sexta-feira, 27 de novembro de 2009

Só não vê quem não quer!

Diário da Manhã

Goiânia, cidade das crianças na rua

A área de assistência social da Prefeitura de Goiânia vai mal, muito mal. Essa realidade só não é vista pelo auxiliar do prefeito encarregado deste importante segmento da administração municipal. O morador de Goiânia, este sim, testemunha todo dia as mazelas sociais da capital quando se defronta com crianças pedindo esmolas em sinaleiros, com adolescentes e meninos em situação de rua usando droga, se matando, em plena luz do dia, famílias inteiras passando a noite sob marquises.

Apesar dessa verdade nua e crua que nos choca cotidianamente, o auxiliar do prefeito teve o desplante de vir a público dizer que somos mal informados. Para tentar provar que a assistência social da prefeitura funciona, alega que acaba de ampliar em 118% a quantidade de vagas destinadas ao atendimento de moradores de rua. Em outras palavras, a prefeitura admite que aumentou o número pessoas morando nas ruas de Goiânia, daí a necessidade duplicar as vagas para acolhê-las, e acha que esse fato é positivo.

Ora, isso é um grande equívoco. Completamente enganado, o responsável pela área de assistência social deveria lamentar profundamente o aumento de pessoas morando nas ruas de Goiânia, precisando de apoio do município. Das duas uma: ou a Prefeitura de Goiânia não vinha atendendo sequer a metade dos moradores de rua ou então ocorreu nos últimos anos cinco anos (período em que Iris administra a Capital) um aumento de 100% na quantidade de pessoas que passaram a morar nas ruas da nossa cidade. Qualquer das hipóteses representa um fracasso total da área de assistência social justamente no período em que Iris Rezende se encontra à frente da prefeitura.

E os problemas não são apenas com os moradores de rua. Crianças e adolescentes também sofrem com o péssimo atendimento social da prefeitura. Defendendo a extinção da ONG Sociedade Cidadão 2000, o auxiliar do prefeito novamente considera positivo o aumento de 180% no atendimento. Aí ele não explica qual tipo de atendimento aumentou, se foi o preventivo ou aquele em que o poder público chega tarde e não consegue atender a pessoa em Estado de necessidade antes de ela ganhar as ruas. Portanto, concluímos que os dois tipos de situações só fizeram aumentar na gestão de Iris, o que não pode ser comemorado.

É possível que o auxiliar de Iris Rezende sinta orgulho e anuncie o aumento de atendimentos a moradores de rua e a crianças em situação de rua. Mas felizes ficaríamos mesmo se viesse a público dizer que a prefeitura finalmente adotou uma política eficaz e resolveu investir para evitar que mais crianças vão para as ruas.

Assim como a polícia não se orgulha quando aumentoao número de atendimento, pois isso indica algo negativo, ou seja, o aumento da criminalidade, a Prefeitura de Goiânia não deve comemorar jamais o aumento do número de atendimento a moradores de rua. Por uma razão elementar: isso vem provar que está aumentando o número de moradores de rua, o que decorre de falhas na assistência social, que deve trabalhar com foco também na prevenção.

Já está na hora de Goiânia deixar o provincianismo de lado e contar com gestores qualificados, especialmente em um setor tão importante como a assistência social. Contudo, não chega a ser surpresa o prefeito Iris Rezende entregar a área social da prefeitura nas mãos de uma pessoa despreparada para esse tipo de desafio. Ali, é preciso alguém que tenha capacitação profissional conjugada com sensibilidade humana e o fulano que está lá é exatamente o contrário dessas duas exigências.

Iris está se lixando para os excluídos, tanto que nomeou uma pessoa sem compromisso com o bem-estar dos menos favorecidos. Nomeou alguém que tem um histórico de perseguição e que foca suas ações exclusivamente no corte de gastos e na economia a qualquer preço. Ainda que o preço a pagar venha em vidas humanas.

Pedro Azulão Jr. é vereador em Goiânia pelo PSB

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