terça-feira, 28 de setembro de 2010

Íris Rezende: o fim!





Opinião

Iris Rezende: caçador de petistas, exonerador de sindicalistas e matador de bicho-preguiça

Cristiano Silva

Nunca pertenci a um partido político. Meu ideal é outro. Posso não ter direito de falar sobre o assunto. Mas tenho algo importante: Tenho razão! Sou amante dos livros, dos fatos, aqui estou para contar histórias. Às vezes, indiscreto, por obrigação do ofício.

Diante deste entredevoramento dos interesses, buscando entendê-lo, recorro às páginas do tempo para verificar se os confetes de Lula ao sr. Iris Rezende são verdadeiros ou instrumentos de mais uma manipulação política às vésperas das eleições.

Palavras do presidente: “ Tem gente que tem história política e gente que passou pela história.” A sombra de dúvida na expressão facial de Lula ficou evidente. O corpo fala. Os marqueteiros iristas também não digeriram o jeito como Luiz Inácio olhou ao falar. Tanto é que imediatamente arranjaram uma cena de corte, com um tapinha nas costas das mãos do “ex-caçador de petistas”.

Nada de agredir, nem tomar parte, quero apenas abrir espaço a senhora Alzira Rodrigues; citada pelo candidato Washington Fraga no debate da TV Record. Falei com ela por telefone. Alzira, ex-militante do PT, foi diretora da CUT e dirigente sindical, vítima de perseguição política do sr. Iris Rezende, que por sua vez, tentou jogar a culpa na rédea curta da ditadura militar ao se pronunciar no debate: “Os papéis estavam prontos na gaveta...”

O que piorou sua situação, pois expor laços com o militarismo a essa altura do campeonato fazem o presidente Lula engolir e vomitar o seu manifesto de apoio a Iris ao governo, porque a lenda do sr. Luiz Inácio nos remete à resistência aos ditadores, as greves operárias e aos sindicalistas presos; em Goiás vítimas de um verdadeiro Coliseu e com o consentimento do então governador Iris Rezende Machado.

Os dissabores da vida de dona Alzira chegaram com a sua primeira exoneração na Celg em 1991, depois de escrever um artigo no Jornal do Sindicato questionando os senhores: Iris Rezende, Fernando Collor e Felissíssimo Sena. Em 1995, novamente governo do PMDB, ela sofreu o castigo de outra demissão no Estado por participar de uma passeata na portaria do auditório da Celg. O militante petista Henrique Lateg também foi alvo da fúria e é testemunha de tudo isso.

O poeta e dirigente sindical Dílson Fraga, insultado covardemente com a perda de seu emprego em 1982, viu sua família passar necessidades sem saber a quem recorrer ao receber sua exoneração devidamente assinada pelo governador Iris Rezende. Dílson Fraga, falecido, não pode contar esse meio capítulo de tragédia, entretanto, aí estão Javan Rodrigues e Amaurí Santana para nos relatar de ponta a ponta, tim-tim por tim-tim, o que ocorreu.

Não adianta o presidente Lula despistar engenhosamente, com mil e uma manobras, o passado do maior “exonerador” de sindicalistas que Goiás já viu.

A união dos dois chegou unicamente para servir interesses e promover clientela eleitoral. Sendo assim um calamitoso ato contra o bem comum.

A mesma mão que afaga o ego de Pedro Wilson ao senado, agrediu sua história em 2004. Efervescente, Iris questionou Pedro alegando que ele não terminou o seu mandato de reitor da Universidade Católica, não terminou seu mandato de vereador por Goiânia, não terminou seu mandato de deputado federal, e por isso não lhe cabia saber se Iris cumpriria ou não seus dois mandatos completos como prefeito de Goiânia.

Basta atravessar a pinguela do tempo para ler as manchetes dos jornais em que o candidato Pedro Wilson acusava Iris Rezende por uma bomba caseira que jogaram em sua residência em 2004. No mesmo ano, a distribuição de um panfleto que comparava Pedro a um “bicho-preguiça” causou um tremendo rebuliço na Capital. Justiça seja feita: esta foi outra mentira dos iristas. Pedro Wilson não era tão lento assim. Rápido e oportunista foi o prefeito Iris Rezende ao inaugurar o viaduto do Setor Aeroporto e começar o discurso de que estava desafogando o trânsito de Goiânia. Quando estava mesmo afogando o trabalho do PT.

O mesmo se deu com a Via Leste-oeste, antigo leito da estrada de ferro. Quem fez mais? Não vou entrar nessa história, essa é uma briga para “matador” e “bicho-preguiça”.

O Iris de hoje é o mesmo Iris de ontem. O mesmíssimo Iris de 1982. O mesmíssimo Iris de 1991. E O mesmíssimo Iris de 2004.

A verdade é que o presidente Lula, ao tentar conspirar a história a seu favor, acredita que o povo goiano é desprovido de qualquer parcela de inteligência sobre o sentido do caráter de um homem.


Cristiano Silva é escritor

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