quarta-feira, 2 de dezembro de 2009

Parados

O Popular

Greve de fiscais da Agrodefesa deixa alimentos sem inspeção
Transporte e produção de mais de 80% da carne bovina e 97% da suína, além do leite pausterizado, não estão sendo fiscalizados, o que representa risco para o consumidor

Sônia Ferreira

Desde segunda-feira, todas as fiscalizações de animais e vegetais nas estradas goianas, nas barreiras localizadas nas divisas de Goiás com outros Estados, nos frigoríficos e nos laticínios goianos estão suspensas devido à greve dos fiscais da Agrodefesa.

Com isso, o leite pasteurizado, 80% da carne bovina e 97% das carnes suína e de aves vendidas nos açougues, pequenos e médios supermercados goianos não estão passando por nenhuma inspeção sanitária, e portanto estão sem controle de qualidade.

Além disso, pelo fato de não estar havendo fiscalizações no trânsito de animais, há o risco de perda de controle sanitário dentro do Estado, podendo ocorrer prejuízos para os produtores rurais e para o Estado no serviço de vigilância epidemiológica. Isso poderá comprometer, até mesmo, as exportações goianas de carnes, avisa o presidente da Associação dos Fiscais Estaduais Agropecuários (Afeago), Carlos Augusto Bohid.

Motivos

Os fiscais estaduais agropecuários decidiram cruzar os braços depois que se esgotaram todas as tentativas de negociações com o governo, que se arrastam desde setembro último.

Eles querem a adequação salarial compatível com o valor pago à categoria em outros Estados, na média de R$ 7 mil. Atualmente o salário fixo dos fiscais efetivos é de R$ 2,5 mil e dos comissionados é de R$ 1 mil, mais gratificação de 30%.

Os fiscais reivindicam, também, a regulamentação do plano de cargos e salários e a contratação imediata dos 370 aprovados no último concurso da Agência Estadual de Agrodefesa. E ainda, melhores condições de trabalho, como a reestruturação administrativa da agência, garantindo melhor gerenciamento.

Funções

De acordo com o presidente da Afeago, funções importantes da Agrodefesa não estão sendo realizadas por falta de pessoas habilitadas.

“As barreiras sanitárias estão com déficit de pessoal, deixando-as fragilizadas. O trânsito de animais no Estado não tem mais qualquer controle. Não está havendo propagação de doenças porque Deus é goiano”, afirma.

Ele acrescenta que, nos laticínios a coleta de amostras para análise laboratorial tem ocorrido apenas uma vez ao mês, enquanto o recomendado é de uma vez ao dia.

O presidente da Afeago afirma que, apesar do grande esforço dos 185 fiscais estaduais da Agrodefesa o serviço de fiscalização sanitária deixa a desejar em Goiás.

Em todo o Estado, o Serviço de Inspeção Estadual (SIE) é responsável pela inspeção sanitária de 370 estabelecimentos, entre frigoríficos, laticínios, abatedouros, pequenas indústrias de carnes (espetinhos, almôndegas e outros), granjas de ovos, frigoríficos de pescados e fábricas de processamento de mel.

Outros 199 estabelecimentos, entre frigoríficos, laticínios e abatedouros (aves) estão sob a proteção do Serviço de Inspeção Federal (SIF), do Ministério da Agricultura e da Agrodefesa.

Nenhum comentário:

Postar um comentário