segunda-feira, 16 de novembro de 2009

O Popular
13/11/2009

Editorial

Depois do apagão

O extenso blecaute da noite de terça-feira, atingindo localidades de 18 Estados, não se limitou, nas suas consequências, apenas aos transtornos do período em que durou o apagão. A exemplo de certas doenças, o blecaute deixou sequelas, como o colapso, em escala maior ou menor, em sistemas de abastecimento de água.

Restaurantes, bares e revendedores de alimentos perecíveis, no atacado ou no varejo, tiveram severos prejuízos. A soma de tais prejuízos resulta em montante talvez inestimável mesmo. E dificilmente alguém será ressarcido.

Ontem o governo se manifestou, mas sem a necessária transparência. O ministro das Minas e Energia disse que o caso “está encerrado” e que o governo está tomando as medidas necessárias. Que medidas estão sendo tomadas? Que informações concretas foram passadas à sociedade?

A culpa toda está sendo colocada nas manifestações meteorológicas daquela noite, em um ponto da transmissão. Como manifestações semelhantes podem vir a ocorrer naquele ou em outro ponto, como garantir que o problema deixou de existir?

O que a sociedade cobra no momento é uma absoluta transparência em relação aos riscos de futuros apagões, assim como novos investimentos para assegurar que o sistema não esteja vulnerável e garantir que não ocorram novos blecautes. Com os recursos hídricos que possui, o País não pode ficar assim vulnerável em seu abastecimento de energia elétrica.


O Popular

Acusação de Lula sobre mensalão provoca revolta na oposição
Presidente disse em entrevista a programa de TV que esquema foi “tentativa de golpe” contra seu governo

Brasília – Líderes da oposição reagiram com revolta ontem à acusação feita pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva de que o mensalão “foi uma tentativa de golpe” contra seu governo. Lula insinua, em entrevista que vai ao ar na Rede TV no domingo, que o empresário mineiro Marcos Valério foi infiltrado no PT pelos adversários.

A declaração de Lula, segundo publicado ontem no jornal Folha de S.Paulo, foi dada ao programa É Notícia, da Rede TV!, gravado na quarta-feira: “Foi uma tentativa de golpe no governo... Foi a maior armação já feita contra o governo”.

Na entrevista ao jornalista Kennedy Alencar, da Folha, Lula disse ter “desconfiança” da relação entre PT e Marcos Valério: “Marcos Valério não vem do PT, vem de outras campanhas”, disse, numa referência indireta à participação do empresário na campanha de reeleição do tucano Eduardo Azeredo ao governo de Minas Gerais.

O deputado tucano Arnaldo Madeira (SP) estranhou a acusação à oposição, considerando que, no auge do mensalão, PSDB e DEM foram taxados de “frouxos” por não terem patrocinado um pedido de impeachment do presidente. Madeira relembra uma reunião com integrantes das cúpulas do DEM e PSDB com a presença do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, em que todos concordaram que este não seria o melhor caminho por causa da representatividade popular de Lula.

“E agora ele vem falar de golpe? É mais uma fanfarronice do Lula. Sou testemunha do comportamento da oposição nesse episódio. A opção foi que se deixasse a Justiça cuidar do caso, e fomos chamados de frouxos por isso. O Lula é um mentiroso contumaz. É daquelas pessoas que falam uma mentira com segurança de que está falando a verdade. A psiquiatria tem nome para esse tipo de desvio”, reagiu Arnaldo Madeira.

Já o senador Demóstenes Torres (DEM) disse que a única coisa que Lula e o PT lamentam é que o mensalão foi descoberto e não foi possível continuar operando. Para Demóstenes, Lula tem total consciência de toda a criminalidade praticada em seu governo, tanto que demitiu o ex-ministro José Dirceu e as pessoas ligadas a ele.

“É delinquência pura. O problema do Lula não é em relação à prática do crime. O que ele lamenta não é que o Marcos Valério tenha corrompido os petistas. O que ele lamenta é que o esquema tenha sido descoberto. Se não tivesse sido descoberto, estaria operando até hoje”, disse.

Para o líder do DEM na Câmara, Ronaldo Caiado, Lula deve ter sido “acometido de um processo de Alzheimer político”. “No momento em que o Chinaglia (Arlindo, deputado petista) e o José Múcio (ex-ministro), além de Roberto Jefferson (presidente do PTB) declararam em seus depoimentos na Justiça que levaram o caso do mensalão ao conhecimento do presidente Lula, a tese por ele lançada de que o mensalão não existiu, que foi uma armação, mostra que ele só pode ter sido acometido de um processo de Alzheimer político! Como levar a sério essa declaração? O mensalão foi a coisa mais marcante do governo Lula! É querer apagar da memória os acontecimentos. Será que ele esqueceu também o caso Lubeca?”, ironizou, referindo-se a um escândalo de corrupção na prefeitura paulista em 1989, na gestão petista de Luiza Erundina, hoje no PSB. (Agência O Globo)

Lobista faz acusação contra Marcos Valério

Brasília – Responsável por abastecer a Polícia Federal e o Ministério Público com documentos que levaram à denúncia contra o senador Eduardo Azeredo (PSDB-MG) por participação no chamado mensalão mineiro, o lobista Nilton Monteiro disse que o empresário Marcos Valério de Souza participou pessoalmente da elaboração das planilhas de caixa 2 que deram origem à investigação.

O lobista afirma que as planilhas, com detalhes de repasses de dinheiro a políticos aliados durante a fracassada campanha de Azeredo ao governo de Minas, em 1998, foram preparadas em 2005, logo depois de estourar o mensalão do PT. O advogado de Marcos Valério, Marcelo Leonardo, nega. “Qualquer coisa que venha desse senhor eu vou dizer que não é verdade”, disse.

Segundo Monteiro, a ideia de fazer a lista partiu de Marcos Valério e de Cláudio Mourão, ex-tesoureiro de campanha de Azeredo, e tinha dois objetivos. Cláudio Mourão, afirma o lobista, queria usar os papeis para cobrar de Azeredo uma dívida remanescente da campanha. E Marcos Valério, por sua vez, tentaria emparedar o PSDB com as provas de que, bem antes de atuar para o PT, havia prestado os mesmos serviços aos tucanos de Minas. “Marcos Valério queria fazer com que o PSDB parasse com as acusações contra ele, por causa do mensalão petista”, diz Nilton.

De acordo com o lobista, para preparar os relatórios Mourão e Valério recuperaram toda a memória do caixa 2 da campanha de 1998. Conhecido personagem do submundo dos dossiês, Nilton afirma que foi convidado por Valério e Mourão para apresentar os papeis ao PSDB e tentar um acordo. (AE)


O Popular

Giro

Jarbas Rodrigues Jr.

Entrevista/Roberto Balestra, deputado do PP

Está sacramentada a aliança entre PP e a base lulista em Goiás para 2010?

O processo eleitoral está em aberto e nada foi decidido. Acho que cada partido deve lançar pré-candidato ao governo e que o PP terá juízo para defender aquele nome que mais aglutina. Não me refiro a nenhum nome em especial, apenas defendo a manutenção da base aliada. Há tempo de sobra para se aparar arestas na base.

Arremate

Coletivo – De Marconi Perillo para o vereador Daniel Vilela (PMDB), sobre o projeto de criar universidade federal em Jataí: “Independentemente de outros terem, no mesmo sentido, apresentado projetos, tomei a iniciativa quando cheguei ao Senado. Não deve haver fogueira de vaidades.”

Nenhum comentário:

Postar um comentário