quinta-feira, 26 de novembro de 2009

Iris: animais sem lugar definido!

O Popular

Amma indica duas áreas para zoo
Prefeito Iris Rezende pede mais informações sobre acessibilidade dos locais e diz que não quer que mudança deixe parque elitizado

Carla Borges

O prefeito Iris Rezende recebeu ontem os relatórios técnicos sobre duas áreas avaliadas por profissionais da Agência Municipal de Meio Ambiente (Amma) para a instalação do novo Zoológico de Goiânia. Ambas são propriedades privadas. Uma delas, de 11 alqueires (528 mil metros quadrados), fica na Região Oeste e a outra, com pouco mais de 13 alqueires (624 mil metros quadrados), na Região Norte, abaixo do lago que será formado pelo represamento do Ribeirão João Leite. O prefeito pediu novos estudos.

O presidente da Amma, Clarismino Luiz Pereira Júnior, que entregou os relatórios, explicou ao POPULAR que a principal recomendação do prefeito foi em relação à acessibilidade do local. O atual zoo fica no Setor Oeste, na região central, acessível a moradores de toda a cidade. A preocupação de Iris é com a possibilidade de elitização do parque, com a transferência. “O prefeito quer que o parque seja um instrumento de democracia social”, define Clarismino. “É um lugar aonde vão os filhos do rico, do médio e do pobre”, acrescenta.

Os relatórios técnicos trazem os pontos positivos e negativos de cada uma das áreas. A localização exata de cada uma delas não foi revelada para evitar a ação de especuladores. A Amma chegou a esses dois possíveis locais depois de estudar vários outros. Inicialmente, diz o presidente da Amma, foram buscadas áreas públicas, mas nenhuma atendeu aos critérios básicos para a instalação do parque. Depois vieram as pertencentes à iniciativa privada. No dia 27 do mês passado, O POPULAR mostrou que os estudos estavam concentrados nas duas áreas que constam do relatório e em outra, na saída para Trindade, logo descartada por ser pequena e oferecer pouca disponibilidade de água.

Sistema viário

Clarismino adiantou que os estudos complementares pedidos por Iris devem se concentrar nos projetos relativos ao sistema viário, por causa da acessibilidade. Na região Oeste, está prevista a duplicação da BR-060 até Abadia de Goiás, com a construção de um viaduto na Vila Canaã. A região Norte, observa Clarismino, deve ser contemplada com a construção de novos trechos do anel viário.

Os estudos, que consumiram mais de 30 dias, foram feitos por uma equipe multiprofissional da própria Amma. Além da acessibilidade, os técnicos observaram aspectos como topografia, declividade e hidrografia, entre outros. Clarismino observa que ambas as áreas têm boa disponibilidade de água e biodiversidade semelhante. São áreas do semidecidual úmido do Cerrado (que apresentada vegetação mais densa, formada por árvores de maior porte). Também são áreas antropisadas (que já sofreram a ação do homem) e praticamente não sofrerão desmatamento para instalação do parque.

O novo Zoológico de Goiânia será construído dentro do conceito de bioparque, em que os animais são expostos ao público em condições o mais próximo possível do habitat natural deles. “O uso de jaulas, por exemplo, cai por terra, para dar lugar a fossos”, exemplifica o presidente da Amma. “O zoo não pode ter conceito de depósito de animais e precisa atender a função ambiental e até se destinar a pesquisas”, defende.

A forma como a Prefeitura deve adquirir a área escolhida ainda não está definida e dependerá de consultas à Procuradoria-Geral do Município (PGM) e à Secretaria de Planejamento (Seplam), entre outros órgãos. O projeto da Amma é transformar a área do atual Zoológico, construído na década de 50, em um parque urbano voltado para atividades culturais. “Nossa inspiração é o Central Parque (de Nova York)”, afirma Clarismino. Na semana passada, o prefeito afirmou, em entrevista ao POPULAR, que, apesar da necessidade, a escolha não será feita às pressas.

Parque está fechado há 128 dias

Carla Borges

O Zoológico de Goiânia foi interditado pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) no dia 20 de julho deste ano depois da morte de dezenas de animais, entre eles, sete de grande porte: dois hipopótamos, um jacaré-açu, um tamanduá-bandeira, um leão, uma girafa e uma onça-pintada. Depois da interdição, o parque perdeu mais bichos do plantel, entre eles a outra girafa que havia chegado no fim do ano passado, e outros de menor porte. A direção tem prazo até o dia 29 para apresentar ao Ibama os projetos de readequação.

Nenhum comentário:

Postar um comentário