POLÍTICA
Marconi diz que usou imagens de Lula para contrapor com críticas
Tucano mostrou na tv imagem do presidente agradecendo sugestão do bolsa família. para o candidato, últimas críticas são só políticas
Núbia Lôbo
Depois de ter usado a imagem do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em seu programa de TV de quarta-feira, mesmo tendo sido duramente criticado pelo petista em comício no início deste mês, o candidato a governador Marconi Perillo (PSDB) justificou ontem a decisão. O tucano alegou que precisava contrapor as críticas do presidente, feitas em um momento eleitoral, com os elogios dele aos programas sociais implantados na gestão do PSDB em Goiás.
"O objetivo foi mostrar que o presidente Lula elogiou os programas sociais que implantei e agradeceu minha sugestão para o Bolsa Família em um momento em que ele falava como chefe da nação", explica Marconi.
No dia 6 de setembro, Lula participou de comício com o candidato do PMDB, Iris Rezende, em Valparaíso, onde acusou Marconi de ter quebrado a Celg, entre outros ataques. Desde então, o programa de Iris vem explorando a fala do petista.
Apesar de tucanos insistirem que Lula não tem influência na eleição em Goiás, o PSDB optou por responder o presidente. Como a fala de Lula elogiando Marconi foi seguida do programa do PMDB, sem qualquer sinalização de mudança de coligação, a estratégia pode ter confundido o eleitor. Além disso, boa parte da população goiana sabe que o presidente apoia Iris.
"Não tive e nem tenho essa intenção de confundir o eleitor", garante Marconi.
Nesta reta final da campanha, os tucanos se concentram em estratégias que garantam eleição de Marconi no primeiro turno. Um dos focos de atenção do PSDB está sobre o número de indecisos, que eles acreditam girar em torno de 15% dos eleitores.
Apesar disso, Marconi afirma que não usou a imagem de Lula pensando em angariar votos, mas sim em mostrar a incoerência do próprio presidente ao criticá-lo: "Incoerente é alguém me elogiar ontem e me criticar agora. As pessoas precisam saber que essa critica pode ser política, porque no passado havia muitos elogios", explica.
Duplo pedido
As declarações de Marconi foram dadas durante visita do tucano à Equiplex, uma indústria de produtos farmacêuticos com sede em Aparecida de Goiânia. A mesma empresa recebeu o candidato Vanderlan Cardoso (PR) no dia 2 deste mês, ocasião em que o proprietário Heribaldo Egídio também pediu o voto para o republicano.
Na tentativa de convencer seus funcionários, Heribaldo sugeriu que eles fossem até Senador Canedo perguntar "como era antes e depois de Vanderlan". Ontem, quando pediu votos para Marconi também a funcionários, Heribaldo justificou: "Todos que batem à nossa porta, a gente tem de atender".
O empresário disse que também abriu as portas de sua indústria para Iris, que mandou representante, e afirmou ainda que os momentos com Vanderlan e Marconi são diferentes. "Nesse momento, estou falando do candidato do meu partido. Eu sou tucano. Acho que o tempo agora é dessa continuidade, no aspecto de voltar o Marconi", destacou.
TRE suspende programa de Iris no rádio
O governadoriável Iris Rezende (PMDB) foi proibido de veicular seu programa eleitoral no rádio hoje, nos turnos matutino e vespertino. A decisão do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO) tenta impedir que o candidato utilize personagens cômicos que mencionem e ridicularizem seu principal concorrente, Marconi Perillo (PSDB). O TRE já havia proibido a coligação Goiás Rumo ao Futuro de usar o personagem Coninho, que teve o nome mudado para Pgrillo e, mais recentemente, para Massione Perillo.
Segunda a relatora da ação, juíza auxiliar Doraci Lamar Andrade, a coligação, "na tentativa de burlar a ordem judicial, cria novos personagens, com intuito de degradar e ridicularizar" Marconi. Além da suspensão de hoje, o candidato está proibido de veicular a propaganda com tais personagens.(Lídia Borges)
Processo de Fortunato vai para juiz
O vice-presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE-GO), desembargador Rogério Arédio Ferreira, determinou que o processo que acusa o prefeito de Trindade, Ricardo Fortunato, de abuso de poder político, seja julgado por um dos juízes eleitorais auxiliares. Ele entendeu que não foram apresentadas provas suficientes à acusação. Para o desembargador, não se trata de ação de investigação judicial e, portanto, não cabe a ele, como corregedor do TRE, julgar tal acusação.
Segundo denúncia do candidato a deputado estadual Antônio Carlos Caetano, Ricardo Fortunato teria coagido seus secretários municipais numa reunião realizada em julho para que trabalhassem em campanha de seu irmão Nélio Fortunato, que busca vaga na Assembleia Legislativa, e ao governadoriável Iris Rezende. Em nota, o prefeito disse que a denúncia "caiu no vazio" e que é uma tentativa eleitoreira de atingir a candidatura de Nélio.(L.B.)
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