quarta-feira, 18 de novembro de 2009

Diário da Manhã

O mau exemplo de Iris e Maguito
17/11/2009

Mais uma vez os goianos se envergonham em nível nacional, com as manchetes negativas, em todos os grandes veículos de comunicação do País: o concurso público da Prefeitura de Aparecida foi denunciado pelo Ministério Público como escandaloso e eivado de falhas primárias e irregularidades de todo tamanho. É a prova definitiva de que os grãos-senhores do PMDB não evoluíram, permanecendo no atraso e na mesmice, aproveitando todas as oportunidades para se envolver com situações ilegais e pouco recomendáveis.

Falo aqui de Iris Rezende e Maguito Vilela, porque a Prefeitura de Goiânia também adquiriu um histórico, na atual gestão, pontuado por erros e fatos inexplicáveis. A começar pela liberação do gabarito de uma quadra no Setor Bueno, de propriedade de uma irmã de Iris, vendida no dia seguinte pelo triplo do preço. Quem liberou o gabarito? Ele mesmo, o irmão e prefeito Iris Rezende Machado, conforme publicaram os jornais da época, referindo-se até a inquérito aberto no Ministério Público.

O prefeito de Aparecida, MaguitoVilela, já é conhecido. Ele foi o responsável pela venda da Usina de Cachoeira Dourada, enquanto governador de Goiás, a negociação mais prejudicial ao povo de toda a história de Goiás, não repetida por governante de nenhum outro Estado. Não se conhece até os nossos dias o paradeiro dos recursos arrecadados com a privatização. Em artigos anteriores, com base em documentos do Tribunal de Contas do Estado, e ainda informações divulgadas pelos governantes posteriores a Maguito, descobriu-se que parte desses recursos foi gasta em obras e programas inúteis, iniciados e não concluídos, ainda por cima torrando parcela expressiva com despesas de custeio, chegando mesmo a comprar alface e leite com o dinheiro oriundo da privatização.

Agora, vem a confirmação de tudo. O escândalo de Aparecida comprova o descaso do PMDB com a ética e com a condução da coisa pública. Mostra, mais uma vez, que a desorganização e as denúncias de fraude são as marcas da administrações peemedebistas.

Por falta de organização, cerca de 45 mil candidatos inscritos no concurso da Prefeitura de Aparecida de Goiânia, cujas provas se realizaram no domingo passado, estão sendo prejudicados. São 45 mil famílias vivendo um período de incertezas e de angústias. Pior ainda: de descrença no poder público. E não adianta colocar a culpa exclusivamente na empresa "organizadora" do concurso, uma vez que foi contratada sem licitação, ou seja, o prefeito tem responsabilidade no caso porque escolheu entre tantas outras renomadas existentes no mercado.

Aliás, essa empresa, denominada ironicamente de Ibeg (Instituto Brasileiro de Educação e Gestão), tem um histórico nada recomendável, pois problema semelhante ao de Aparecida já havia ocorrido em outros concursos organizados por ela, a exemplo, nas prefeituras de Formosa e da cidade de Goiás em 2005, e Santana, no Amapá, em 2007. Isso merece mesmo uma investigação do Ministério Público: por que uma empresa envolvida em escândalos foi contratada sem licitação pelo prefeito Maguito Vilela?

As prefeituras de Goiânia e Aparecida deveriam oferecer bons exemplos de administração, já que o partido de seus prefeitos, o PMDB, sonha retornar ao poder no Estado. Na realidade, no entanto, Iris e Maguito estão dando um péssimo exemplo, que serve de alerta para o eleitor goiano.

Iris e Maguito representam o velho PMDB, que foi enxotado do poder devido a uma série de escândalos que protagonizaram quando estiveram no comando do Estado. Suas administrações em Goiânia e Aparecida deixam claro ao eleitor que eles não mudaram a forma de encarar a coisa pública e continuam não tendo o menor respeito pela propriedade coletiva. O concurso de Aparecida é exemplo gritante do que aconteceria num eventual retorno do PMDB ao governo do Estado: todos perderíamos, menos eles, é claro.

Reuel Hércules -é economista e perito

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