Opinião
Quando nos deparamos, no Diário da Manhã, com artigos em defesa da gestão do prefeito Iris Rezende, sempre notamos uma característica comum: quem assina é funcionário da Prefeitura, geralmente aquinhoado com um cargo de alto salário e muitas vezes sem exigência de expediente integral. É o caso de Denes Pereira, atual diretor do Departamento de Articulação de Ações Participativas (O que será isso, meu Deus?) da Secretaria Municipal do Governo, que publicou um extenso texto agredindo a minha pessoa e de mim tentando retirar o sagrado direito de fazer críticas e sugestões ao prefeito de Goiânia – direito que é inerente a qualquer cidadão, ainda mais no meu caso, como vereador legitimamente eleito pelas urnas, para fazer na Câmara Municipal o trabalho de fiscalizar e acompanhar a administração da cidade.
Que Iris não aceita críticas, isso todo mundo sabe. Mas o pior é escalar alguém que foi rejeitado pelas urnas e se dependurou em uma sinecura política no Paço Municipal. Esse tipo de gente não merece credibilidade. Menos ainda quando, ao se identificar no pé do artigo, esconde vergonhosamente a sua condição de funcionário comissionado do município, na tentativa de dar algum tipo de credibilidade à sua opinião.
No meu caso é diferente. Sou vereador, nada tenho a omitir e tenho orgulho da minha independência. Só devo contas do que falo e faço aos meus eleitores e, em um sentido mais amplo, à sociedade goianiense, da qual sou um dos representantes livremente escolhidos pelo voto popular. Não sou empregado de prefeito, mas de certa forma posso dizer com orgulho que sou empregado do povo. Não tenho também o hábito de caluniar nem difamar ninguém. Respeito o prefeito Iris Rezende, assim como respeito todos os políticos, todas as autoridades e, em última análise, todos os seres humanos. E, por isso, o mínimo que espero é também ser respeitado.
Desse modo, lamentei muito a forma abusada com que Denes Pereira falou da minha pessoa. Vi nas suas palavras o choro do derrotado e a mágoa do ressentido ocupando o espaço que deveria caber aos argumentos. Nenhuma das minhas críticas foi respondida. Atabalhoadamente, foram alinhadas algumas obras esparsas da Prefeitura, como se apenas isso fosse o suficiente para caracterizar a existência de um projeto coletivo de valorização social dos bairros e, no conjunto, de toda a nossa Goiânia. Houvesse humildade e o meu artigo mereceria, aí sim, o agradecimento de Iris e seus sicários, por fazer o alerta que os áulicos que o cercam escondem sob uma enxurrada de elogios vazios.
O primeiro mandato de Iris foi marcado pelas obras de asfalto. No segundo mandato, veio a conta. A própria Prefeitura anunciou, há dias, que o IPTU dos imóveis que ficam nas ruas asfaltadas terá um aumento expressivo e ainda afirmou que isso é natural. Eu não acho. Os impostos, de um modo geral, têm uma função social e o IPTU mais ainda, por servir de instrumento para a organização do espaço urbano e a indução do povoamento em uma cidade. Os bairros humildes precisavam do asfalto, mas não da punição representada pelo aumento da carga fiscal que pesa sobre as famílias que moram lá.
Sem asfalto para fazer, a Prefeitura hoje não tem um foco para a sua ação em Goiânia. A qualidade de vida da população não interessa ao Paço Municipal. Os programas sociais não existem e os que existiam, deixados principalmente por Nion Albernaz, foram simplesmente extintos. Agora mesmo, o noticiário da imprensa está mostrando o desagradável espetáculo da ação policial contra os catadores de lixo, que estão sendo retirados das ruas à força, sem que tenha sido criada uma alternativa para a sobrevivência de cada um deles.
Quanto ao senador Marconi Perillo, é um político que admiro. Seu projeto para o futuro de Goiás mescla investimentos na infraestrutura com programas de promoção social e engrandecimento da vida humana. Marconi foi governador e criou um Estado forte na economia, na cultura, no atendimento às pessoas e na autoestima geral da população. Estou, sim, entre os que acreditam que a volta de Marconi ao governo será importante para que Goiás cresça ainda mais e se consolide como referência para o Brasil. Marconi é um político moderno e aberto para o diálogo com a juventude – qualidades hoje indispensáveis em quem deseja assumir um posto de governante.
As alegações raivosas de Denes Pereira e o seu cuidado em esconder dos leitores do Diário da Manhã que é funcionário de Iris atuam em sinergia, isto é, descredenciam totalmente o seu falatório vazio e bajulatório. Venha para o debate com dados concretos, com ideias e com colocações de alto nível, caro amigo. Dê-se ao respeito e respeite as pessoas, não permitindo que o despeito e a inveja sejam o pano de fundo do seu comportamento. E não negue quem você é.
Richard Nixon é vereador
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