segunda-feira, 20 de setembro de 2010

Marconi Perillo: entrevista ao Jornal Opção!





MARCONI PERILLO

“É preciso continuar crescendo, distribuindo melhor a riqueza”
Para o candidato a governador do PSDB, o maior desafio de Goiás é melhorar seu índice de desenvolvimento humano, investindo mais em educação e saúde

Quando assumiu o governo de Goiás pela primeira vez, Marconi Perillo tinha apenas 35 anos de idade. Doze anos depois, ele diz ter os mesmos sonhos daquela época, mas com uma diferença essencial: muito mais maturidade e experiência. De fato, o senador tucano impressiona pela capacidade de citar números positivos de suas duas administrações (1999-2002 e 2003-2006). Também se destaca pela agilidade com que se defende dos ataques feitos por seus adversários — alguns deles ex-aliados, que ajudou a eleger. Marconi rebate detalhadamente cada uma das alfinetadas, como a da questão das finanças do Estado e da Celg: “Deixei uma relação dívida/arrecadação duas vezes melhor do que encontrei” e “tornei a Celg lucrativa, mesmo com a privatização de Cachoeira Dourada”. Segundo o governadoriável, o desenvolvimento econômco só faz sentido se for acompanhado de inclusão social, de avanços na qualidade vida dos mais pobres. “Lancei um desafio à nossa equipe de planejamento estratégico de transformar Goiás, em quatro anos, no primeiro IDH do Brasil”, diz ele. Mostrando confiança em sua vitória, afirma que só considerará seu eventual governo bem sucedido se Goiás melhorar seus índices educacionais. Marconi também falou sobre a campanha eleitoral e por que acredita que pode superar seus adversários em Goiânia.


Patrícia Moraes - Quero começar com uma pergunta pessoal e política ao mesmo tempo. Qual a diferença do Marconi político e indivíduo de 1998, 2002 e agora, em 2010?

Continuo com os mesmos sonhos, voltados para a distribuição de renda, voltados para a promoção e bem estar de todas as pessoas que precisam do poder público. Meu sonho é ver o desenvolvimento chegando em todas as casas goianas. Me sinto com muita energia, como tinha há 12 anos, mas me sinto muito mais amadurecido, muito mais experiente.


Danin Júnior - Seus aliados têm dito que vão acelerar a campanha em Goiânia. Como vai ser isso? E quais são as propostas para a capital?

Tenho trabalhado em Goiânia. Sou muito bem recebido pelo povo de Goiânia. Recebido de forma respeitosa por 99% das pessoas nas carreatas e caminhadas. Infelizmente, usaram o governo durante quatro anos para tentar desconstruir a minha imagem, atribuindo a mim responsabilidades que não são minhas, como o problema da Celg. Inventaram um falso déficit para tentar justificar a incompetência atual. Então, isso acabou, de certa forma, respingando em mim. Mas estou muito à vontade para falar de todos esses temas e para falar do futuro. Nenhum governo fez mais que eu fiz para Goiânia. Posso elencar aqui 30 ações fundamentais para Goiânia se desenvolver, realizadas durante o meu período. A reconstrução do Centro Administrativo, a construção da ETE, da barragem do João Leite, a duplicação das rodovias para Nerópolis, para Goianira e a do Madre Germano, a reconstrução da GO-020 ligando Goiânia a Bela Vista até Pires do Rio, o Vapt-Vupt, a construção do Crer, do Centro Cultural Oscar Niemeyer, a conclusão do Ginásio Goiânia Arena, a construção de 80% da obra da sede do Ministério Público e também 80% do Centro de Artes Basileu Toledo França.


Danin Júnior - Essa dificuldade em Goiânia é uma novidade para o sr., que sempre teve votações expressivas na capital como candidato majoritário...

É verdade. Porque foram muitas ações que desenvolvemos, como a criação dos restaurantes populares, a passagem de 45 centavos no Eixo Anhanguera, os programas Bolsa Universitária, Renda Cidadã, Salário Escola, Cheque Moradia. A reabertura do HGG, que ficou fechado durante oito anos, a criação dos colégios militares, a transformação, por exemplo, do Hugo de Carvalho Ramos, que era um colégio que estava deteriorado, o CAIC do Curitiba, a construção de 500 mil m² de asfalto urbano em parceria com o Nion na região Noroeste, a criação da UEG no Parque das Laranjeiras e a nova subestação rebaixadora de energia. Temos um vasto conjunto de ações. E eu lutei duramente para começar as obras do aeroporto de Goiânia. Elas começaram e vamos à luta para que a Infraero faça uma nova licitação e conclua essa obra. Diria também da minha luta no governo Fernando Henrique para a duplicação da rodovia Goiânia-Brasília e a de Goiânia a Itumbiara. A capital foi muito beneficiada no meu período. Agora, estamos trabalhando os formadores de opinião, trabalhando nos programas de televisão e de rádio, conversando com as pessoas.


Danin Júnior - E essas ações não foram suficientes?

Tenho um relacionamento muito bom com todas as instituições. Fiz uma obra imaterial que às vezes muita gente não vê, que foi um apoio total à Universidade Federal de Goiás (UFG). Na época investimos mais de R$ 80 milhões do Tesouro do Estado na UFG. Investimos na ETE da UFG, toda iluminação do acesso e dos parques da universidade. Por isso é que, hoje, tem a garantia dos cursos noturnos. Pagamos os professores da UFG em Jataí, durante todo o nosso período. Construímos o Centro de Ciências Agrárias em Jataí. Pagamos durante dois anos os professores de Catalão, onde também construímos o anfiteatro da biblioteca. Ninguém apoiou mais o hospital de queimaduras para a realização de cirurgias reparadoras, principalmente com a compra de expansores para crianças e adultos. Ninguém apoiou mais o Hospital do Câncer nem a Santa Casa de Misericórdia de Goiânia do que o nosso governo. São dados relevantes que precisam ser colocados. Nós fizemos e tivemos a maior atenção em todos os governos aqui na cidade de Goiânia. Só não posso dizer mais que o Pedro Ludovico, que foi quem criou a cidade.


Euler de França Belém - O sr. acha que ganha no primeiro turno ou acredita em uma eleição de segundo turno?

Uma coisa é querer... Gostaria de ganhar no primeiro turno. Estou trabalhando para isso, estou na militância, estimulando a todos. Porque isso significaria menos gastos, menos custo de campanha, menos cansaço e mais tempo para se preparar o governo. Mas se existe o instituto do segundo turno é porque há uma possibilidade concreta de eleição em segundo turno em todo e qualquer Estado. Estou preparado para disputar o primeiro e o segundo turno, mas estou torcendo e trabalhando muito para que não haja segundo turno.


Danin Júnior - Como é conviver com um presidente da República cabo eleitoral?

É lamentável que o presidente desça de sua autoridade, que deveria ser quase imaculada, de chefe de Estado, de estadista, e se imiscua em assuntos regionais, em assuntos locais. De qualquer maneira, tenho muito respeito pela força do presidente e o trabalho dele. Mas a disputa é local. Os goianos têm inteligência e discernimento suficiente, consciência crítica para fazer as coisas coesas aqui. Às vezes, fico até receoso e me questiono por que um candidato depende de uma muleta para levar seu projeto adiante. Eu estou aqui apresentando o meu projeto, a minha proposta de governo. Estou conversando, debatendo e não estou usando nenhum tipo de amuleto, muleta ou de acessório para poder alavancar meu nome. Digo que tenho dois padrinhos. Um deles é Deus, em quem confio e respeito plenamente e é o pai de todas as coisas e outro é o povo. São meus padrinhos e estou fazendo campanha assim. Não acho que o povo gosta dessa história de o candidato se apresentar apadrinhado por terceiros. Agora, de qualquer maneira, não sei se essa dita onda vermelha chegará em Goiás. Até agora não estou vendo resultado dessas ações que foram feitas. Estão bombardeando os programas eleitorais com esses eventos que ocorreram aqui no Estado. E, no entanto, pelo que tenho visto nas pesquisas, elas estão praticamente inalteradas.


Patrícia Moraes - Como político, o sr. teme esse aparelhamento que o governo Lula está fazendo no Estado brasileiro?

Toda a sociedade deve se preocupar com o crescimento do petismo. Essa história de partido único é algo que deve preocupar a todos, não só os políticos. A estratégia de um partido que quer transformar o poder em uma ditadura disfarçada, como aconteceu no México, acontece na Venezuela, na Bolívia de certa forma e no Equador, é a seguinte: primeiro, se aniquila os adversários, derrota os deputados independentes de oposição, derrota os senadores inimigos, enfraquece o parlamento e passa a ter condição de fazer o que quiser. Uma vez liquidados os adversários, o passo seguinte é calar a imprensa com medidas legais restritivas. Depois, isso acaba se desdobrando para o empresariado, o que já acontece hoje. Empresário que não fala a língua e não segue a cartilha do partido único acaba fechando sua empresa, acabando com os empregos. É preocupante, sim. Não estou fazendo terrorismo, estou fazendo uma avaliação lúcida como senador da República.


Patrícia Moraes - Dentro do Senado, o sr. pode ver de perto como é o trabalho nos bastidores, o que eles querem que seja aprovado. Inclusive, o sr. teve atrito com a base governista no caso da CPMF...

Esse rolo compressor quer derrotar todos os senadores independentes. Não tenho dúvida, votei contra a CPMF porque sou contra imposto caro. Quem paga imposto caro é o povo pobre. O dinheiro que saía para a CPMF era do bolso do pobre. Eu sou contra o imposto alto e não voto a favor do aumento de impostos. O Brasil já tem a maior carga tributária do mundo. Agora, com o Congresso fragilizado, a CPMF e mais outros impostos entrarão na pauta em janeiro porque a situação fiscal do Brasil é altamente temerária. Chegando a R$ 2 trilhões de dívida interna no país. Se vencerem as eleições e espero que não vençam, logo virão com os remédios amargos. O destino do país e o destino de Goiás estão nas mãos das pessoas, da sociedade, do povo que pensa, reflete e sabe distinguir o que é bom e o que é ruim.


Euler de França Belém - O sr. está dormindo quantas horas por dia?

Depende. De 4 a 5 horas.


Euler de França Belém - E às vezes ainda sonha com a campanha?

Às vezes acordo pensando nos problemas da campanha. Com as coisas boas a gente já convive no dia-a-dia.


Euler de França Belém - Emagreceu quantos quilos?

Menos do que eu gostaria. Emagreci uns 5 quilos.


“Vamos conciliar o tradicional e o moderno”

Danin Júnior - O sr. acabou de apresentar um plano de governo bastante elaborado [a entrevista foi concedida após o evento de lançamento do plano, no Centro de Convenções, na quinta-feira, 16]. O sr. poderia simplificar o que justifica a sua candidatura à reeleição? Quais são as metas principais?

O grande desafio do próximo governo e dos governantes das décadas futuras é saber conciliar as grandes contradições que existem no nosso Estado. Conciliar o ser caipira do goiano com a modernidade. Conciliar as necessidades e demandas que os mais pobres têm com a riqueza que os ricos produzem e fazer disso uma síntese que resulte na melhoria das condições de viver do povo. O nosso plano de governo é todo ancorado nessa perspectiva. Goiás precisa continuar se desenvolvendo, crescendo, mas distribuindo melhor a sua riqueza. Em Goiás, tivemos dois governos que se preocuparam efetivamente com o planejamento estratégico. O primeiro deles foi o plano MB, com Mauro Borges [1966-1968], que foi um dos governos mais revolucionários, do ponto de vista de mudança de conceitos, de estruturas. O segundo governo a fazer isso foi o nosso, com a ferramenta do PPA, o Plano Plurianual. Governamos durante sete anos e três meses com base nesse planejamento estratégico, sempre com um ingrediente a mais fundamental, a participação popular.


Danin Júnior - Como se estruturou esse PPA?

De forma democrática, criamos o PPA 1, de 1999 a 2003, e o PPA2, de 2003 a 2007. Todos eles com uma forte participação popular, com a presença da sociedade organizada, com representação regional, de municípios e regiões, participação da academia, de instituições. Os nossos orçamentos também eram discutidos anualmente com a sociedade e com as instituições, como um desdobramento do PPA. A cada ano procurávamos executar um quarto do Plano Plurianual. Essa foi uma ferramenta muito eficiente para atingir os objetivos e os resultados que eram buscados. Fruto desse trabalho, dessa ação planejada, Goiás colheu frutos fantásticos. Goiás conseguiu aumentar em R$ 40 bilhões o seu PIB [Produto Interno Bruto] no meu período, com um salto extraordinário na geração de emprego formal, chegando ao sétimo lugar em competitividade no Brasil. Goiás passou a ser o 9º lugar em PIB e aumentou a renda per capita de R$ 2,5 mil para mais de R$ 10 mil, além de conseguir uma redução expressiva nos indicadores de pobreza.


Danin Júnior - Isso foi nos primeiros governos e para o futuro?

Para o futuro, os pressupostos do nosso plano de governo se embasam na realidade local, dos municípios e das regiões de Goiás, mas também no contexto nacional e internacional. Parte das necessidades, anseios e demandas do povo, com uma agenda de projetos estruturantes, necessários ao desenvolvimento do Estado. Esses foram os pressupostos para a inauguração do plano. Partimos do planejamento global, mais genérico, com os eixos e macro-objetivos políticos, até os pólos de desenvolvimento regional e o planejamento setorial, especificando a estrutura organizacional, além do planejamento segmentado. Chegamos a elencar ações para uma série de segmentos da sociedade, como os idosos, crianças e adolescentes, jovens, mulheres, minorias, movimentos comunitários, portadores de deficiências, dentre outros. No aspecto da regionalização, além do desenvolvimento regional, definimos alguns pólos que serão prioritários. Por exemplo, o pólo digital entre Goiânia e Anápolis, o pólo das cidades históricas, o pólo das águas quentes, o pólo do desenvolvimento do Araguaia, o eixo da ferrovia Norte-Sul, o eixo Goiânia-Brasília e o eixo das cidades que têm força na mineração.


Danin Júnior - Mas como seria o controle de execução desse planejamento e os recursos para realizá-lo?

Na concepção do nosso planejamento, levamos em consideração algumas premissas estratégicas, como os contratos de gestão para dar total eficiência à gestão pública. Levamos em conta a meritocracia e os resultados que queremos alcançar anualmente e também consideramos as novas fontes para o financiamento desses projetos. Isso tudo já está elencado. Como incrementar novas receitas, como diminuir despesas correntes para possibilitar ao Estado dar condições de trabalho eficiente para os funcionários, mas ao mesmo tempo ter uma margem de recursos para investimentos. Sempre levando em consideração todas as premissas da Lei de Responsabilidade Fiscal.


Danin Júnior - Seus adversários dizem que o Estado vive dificuldades financeiras. Como executar esse plano? Como garantir recursos para novos investimentos?

Nosso plano respeita todos os pontos do ajuste fiscal do Estado, o contrato firmado entre o governo estadual e o Tesouro Nacional em 1997. Ele foi feito para refinanciar a dívida externa de Goiás, que era naquela época a maior do Brasil. Quando deixei o governo, já não era mais. Ela já tinha melhorado cinco posições. Em 1998, eram necessários quase quatro anos de toda a arrecadação do Estado para pagar a dívida externa. Quando deixei o governo, essa relação passou a ser de 1,7. Foi um avanço extraordinário. Mas no ajuste fiscal existem seis exigências que devem ser cumpridas todos os anos. Uma delas diz respeito a investimento. O governo não pode investir mais que um determinado porcentual. De qualquer maneira, trabalhamos nos eixos e macro-objetivos para o Estado nos próximos quatro anos e tivemos uma participação popular extraordinária.


Danin Júnior - Sua campanha chegou a usar a internet para procurar propostas...

Para fazer o plano de governo, fizemos reuniões com segmentos organizados, com partidos e políticos aliados, enviamos mala-direta, realizamos seminários e encontros regionais e municipais. Usamos todas as redes virtuais, pelo nosso portal de internet, pelo Twitter, Orkut, Facebook, entre outros. Usamos também o telemarketing. Reunimos grupos setoriais de planejamento, fizemos reuniões com ex-auxiliares e dirigentes do primeiro e segundo escalão do governo. Com isso, os grupos setoriais trabalharam educação, saúde, segurança, proteção social, emprego e formação profissional, finanças públicas, agricultura, indústria, comércio e turismo, meio ambiente, infraestrutura urbana, incremento de receita, transporte, movimento comunitário, juventude. Enfim, um planejamento concebido com uma base fortemente democrática.


Euler de França Belém - O sr. tem enfatizado muito a questão de melhorar os índices de desenvolvimento humano. Goiás possui um dos índices mais baixos do país. Como fazer isso?

Lancei agora um desafio a toda a nossa equipe de planejamento estratégico. O de transformar Goiás, em quatro anos, no primeiro IDH do Brasil. Vamos otimizar todas as fontes de recursos que temos. Otimizar todos os talentos, todas as políticas públicas que vão ser adotadas a partir de janeiro do próximo ano. Vamos garantir recursos para que cada uma das fases dessa engenharia possa funcionar efetivamente, levando Goiás a ser o primeiro em IDH. A ideia básica é traçar diretrizes e metas para cada um dos componentes do IDH. Educação, saúde, proteção à criança, emprego, formação profissional, mortalidade materna, mortalidade infantil, indicadores da educação, enfim, elencar todos os componentes que definem o IDH maior ou menor, de cada Estado, cada município, e definir um contrato de gestão. Em cada uma dessas áreas específicas, vamos avaliar trimestralmente essas metas para que, ao final de quatro anos, alcancemos esse resultado.


Euler de França Belém - Isso não é utopia?

Acho que é possível, dependendo do esforço, da prioridade que se dê, da criatividade do governo, e se convocar o governo inteiro a serviço dessa meta.


Danin Júnior - Além desses índices que o sr. elencou, tem um essencial que é a renda per capita e que Goiás tem muita dificuldade até pelo fluxo migratório. Como seria nessa parte econômica?

É bem verdade que melhorou a renda per capita. Tivemos uma multiplicação por cinco no período do meu governo. É claro que esse balizamento, essa definição de renda per capita acaba sendo um pouco injusta. Não se pode somar o PIB dos mais ricos com o PIB dos mais pobres e apenas fazer uma média ponderada. De qualquer maneira, creio que fará diferença investir na formação das crianças, jogar pesado na educação básica, na educação tecnológica, investir muito também na educação superior. Investir fortemente nas tecnologias de informação e inclusão digital. Investir em políticas de apoio às famílias para que tenham condições de sustentar suas crianças na escola, no lazer, no esporte e na cultura. O IDH deve ser o início, não deve ser o fim. É o ancoradouro e a partir dele definiremos o conjunto de metas e diretrizes. Outra meta importante será do indicador de educação. Só sossegarei e só considerarei meu governo bem sucedido se ao final tivermos alcançado metas muito melhores que as avaliações que temos hoje na educação.


Euler de França Belém - O sr. está falando em desenvolvimento, que é fundamental, pois muitos só falam em crescimento. No seu segundo governo, o sr. organizou as cadeias produtivas, fez o Produzir, que foi fundamental para alavancar o desenvolvimento econômico. Para o setor produtivo, o que o sr. vai trazer de novidades, para que esse pessoal possa gerar emprego e reduzir a pressão sobre o aparelho estatal?

Já está no plano de governo a criação do eixo tecnológico de Goiânia a Brasília. Queremos verdadeiras indústrias e empresas incubadoras de software e hardware, de equipamentos de última geração nessa área de tecnologia da informação. Vamos dar incentivo fiscal forte, buscar pareceria com o governo federal, BNDES, com outras instituições, para que as empresas se interessem por esses espaços ao longo dessa Goiânia-Brasília. Vamos aprimorar o Produzir. Ainda existem alguns setores que precisam ser contemplados pelo programa. Vamos ser agressivos em algumas áreas, em que exportamos muita matéria-prima. O objetivo maior é agregar o maior valor possível às matérias-primas, aos produtos primários produzidos aqui no Estado. No meu período, conseguimos verticalizar muito, transformar nossa produção primária, mas agora vamos ser mais agressivos ainda para atrair investimentos que modernizem a nossa economia. A outra vertente é criar políticas fiscais e tributárias para atrair empresas de acordo com as vocações regionais para o Norte, o Nordeste e a região Oeste de Goiás, que é uma região que se empobreceu muito. Vamos aproveitar que a Ferrovia Norte-Sul será concluída. Vamos desenvolver todo um planejamento de médio prazo para o trajeto da ferrovia.


Danin Júnior - Sempre se fala em desenvolver essas regiões, mas o fato é que elas possuem problemas estruturais graves...

Para conseguir investimentos e viabilizar empreendimentos industriais em regiões como o Nordeste, Norte, Oeste, garantindo que seus produtos sejam competitivos no mercado interno e externo, é preciso que o Estado tenha uma política de exoneração tributária muito agressiva e eu estou disposto a fazer isso. É claro que vamos identificar quais segmentos precisam de exoneração tributária para que eles possam nos ajudar nesse processo de crescimento. Vamos ter de um lado toda a estratégia de crescimento e do outro, a de desenvolvimento, principalmente de desenvolvimento humano. Uma coisa que aprendi como governador é que imposto alto é sinônimo de sonegação. Imposto justo é sinônimo de maior arrecadação. Conseguimos reduzir impostos para 38 cadeias produtivas no Estado, para mais de 100 produtos goianos. Isso significou um incremento muito grande em nossa receita. O Estado tem a obrigação de calibrar os impostos inteligentemente, se utilizando de instrumentos científicos. É preciso saber quais as áreas, segmentos e produtos precisam de maior incentivo.


O senador Marconi Perillo concede entrevista aos jornalistas Danin Júnior, Euler de França Belém, Patrícia Moraes e Afonso Lopes: “Lancei um desafio à nossa equipe de planejamento estratégico, que é o de transformar Goiás, em quatro anos, no primeiro IDH do Brasil”


“Fiz infraestrutura sem endividar o Estado”

Patrícia Moraes - Uma das críticas de seus adversários é a de que o sr. não investiu em infraestrutura e não tem grandes obras a apresentar. Por outro lado, pode-se dizer que o sr. é um político mais voltado para o social. Como caracterizar os seus governos e como seria o próximo?

Em primeiro lugar, é importante dizer que, em outros tempos, fizeram obras de infraestrutura em Goiás às custas de um endividamento muito elevado e elas foram mal feitas, mal planejadas. Foram estradas mal construídas, que estão todas se deteriorando hoje, sem acostamento. Um asfalto que tinha aquela capa chamada de casca de ovo. Essas obras foram feitas à custa de muito endividamento. Por isso, Goiás chegou à posição de Estado mais endividado do Brasil. Eu realizei muitas obras estratégicas para o povo. Obras que às vezes não são vistas, como por exemplo, as obras de saneamento, construção de redes e estações de tratamento de esgoto. Quando cheguei ao governo, Goiás tinha três estações de tratamento de esgoto em funcionamento. Goiânia, que estava completando 70 anos, não tinha sua estação de tratamento de esgoto. Eu construí 51 estações de tratamento de esgoto e milhares de quilômetros de rede de esgoto e água tratada.


Danin Júnior - E na área elétrica?

Nosso governo, também fez milhares de redes de distribuição de energia. Construímos 34 subestações de energia elétrica, apesar de termos recebido uma herança terrível na Celg, que foi a privatização da usina de Cachoeira Dourada. Esse foi o maior atentado contra o patrimônio público de Goiás ao longo de sua história. Mesmo assim, consegui fazer a Celg dar lucro, enfrentando todas as dificuldades. O que prova que basta uma gestão eficiente e competente para a Celg se reequilibrar novamente. A Celg teve ao longo de sua história inúmeros ataques ao seu patrimônio, à sua gestão. Um deles foi a alienação da Usina de Corumbá I para Furnas, que produzia mais de 400 megawatts. O governo investiu durante um ano e meio uma fortuna na preparação do projeto de engenharia e no projeto econômico e o governo de Goiás entregou esse patrimônio de mão beijada para Furnas, na década de 80. Depois, o outro governo privatizou Cachoeira Dourada por mais de R$ 800 milhões de dólares. Gastou esse dinheiro sem nenhum planejamento. Não colocou um tostão na empresa para pagar dívidas que existiam ou para novos investimentos, para capitalizar a empresa.


Danin Júnior - O sr. diz que a Celg deu lucro no seu governo. Como explicar e superar as dificuldades atualmente vividas pela estatal?

Ao longo do tempo, o Estado foi realizando obras, tomando funcionários emprestados da Celg, carros emprestados e nunca pagou nada para a empresa. Eu tomei a decisão de reconhecer o que o Estado devia há décadas para a Celg e hoje esse débito vai ser muito útil para ajudar a solucionar os problemas do endividamento atual da empresa. Corrigidos, esses números chegam a R$ 1,8 bilhão. Apesar de todas as dificuldades, conseguimos fazer a Celg andar e investir. Investimos mais em energia rural do que os outros governos juntos. Fizemos 60 mil ligações de energia rural no Estado. A Celg tem jeito. Se eu for governador, a Celg vai ter uma gestão altamente profissional. Não vai ter nenhuma indicação política. Os funcionários mais graduados vão colaborar na indicação da futura diretoria, que vai ser enxuta. Vou pedir a colaboração da Eletrobrás e da Agência Nacional de Energia Elétrica.


Patrícia Moraes - E o que mais o sr. investiu em infraestrutura?

Investimos mais que nenhum outro governo em saneamento básico e água tratada. Nós investimos extraordinariamente em energia, apesar do baque que a Celg sofreu com a privatização de Cachoeira Dourada e investimos extraordinariamente em infraestrutura de estradas por meio de muitos programas. Construímos 30 milhões de metros quadrados de pavimentação asfáltica em todos os municípios goianos. Os governos anteriores não faziam isso, não investiam dentro das cidades. Havia uma carência muito grande dos prefeitos e do povo por obras de infraestrutura dentro das cidades e eu fiz isso em parceria com os prefeitos. Os prefeitos faziam o meio fio e nós fazíamos toda a pavimentação asfáltica. Isso daria aproximadamente 4,5 mil quilômetros de rodovias.


Patrícia Moraes - E as estradas?

Também recuperei 1,5 mil quilômetros de rodovias que tinham acabado em governos anteriores. Rodovias mal feitas. Eu arrancava o asfalto velho e fazia tudo de novo, fazia a sinalização vertical e horizontal e, principalmente, a sinalização noturna nessas estradas. Quando cheguei ao governo, todas as obras do Estado estavam paradas há três ou quatro meses porque o dinheiro da privatização de Cachoeira Dourada havia acabado e os empreiteiros tinham parado todas as obras. Além disso, o governo ainda devia naquela época cerca de R$ 200 milhões. Corrigido, isso hoje daria mais de R$ 1 bilhão. Minha primeira providência foi pagar essas dividas e recomeçar as mais de 70 obras que estavam paradas. Retomamos, concluímos e começamos outras. Ao final, entre conclusão e construção, tínhamos feito quase 2 mil quilômetros de rodovias novas, com um detalhe, sem endividamento expressivo. Trouxemos 50 milhões de dólares do Banco Mundial para o programa de reabilitação da malha viária. Criamos o Terceira Via para fazer a manutenção e a conservação permanente das rodovias. Conseguimos uma definição por parte do Banco Mundial como melhor programa de conservação de malha rodoviária na América Latina. Fizemos isso tudo sem endividamento.


Danin Júnior - E a barragem do João Leite?

Construímos a barragem do João Leite com recursos do Estado, da Saneago, e parte de recursos do Banco Interamericano, cerca de 35 milhões de dólares. Teve também uma pequena parte do Orçamento Geral da União, graças a emendas da nossa bancada e ao apoio do então ministro de Desenvolvimento Regional, que era o goiano Ovídio de Ângelis. Somando com o do Banco Mundial, nosso endividamento externo foi algo em entorno de 100 milhões de dólares. Isso daria hoje menos de R$ 200 milhões. Só no meu período, pagamos mais de R$ 5 bilhões de serviços e juros da dívida externa. Importante lembrar, voltando a Cachoeira Dourada, que o grupo Endesa, que comprou a usina, obteve, nesses últimos 13 anos, mais de R$ 4 bilhões, só no lucro de revenda. É o que a Celg poderia ter obtido caso a usina não tivesse sido privatizada irresponsavelmente. Na infraestrutura de estradas e rodovias, fiz ainda várias duplicações, como a de Goiânia para Nerópolis, de Goiânia para Goianira, Madre Germana para o Garavelo. Além disso, fizemos 1,5 mil quilômetros de rodovias novas, concluindo inacabadas e iniciando outras.


Danin Júnior - Mas não falta, nessa relação, uma obra emblemática?

Realizamos obras monumentais como a reconstrução do Centro Administrativo e o Centro Cultural Oscar Niemeyer. Além disso, reformei mais de mil escolas e delegacias. Construímos os Ciops [Centros Integrados de Operações de Segurança]. Foram investimentos da ordem de R$ 5 bilhões. Conseguimos esse dinheiro de forma criativa. Fomos buscando incrementos novos de receita, fazendo economia e administrando com honestidade e, ao mesmo tempo, trazendo indústrias novas para o Estado. Isso tudo, sem contar os investimentos sociais, que foram um diferencial do governo.


Afonso Lopes - O sr. considera esse tipo de investimento, o atendimento à população, como obra de infraestrutura também? Por exemplo, a construção de fóruns no interior do Estado, a construção dos Vapt-Vupt, o sr. também relaciona como um trabalho de infraestrutura do Estado e uma prestação de serviço?

Não há dúvida de que é um investimento na infraestrutura, mas é também um investimento na prestação de serviço. Investimos mais de R$ 5 bilhões na área social. O diferencial é que investimos em obras de qualidade em infraestrutura e posso garantir que fiz mais em menos tempo que meus adversários fizeram. Fizemos mais do que eles se levarmos em consideração o asfalto dentro das cidades e fizemos a um custo muito baixo. Mais de 180 mil famílias foram beneficiadas por nossos programas de moradia, sempre com economia e honestidade. Legalização fundiária, aquisição de casas para mutuários da Caixa Econômica Federal, Cheque Moradia, Cheque Reforma, Cheque Construção, atendendo as famílias com programas mais baratos. Esse foi o diferencial. Fizemos de mais na infraestrutura sem endividar o Estado. Pagamos R$ 5 bilhões de dívida externa, sendo R$ 2 bilhões de dívidas de curto prazo. Peguei o Estado com déficit de R$ 1,8 milhão do governo anterior e entreguei com menos de R$ 100 milhões para o governo seguinte.


Danin Júnior - E quanto à prioridade para o funcionalismo público?

Fui o primeiro governador a entregar o governo com a folha de pagamentos paga no mês trabalhado, com o 13º proporcional pago, com a dívida externa paga, com todos os programas sociais pagos, diferentemente de quando recebi o governo. Recebi o Estado com quase três meses de folhas em atraso, o Ipasgo falido, com 100 dias de greve por parte dos prestadores de serviços. Recebi o funcionalismo completamente desmotivado porque esses governos todos não valorizaram o pessoal. Conseguimos valorizar o funcionário público, pagar antes do mês vencido, pagar o 13º no mês de aniversário, equacionar o problema do Ipasgo, recomeçar e terminar quase todas as obras, pagar a dívida externa e ainda realizar, modéstia a parte, mais do que os outros realizaram.


Euler de França Belém - Uma obra emblemática no seu governo é o Crer, que foi construído com o dinheiro que havia sido roubado da Caixego. Como o sr. avalia essa questão?

Não só a Caixego foi roubada e utilizada para interesses escusos. O BEG foi federalizado por conta da falência. O ex-presidente do BEG, que comandava o banco quando da federalização, acabou de lançar um livro em que atribui a meus antecessores toda a responsabilidade pela falência. Mais de R$ 1 bilhão de dívida, levando o Banco Central a decretar a intervenção e federalizar o banco do povo de Goiás. Infelizmente, usam muita hipocrisia, mas a responsabilidade está ali, no livro lançado pelo Walmir Martins, intitulado os "Coveiros do Beg". O caso Caixego também foi fruto de irresponsabilidade. Usavam a Caixego apenas para interesses políticos. A Caixego faliu por isso. A mesma irresponsabilidade aconteceu com Cachoeira Dourada e com o Banco de Desenvolvimento. Hoje, dizem que acabei com o Crisa [Consórcio Rodoviário Intermunicipal]. Não foi isso. Eu juntei o Crisa com o Dergo para fazer economia e dar mais eficiência ao programa de pavimentação e manutenção de estradas. As máquinas do Crisa eram usadas nas fazendas dos políticos da época, acabei com essa mamata.


Euler de França Belém - O sr. vai abrir o Centro Cultural Oscar Niemeyer?

Assumindo o governo, na primeira semana, o Oscar Niemeyer estará aberto com uma programação mensal discutida democraticamente com todos os produtores e todos os artistas.


Patrícia Moraes - Qual é o grande problema do Niemeyer?

Birra política e incompetência.


Euler de França Belém - A estação de tratamento do Rio Meia Ponte não despoluiu o rio. O sr. pretende fazer o que nesse sentido?

Eu tenho a resposta. Nem todas as redes de captação de esgoto estão prontas porque o investimento na ETE foi muito alto e tinha de ser feito. Como nem todas as redes estão prontas ou ligadas, muito do esgoto é jogado nos córregos que chegam ao Meia Ponte. E há um dado mais relevante e intrigante. Tem muita ligação clandestina de residências, prédios residenciais, indústrias, prédios comerciais, nas redes pluviais, nas galerias de água pluvial. Infelizmente, tem muita gente que faz isso e já detectamos quando era governador. Você precisa ter um sistema de monitoramento e fiscalização para evitar que façam as ligações de esgoto na rede pluvial.


Euler de França Belém - Mas essa obra não está parada?

Está parada há quatro anos. Minha meta é completar 100% das redes de afluentes em Goiânia, com recursos do setor privado, do BNDES, da Caixa Econômica, de organismos internacionais. Meu compromisso com os funcionários da Saneago é de que todo o dinheiro da empresa será destinado a redes e sistema de água. Vamos buscar fora recursos para o tratamento de esgoto.


Patrícia Moraes - Havia problemas no Ipasgo quando o sr. assumiu o governo e agora está um semestre sem receber. Qual o projeto do sr. para isso?

A gestão do governo atual é muito temerária, muito ruim em todos os aspectos e isso acabou desencadeando essa nova crise do Ipasgo. O governo não passa o dinheiro que é do Ipasgo, que é dos funcionários do Ipasgo. Na minha época tinha um fluxo que era pontual no pagamento dos prestadores de serviço. Tenho garantido a eles que vou fazer com o Ipasgo o que fiz com o pagamento dos funcionários públicos. Transformaremos o Ipasgo em um relógio. Vamos funcionar rigorosamente em dia e vamos entregar a gestão aos funcionários, com o Ipasgo saneado. Não adianta entregar a gestão com ele vivendo em dificuldades. Vamos entregar o Ipasgo saneado para que os funcionários tomem conta dele.


Patrícia Moraes - Acredita que o crack, que é uma droga que tem atingido com grande impacto a população, tem sido utilizada como bandeira política? Não teria de ter uma política social como suporte?

Passei a me preocupar com a questão do crack quando comecei a vir à periferia de Goiânia e de Brasília como senador. Pensando no plano de governo e também no aprimoramento do meu trabalho nos Senado, ouvi mães, que começaram a fazer relatórios dramáticos. Tenho falado sempre que é preciso atacar a questão das drogas em três frentes. Uma delas é a preventiva. Investir na família, nas parcerias com as igrejas e as instituições sérias que se preocupam com isso. Em segundo lugar, investir no professor, no conteúdo pedagógico, na escola, na rede física da escola, na inclusão digital, no esporte e no lazer, na cultura nos bairros. Quero criar nos bairros os chamados centros de educação, cultura e lazer descentralizados, um projeto barato. Vou investir na escola de tempo integral, investir na formação tecnológica. Ou seja, garantir oportunidade para as famílias e as crianças. Esse é o caminho. Na outra ponta você tem a entrada clandestina das drogas no país e no Estado. É preciso fechar as fronteiras e adotar postura muito rígida em relação ao traficante e quadrilhas.


Patrícia Moares - E essa proposta de criar uma espécie de Crer para dependentes?

Pois é. No meio desse caminho da prevenção existe quem já está drogado e precisa do respeito da sociedade e de apoio do Estado. Vamos construir o Credeq, com base em conceitos que serão debatidos com especialistas, empresários, igrejas e entidades que já trabalham na recuperação de dependentes químicos. Vamos definir esse projeto tendo em vista toda uma discussão conceitual com esses segmentos. Procurar algo que possa ser auto-sustentável e realmente cuidar de muitos dependentes. O importante é ir tratando e devolvendo ao convívio familiar, da sociedade, saudáveis e com emprego. Essa é uma questão. A outra é apoiar instituições e empresários que já trabalham com a recuperação de dependentes. Acho que dá para multiplicar o número de instituições e pessoas que trabalham com dependentes químicos. Acho que pode haver uma mudança na lei do Produzir. Haver uma pontuação para o empresário que se dedicar em um trabalho que possa ser avaliado pelo governo a essa questão do tratamento.


Euler de França Belém - A UEG foi abandonada. Não tem carteiras para os alunos, faltam bibliotecas e até papel higiênico. O sr. pretende fazer um trabalho de recuperação?

Essa é uma das minhas principais metas. A UEG é uma instituição que eu criei há 12 anos. Meu primeiro compromisso é dar autonomia e independência para a universidade. O segundo é cumprir a constituição, repassando os 2% do orçamento, isso é uma garantia. Terceiro, entregar cinco unidades que deixei pronta, mas não estão funcionando. Construir cinco ou seis unidades que ainda faltam, entre as 41 existentes. Reformar e modernizar a Eseffego e depois reformar o que for preciso. Dotar todas as unidades com equipamentos, laboratórios, bibliotecas necessárias, que não é uma coisa tão cara pelo que já foi feito na UEG. Realizar concursos novos para as vagas existentes, cumprir o plano de carreira, o plano de dedicação exclusiva para gente ter doutores e pós-graduados na UEG, entrar para valer na área de pesquisa de pós-graduação, de inovação. São algumas medidas que vamos tomar para que a UEG possa ser uma universidade de excelência.


Euler de França Belém - E a bolsa universitária?

Investimos em 70 mil bolsas universitárias. Então, 70 mil estudantes pobres conseguiram seu diploma graças a esse projeto. Na época, a bolsa era de R$ 250 e 12 anos depois continua a R$ 250. Vamos aumentar o valor e, para os estudantes mais pobres, vamos dar a bolsa integral. Quem está falando isso é quem fez. Me encontro todos os dias com pessoas que hoje estão bem na vida graças a oportunidade que tiveram com a bolsa universitária.

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