quarta-feira, 6 de outubro de 2010

Prefeitura de Goiânia: o desmazelo que você vê!

O Popular

Infraestrutura

Boca-de-lobo vira boca-do-lixo
O popular flagrou várias delas totalmente tomadas por material descartado. Prefeitura diz que limpa todos os dias

Folhas, sacolas plásticas, garrafas, sacos de papel, panfletos, cocos, cascas de banana, abacaxi e laranja, restos de construção civil e todo tipo de material que pode se tornar lixo. A relação exposta acima faz parte do que vai parar nas mais de 3 mil bocas-de-lobo existentes em Goiânia. Para se ter ideia, 7 toneladas de lixo são retiradas diariamente dos locais (em média). E ainda assim não é suficiente.

O POPULAR flagrou, nos últimos dias, vários pontos da cidade com bocas-de-lobo entupidas. Resultado: com o período chuvoso isso pode favorecer a ocorrência de inundações. Os flagrantes ocorreram no Setor Sul (Rua 132) e no entorno dos parques Areião e Vaca Brava. Moradores e pessoas que trabalham nas imediações reclamam que não é feito um trabalho preventivo. "O lixo entope. Daí vem a chuva e a água não é drenada e invade tudo", reclama um morador do Setor Sul.

A Prefeitura se defende e garante que as coisas não funcionam bem dessa maneira. "Fazemos a limpeza todos os dias. É um trabalho preventivo", garante o diretor de comunicação da Agência Municipal de Obras (Amob), Fernando Contart. Ele explica que o serviço é manual e que é feita também a limpeza, com um jato d'água, dos locais mais problemáticos.

Roteiro


A sequência é meio óbvia. O lixo é jogado ou deixado na rua e vai parar na boca-de-lobo. Essa última é a que dá acesso às galerias pluviais, que servem para drenagem da água da chuva. Daí, se o lixo continua acumulado e entupindo a boca-de-lobo, quando começa a chover e a água não chega até as galerias, vai ajudar a causar alagamentos.


"Eu insisto que a limpeza é diária. Mas a quantidade de lixo é muito grande. As pessoas deveriam colaborar e não deixar lixo jogado nas ruas. Afinal, se o lixo não entupir as bocas-de-lobo, vai parar no leito dos córregos e levar ao assoreamento", argumenta o diretor de comunicação da Amob, Fernando Contart.

O POPULAR também verificou, em vários pontos da cidade, sacos e sacolas de lixo colocadas nas calçadas, ao lado de meio-fios e debaixo de árvores, aguardando a passagem do caminhão de coleta de lixo. Isso sem contar sujeira de todo tipo abandonada descuidadamente pelos quatro cantos da capital.

A Amob reclama que essas ocorrências são corriqueiras. Segundo o diretor de comunicação da agência, o ideal seria que as pessoas instalassem lixeiras elevadas para impedir que os sacos de lixo ficassem nas calçadas. "Porque quando chove, tudo isso vai parar na boca-de-lobo ou nos córregos. Então, é melhor prevenir", diz Fernando Contart.

No entanto, por outro lado, não há como negar também a responsabilidade do poder público ao não conseguir retirar todo o lixo das ruas a tempo. "Se a coleta fosse mais ágil, não ocorreria isso da enxurrada levar o lixo embora. Mas, da minha parte eu cuido. Tenho a lixeira alta instalada para que o meu lixo não vá provocar problemas lá na frente", afirma o aposentado José Elias Damasceno, de 73 anos, morador da região central da capital.

Números
A Amob lembra que o serviço de limpeza de bocas-de-lobo pode ser solicitado pela comunidade através da Central de Atendimento da Prefeitura (08006460156) ou pelos números da própria agência (35248363 e 35248373).



ANÁLISE

A culpa que cada um tem

Quando a chuva cai e a inundação vem não há muito a fazer a não ser esperar a água baixar. É nessa hora que a gente, caso esteja circulando pela cidade, reclama do absurdo que é aquele alagamento. Mas o que ninguém pensa é que cada um pode ser um pouco culpado nisso.

Afinal, ao jogar a sacola do supermercado, a embalagem do sanduíche ou a garrafa de plástico na rua, podemos estar contribuindo para o entupimento de uma boca-de-lobo e para uma futura inundação. Isso sem contar o lixo que vai parar nos mananciais. Façamos, então, nossa parte.

Isso não exime, é claro, a Prefeitura da sua culpa. Afinal de contas, ela tem a responsabilidade, dentre outras coisas, de zelar pela limpeza da cidade. E trata-se de um contrassenso esperar começar a chover para intensificar a limpeza das bocas-de-lobo.(A.M.)


Esta é a minha opinião

Qualquer cidadão consciente sabe que não deve jogar lixo nas ruas e nem abandonar o lixo doméstico em qualquer lugar, porém, a cidade não é habitada apenas por pessoas civilizadas e que pensam nas consequencias de suas ações. A Prefeitura de Goiânia, para a qual Íris Rezende foi reeleito e abandonou o mandato com pouco mais de um ano, tem uma imensa responsabilidade na manutenção dos serviços básicos, entre os quais o mais evidente é a limpeza pública. Uma boca-de-lobo e as galerias pluviais não se entopem da noite para o dia, é preciso que o lixo vá se acumulando por meses e até anos e que não haja nenhum cuidado para a desobstrução desses canais de escoamento de águas.

Íris Rezende ficou na Prefeitura por mais de 5 anos e o problema ficou para o seu sucessor, que ainda tem vários auxiliares indicados por Íris e que não estão fazendo o que a cidade precisa para se prevenir dos alagamentos próprios do período chuvoso que está chegando.

Depois do caos instalado, não adianta culpar este ou aquele. É preciso fazer autocrítica e mostrar que Íris não foi a maravilha de prefeito que ele mesmo apregoa e que há muito desmazelo que todo goianiense vê todos os dias.

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