Editorial
Gente e lixo
Como mostrou reportagem publicada ontem neste jornal, em Aparecida de Goiânia mais de 70 famílias que moram nas proximidades do aterro sanitário dependem do lixo para o sustento mínimo. Essa mesma circunstância ocorre em outras cerca de 90 cidades goianas.
Adultos, jovens e muitas crianças também entram escondidos no aterro sanitário de Aparecida em diversos horários e se arriscam buscando todo o tipo de material que possa ser vendido. Enfrentam uma situação insalubre, pois ali entram em contato com bichos mortos e dejetos perigosos, como lâminas e cacos de vidro.
Essa forma de sobrevivência de todas essas famílias é o retrato cruel de uma das decorrências da questão social no País, resultado de desequilíbrios e injustiças, com um quadro ainda grande de exclusão. Mas essa opção é humilhante e terrível demais para não despertar atenções do setor público.
O empenho pela geração de empregos e pela capacitação de pessoas com menor qualificação para o mercado de trabalho deveria se situar no topo das prioridades e, no entanto, geralmente há uma indiferença em relação a esse drama social.
Em Goiânia também existe outro tipo de alternativa de ocupação precária que é a dos catadores de papel. Os que catam lixo e os que catam papel nem mesmo podem ser classificados de exercer um subemprego, pois vivem uma situação muito mais insegura e de exclusão previdenciária inclusive.
Até quando persistirá a indiferença?
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