terça-feira, 28 de setembro de 2010

Marconi Perillo: encarando a união dos adversários!





POLÍTICA

Governadoriáveis evitam ataques em debate dirigido a católicos
Formato do evento, com discurso de dom Washington Cruz, favoreceu clima ameno dos candidatos

Fabiana Pulcineli

Os candidatos ao governo do Estado optaram por um encontro ameno, evitando ataques no debate promovido na noite de ontem pela UCG TV, da Pontifícia Universidade Católica de Goiás. Mesmo em temas polêmicos e que já renderam troca de alfinetadas, os governadoriáveis priorizaram declarações sobre o que fizeram e se propõem a fazer e preferiram não apostar no confronto.

O formato do debate e o discurso do arcebispo de Goiânia dom Washington Cruz no início favoreceram o tom mais light do debate, o penúltimo desta campanha. O último será hoje na TV Anhanguera, a partir das 22 horas (leia mais na página 20).

O primeiro bloco foi dedicado apenas a apresentação dos candidatos, com discursos já semelhantes aos explorados durante toda a campanha. No segundo bloco, os governadoriáveis responderam a perguntas de representantes de pastorais com réplica e tréplica, conforme sorteio.

Os temas foram geração de emprego, saúde, segurança, moradia e educação. A candidata do PCB, Marta Jane, já famosa por atuar em ataques a adversários nos debates anteriores, adotou um discurso brando com pergunta delicada para um debate do segmento católico, o aborto.

Marta disse que o tema deve ser tratado como saúde pública e que as mulheres da classe trabalhadora sofrem mais, ainda que todas as classes pratiquem o aborto. A candidata, no entanto, não respondeu se é favorável à prática. Ela defendeu a descentralização na saúde e disse que não adianta construir Hospital da Mulher apenas na capital. Washington Fraga (PSOL) se disse favorável à vida.

Os dois candidatos mais bem colocados nas pesquisas, Marconi Perillo (PSDB) e Iris Rezende (PMDB) foram sorteados em três perguntas nos dois blocos de questões, mas não tiveram embate. O único momento de leve crítica foi no terceiro bloco, com perguntas de jornalistas, quando se falou sobre a área do esporte. Questionado sobre o sucateamento do Autódromo de Goiânia e do Estádio Serra Dourada, e as obras inacabadas do Centro de Excelência do Esporte, Iris disse que os exemplos colaboraram para que ele decidisse ser candidato. "Goiás precisa de um choque administrativo", disse.

Marconi afirmou que fez reforma completa do Serra e voltou a acusar o governador Alcides Rodrigues (PP) pela obra incompleta. "Não adianta tapar o sol com a peneira. Não tem justificativa aquele amontoado de terra. Demoliram uma preciosidade e querem apontar um culpado", criticou o peemedebista, já na tréplica.

O terceiro bloco teve também como temas cultura, infraestrutura, economia e preservação do meio ambiente.

Nem o quarto bloco, reservado a perguntas entre os candidatos com tema livre, esquentou o debate. Washington perguntou a Vanderlan Cardoso (PR) sobre atendimento a jovens infratores.

O republicano disse que não se resolve o problema do setor de segurança do dia para noite e admitiu que não se vê "mil maravilhas". O candidato do PSOL fez críticas ao governo estadual à falta de investimentos. "O governo não teve competência para aplicar recursos", acusou, sem que Vanderlan rebatesse.

Iris perguntou a Washington sobre as dificuldades financeiras da Saneago e o candidato do PSOL acusou favorecimento a empreiteiras e se disse contrário à privatização. Iris disse que assim como a Celg, a empresa não deve sair das mãos do Estado.

Marta questionou Iris sobre o salário para os professores de Goiânia e o peemedebista disse que a discussão só foi iniciada na Câmara depois que ele deixou a Prefeitura, mas explicou que o valor final é superior ao piso.

Nenhum comentário:

Postar um comentário