quarta-feira, 9 de dezembro de 2009

A CPI saiu pela culatra!!

O Popular

Peemedebistas reagem a relatório do TCE que mostra déficit na Celg

Erica Lettry

Os dados preliminares do Tribunal de Contas do Estado (TCE-GO) que revelaram déficit de U$ 4,896 milhões na transferência da Usina de Corumbá 1 para Furnas, ocorrida entre 1984 e 1986, provocaram reações ontem do prefeito de Goiânia, Iris Rezende (PMDB), e também de deputados estaduais. A informação foi repassada por técnicos do TCE na segunda-feira aos membros da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que investiga a dívida da Celg.
Ao retornar ao Paço Municipal ontem, após ficar internado no Instituto de Neurologia de Goiás para cirurgia, Iris foi enfático ao contestar o levantamento realizado pelos técnicos. “Isso é querer enganar a população, é falta de respeito. Eles que se expliquem sobre onde botaram o dinheiro da Celg fazendo campanha de publicidade, quando a Celg não tem concorrente”, afirmou o prefeito, em referência ao período em que os tucanos estiveram à frente do governo do Estado, por meio do hoje senador Marconi Perillo.
O prefeito também lembrou como ocorreu o processo de transferência da usina para o governo federal.“Corumbá 1 estava paralisada há um ano e só tinha canteiro de obras. Nós apenas fizemos uma transação com o Ministério de Minas e Energia. Construiríamos a quarta etapa de Cachoeira Dourada e o Ministério ficaria com Corumbá 1. Gastaram R$ 1 milhão, paralisaram as obras e o Estado não daria conta (de concluir)”, lembrou Iris.
Na Assembleia, o deputado José Nelto, titular da CPI da Celg, usou a tribuna para fazer questionamento à postura do Tribunal de Contas. Em discurso, ele afirmou que o TCE era “cabo de chicote” usado para falar mal do PMDB. “O que esperava acabou acontecendo. Um braço do TCE está a serviço do PSDB. Ontem foram apresentados dados fajutos (para a CPI da Celg), que não têm a menor consistência”, disse o peemedebista.
José Nelto sustentou ainda que os técnicos que estão realizando o levantamento fazem o jogo dos tucanos. Ao falar com a imprensa, o peemedebista desafiou o órgão a mostrar assinaturas de engenheiros atestando a informação de que houve prejuízo na transferência da usina.
Presidente da CPI da Celg, Helio de Sousa (DEM) saiu em defesa da auditoria do TCE e disse que é preciso reconhecer sua credibilidade. “Em momento algum os técnicos condenaram este ou outro governo. O que houve foi uma apresentação lógica, que mostrou dados técnicos, inclusive relatando as dificuldades como a questão da conversão de moedas”, defendeu.

Documento

Com um documento em mãos sobre a Lei 10.666, de 25 de junho de 1986 – assinado pelo então governador Onofre Quinan (PMDB) –, o tucano Daniel Goulart alegou que o governo tanto tinha conhecimento de que a transação traria prejuízo para a Celg que deu autorização para que o Executivo contratasse posteriormente empréstimo de até U$ 25 milhões para cobrir o rombo que ficaria. “Tinham certeza que essa operação seria nociva ao Estado. É só ter acesso à lei”, disse.
Segundo consta no artigo quinto da referida lei, ficava “o Poder Executivo autorizado a contratar empréstimos em moeda externa para cumprir compromissos financeiros do Estado para com as Centrais Elétricas de Goiás S.A. (Celg), até o limite de US$ 25 milhões ou equivalente em outra moeda”.

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