segunda-feira, 27 de setembro de 2010

Marconi Perillo: alto nível!





Opinião

O alto nível da campanha de Marconi

Ricardo Borges

Tem um candidato a governador de Goiás que se vangloria de seus mais de 50 anos na atividade política. Nada contra a idade, mas devia atualizar os métodos. Seu parâmetro é o de uma época em que vereador governista controlava os órgãos públicos. Indicado o diretor, ingressar ou até mudar de turno no Colégio Pedro Gomes, na Campininha, dependia da aprovação do chefe político, do coronel que trocava favores por adesão.

A política mudou muito, o coronelismo foi banido pelo pluralismo partidário, o direito de expressão e outros aprimoramentos da democracia. Mas ainda há os que vivem no passado na forma de administrar e de fazer política. Uma das características destes remanescentes do coronelismo é superestimar a sensibilidade pessoal no “contato com o povo” e desprezar solenemente qualquer espécie de planejamento na Administração Pública. Guiam-se pelas suas vontades e pelo que acham ser as necessidades dos seus seguidores, nunca pelo que se constata ser as reais necessidades dos cidadãos, que o poder público possa atender de forma organizada e planejada.

Nada contra o passado. Mauro Borges inaugurou em Goiás um Governo que mudou a face do Estado. De sua formação no oficialato do Exército e da influência dos comunistas idealistas que o cercavam, brotaram estruturas estatais que foram fundamentais para o progresso de Goiás. O Governo MB ficou marcado como sendo estruturante, criou órgãos públicos que de fato anteviam o futuro e ajudaram a construí-lo. Depois dele, só Henrique Santillo teve visão de pensar o Estado a longo prazo, planejar, e não apenas atender as demandas políticas do momento.

Mas por que dizer isto agora? Porque em plena campanha eleitoral afloram e se confrontam métodos bastante distintos de se pensar política e Administração Pública. Imerso ainda na visão retrógada de controlar o eleitor, arrancar dele a retribuição a “favores” prestados, vincular a Administração Pública à concessão de “dádivas”, o candidato de origem coronelística sai destilando promessas. Pior, desordenadas que são, sente serem insuficientes. Então embarca na ideia de desqualificar seu adversário, baixar o nível da campanha. Distorcer fatos e imputar inverdades ao outro aparece quase como consequência: na falta de uma proposta de governo ordenada, razoável, discutível, parte-se para o ataque ao outro, para a tentativa de achar provas onde não há, para a construção de falsos dossiês, para o resgate de acusações fajutas, para a desonestidade pura e simples.

Dos candidatos ao Governo de Goiás, Marconi Perillo é o que pode se apresentar para uma campanha onde se discute propostas e um projeto de longo prazo. Ancora-se nisso em dois mandatos em que demonstrou que, com planejamento e visão de futuro, é possível aproveitar mais os recursos escassos do Governo e mobilizar as forças da sociedade, provocando uma sinergia que faz o Estado avançar. Mais uma vez agora, cercou-se de técnicos competentes e de lideranças sensíveis e promoveu uma ampla discussão sobre planejamento e execução de ações que possam mover Goiás avante nos próximos anos. Comandou a elaboração de um plano de governo factível, que prevê gastos estatais, mas também a mobilização das forças produtivas na construção de um Goiás melhor. Propõe, ao fim do seu mandato, ter colocado Goiás como o quinto Estado na escala produtiva do Brasil.

Os adversários buscam mobilizar rancores, ódios, traumas de derrotas políticas atuais e do passado. Nos debates pelas redes de comunicação, nos discursos pelo interior, Marconi Perillo não precisa recorrer a agressões a seus adversários para ser notado. Basta dizer do que fez em seus governos, basta elencar o que planeja fazer. Ao ligar uma ponta à outra, Marconi tem conquistado as opiniões, mobilizado os desejos, trazido de volta as esperanças. Os adversários parecem querer menos. Marconi quer mais.


Ricardo Borges é administrador, pós-graduado em Ciência Política, pós-graduado em liderança empresarial e recursos humanos, mestrando em administração/gestão pública, professor universitário, conselheiro federal (suplente) do Conselho Federal de Administração - CFA, coordenador do Comitê Jovem Administrador pelo Conselho Regional de Administração de Goiás – CRA/GO (Twitter: @RicardoBorgesRB)

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