quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Marconi Perillo: propostas contra ataques!





POLÍTICA

TERCEIRO BLOCO

Em réplica, tucano fala de panelinha

O Popular

Os ataques ao candidato Marconi Perillo (PSDB) continuaram no terceiro bloco do debate. Sorteado para fazer a primeira pergunta, sobre habitação, o tucano pediu licença na réplica para responder o que chamou de ‘panelinha’ entre Iris Rezende (PMDB) e Vanderlan Cardoso (PR), no bloco anterior, para falar do suposto déficit nas contas do Estado ao final de sua gestão, em março de 2006.

"Fizeram um trabalho sério na Assembleia Legislativa e ficou comprovado que esse déficit era uma farsa", afirmou Marconi. O candidato citou ainda que recebeu o governo, em 1999, com R$ 1,5 bilhão de déficit. "E saímos (do governo) deixando todos os salários em dia", completou.

Sobre habitação, Marconi citou o programa cheque moradia, criado em seu governo, que Washington Fraga (PSOL) chamou de "eleitoreiro". "Só na época de eleição se constrói casa para dar à população. A questão da moradia tem que ser ato contínuo, permanente", afirmou Fraga.

Com postura de franco atirador em relação aos candidatos mais bem colocados nas pesquisas, Fraga também atacou Vanderlan Cardoso (PR). Sobre o tema transporte metropolitano, o republicano foi surpreendido.

"O senhor podia dar um telefonema para o governador Alcides Rodrigues (PP), não sei se o senhor tem se encontrado com ele. Porque tem cinco anos que ele está no governo e não fez nada para melhorar o transporte", ironizou o candidato do PSOL, completando que "são as empresas privadas que mandam de fato no transporte, as mesmas que financiam as campanhas".

Vanderlan respondeu que Alcides mantém a tarifa subsidiada no Eixo Anhanguera e aproveitou para citar um suposto déficit na Metrobus, que teria sido deixado pela gestão anterior, no valor de R$ 20 milhões. "O senhor sabe bem a situação que o governador encontrou o Estado", afirmou Vanderlan para Fraga.

Os "gastos milionários de campanha" voltaram a ser assunto no terceiro bloco. Em pergunta sobre o tema corrupção, Iris afirmou que a super estrutura de campanhas "tem irritado até eleitores". "Onde arranjaram tanto dinheiro, como se voto fosse mercadoria que se comprasse nas prateleiras", questionou.

O peemedebista lembrou o caso do mensalão do Distrito Federal para afirmar que há um comprometimento do governo de quem se elege com campanhas milionárias. "Ou se acaba com a corrupção no Brasil, ou a corrupção vai acabar com o Brasil", disse Iris.

Vanderlan aproveitou o tema para sugerir que o eleitor acompanhe a evolução patrimonial de quem exerce cargo público. "Se for acompanhar, teríamos candidatos que tomariam mais cuidado. Não só em Goiás", ressaltou.

As críticas aos gastos de campanha continuaram na pergunta de Iris para Marta Jane (PCB), com tema desemprego. "A manutenção do desemprego é que faz com que tantas pessoas aceitem ganhar salário mínimo para levantar bandeira nas ruas, em situação humilhante, deprimente", afirmou a comunista.

Iris lamentou as dificuldades financeiras por que passa a Celg, ressaltou que a estatal não consegue fornecer energia para toda a demanda, prometeu sanear a empresa, caso seja eleito, e atrair indústrias para o Estado.

Saneamento foi o último tema debatido no terceiro bloco. Marta Jane lembrou a situação dos moradores do setor Serra das Brisas, em Aparecida de Goiânia, onde não há rede de esgoto e provocou Marconi, dizendo que o problema existe há mais de 20 anos. O tucano ressaltou que fez mais de 51 estações de tratamento de esgoto "em todos os cantos do Estado" e respondeu aos ataques.

"Se existem duas práticas que condeno são hipocrisia e demagogia. Muitas pessoas têm um discurso e uma prática totalmente dissociados", concluiu Marconi.

QUARTO BLOCO

Tucano acusa dobradinha para atacá-lo

No quarto bloco do debate, quando os candidatos fizeram perguntas entre si com temas livres, Marconi Perillo denunciou a existência de uma dobradinha para atacá-lo - em referência a Iris Rezende e Vanderlan Cardoso - e fez questão de responder. "Existe uma distinção muito grande entre o discurso e a prática e há candidatos colocando-se como se tivessem propostas boas para os pobres", afirmou o tucano. "Em nosso governo, atingimos mais de 2 milhões de pessoas, ou 500 mil famílias, com políticas sociais".

Em sua pergunta para Washington Fraga, Marta Jane disse que queria retomar "a conversa do candidato Marconi Perillo sobre hipocrisia e demagogia" e perguntou ao socialista se ele acreditava que Marconi resolveria o problema de atendimento a pacientes dependentes químicos e com transtornos mentais com a criação de Centros de Recuperação de Dependentes Químicos (Credecs), proposta no plano de governo do tucano. "Precisamos combater não só com a construção de hospitais, mas com educação de qualidade e geração de empregos", afirmou Fraga.

Marta emendou dizendo que as pessoas que sofrem com transtornos mentais e dependência química não podem ficar "à mercê de propostas eleitorais e pontuais".

Em sua pergunta para Iris Rezende, Washington Fraga citou os problemas que os dois candidatos a senador da coligação tiveram - Pedro Wilson, do PT, ex-prefeito de Goiânia, e Adib Elias, do PMDB, ex-prefeito de Catalão - e perguntou se esse era um critério para participar da coligação, observando que o próprio Iris sofreu uma condenação recente em processo por improbidade administrativa. O peemedebista reiterou que considerou a decisão judicial "infeliz", disse que o contrato questionado - contratação sem licitação da empresa Stylus, de publicidade, a mesma que faz sua campanha - foi considerado regular pelo Tribunal de Contas dos Municípios (TCM) e afirmou que é um político honesto.

A pergunta de Marconi Perillo para Marta Jane foi relacionada à política dela para a cultura. A candidata disse que as políticas para a cultura implementadas nos dois governos do tucano foram "insuficientes, que concentraram ações em grandes eventos, como o Fica (Festival Internacional de Cinema e Vídeo Ambiental, realizado na cidade de Goiás), quando a cidade não tem um cinema para que a comunidade usufrua". A comunista falou em destinar 5% do orçamento para a cultura e adotar uma prática "que rompa com a política de grupinhos ligados ao governador".

"Tenho a satisfação de ter sido o governador que mais investiu em cultura, além de ter um relacionamento extraordinário com artistas", afirmou Marconi, acrescentando que o Conselho Estadual de Cultura deve ser reformulado e prometendo investir na revitalização do Cine Teatro São Joaquim, na cidade de Goiás.

O quarto bloco começou com a pergunta de Iris Rezende para Vanderlan Cardoso sobre a concessão de incentivos fiscais. Ambos criticaram a forma como eles foram concedidos nos dois governos de Marconi Perillo, especialmente para a instalação de frigoríficos no Estado. "É preciso criar mecanismos para atrair novos investimentos, além de uma reforma tributária", defendeu Vanderlan.

O candidato do PR perguntou a Marconi Perillo sobre qualificação profissional. O tucano prometeu dar autonomia administrativa e financeira à Universidade Estadual de Goiás (UEG), criar colégios de ensino tecnológico e também a Bolsa Qualificação.


CONSIDERAÇÕES FINAIS

Candidatos agradecem e pedem votos

Os governadoriáveis aproveitaram o bloco do debate, dedicado às considerações finais, para agradecer aos eleitores e pedir votos nas eleições deste domingo. Iris Rezende (PMDB) iniciou sua fala dizendo que pratica política por vocação e que Deus o concedeu esse dom, paralelamente ao de administrador. Ele voltou a dizer que deixou a Prefeitura de Goiânia para disputar o governo por estar preocupado com a situação do Estado. "É com esse sentimento de comprometimento que peço seu voto para fazer a mais bela administração de minha vida", disse.

Marconi Perillo (PSDB) agradeceu a Deus e aos telespectadores por terem permitido que ele se apresentasse durante esses cerca de três meses de campanha eleitoral, ressaltando que não "baixou o nível". O tucano também comentou sobre seus dois governos e garantiu que não governou "como se fosse uma nota só", dizendo que se preocupou com todas as áreas sociais. A exemplo de Iris, ele também pediu voto e afirmou que, caso eleito, fará seu melhor governo.

Vanderlan Cardoso (PR) preferiu ressaltar que elaborou um plano de governo "pé no chão", dando atenção a todas as áreas.

Ele falou em descentralização do Estado e investimentos em saúde e educação. "Preciso dessa oportunidade que eles já tiveram, por até duas vezes", disse.

Washington Fraga (PSOL) agradeceu os profissionais da imprensa e a militância e afirmou que três candidaturas representam o interesse da elite. Ele pediu votos aos candidatos da coligação que disputam o Senado e a Assembleia.

Marta Jane (PCB) também aproveitou o tempo para pedir votos para os candidatos do seu partido.


BASTIDORES

O mediador Fábio William bem que tentou quebrar o gelo antes do início do debate. Falou da chuva em Brasília e da correria da campanha, mas os candidatos, tensos, não deram bola para a conversa.

Governador Alcides Rodrigues acompanharia o debate em sala ao lado do estúdio, mas cancelou presença.

As filhas de Iris Rezende estavam preocupadas com a maquiagem. Acompanharam-no até o camarim e reclamaram de debates anteriores.

Ao final, Demóstenes Torres colocou adesivo de Marta Jane e brincou que votaria nela.

Cada candidato poderia receber um assessor no intervalo. Marconi: Adriano Gehres. Iris: Thiago Camargo e Hamilton Carneiro (um em cada). Vanderlan Cardoso: Elizeth Araújo e Jeovalter Correia. Marta Jane: Fernando Viana. Washinton Fraga: Elias Vaz.

Gehres pediu no intervalo que Marconi denunciasse a "dobradinha" de adversários para atacá-lo.

Todos os candidatos levaram papéis para a mesa. Iris é o que tinha menos: só três folhas.

Nos intervalos, o mediador agradecia aos candidatos pelo respeito ao tempo. Marta Jane brincou: eu também estou me comportando?

Dois monitores de 40 polegadas informavam o limite de tempo.

Iris, Marconi e Vanderlan levaram as filhas para acompanhar o debate.

Marta Jane mudou o figurino e apareceu com blusa listrada de branco e vermelho. No intervalo, com frio, pediu terninho preto.

Marconi escreveu durante praticamente todo o debate.

No último intervalo, Marconi recebeu o assessor já à vontade, sorrindo.


FRASES

"Fizeram um trabalho sério na Assembleia Legislativa e ficou comprovado que esse déficit era uma farsa, desmoralizaram esse déficit"

Marconi Perillo


"Onde arranjaram tanto dinheiro, como se voto fosse mercadoria que se comprasse? Ou se acaba com a corrupção no Brasil, ou a corrupção acaba com o Brasil."

Iris Rezende


"Se for acompanhar, teríamos candidatos que tomariam mais cuidado (com evolução patrimonial).Não só em Goiás."

Vanderlan Cardoso


"O senhor podia dar um telefonema para o governador. Porque tem cinco anos que ele está no governo e não fez nada para melhorar o transporte."

Washington Fraga


"O desemprego é que faz com que tantas pessoas aceitem ganhar salário mínimo para levantar bandeira nas ruas, em situação humilhante, deprimente."

Marta Jane

(Carla Borges, Carlos Eduardo Reche, Bruno Rocha Lima, Érika Lettry, Fabiana Pulcineli, Núbia Lôbo e Lídia Borges)

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