Opinião
Iris não investe em programas sociais
Constantemente sou abordado por pessoas na Câmara e também nas ruas de Goiânia, indagando sobre os motivos que levam o prefeito Iris Rezende a simplesmente desprezar os programas sociais, focando sua administração exclusivamente em obras físicas. A resposta é simples: Iris parou no tempo, continua governando como há 20, 30 anos atrás. O prefeito ainda tenta reviver o tempo em que construir mil casas em um dia era fato notável, ainda que as moradias fossem de péssima qualidade e localizadas em áreas sem nenhuma infraestrutura.
Os tempos são outros e Iris não se deu conta disso. Continua administrando como se a população fosse composta unicamente de despossuídos, de pessoas incapazes de opinar sobre o destino próprio e o destino da cidade em que vivem. Isso fica patente na ausência de uma política social ampla que valorize o ser humano em Goiânia. O prefeito simplesmente esqueceu o lado social da cidade e aposta apenas no asfalto. Quando muito, pode alegar a seu favor que urbanizou várias praças e parques. Mas insisto: onde está a prefeitura como formuladora de políticas de valorização da pessoa?
Que avanços tivemos nesses seis anos de administração irista, por exemplo, em relação aos idosos, aos menores, aos grupos de diversidade? Nenhum avanço. Nesse aspecto, aliás, a administração peemedebista fica muito aquém do seu antecessor, Pedro Wilson, que, apesar de apagado em várias frentes administrativas, conseguiu avanços significativos em relação aos grupos de diversidade e em relação a várias minorias. Com a chegada de Iris à prefeitura, houve um verdadeiro retrocesso. Avanços conquistados a duras penas estão sendo perdidos. Não há discussão orientada para melhorar a qualidade de vida dos habitantes de Goiânia.
Para piorar ainda mais esse quadro em que o ser humano simplesmente é relegado a segundo plano, a administração de Iris Rezende vem cometendo erros absolutamente imperdoáveis na área da política social propriamente dita. Já nos primeiros meses de gestão, Iris deu as costas para um importante aliado do poder público no enfrentamento do grave problema que é a permanência de crianças nas ruas de Goiânia, pedindo esmolas ou até usando drogas. Ao colocar pessoas desqualificadas no comando da Sociedade Cidadão 2000, Iris simplesmente minou essa entidade. O segundo passo foi simplesmente extinguir a Sociedade Cidadão 2000, abandonando órfãos centenas de crianças e adolescentes em situação de rua.
O resultado não poderia ser outro: as ruas de Goiânia estão abarrotadas de pedintes, de crianças cheirando cola e pedindo esmola nos semáforos. Diante dessa realidade brutal, para a qual o poder público municipal contribuiu decisivamente, não restou outra alternativa: agora, Iris tenta, a todo custo, retirar das ruas os excluídos. Essa ação da prefeitura, às vésperas das festas de fim de ano, é a prova cabal da ausência de uma política efetiva de enfrentamento da questão social por parte da prefeitura de Goiânia.
Iris falhou feio ao menosprezar a importância do ser humano na administração de uma cidade. O maior patrimônio que temos é o nosso povo. E o povo precisa de assistência social verdadeira, com programas modernos, que respeitem as pessoas, que lhes dê condições de sair do estado de extrema pobreza, reinserindo-as no convívio social. Não é retirando momentaneamente os pedintes das ruas de Goiânia que esse grave problema social será solucionado, mas, sim, com ações efetivas, planejadas e duradouras.
Pedro Azulão Jr. é vereador em Goiânia pelo PSB
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