A favor da liberação das redes sociais
Fenômeno de audiência na internet com o Orkut, MySpace, Facebook e, mais recentemente, com o Twitter, as redes sociais esparramaram-se pelo mundo e ganharam legiões de adeptos. No Brasil, estima-se que mais de 30 milhões de pessoas interagem nas diversas comunidades virtuais on-line, compartilhando idéias e sentimentos dos mais variados. Canais poderosos de comunicação, onde a manifestação é aberta, livre e instantânea, elas são capazes de expressar novos valores, pensamentos e atitudes. Tudo de forma igualitária e democrática.
Como todos os processos tecnológicos, as redes sociais são em essência neutras. Podem ser usadas para o bem e para o mal. Prefiro visualizá-las pelo lado positivo. Acredito que elas aproximam as pessoas, criam ondas de solidariedade, facilitam o trânsito de informação e ajudam na evolução da cidadania. Foi o que recentemente aconteceu no Irã, quando o Twitter foi utilizado em escala internacional para denunciar a fraude eleitoral e a repressão contra opositores patrocinadas pelo regime fundamentalista de Mahmoud Ahmadinejad.
Numa medida pioneira no Brasil, o governador de São Paulo, José Serra, desbloqueou o uso das ferramentas sociais da web em todos os organismos da administração estadual. Serra argumenta que é necessário estimular os funcionários à atualização e troca de conhecimentos, o que reoxigena as repartições públicas, tornando-as sintonizadas com os anseios da população. E arremata com um argumento definitivo: se os governos não acompanharem as mudanças da sociedade, ficarão irremediavelmente defasados.
Concordo com o governador paulista e também defendo que o acesso às redes sociais seja institucionalizado nos diversos níveis de governo. Dias atrás, manifestei a minha posição no Twitter e recebi centenas de manifestações das pessoas que seguem o meu perfil. A maioria foi favorável à liberação. Quem foi contra bateu na tecla de que os funcionários perderiam a concentração no trabalho e diminuiriam o rendimento. Essa, de fato, é um questão que deve ser levada em conta. Mas, pela experiência do governo de São Paulo, tudo indica que acontece o contrário, ou seja, é a produtividade que aumenta.
Algumas opiniões chamaram a minha atenção, como a enviada pelo jornalista Gabriel Priolli (@gabrielpriolli). “O uso das redes sociais no serviço público deve ser liberado. Quem imagina que sejam apenas lazer, equivoca-se”, observou. Para o estudante Johnathan Ferreira (@jdisousa), “com a disponibilização das redes, os servidores poderão participar de forma mais ativa das questões sociais.” Eduardo Oliveira (@duduoliveira2), foi um pouco mais além e classificou as redes sociais como ferramentas de aumento de produtividade, exatamente o fim visado pelo governador José Serra.
Penso que virar as costas e ignorar a força da internet é uma atitude que revela atraso e distanciamento da realidade. Estou convencido de que o uso livre e responsável das redes sociais nos diversos níveis de governo tem conteúdo democrático e beneficia o conjunto da sociedade. Todos ganham com a resolutividade das inovações tecnológicas, que podem ser traduzidas na prestação de contas mais eficiente e na melhor divulgação dos serviços oferecidos à população, proporcionando um ambiente mais aberto à fiscalização e favorável de relacionamento com o cidadão.
O governo de Goiás, a prefeitura de Goiânia e as prefeituras de todos os municípios goianos precisam acertar o passo em seguir o bom exemplo de São Paulo.
Marconi Perillo é senador da República (PSDB)
(@marconiperillo)
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