terça-feira, 1 de junho de 2010

Armando Vergílio: Anápolis é sucesso!






OPINIÃO





Armando Vergílio


O segredo do sucesso de Anápolis

Certa vez, um jornalista me perguntou se eu notava algum aumento de interesse da população no debate sobre o mercado de seguros. Eu disse que sim. Afirmei que à medida que as pessoas realizam conquistas financeiras e aumentam o seu patrimônio, elas começam também a se preocupar em proteger suas riquezas contra acidentes ou fatalidades. Significa qualidade de vida. E o mesmo vale para bens não financeiros, como a própria vida e a família: queremos sempre reduzir as chances de que contratempos nos afetem a saúde, a capacidade de trabalhar, o bem-estar no lar.

Uma vez que há esse impulso natural do ser humano por querer proteger a si e à família, o crescimento econômico acelerado do nosso País aumenta a procura por mecanismos que deem garantias para bens, pessoas, empresas. Em outras palavras, prosperidade implica maior procura por proteção, que na prática se concretiza no mercado de seguros.

Anápolis demonstrou recentemente o notável aumento do interesse pelo tema, que até há pouco tempo se tratava de um mundo quase desconhecido: regras, produtos, novidades de mercado, direitos do consumidor na área dos seguros. Trata-se de um reflexo da prosperidade econômica e pujança daquela comunidade, como ficou claro em recente evento realizado no município pelo Sindicato dos Corretores de Seguros Privados do Estado (Sincor).

Fui um dos palestrantes da etapa anapolina do Viver Seguro, uma verdadeira caravana que percorre o estado para levar informação sobre seguros. E me chamou a atenção o alto nível de compreensão das pessoas de que, para viver bem, com tranquilidade, é preciso estar protegido. Ou seja, viver bem é Viver Seguro! O público atingiu 1.400 pessoas, em plena noite da última quinta-feira!

Acompanhado do professor Luiz Marins, falei então do papel que os seguros vão desempenhar no contexto do ciclo de crescimento econômico que já é realidade no País, bem como a sua relação com as obras em execução como PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), investimentos do Pré-sal, do programa Minha Casa Minha Vida, alem das obras de infraestrutura necessárias para o País receber a Copa do Mundo de 2014 e os jogos olímpicos de 2016.

É importante dizer que, assim como ocorre no resto do mundo, nenhum alicerce será erguido e nenhuma placa de concreto será instalada sem haver um seguro para todo projeto de construção. Investidores internacionais exigem total proteção contra riscos antes de avalizar tamanha empreitada.

Podemos concluir que, se por um lado o seguro traz o benefício direto da garantia, por outro resulta em estímulo à geração de emprego e renda em larga escala, que só beneficia a coletividade. Aliás, essa idéia de bem coletivo, de sistema solidário contra perdas, de compartilhamento de riscos, faz parte da história do seguro, antes mesmo de Jesus Cristo.

Na palestra de Anápolis, usamos esse exemplo, contando que o homem, ainda na antiguidade, apercebeu-se da necessidade de união contra o risco. Mercadores de caravanas que atravessavam desertos faziam “contratos” pelos quais quem perdesse um camelo teria o ressarcimento do grupo. Assim, as caravanas ganhavam em força e segurança, agregando mais comerciantes.

O mundo pode ter mudado muito desde então, mas permanece o princípio da união para fazer a força. Anápolis tem em sua comunidade uma guardiã de patrimônios como o seu impressionante Distrito Agroindustrial (Daia), o maior de Goiás, e resulta em prosperidade para seus habitantes. A interação do público anapolino com a palestra Viver Seguro deixou clara a disposição das pessoas em crescer junto com o município, de se beneficiarem da pujança econômica local e reforçarem com uma postura dinâmica e empreendedora.

Os números confirmam a tese. Se Anápolis fosse não apenas um município, mas um país integrante das Organização das Nações Unidas (ONU), seria o 147º colocado no ranking de desenvolvimento e qualidade de vida do planeta, à frente de países como Suriname, Cabo Verde e outras 43 nações. Este incrível resultado só foi possível porque Anápolis possui uma comunidade forte, com mentalidade voltada para o futuro.

Como muitos na plateia, aliás altamente qualificada por formadores de opinião, já sabiam, os seguros tiveram grande importância em um episódio recente que comoveu Anápolis. Refiro-me ao acidente da fábrica de embalagens Tapon Corona, localizada no Daia, ocorrido há um ano. O prejuízo chegou a 10 milhões e poderia ter significado a paralisação completa das atividades, não fosse o fato de a indústria contar com seguro empresarial. Muitos trabalhadores teriam ficado desempregados, famílias teriam passado dificuldades.

O incêndio na Perdigão de Rio Verde, ocorrido em março de 2009, é outro exemplo da importância do seguro. Graças a ele, apenas dez dias depois do acidente a empresa já estava operando, os 8 mil postos de trabalho foram mantidos e o prejuízo de quase R$ 200 milhões foi reposto pelas seguradoras.

Mas o Viver Seguro foi para além dos números impressionantes. O povo nas ruas ficou mobilizado pelo “garoto-propaganda” do ciclo de palestras, que é um balão! Dois moradores da cidade sobrevoaram a cidade na companhia do campeão brasileiro de balonismo Lupércio Lima. Àqueles que nunca desfrutaram de um sobrevoo, garanto que é uma experiência incrível.

O interesse que os anapolinos demonstraram na quinta-feira foi a melhor recompensa que eu poderia receber. É inspirador perceber na cidade os sinais de pujança econômica, de crescimento a passos largos. Melhor ainda é descobrir a disposição das pessoas em trabalhar, progredir, avançar e crescer na vida. A explicação para o sucesso de Anápolis está em seus próprios habitantes.

Armando Vergílio é ex-superintendente da Susep, presidente licenciado da Federação Nacional das empresas e dos Corretores de Seguros Privados (Fenacor) e do Sicoob-CredSeguro (www.armandovergilio.com.br) (Twitter: @armandovergilio)

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