Inquérito da PF cita Adhemar Palocci em esquema de propina
Ex-secretário de finanças de Goiânia nega envolvimento no caso. Segundo apuração, recursos foram distribuídos a PT e PMDB
Núbia Lôbo
Diretor de Planejamento e Engenharia das Centrais Elétricas do Norte (Eletronorte), o ex-secretário de Finanças de Goiânia Adhemar Palocci (PT) teve o nome citado em relatório final da operação Castelo de Areia da Polícia Federal (PF) por suspeita de envolvimento em pagamento de propina ao PT e PMDB. Em nota, Adhemar negou ontem envolvimento no esquema.
A informação foi divulgada na edição de ontem pelo jornal Folha de S. Paulo. A suspeita é apontada em contrato entre a Eletronorte e a construtora Camargo Corrêa para construir eclusas na usina de Tucuruí, no rio Tocantins (PA) – eclusas são pequenas obras para superar as diferenças no nível das águas nas barragens e liberar a navegação na hidrovia. Um aditivo contratual à obra, que aumentou o valor a ser recebido pela construtora em R$ 76 milhões, teria sido a base de distribuição de R$ 2,1 milhões em propina.
O principal indício estaria em um documento escrito à mão onde um trecho traz a inscrição “acordo de 3% dos pagamentos de eclusa”. O relatório da PF aponta ainda a descrição de valor de R$ 1 milhão que “está ligado às siglas PT e PMDB, à proporção de 50% para cada” e ainda as expressões “ADM/Pau” e “Paulocci”, que para a PF são referências ao diretor da Eletronorte.
Competência
Na nota, Adhemar – que é irmão do ex-secretário da Fazenda do governo Lula e atualmente deputado federal Antônio – negou o envolvimento em irregularidades em obras que tenham a participação da Eletronorte. Ele afirmou que as obras em Tucuruí são de responsabilidade do Ministério dos Transportes/Dnit, tocadas pela Eletronorte desde 2007 por meio de convênio, e que desconhece o relatório final da PF. Adhemar foi secretário da gestão do prefeito petista Pedro Wilson (2000-04).
Suspeita de caixa 2
Núbia Lôbo
Ex-secretário de Finanças da Prefeitura de Goiânia na gestão do então prefeito Pedro Wilson (PT, hoje deputado federal – 2000 a 2004), Adhemar Palocci é suspeito de operar caixa 2 na campanha de Pedro à reeleição.
A denúncia foi feita pelo Ministério Público Federal e acatada pelo Supremo Tribunal Federal em 2008. Segundo o MPF, a empresa Interbrazil Seguradora, liquidada posteriormente, teria doado R$ 1 milhão para a campanha, que teria sido gasto em caixa 2.
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