quarta-feira, 29 de setembro de 2010

Marconi Perillo: ataques não abalam serenidade!





POLÍTICA

DEBATE
TV Anhanguera

Troca de ataques marca debate
No último debate antes das eleições, realizado na noite de ontem pela TV anhanguera, candidatos ao governo de Goiás procuraram explorar pontos fracos e temas polêmicos da campanha. À frente nas pesquisas, Marconi, Iris e Vanderlan protagonizaram principais embates, entre eles sobre contas públicas

O Popular

Carla Borges, Carlos Eduardo Reche, Bruno Rocha Lima, Érika Lettry, Fabiana Pulcineli, Núbia Lôbo e Lídia Borges

Os candidatos ao governo de Goiás partiram para o confronto ontem no último debate antes das eleições, promovido ontem pela TV Anhanguera e Rede Globo. Nos blocos com temas definidos (1º e 3º), Marconi Perillo (PSDB), Iris Rezende (PMDB), Vanderlan Cardoso (PR), Washington Fraga (PSOL) e Marta Jane (PCB) lançaram mão da discussão de propostas para a troca de farpas. Nos blocos de perguntas livres (2º e 4º), os candidatos retomaram os temas polêmicos dos três meses de campanha e elevaram o tom do confronto.

Marconi, Iris e Vanderlan, que ocupam as três primeiras posições na disputa pelo Palácio das Esmeraldas, polarizaram as trocas de ataques. Os três candidatos também se utilizaram de temas levantados por Marta e Fraga para discutir temas de seu interesse ou rebater ataques e provocações.

Já no primeiro bloco, Iris fez referência ao déficit de R$ 100 milhões nas contas do Estado, afirmando que o governador Alcides Rodrigues (PP) tem relato que recebeu de seu antecessor uma "carcaça de governo". Ele respondia a pergunta feita por Marconi sobre o tema dívida pública. No 2º bloco, com temas livres, Iris voltou a mencionar o problema nas contas do Estado em pergunta dirigida a Vanderlan. O candidato do PR aproveitou a deixa para citar "antecipação de receitas" e "cancelamento de empenhos de despesas do governo do tucano. Alvo dos candidatos, Marconi reagiu afirmando que os adversários faziam "panelinha" para atacá-lo e que a o argumento do déficit foi "uma grande farsa". No 4º bloco, o candidato do PSDB voltou a afirmar, sem citar nomes, que Iris e Vanderlan formaram "dobradinha" para criticá-lo no debate.

Marta e Fraga também foram para o ataque. No segundo bloco, em pergunta dirigida a Iris sobre políticas para o funcionalismo, o governadoriável do PSOL afirmou que o peemedebista, como governador, "conquistou a antipatia dos servidores". Iris rebateu afirmando ter atuado para conter "abusos" no gasto com o funcionalismo e que "nenhum governador" atuou mais em benefício do servidor do que ele.

Sem citar nomes de candidatos, Marta afirmou que a campanha ao governo do Estado é marcada por "despesas milionárias", já no primeiro bloco, em pergunta dirigida a Marconi. O senador afirmou seguir as regras da legislação eleitoral.

PRIMEIRO BLOCO

Iris questiona Marconi sobre dívida

No primeiro bloco do debate, quando os candidatos fizeram perguntas entre si sobre temas sorteados na hora, o momento mais hostil foi na réplica de Iris Rezende (PMDB) para Marconi Perillo (PSDB). A pergunta do tucano para o peemedebista foi sobre a dívida pública. Ambos falaram sobre a situação em que encontraram o Estado - Iris em 1983 e 1991 e Marconi em 1999 -, com folhas de pagamento atrasadas e dívidas acumuladas, e de como sanearam as finanças públicas.

Sem citar nomes de candidatos, Marta afirmou que a campanha ao governo do Estado é marcada por "despesas milionárias", já no primeiro bloco, em pergunta dirigida a Marconi. O senador afirmou seguir as regras da legislação eleitoral.

Depois de Marconi falar sobre as realizações de seu governo após equilibrar as finanças, Iris respondeu que não é isso o que o atual governador (Alcides Rodrigues, PP) vem proclamando desde o oitavo mês de sua administração. "Ele (Alcides) diz que pegou o Estado arrebentado, com educação e saúde precárias, estradas desmoronando e déficit mensal de R$ 100 milhões. Vossa Excelência transferiu a ele uma carcaça, que o impediu de realizar as promessas de campanha", disse Iris. "Quem está falando a verdade? O atual governador ou seu antecessor?", questionou.

O bloco foi aberto com o candidato Vanderlan Cardoso (PR) perguntando para Washington Fraga (PSOL) sobre suas propostas para a saúde. O socialista falou em terminar obras acabadas e universalizar o acesso ao saneamento e Vanderlan prometeu descentralizar a saúde e construir novas unidades. Fraga perguntou para Marconi sobre gastos com educação e publicidade e depois o acusou de perseguir e tentar fechar a Rádio K. Marconi negou que tenha perseguido a emissora. "Ela só mudou de nome, para 730. Quando fui duramente atacado, procurei a Justiça, porque a época da lei de talião acabou", justificou.

Iris Rezende perguntou a Marta Jane (PCB) sobre seus projetos para a agricultura e a candidata comunista destacou as propostas que tem para fortalecer a agricultura familiar e romper com o modelo assentado sobre o agronegócio. Marta perguntou a Vanderlan sobre segurança e ele falou sobre o compromisso de criar 40 centros de defesa social, além de parcerias em vários níveis.

SEGUNDO BLOCO

Corrupção e transparência em foco

Predominou no segundo bloco do debate discussões relativas à corrupção e transparência na gestão da máquina pública, com várias críticas a Marconi Perillo. Marta Jane abriu o bloco questionando o tucano sobre os altos gastos de sua campanha e o fato do jornal Diário da Manhã circular gratuitamente na cidade, com o CNPJ da campanha.

Marconi inicialmente se esquivou da pergunta e preferiu lembrar que recebeu o Estado endividado e com a folha salarial atrasada em seu primeiro governo. Lembrou que pagou até seu segundo governo mais de R$ 5 bilhões de dívidas. Em seguida o tucano afirmou que seus gastos de campanha estão todos computados na Justiça Eleitoral e citou que enfrenta as máquinas estadual e federal. Marta Jane disse que os empresários que fazem grandes investimentos têm interesses em fazer negócios com o futuro governo e questionou as fontes de recursos de campanha do tucano.

Washington Fraga criticou Iris Rezende por ter demitido grande número de servidores em seus governos e disse que o peemedebista perseguiu líderes sindicais. Iris negou ter perseguido funcionalismo e afirmou que as demissões que fez foram de servidores contratados irregularmente e de funcionários fantasmas.

A questão da responsabilidade administrativa foi retomada com Iris perguntando para Vanderlan Cardoso sobre a realidade das contas do Estado que Marconi deixou para o governador Alcides Rodrigues. Vanderlan reafirmou a existência do déficit, alegando que se não tivesse existido, não teria sido necessário o governo tucano fazer antecipação de receitas e cancelamento de empenhos. Iris então completou dizendo que Alcides recebeu de Marconi "uma carcaça de Estado".

Vanderlan e Marta Jane retomaram o tema da corrupção no final do bloco, com a comunista dizendo que a corrupção na política goiana "se tornou lugar comum". O republicano prometeu, se eleito, dar maior transparência aos gastos do Estado. Marta defendeu a criação de mecanismos para acompanhar a evolução patrimonial dos políticos.

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