segunda-feira, 9 de novembro de 2009

O Popular
09/11/2009

ENTREVISTA / Marconi Perillo

“Estamos preparados para debater e fazer comparações”
O senador Marconi Perillo se esforça para tirar o foco do debate eleitoral da comparação entre seus governos e os governos do prefeito Iris Rezende. Ele afirma em entrevista exclusiva ao POPULAR que o PSDB vai trabalhar de olho no futuro, com propostas voltadas para a melhoria da qualidade de vida da população.

Cileide Alves

O senador Marconi Perillo se esforça para tirar o foco do debate eleitoral da comparação entre seus governos e os governos do prefeito Iris Rezende. Ele afirma em entrevista exclusiva ao POPULAR que o PSDB vai trabalhar de olho no futuro, com propostas voltadas para a melhoria da qualidade de vida da população. Marconi, entretanto, acaba revelando que também está focado na comparação de governo ao responder à entrevista de Iris ao POPULAR, segunda-feira passada, quando o prefeito disse que a campanha de 2010 será a oportunidade para o PMDB provar que fez mais para o Estado que o PSDB. Com um relatório em mãos, ele apresentou números de seu governo nas áreas de saneamento básico, eletrificação rural, pavimentação, entre outras, e comparou com números dos governos do PMDB. O senador foi cauteloso em relação ao governador Alcides Rodrigues e seu governo. Evitou dar uma nota à administração, desconversou sobre rompimento entre tucanos e pepistas e disse que não tem participado dos eventos do governo porque não recebe convites do cerimonial do Palácio das Esmeraldas.

O debate eleitoral já começou?

Olha, se levarmos em consideração algumas declarações e entrevistas, pode parecer que sim. Mas, na minha opinião, não começou nem deve começar agora. O debate deve ficar para o ano que vem, que é o momento adequado.

Nesse ensaio de debate está muito claro a comparação entre o seu governo e o governo de Iris Rezende. O senhor acha que esse deve ser mesmo o tom da discussão?

Estamos convencidos de que o debate deve ser conduzido para a apresentação de propostas novas, um mote novo na campanha: pensar no futuro, defender novas bandeiras. Com certeza, discutir alguns temas que são contemporâneos será oportuno, necessário e com certeza será essa a preocupação do PSDB. Hoje, na minha opinião, o grande tema, o foco deve ser dado ao direito de quarta geração, à efetivação dos direitos consagrados nas leis, na Constituição, que muitas vezes não são atendidos. Esse também é o conceito da proposta da social-democracia. Investir, realizar obras, produzir riquezas, mas priorizar os direitos. Tanto que o PSDB vai focar sua atenção nas propostas que serão debatidas, levadas à sociedade, como prestar serviços de qualidade em todas as áreas. Como o Estado vai trabalhar para garantir que a população tenha os seus direitos assegurados e atendidos da melhor maneira possível. Esse, portanto, será o foco. Vamos jogar para frente e propor projetos inovadores em relação a obras físicas, desenvolvimento, à questão econômica. Agora, é claro, pode ser que se torne inevitável o debate da comparação e nós estamos preparados para debater em qualquer área.

O prefeito Iris Rezende diz que os governos do PMDB ganham do senhor em termos de investimentos em infraestrutura. Os governos do PMDB fizeram mais que os seus dois governos?

Inevitavelmente a gente acaba falando de comparação, até nas entrevistas somos questionados sobre isso. Então, é inevitável que numa entrevista ou noutra, essa questão da comparação seja antecipada. Nós estamos preparados para isso. Temos uma série de informações, temos estatísticas que podem comprovar quanto Goiás avançou nesses períodos do PSDB. Algumas obras, investimentos, especialmente sociais, não têm parâmetros de comparação. Por exemplo, como comparar o Crer? Só nós investimentos nessa área. Como comparar o Vapt-Vupt? Também só nós investimos nessa área. Como ter parâmetro de comparação em relação à passagem subsidiada do Eixo Anhanguera? Como comparar a criação de uma agência de fomento, se só nós conseguimos criar uma agência de fomento substituindo três instituições financeiras que faliram nos governos anteriores: o BD (Banco de Desenvolvimento de Goiás), a Caixego e o Banco do Estado de Goiás. Como comparar o programa Bolsa Universitária, nós atendemos 70 mil estudantes? O salário-escola atendeu a cerca de 70 mil famílias. Dá para comparar o renda cidadã com o programa da cesta básica. Aí, modéstia à parte, consideramos que o programa renda cidadã avançou muito. Se formos solicitados a comparar em infraestrutura, também estamos absolutamente preparados. Vou citar alguns números (leia a íntegra da entrevista, com o relato feito pelo senador sobre suas realizações, no site http://www.opopular.com.br)./

O senhor disse no começo que o foco do PSDB vai ser o futuro, mas o senhor está com o relatório detalhado, com todos os números comparando os dois governos, sinal de que também está focado na comparação?

Eu respondi anteriormente a você. Inevitavelmente você e outros repórteres tão respeitados vão me perguntar sobre isso e como isso será trazido à baila, à discussão. Como sou uma pessoa muito organizada, estou me preparando para responder a estas e outras indagações. Eu tenho aqui muitas pastas com relação a informações sobre todas as áreas.

O prefeito Iris Rezende tem dito que vai será um embate histórico entre o PMDB e o PSDB. Interessa ao PSDB entrar nessa discussão?

Interessa ao PSDB debater o futuro, como a tecnologia da informação vai mexer com a vida das pessoas, como as pessoas vão se preparar para os trabalhos no futuro sem que o Estado as prepare para serem incluídas no mercado de trabalho a partir da inclusão digital. É importante traçar o rumo do Estado para atender eficazmente as demandas cada vez mais recentes.

Em 98 o senhor se apresentou como o novo e venceu. Em 2002 propôs continuar com o governo que fazia até então e foi reeleito. Em 2010, o senhor fala em futuro. Como transformar essa ideia de futuro em qualidade de gestão, de educação, em um norte eleitoral em que o cidadão consiga entender?

O primeiro fator importante para que a população acredite é o candidato ter credibilidade, ter o que mostrar. A população se certificará que aquele projeto é factível ou não dependendo de quem vai propor, se ele está preparado para aquele debate.

A respeito de credibilidade, a gente percebe pelas pesquisas que a popularidade do prefeito Iris melhorou em relação a sua rejeição nas eleições de 1998 e 2002. Por outro lado, o governo Alcides criticou muito seus governos, consequentemente atingiu a sua imagem. Esse dado vai refletir na eleição?

Nós deixamos o governo de Goiás em 31 de março de 2006 com uma aprovação alta e uma rejeição muito pequena, de 3%. Tivemos o reconhecimento do nosso trabalho com uma votação ampla, histórica. Tenho realizado pesquisas mensalmente, tanto quantitativa quanto qualitativa. Nas pesquisas quantitativas, a avaliação de nossos dois governos é praticamente a mesma de quatro anos atrás. Continuamos a ter entre ótimo e bom, cerca de 76% de aprovação em relação àquele período em que governamos...

... Em relação à qualitativa?

Nas qualitativas os governos são muito bem avaliados. Alguns tópicos da chamada desconstrução (de imagem) aparecem muito pouco. O PSDB terá condições de enfrentar esse debate, explicando com documentos o governo do PSDB e dos partidos aliados ao longo desse tempo.

No seu primeiro governo o senhor fez reforma administrativa, enxugou a máquina. Havia preocupação com a Lei de Responsabilidade Fiscal. O senhor acha que no segundo governo essas questões perderam prioridade para a política?

O governo não perdeu em qualidade. Surgiram necessidades, como por exemplo a criação de órgãos que não estavam previstos anteriormente. O gabinete de controle interno, na minha opinião, é uma necessidade. Isso surgiu em função da própria Lei de Responsabilidade Fiscal. Tomamos a decisão de recriar a Secretaria de Trabalho e algumas outras unidades administrativas. Eu diria que do ponto de vista qualitativo o segundo governo não deixou a desejar, até porque a Lei de Responsabilidade Fiscal é rigorosa e estabelece punições. Mantivemos a folha de pessoal dentro do limite prudencial.

O que o governo Alcides diz é que o senhor concedeu muitos benefícios, mas não avaliou o custo disso para o Estado, que as decisões não cabiam no orçamento do Estado. O senhor se considera um gastador?

Olha, repito: a Lei de Responsabilidade Fiscal existe e é para ser cumprida. Gestor leniente, gastador, irresponsável, inconsequente, não passa no crivo da Lei de Responsabilidade Fiscal. E essa lei é obra do PSDB, que sempre teve a preocupação com o equilíbrio dos gastos. Hoje temos um governo perdulário no Brasil. O governo federal é um governo perdulário. Agora, tudo que foi feito foi feito de forma planejada, levando em consideração o planejamento estratégico e os planos plurianuais que foram estabelecidos democraticamente com toda a sociedade. Esse assunto da desconstrução para mim já é página virada, encerrado. Entreguei o governo em março de 2006 com as contas rigorosamente em dia; o salário do funcionalismo público pago no dia 31. Pela primeira vez, diga-se de passagem, isso aconteceu na história de Goiás. Como um governante governa sete anos e três meses e depois, durante o tempo que se seguiu até o final do ano, o próprio governador Alcides, que era o vice-governador nos períodos anteriores, continuou a sustentar aquele modelo?

Como senador e cidadão, como avalia o governo Alcides: ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo?

Eu acho extremamente duvidoso e preocupante um ex-governante que faz seu sucessor julgar outros. Às vezes, num momento de impulso isso acontece. Mas o ideal é que isso não ocorra. Caberá a Deus, à população goiana e à história, julgar o governador Alcides, julgar o ex-governador Marconi Perillo, julgar o prefeito Iris Rezende e outros líderes que passaram pelo governo de Goiás.

Como cidadão que anda por todo o Estado, que ouve muita gente, o senhor sente que a população está gostando deste governo?

Eu tenho visitado muitas cidades todas as semanas. O que eu posso dizer é que a receptividade ao trabalho que foi desenvolvido nos nossos dois governos é muito reconhecido. Durante todos esses momentos, esses encontros, todos esses diálogos, as pessoas incentivam muito o PSDB a apresentar-se no ano que vem para um novo embate.

O deputado (Carlos Alberto) Lereia disse que o PSDB se sente traído pelo governador Alcides. O senhor também se sente traído?

Essa é uma opinião do deputado Carlos Alberto Lereia, certamente comungada por alguns outros. A minha opinião em relação a um tema como esse não seria revelada, mesmo que eu tivesse uma opinião semelhante ou completamente diferente. Eu desejo ao governador Alcides toda a sorte, sucesso; o PSDB colaborou com o governo de Goiás durante esse período todo que eu deixei a governadoria, continua colaborando, pensando nos interesses maiores do Estado.

Os senhores (Marconi e Alcides) praticamente não conversam mais, mas foram muito próximos. Acabou a confiança?

Olha, o governador Alcides tem seus afazeres, tem o estilo dele e eu tenho os meus muitos afazeres no Senado. Fui presidente da Comissão de Infraestrutura e procurei ser um presidente atuante nos dois primeiros anos. Hoje estou envolvido com a tarefa também de tentar moralizar o Senado.

Mas quinta-feira o senhor passou o dia com o governador José Roberto Arruda no Entorno (do DF). Então, não é por falta de agenda e de tempo que o senhor não está com o governador Alcides?

É por isso que eu estava sem tempo. O governador Arruda me convidou para fazer uma visita a nove cidades do Entorno para levar benefícios. E fez isso atendendo um pedido meu, afinal somos corresponsáveis pelos problemas no Entorno de Brasília. Por outro lado, há muito tempo não recebo convites do cerimonial do governo de Goiás para participar de atividades do governo.

O PSDB chegou a falar em uma reunião para discutir se rompia com o governo, mas cancelou essa reunião. O senhor acha que o PSDB deve continuar dando apoio ao governo?

Essa é uma questão que deve ser discutida no âmbito do partido, com a participação se for o caso dos deputados, senadores, mas na minha opinião esse não deve ser o foco agora. Temos de pensar grande, na união dos goianos, na superação dos problemas, dos desafios e, principalmente, fazer com que Goiás cresça mais ainda do que já cresceu nos últimos anos. É claro, se o PSDB for provocado pelo governo, estando ajudando o governo, terá de reavaliar a sua posição, afinal de contas, não dá para você ter uma relação assim. Se no passado algum marido desavisado, truculento, batia na mulher impunemente, isso não pode acontecer mais. Graças à Lei Maria da Penha, marido que bate na mulher vai para a cadeia. Assim também tem de ser a relação do partido com o governo. Se o governo começa a bater demais, o partido precisa reavaliar essa relação.

O governo tem batido no PSDB?

Não, eu estou só fazendo uma comparação, falando conceitualmente.

Conceitualmente, o governo está batendo no PSDB?

Algumas pessoas reclamam. Eu mesmo estou com minha atenção voltada integralmente às questões de Brasília, demandas que me são trazidas pelos prefeitos. Tenho uma preocupação muito grande com a preservação da nossa unidade, da nossa base. Mesmo que existam desencontros na cúpula, na base, o sentimento é um só. O sentimento desses partidos que têm muita semelhança, programas parecidos, homogêneos, da mesma origem.

O PSDB vai poder fazer uma campanha de oposição ao governo se ele participa dele? O eleitor vai entender isso?

Não vem ao caso discutir isso agora, até porque há uma relação de apoio do PSDB ao governo. O PSDB apoiou a candidatura do governador Alcides. E o governo tem seu curso. Acho que no momento oportuno esse assunto será avaliado. O PSDB vai responder, eu particularmente vou responder diante da opinião pública pelos meus governos.

Pelo governo de Alcides...

Caberá a ele e à equipe dele responder.

E o PSDB poderá fazer discurso de contestação desse governo?

Essa discussão é muito precipitada para acontecer agora.

O Popular

09/11/2009

Estado vai apurar duplo emprego
Secretaria da Fazenda investigará 21 mil servidores (20% do quadro) que trabalham em mais de um órgão ou até na iniciativa privada

Fabiana Pulcineli

Um cruzamento de dados realizado pelo governo goiano com o cadastro do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) apontou que 21.779 dos servidores ativos acumulam cargos no Estado com empregos em outros órgãos públicos ou na iniciativa privada. Os funcionários, que representam 20% do quadro (cerca de 107 mil), serão foco de investigação da Secretaria da Fazenda, por meio da Gerência de Auditoria da Folha de Pagamento da Superintendência de Controle Interno.

A secretaria vai apurar se a combinação das funções é legal – há proibição de acúmulo de cargos no setor público, com apenas três exceções – e se não prejudica o cumprimento da jornada de trabalho. Desde a semana passada, estão sendo enviadas solicitações às empresas e entes públicos para que prestem informações sobre a carga horária dos servidores do Estado nas outras funções.

O superintendente de Controle Interno da Sefaz, Sinomil Soares da Rocha, explica que é provável que a maioria dos funcionários esteja em situação legal, mas, por conta do alto número de ocorrências identificadas, é preciso averiguação. O governo foi surpreendido pelo resultado da auditoria realizada, após assinatura de acordo de cooperação técnica com o INSS.

O POPULAR teve acesso aos dados, que, segundo a superintendência, possui “pontos intrigantes que merecem ser analisados com maior profundidade”. No caso do acúmulo de cargos com a iniciativa privada, serão analisados possíveis prejuízos na carga horária do servidor na função do Estado.

A equipe responsável pelo relatório conta que há casos, por exemplo, de servidores que são gerentes de hipermercados em Goiânia. “São tipos de funções que demandam dedicação integral. Como estão lá cumprindo oito horas e aqui também no governo?”, questiona Sinomil.

O envio das solicitações deve ser finalizado esta semana. Depois disso será feita a comparação com a carga horária no governo. A Sefaz não descarta fazer visitas in loco em alguns casos para saber se os servidores que aparecem no relatório têm cumprido o horário no governo.

Em grande parte dos órgãos do Estado não há controle rígido da assiduidade dos servidores. Na maioria das pastas, o ponto nem sequer precisa ser assinado todos os dias. Há dois anos, quando anunciou a reforma administrativa, o governo prometeu adotar mecanismos de controle da presença dos servidores, como ponto digital, mas não houve mudanças na prática.

Caso seja detectada incompatibilidade de horário, o servidor terá de escolher entre os dois empregos. O mesmo será feito em relação aos cargos incompatíveis no serviço público. Segundo a Constituição Federal, só é permitida a concentração de dois empregos nos casos de professores e profissionais da saúde.

O acúmulo ilegal de funções no serviço público já vinha sendo investigado pelo governo, que detectou em levantamento anterior 202 casos. Os funcionários estão sendo notificados a fazer opção. Da lista, 39 já perderam um dos dois empregos.

No cruzamento de dados com o INSS foram identificados também 49 casos de acúmulo de aposentadorias com empregos públicos. Os servidores estão sendo notificados para apresentar explicações.

Sinomil afirma que o cruzamento de dados será periódico. A intenção é que as informações sejam comparadas a cada 90 dias. “Queremos apurar não-cumprimento da carga, possíveis fantasmas e pagamento em duplicidade com empresas terceirizadas. Serão casos fáceis de se detectar.”

Recadastramento

Também sob argumento de detectar possíveis fantasmas ou irregularidades na folha, a Superintendência de Gestão da Sefaz realizou em dezembro de 2007 recadastramento de todos os servidores do Estado, incluindo aposentados.

A medida serviu para o governo adotar um novo sistema, chamado RHNet, que unificou a folha de pagamento. Na ocasião, quase mil servidores não se recadastraram e tiveram salários bloqueados. No primeiro semestre deste ano, um novo recadastramento buscou identificar casos de nepotismo. Até setembro, 79 servidores foram demitidos.

Revisão de política salarial fica emperrada

O governo desistiu de rever a política salarial do Estado após resistências dos sindicatos que representam o funcionalismo. A discussão foi provocada pela Secretaria da Fazenda e levada à Assembleia Legislativa em 28 de outubro.

Uma comissão foi designada para realizar um estudo sobre o assunto. Depois de levada ao Legislativo, a proposta de padronização das políticas salariais recebeu críticas de parlamentares e sindicalistas.

As entidades que representam o funcionalismo terão reunião esta semana com o secretário da Fazenda, Jorcelino Braga, quando serão questionados sobre a proposta. “Ainda não tenho informação de reprovação. Vou questioná-los a respeito. Mas, se não tiver a maioria dos sindicatos, como sempre disse a eles, não vamos levar para frente”, diz o secretário, negando que já haja decisão de desistir do projeto.

O governo apurou, porém, que a decisão está tomada e a reunião com os sindicatos será apenas para o “enterro oficial” da proposta. “O importante é que levantamos uma discussão primordial, que é o fato de que o futuro da folha é inviável. Daqui a cinco anos, haverá colapso”, diz Braga.

Com a proposta aprovada, haveria teto de 65% da receita líquida para gastos com folha de pessoal e padronização de carreiras e funções. (F.P.)


O Popular

Giro

Carlos Eduardo Reche

Para evitar cisão no PMDB, Iris e Meirelles estreitam contato

Chamou atenção no encontro do PMDB em Iporá, no sábado, o longo pedaço do discurso do prefeito Iris Rezende dedicado às conversações sobre a eventual candidatura do presidente do Banco Central, Henrique Meirelles, ao governo. A menção ao titular do BC veio após discursos em que os peemedebistas insistiram na candidatura do prefeito ao Palácio das Esmeraldas e até hostilizaram Meirelles com recados para que ele dispute o Senado ou espaço na chapa presidencial. Nos bastidores, auxiliares de Iris dizem que ele e o presidente do BC têm conversado diversas vezes por semana, por telefone, para avaliar o cenário eleitoral e o comportamento do PSDB no Estado. A mensagem de Iris em Iporá foi sobretudo em prol da unidade em torno da escolha do candidato, em precaução a uma eventual cisão interna – com efeito negativo na campanha – caso Meirelles seja o candidato. Iris disse: “Uma coisa é certa, que é unanimidade no PMDB: teremos candidato a governador nas eleições do ano que vem”.

Bicada

Do senador Marconi Perillo, no Twitter, sobre o encontro do PMDB, realizado sábado: “Iris confirma que não tem projeto para Goiás. Um dia inteiro em Iporá e nenhuma proposta ou idéia para nosso Estado”.

Couro

O deputado Daniel Goulart volta à carga, em resposta a Jorcelino Braga (Fazenda): “Braga virou cabo de chicote de Iris. Prova disso é o jantar entre eles na casa de Mauro Miranda”.

Choro

Ainda segundo Daniel Goulart, “o papel de Braga é atacar Marconi, a serviço de Iris”.


O Popular

Tucanos dizem que PMDB não tem proposta
Parlamentares afirmam que encontro peemedebista foi cercado de críticas, ataques e agressões, sem debate de ideias
09/11/2009

“O discurso de Iris (Rezende) no encontro do PMDB em Iporá comprova que o prefeito de Goiânia não tem um projeto de futuro para o Estado”, disse ontem o deputado e ex-presidente da Assembleia Jardel Sebba, ao avaliar a mobilização dos peemedebistas no Sudoeste goiano. Segundo Jardel, as reportagens publicadas pelos jornais sobre o encontro confirmam que só houve críticas, ataques e agressões, sem apresentação de propostas ou debate de ideias.

Como vem fazendo nas últimas semanas, o senador Marconi Perillo (PSDB) usou o Twitter para comentar o encontro do PMDB em Iporá. Fez dois posts. No primeiro, reagiu: “Pelo que leio nos jornais, só agressões e ataques a minha pessoa. E em um nível de grosseria que não merece resposta.” No segundo: “Iris confirma que não tem projeto para Goiás. Um dia inteiro de encontro em Iporá e nenhuma proposta, nenhuma ideia para o nosso Estado.” Como o prefeito Iris Rezende pouco usa o Twitter como ferramenta de comunicação, Marconi ficou sem resposta.

Outros deputados do PSDB seguiram na mesma linha. Daniel Goulart revela que recebeu informações de um peemedebista que esteve em Iporá: “Ele me disse que o clima foi muito negativo. O discurso de Iris mostrou que ele está obcecado com a possibilidade de uma revanche contra Marconi Perillo. Além disso, mostrou soberba e arrogância em doses cavalares, em alguns momentos, falando como se fosse o próximo governador do Estado.”

“Iris calçou salto alto”, confirma o deputado federal Carlos Alberto Leréia. “Pelo que os jornais publicaram, o encontro em Iporá deixa claro que ele não está interessado em discutir o futuro, mas sim preocupado exclusivamente em atacar e destruir o senador Marconi Perillo.” Leréia também acrescenta informações de correligionários de Iporá: “Iris discursou durante mais de hora para uma plateia sonolenta e se apresentou mais arrogante do que nunca. Ele, Iris, ser um político de idade avançada não representa problema algum. Mas o xis da questão é que o discurso dele envelheceu, ele não acompanhou o desenvolvimento do Estado, não conhece as novas tecnologias, não tem visão sobre o futuro de Goiás e por isso fica o tempo todo olhando para trás.”

Conteúdo

Jardel Sebba diz que o discurso de Iris em Iporá, sem conteúdo e a base de ataques a Marconi, está “muito atrasado em relação ao que o PSDB e o senador Marconi querem para Goiás”. Segundo o deputado, “Marconi quer olhar para frente e discutir ideias: modernização, geração de emprego e renda, políticas para os jovens e abertura de novas fronteiras para a economia estadual”. Iris, para Jardel, passa longe de tudo isso: “É o PSDB o partido que tem boas propostas para Goiás e vai debatê-las com a população. E Marconi está amadurecido, pronto para uma grande administração, se for vontade de Deus e do povo.”


Fonte: Da Redação

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