhuma reunião com o presidente, creio eu que esse não será o peso na balança para que o presidente Lula libere de uma vez por todas esse empréstimo para Goiás.

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