segunda-feira, 21 de dezembro de 2009

O Popular - 20 de dezemro de 2009

O Popular

SUCESSÃO 2010

Saída de Aécio antecipa campanha
Segundo especialistas, desistência de governador obriga PSDB a lançar serra e afeta alianças regionais

Ricardo César

A desistência do mineiro Aécio Neves da disputa pela indicação do PSDB à Presidência soou na última quinta-feira como um alívio para petistas e um tormento para o tucanato. Temido pelo Palácio do Planalto pelo alto índice de aprovação de seu governo – que possivelmente atrapalharia a entrada da ministra Dilma Rousseff em Minas –, Aécio deve obrigar os tucanos a adotarem uma estratégia bastante criticada por seus pares: a antecipação da campanha.

Além de dar pela primeira vez contornos claros à corrida pelo Palácio do Planalto, a saída de Aécio deve forçar o tucanato a correr contra o tempo para fazer com que José Serra (PSDB-SP) aja como presidenciável, segundo cientistas políticos. No partido, negociações de palanques já correm à solta – sem contar a intenção de interferência em decisões regionais, como definição de alianças nos Estados.

Isso porque a estratégia tucana de confundir a máquina petista com dois nomes tomou um fim inesperado. Sem o mineiro no páreo, Serra corre agora para recupera o tempo perdido. “A intenção do governador paulista era de oficializar sua campanha apenas em março, depois de uma disputa dentro do partido. Como não aconteceu como esperado, Serra teme uma mudança na decisão de Aécio e, por isso, deve começar a se colocar como o candidato do PSDB ”, prevê a cientista política Kátia Mendonça.

Serra, no entanto, vinha evitando assumir a postura de pré-candidato, procurando simplificar sua atuação apenas a governador de São Paulo, até a semana passada. Dois dias antes do anúncio oficial da desistência de Aécio, entretanto, o tucano ganhou exposição num palanque armado em Copenhague, durante a Conferência das Partes da ONU, ao lado das presidenciáveis Dilma Rousseff e Marina Silva (PV-AC).

Mantendo conversas políticas com todo e qualquer possível aliado, Serra defendeu medidas de redução da emissão de CO2 no Brasil e até a participação do País na criação de um fundo internacional que financie programas de redução da emissão de países pobres no mundo, entrando em conflito com Dilma em várias ocasiões. “Ele mostrou que decidiu entrar de vez em campanha”, avalia o cientista político, Itami Campos.

Após seu retorno ao Brasil, Serra elogiou em nota a atitude de seu colega mineiro. Em sintonia, Aécio disse que Serra apresentava os melhores resultados em pesquisas e, por isso, deveria ele deveria ser o candidato. “Mas a atitude de Aécio de sair agora é contrária ao que Serra vinha argumentando ao comando do PSDB, de que não pretendia assumir logo sua pré-candidatura para não se torne alvo explícito do PT”, contesta o cientista Leonardo Alves.

PT

Do outro lado da disputa, a antecipação do anúncio da saída de Aécio foi recebido com alívio. Mesmo sem ter a intenção, a desistência do mineiro, que deveria acontecer apenas no fim de janeiro de 2010, poderá abrir espaço para que Dilma, uma mineira radicada no Rio Grande do Sul há mais de 30 anos, ganhe espaço e votos no segundo maior colégio eleitoral do País, o que, na opinião dos estudiosos, poderia ser decisivo para a “volta” de Aécio à campanha do PSDB.

Na avaliação do Palácio do Planalto, Aécio poderia se apresentar como surpresa em 2010 e acabar com as chances de Dilma. “O PT enxerga Aécio como um líder carismático e com bons resultados em seu governo, que impactam em sua popularidade”, comenta Kátia. Aécio, ainda na visão dos petistas, acumula uma base de sustentação de seu governo invejável: até o PMDB de Minas está com ele.

Serra é visto como um candidato previsível e mais conhecido. Em 2010, o PT pretende contornar sua campanha com comparações entre a gestão Lula e Fernando Henrique Cardoso (1995-2002). Serra foi ministro do Planejamento e Saúde no governo do ex-presidente da República e está mais próximo dele no PSDB. Já Aécio, apesar de circular bem no partido, é considerado como um tucano não-atrelado a FHC.

O Popular

SUCESSÃO 2010

Marina lança candidatura ao Planalto fazendo críticas a Dilma
Na convenção do partido, em São Paulo, senadora se colocou como alternativa na questão do meio ambiente e disse que escolha de ministra em Copenhague foi política

Agência Estado

São Paulo – Em convenção realizada ontem em São Paulo, o Partido Verde (PV) lançou politicamente a candidatura à Presidência da senadora Marina Silva (AC). Ela criticou a postura do governo Lula na reunião do clima, em Copenhague, e a escolha da ministra e pré-candidata petista ao Planalto, Dilma Rousseff, como chefe da delegação. A definição oficial de qualquer candidatura só poderá ser feita no próximo ano. “A decisão política já existe, o processo legal e formal será feito no ano que vem”, reforçou Marina Silva. O encontro do partido também serviu para referendar a entrada de aliados da senadora na direção da sigla.

“Há uma decisão de ter candidatura própria e eu me sinto honrada de ser apontada pelo PV.” Marina, que participou da reunião do clima em Copenhague, criticou em vários momentos a postura do Brasil no encontro, especialmente declarações de Dilma sobre a proposta de que o País contribuísse com US$ 1 bilhão para um fundo de combate à mudança climática. A ministra da Casa Civil chegou a declarar que o valor “não faz nem cosquinha”. Questionada pelos jornalistas, Marina disse que a escolha de Dilma como chefe da delegação brasileira foi “legítima”, mas completou: “Agora, o processo negocial não poderia ficar submetido a uma lógica política da conjuntura do nosso País, porque o que estava em jogo era muito maior”, disse.

Para a senadora, os ministros Celso Amorim (Relações Exteriores) e Carlos Minc (Meio Ambiente) “eram aqueles que poderiam entrar no mérito da negociação para que a gente pudesse de fato fazer a diferença”. Marina Silva aproveitou o evento para, de novo, se colocar como uma alternativa na questão do meio ambiente em relação às prováveis candidaturas de Dilma Rousseff e do governador de São Paulo, José Serra (PSDB). “Há ainda desafios econômicos e sociais, mas o maior desafio infelizmente nenhuma das duas candidaturas e os partidos estão preparados para ele, que é o de fazer a transição para essa economia do século 21”, disse.

Aécio Marina Silva afirmou durante a convenção que a desistência do governador de Minas Gerais, Aécio Neves (PSDB), à corrida sucessória presidencial de 2010 era esperada e poderá gerar alguma repercussão nas outras candidaturas. Entretanto, fez questão de ressaltar que, apesar dos eventuais impactos, a decisão do tucano “não é determinante para os trabalhos do PV”. Marina afirmou que as preocupações no PV estão centradas neste momento na formulação de seu programa de governo. Em entrevista, ela classificou de “dolorosa” a decisão de sair do Partido dos Trabalhadores (PT), mas destacou que agora está focada na construção de sua candidatura ao Palácio do Planalto. Segundo ela, o atual momento político é muito favorável à preservação de conquistas e avanço nas mudanças.

Maluf: “Não faremos acordo federal sem SP”

Agência Estado

Brasília – Com a nova arrumação no ninho tucano, aliados do governo Lula já começam a fazer “exigências” para apoiar a candidatura da ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, ao Planalto, em 2010. Depois de dirigentes do PMDB se dizerem ofendidos após o presidente sugerir ao partido a apresentação de uma lista tríplice para Dilma escolher o vice de sua chapa, agora é a vez do PP de querer um dote para aceitar o casamento.

“Aprecio a Dilma e acho que ela é uma mulher de valor, mas não faremos acordo federal sem São Paulo”, afirmou o deputado Paulo Maluf (PP), que não foi ao jantar da ministra com a bancada do PP, há 53 dias, em Brasília. “A definição do nosso apoio tem de passar por uma conversa sobre o maior colégio eleitoral do País.” Presidente do PP paulista, Maluf gostaria que o PT avalizasse a candidatura do deputado Celso Russomanno (SP) à sucessão do governador José Serra (PSDB).

Na prática, sabe que essa hipótese é impossível, mas quer o compromisso de que o PT não hostilizará Russomanno. “É possível ter acordo com o PP em São Paulo”, disse o presidente do PT, deputado Ricardo Berzoini (SP), informado sobre a imposição de Maluf. “Se o candidato deles apoiar a Dilma, podemos firmar acordo para estarmos juntos no segundo turno.” Cauteloso, o senador Francisco Dornelles (RJ), presidente nacional do PP, disse que é cedo para a legenda resolver com quem ficará em 2010. No jantar com o PP, Dilma caprichou nos elogios. Para arrepio de petistas radicais, ela afirmou que não sabe distinguir entre as “realizações” do PP e do PT no governo Lula.

TSE fixa prazo para resposta na internet

Folhapress

São Paulo – O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) aprovou resolução disciplinando prazos e regras para o direito de resposta na cobertura das eleições de 2010. No caso da internet, o TSE diz que a resposta deve ser divulgada no mesmo veículo, espaço, local, horário, página eletrônica e tamanho usados na ofensa. O prazo para publicação da resposta será de 48 horas. Segundo a resolução, a resposta deverá ficar disponível para leitura pelo dobro do tempo em que a ofensa ficou no ar.

O ministro Arnaldo Versiani disse que uma das novidades é a alteração do prazo para apresentação de recursos oriundos de representação, que passou de 24 horas para três dias. No caso da mídia impressa, a resolução determina que o pedido de resposta deve ser feito até 72 horas depois da publicação da ofensa. A resposta deve ser publicada até 48 horas depois da decisão judicial no mesmo tamanho e condições da ofensa. Em relação ao rádio e a televisão, o pedido de resposta deverá ocorrer em até 48 horas.

O pedido precisará vir acompanhado da transcrição do trecho considerado ofensivo ou inverídico. Se o pedido for aceito pela Justiça Eleitoral, a resposta deverá ir ao ar até 48 horas após a decisão em tempo igual ao da ofensa, nunca inferior a um minuto. No caso do horário eleitoral gratuito, o pedido de resposta deverá ser feito até 24 horas depois da veiculação do programa.

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