sexta-feira, 11 de dezembro de 2009

Agência O Globo

Brasília – Com a decisão do governador do Distrito Federal, José Roberto Arruda, de se desfiliar do DEM, as atenções agora se voltam para as acusações contra o presidente da Câmara Legislativa, Leonardo Prudente, e para o vice-governador do DF, Paulo Octávio (DEM). Mas ontem mesmo a direção do partido sugeriu que Prudente será o foco do discurso anti-corrupção – ele deve ser expulso – e que Octávio deve ser preservado. “São casos diferentes, que devem ser analisados de forma completamente diferente”, disse ontem o deputado federal Rodrigo Maia (RJ), presidente da legenda. Octávio também é suspeito de integrar o mensalão. Há documentos e gravações dando conta de que ele seria destinatário de 30% da propina. Prudente aparece em um dos vídeos enchendo os bolsos e meias de pacotes de dinheiro. Peso No caso de Octávio, a direção do DEM diz que as citações não têm o peso de vídeos como aquele em que Arruda aparece.

“O vice está mencionado como está o (deputado federal) Michel Temer (PMDB-SP). Temos de ter paciência e processar se tiver profundidade”, disse o líder do partido no Senado, José Agripino (RN). Presidente do diretório regional do DEM, Octávio deverá se afastar dessa função para evitar mais desgastes. “Vamos fazer uma reunião da executiva regional para iniciar o processo disciplinar contra o deputado Leonardo Prudente. Vamos cumprir o rito previsto no estatuto e no código de ética do partido”, disse o secretário-geral do DEM-DF, Flávio Couri. “Com relação ao governador Paulo Octávio não tem imagem, não tem absolutamente nada a não ser alguém citando o nome dele. Se evoluir, vamos tomar providências”, disse Couri. Prudente, segundo sua assessoria, está na fazenda de familiares, no interior de Goiás, e só retornará à Câmara após o dia 16, quando vence sua licença médica. Prudente pediu afastamento de 60 dias da presidência da Câmara Legislativa e, apesar da pressão forte para que renunciasse ao cargo, ele deixou avisado a Arruda que não o faria.

MP apura uso de tortura em repressão a protesto

Agência O Globo

Brasília – A promotoria de Justiça Militar, do Ministério Público no Distrito Federal, abriu ontem um procedimento para investigar se integrantes da tropa chefiada pelo coronel da Polícia Militar José Belizário Silva Filho torturou manifestantes que participaram do protesto contra o governador José Roberto Arruda, quarta-feira, em frente ao Tribunal de Justiça. O promotor Mauro Faria Lima, que está à frente da apuração, vai investigar também outros crimes como lesão corporal e abuso de autoridade.

Ele classificou de “selvageria” a ação da polícia contra os manifestantes. Arruda é acusado de chefiar esquema de cobrança de propina e pagamento de mesada a políticos aliados. Na tentativa de dispersar a multidão, que se aglomerava na pista em frente ao Tribunal de Justiça, na Praça do Buriti, as tropas do coronel Silva Filho jogaram cavalos contra os manifestantes, mesmo contra aqueles que estavam deitados ou sentados no asfalto. Policiais espancaram várias pessoas, a maioria estudantes da Universidade de Brasília (UnB), com golpes de cacetetes e chutes. Policiais jogaram bombas de gás lacrimogêneo e chegaram até atirar com balas borracha contra um cinegrafista que registrava as cenas de violência. Para Lima, nada justifica a brutalidade da ação policial. Na segunda, Lima começa a interrogar vítimas e testemunhas. Depois serão os policiais suspeitos de cometer excessos.

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