segunda-feira, 30 de novembro de 2009

Diário da Manhã - 28 de novembro de 2009

Diário da Manhã

Iris, perseguição e prejuízos ao funcionalismo

Apareceram nos últimos dias, aqui nas páginas do Diário da Manhã, algumas figuras exóticas que se dispuseram a emprestar seus nomes para assinar artigos onde se tenta desesperadamente provar que o prefeito Iris Rezende sempre gostou do funcionalismo público e que, caso venha a governar Goiás novamente, será “bondoso” com a classe.

É notável o esforço desses pseudo-articulistas. Comovente, até, como eu disse há poucos dias, ao avaliar um incrível artigo em que o também deputado José Nelto raspa o fundo do baú atrás de argumentos sobre o quanto Iris sempre foi, é e será “generoso” com os servidores públicos.

Mas, para quem perdeu tempo lendo os artigos da tropa de choque irista, continua saltando como verdade cristalina a comprovação daquilo que todo mundo sabe em Goiás: Iris Rezende e o seu afilhado Maguito Vilela, quando foram governadores, deram o máximo de si para perseguir e prejudicar o funcionalismo. Isso porque nenhum dos defensores de Iris conseguiu alinhar um único fato concreto mostrando algum tipo de medida, uma ou outra ação, qualquer benefício, enfim, por menor que seja, que os servidores públicos receberam durante as gestões peemedebistas.

Íris e Maguito são por demais conhecidos do funcionalismo. Nunca concederam aumentos. Pagaram sempre no mês seguinte, para lá do dia 15. Atrasaram os salários e aplicaram o dinheiro no mercado financeiro, nos tempos de inflação alta, para gerar caixa para investir em obras. Quando, derrotados nas urnas, entregaram o governo a Marconi Perillo, havia folhas atrasadas, repartições sucateadas, direitos ignorados e uma classe que era apontada como bode expiatório de todas as mazelas do Estado.

Marconi, em poucos anos, mudou essa realidade da água para o vinho. Não só passou a pagar dentro do mês trabalhado, como anunciava em janeiro as data sem que a folha seria liberada durante todo o ano, mês a mês, para que o servidor pudesse programar os seus compromissos. Iniciou-se a prática de pagar o décimo-terceiro no mês do aniversário do funcionário, regra que foi copiada por praticamente todas as prefeituras e todos os Estados brasileiros.

Os decretões de demissão em massa, tão comuns nos tempos de Iris e Maguito, desapareceram. Em 1983, no seu primeiro governo, Iris assinou o primeiro desses decretões, colocando na rua 30 mil servidores, por pura vingança política. Maguito assinou vários deles, demitindo aos lotes, em todos os órgãos do Estado. Sem exagero, em alguns momentos a condição de funcionário público chegou a ser motivo de vergonha, pelo menos até que Marconi resgatasse a dignidade desse valioso segmento de trabalhadores – úteis e necessários para o Estado na medida em que são parceiros da população no trabalho cotidiano pelo desenvolvimento econômico e pelo crescimento social.

Para estabelecer a diferença, aqueles que acreditam que Iris foi e é um governante “bom” para o funcionalismo podem consultar a seguinte relação, que mostra tudo o que foi feito pela classe pelo então governador Marconi Perillo: seguro de vida para todos os servidores ativos do Poder Executivo; capacitação profissional com oportunidade para todos os servidores; admissão por meio de concurso público (de 1999 a 2005 foram 11.126 admitidos; em 2006 foram realizados novos concursos com 9.116 novas vagas); criação e implementação de Planos de Cargos e Salários e Remuneração para todas as carreiras do serviço público e aumento salarial para todas as categorias, com instituição da data base salarial dos servidores públicos do Estado, no dia 1º de maio de cada ano.

Mas tem muito mais: aquisição de equipamentos e modernização de instalações; recuperação do Instituto de Previdência e Assistência do Estado (Ipasgo) e instituição do Fundo Estadual de Previdência; criação do Programa da Qualidade no Setor Público do Estado de Goiás; criação de Fundo de Capacitação para o Servidor; criação e implementação do Portal do Servidor; fomento à Criação da Cooperativa de Crédito dos Servidores do Estado de Goiás (Servcred); implementação gratuita da Licenciatura Plena Parcelada para os professores não-graduados da rede pública de ensino (via UEG); e, no conjunto, a valorização do funcionário público como o principal intermediário entre o Estado e a sociedade.

Todas essas conquistas são concretas e têm o testemunho do funcionalismo estadual. São fatos e não palavras. É isso que o auditor geral do município, Andrey Azevedo, o presidente do Sindgoiânia, Carlos Antonio Ramos de Alencar, e o deputado José Nelto precisam fazer: mostrar o que de real e palpável Iris fez pelos servidores públicos, como enumerei agora as realições de Marconi, e não gastar o precioso espaço do Diário da Manhã com abobrinhas e contos da carochinha.

Fica lançado o desafio.

Nilo Resende é deputado estadual pelo DEM e líder da bancada do partido na Assembleia Legislativa.

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