quarta-feira, 22 de setembro de 2010

Marconi Perillo: debater o que interessa!





Política & Justiça


Marconi ignora ataques e foca propostas
Candidato do PSDB não aceita provocações e mantém serenidade. Iris, Vanderlan e Marta adotam postura agressiva

Alexandre Bittencourt

Candidato ao governo de Goiás pela coligação Goiás quer Mais, Marconi Perillo surpreendeu eleitores e assessores ao ignorar solenemente todas as provocações e manter uma postura serena durante todo o debate realizado na noite da segunda-feira, 20, nos estúdios da TV Record. O debate serviu para comprovar o pacto de não agressão, já visando o segundo turno, entre Iris e Vanderlan, e ainda a insistência de Marta Jane em concentrar as críticas contra o candidato tucano.

Marconi respondeu a todos os questionamentos com tranquilidade, dirigindo-se sempre para o público ao olhar para as câmeras. Falou das realizações do seu governo, de propostas e se defendeu de questionamentos sobre obras não concluídas deixadas por seu governo. “Quando assumi o governo de Goiás, havia 1,5 mil obras paradas. Não fiquei chorando o leite derramado e dei sequência a todas elas. É normal o governante deixar obra para ser concluída por seu sucessor, até porque a execução de algumas é bastante demorada. Errado é abandonar as obras e não concluí-las.”

Rouco, Iris foi o primeiro a se apresentar dizendo aos telespectadores que resolveu ser candidato quando viu que Goiás estava um caos, e que precisava dele para se reerguer. Marta Jane, com sua tradicional blusa vermelha, começou mal, desejando “bom dia” a todos. Corrigida pelo mediador do debate, jornalista Carlos Magno, deu boa noite.

Logo no primeiro bloco, Vanderlan insinuou que Marconi desrespeitara o eleitor em 1998 ao trazer o humorista Pedro Bismark, intérprete do personagem Nerso da Capitinga, para sua campanha. Na resposta, Marconi se limitou a dizer que o humor faz parte da vida das pessoas e falou das realizações do seu governo.

Vanderlan lançou várias outras farpas contra Marconi, acusando-o de ter feito um governo de “maquiagem”. Do ataque, Vanderlan partiu para defesa, ao ser posto em saia justa por Wa-shington Fraga. O candidato do PSol lhe perguntou porque motivo esconde o governador Alcides Rodrigues, seu principal apoiador, no horário eleitoral. Vanderlan foi evasivo. “O marketing vai avaliar”, frisou. Na réplica, o candidato governista chegou a dizer que o sindicalista estava “faltando com a verdade”, e sugeriu que Fraga desse “um beijo na bochecha” de Alcides por regularizar o pagamento do PIS de servidores da Saneago.

No mesmo bloco, Marconi perguntou a Iris sobre projetos para recuperação de dependentes químicos e falou do seu compromisso de construir o Centro de Recuperação de Dependentes Químicos (Credeq), com o mesmo padrão de excelência em atendimento do Centro de Recuperação e Reabilitação Henrique Santillo (Crer). No segundo bloco, os candidatos responderam a perguntas dos jornalistas da emissora. O destaque ficou por conta de Marta Jane, que de forma deselegante, afirmou que a pergunta da apresentadora Vanessa Lima denotava “despreparo”.

Iris se irritou quando perguntado pelo jornalista Luis Felipe a respeito de sua má fama junto ao funcionalismo público, e se iria dar posse a todos os aprovados em concurso público. O ex-prefeito de Goiânia atribuiu a má fama à perseguição dos adversários. A irritação cresceu com os comentários de Washington Fraga de que ele acabou com a vida de centenas de pais de família em 1983, quando promoveu o famoso “decretão” e o acusou de perseguir sindicalistas.

Iris desafiou Fraga, dizendo que desistiria da vida pública se alguém apontasse um único nome de sindicalista demitido por ele. Disse ainda que só exonerou funcionários que não trabalhavam. Ainda neste bloco, Fraga provocou risos quando disse a Vanderlan que ele é quem devia dar beijos na “bochecha “ do governador, e que deveria levar um puxão de orelhas por esconder seu principal apoiador.

No terceiro bloco, mais uma vez os adversários criticaram Marconi, que falou de projetos para a área social. Fraga citou o nome de três ex-companheiros da Saneago que teriam sido demitidos por Iris por perseguição política, deixando o peemedebista numa situação delicada.

No quarto e último bloco, Marconi agradeceu a Deus. Disse que se tiver a chance de governar Goiás de novo, vai trabalhar para que o Estado seja mais competitivo e para que todos tenham oportunidade de crescimento pessoal. Washington Fraga voltou a provocar Iris falando de perseguições a servidores em seus governos e lamentou a morte de uma criança em Goiânia por falta de atendimento médico. Vanderlan disse que não queria discutir quem quebrou mais o Estado e repetiu o mantra do seu programa ao pedir a oportunidade que outros tiveram até por duas vezes. Iris encerrou o bloco falando de amor e paixão por Goiás.


DESEMPENHO DE CADA CANDIDATO

Marta Jane (PCB) 

Passou todo o tempo atacando adversários e, mais uma vez, usou sua indefectível blusa vermelha. Foi desrespeitosa com a jornalista Vanessa Lima, que questionou o fato de sua campanha girar em torno de apenas dois temas: transporte coletivo e educação. Disse que a pergunta da jornalista demonstrava “despreparo”. Em vários momentos, atropelou gramática, principalmente com erros de concordância verbal. Chegou a tascar um: “Se essas necessidades está sendo atendida.”


Washington Fraga (PSol)

Fraga soltou farpas. Provocou momentos interessantes do debate. Quando perguntou Vanderlan porque ele insistia em esconder o apoio do governador Alcides. Vanderlan, que sugerira ao sindicalista dar um beijo na bochecha de Alcides em retribuição ao trabalho do governador pela Saneago, teve de engolir quando Fraga lhe disse que caberia a ele o beijo e que ainda correria o risco de levar um puxão de orelhas de Alcides. Deixou Iris irritado quando falou sobre a má fama dele junto aos servidores.


Vanderlan Cardoso (PR)

Manteve postura agressiva em relação a Marconi e ficou sem graça quando percebeu que o candidato tucano não estava disposto a morder suas iscas. Tentou criticar Marconi por trazer o humorista “Nerso da Capitinga” para a sua campanha em 1988. Acuado por Fraga, não conseguiu dar resposta convincente sobre o fato de sua campanha estar escondendo Alcides, que amarga altos índices de reprovação. Segundo pesquisa Serpes/O Popular, sete de cada dez goianos não estão satisfeitos com o governo do pepista.


Iris Rezende (PMDB)

Iris parecia cansado. Como nos demais debates realizados nessas eleições, não conseguiu concluir nenhum raciocínio e estourou todos os tempos dedicados para seus pronunciamentos – pior, depois que o microfone era cortado, permanecia esbravejando por alguns segundos. Ficou irritado com a pergunta de Washington Fraga sobre o fato de ter má fama junto aos servidores públicos e não conseguiu dar uma resposta convincente.


Marconi Perillo (PSDB)

Com as feições serenas e demonstrando muito equilíbrio, não respondeu a nenhuma provocação e falou do seu trabalho e de seus projetos para Goiás. Apresentou números para defender todos os seus argumentos, mostrando conhecer bem a realidade do Estado. Manteve postura compatível de um candidato que lidera todas as pesquisas para intenção de votos para o governo de Goiás.

Nenhum comentário:

Postar um comentário